Poesias de Dor

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IMORTALIDADE DA SAUDADE (soneto)

Saudade: tal como uma faca crivada
Na alma, abrindo em uma agre fenda
No coração nostálgico, rude moenda
Sonial, insiste tirana com vergastada

A tua dor foi concebida em oferenda
Ao peito, e fazendo de sua morada
Brinda com a melancolia em prenda
A sofrença da lágrima esbravejada

Imorredoura, se mantém sem venda
Reencenando num tudo, num nada
No silêncio duma esvaecida legenda

Sempre renascendo, e tão indesejada
Porém, é proposta de pouca emenda
E de imortalidade no dissabor estacada

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Janeiro de 2017
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

porto

há uma saudade em mim no cerrado
ancorada nos barrancos ressequidos
são arrancos no peito em ronquidos
num espectral sentimento entalado...

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

MESSALINA (soneto)

Lembro, ao ter-te, as épocas sombrias
Dum outrora. A saudade se transporta
À tempos de prazer, e não dor à porta
De meninices, abarrotadas de alegrias

E nestas felicidades de glórias luzidias
Que a mostra era viço, não ilusão morta
O pouco era muito, e no pouco importa
O estorvo, a mais valia, eram as orgias

Tolas, e não só imaginação em ruína
De quimeras incolores e, assim impura
Num cortejo de recordação messalina

Ó saudade, acostamento de loucura!
Suspirando nostalgias tão cristalina
Tinta de tristura, que no peito segura...

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Novembro, 2018
Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

Lágrima e um verso

Quando no cerrado o silêncio vozeou
De uma solidão, gemendo, todo faceiro
Dentro do coração a dor assim zombou
E ofegou o bafejo do suspiro primeiro

E a sofrença sentiu os olhos rasos d’água
A boca sequiosa, cheia de fel e ardume
Ali brotou a flor da aflição e da mágoa
E no peito, a tristura em alto volume

E no árido chão, por onde ele passava
A desventura espalhava feito sementes
E na terra, o padecer então empoeirava
E germinava com as lágrimas ardentes

Foi então que ali me vi na via dolorosa
Tão chorosa a poesia triste de saudade
Com espinhos e perfume, como a rosa
Num cortejo, fúnebre, sem a felicidade

Enfadando na alma os gritos e soluços
Ia a noite assombrada e não dormida
E os sonhos esfalfantes e de bruços
Avivado, e a tecer a insônia ali na lida

E assim se fez o oráculo sem encanto
E num canto o destino algoz e largado
Entre lamentos e um poetar em pranto
Lágrima e um verso, penoso e chorado

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
18 de novembro de 2019 – Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

SONETO MALFERIDO

Foste a quimera maior da minha vida
ou talvez a irreal... Evidente e ausente
contigo o amor foi no ter vorazmente
contigo, também, a alma foi repartida

Partiste, e a trova não mais te ouvida:
arde-me a inspiração, lota o presente
no cerrado agoniado fica o sol poete
num amargor da memória malferida

Amor extremo, minha perda e ganho
penitência e regozijo, dor sussurrante
um anacoreta de sentimento estranho

Sinto-me vazio, e na noite te escuto
delirante anseio, sentir sem tamanho
na vastidão do suspiro de um minuto...

© Luciano Spagnol- poeta do cerrado
Cerrado goiano, 08 de dezembro, 2019

Inserida por LucianoSpagnol

E, Por Falar de Amor

Hoje acordei com o coração aos espinhos
De uma saudade
Sem os teus carinhos
Imensidade
Esta solidão
Que poeta pela metade
Versos de emoção...
Pelas lágrimas um aroma rijo
Do árido sertão
Um esconderijo
D’Alma na contramão
Do teu olhar...
Me agarrei no timão
E a navegar
No mar de suspiros
Pus-me a chorar!

Hoje acordei com o dia empanado
Escuro
Você não estava ao meu lado
Tudo era vazio, impuro
Coalhado
Duro
Propalado...
Desconjuro!
Eu só queria ser carregado
Dali
Pelo desejo imaculado
Que sempre tive de ti
E não essa dor
Que hoje senti
Ao falar de amor
Aqui!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
Cerrado goiano, 10 de dezembro, 2019

Inserida por LucianoSpagnol

⁠Eu escolhi-me arriscar
num caminho de obscuridades
onde o céu sufocava-me, onde o brilho das estrelas eram falso.
Eu caí, machuquei-me, e machuquei.

Inserida por mileneabreu

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Todos dizem ter fé e força, e também foco.
Até aparecer o problema. E tudo dilui...
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Inserida por dalainilton

⁠A perspicácia de um "bom dia" pressupõede um fator que na maioria dos nanos segundos
se dá na ausência da dor.

Inserida por dalainilton

⁠Você se imagina infeliz e solitário? Experimente amar e enamorar alguém.
Há os que se dizem apaixonados e românticos, cultuam primordialmente suas ilusões. Amparam-se no que classificam de eternidade indissolúveis. Tudo no imaginar estarem agraciados pelo amor.
Disseram, " O amor é fogo, que arde sem se ver, ferida que dói sem se ter, é um contentamento descontente!".
É, ou não é, sofrer?!.

Inserida por dalainilton

⁠"Este é o meu medo.

Minhas lágrimas fluem como um rio sem fim e sem limites, enquanto minhas dores se erguem como montanhas que me assombram e não me deixam em paz".

Inserida por GracielaDPensados

⁠Estou tão dolorida...
Que nem coragem de pegar
A dita caneta, tive ainda
Algumas dores
A caneta não suportaria
O papel? Certamente se rasgaria

Inserida por Aquillavitt

⁠me vejo desistindo da vida...
Mas logo eu?
Que faço as pessoas sorrirem
Mas logo eu?
Um sorriso encantador
Logo eu?
Com a minha felicidade
Estapada no rosto
Logo eu?
Que falo que a vida é bela
E na cara de pau desisto dela.

Inserida por Aquillavitt

⁠Cai no abismo de uma traição, buscando força e sabedoria em Ti.
Com os joelhos ao chão, peço perdão por meus erros.
Senhor, livrai-me da angústia, me leva até Sua casa,
Onde só a bondade eterna existe.

Venha a mim, Senhor, sou Teu servo.
Salva-me desta dor, toca os corações e traz misericórdia.

Inserida por norisilva

⁠Dependo de Ti, Senhor, para cada passo, para respirar e para amar.
O amor me trouxe até este abismo, profundo, frio e escuro,
Onde meu coração e corpo se desfazem, sem fim.

Mas, como Jó, ao perder tudo, estou começando a Te sentir.
Glória a Ti, Senhor, por estar comigo em cada momento.

Leva-me à Tua paz eterna, onde a dor se cure.
Construa novamente minha vida dentro da Tua casa.

Inserida por norisilva

⁠Inveja

Sentimento doloroso que bloqueia a prosperidade e causa danos energéticos e espirituais em quem a sente. Copiar alguém, ambicionar o que e do outro, se revoltar por não ter o que alguém tem, são processos destrutivos. O corpo somatiza a negatividade de forma densa paralisando algum movimento. Tudo porque o potencial de energia do condutor foi deslocado do fluxo natural que é a vida. A inveja provoca dor física porque deixa de ser quem é para querer ser o outro. É preciso se conhecer para de forma autêntica firmar a consciência de ser quem é.

Inserida por DaniLeao

Será que idealizamos uma pessoa ou a pessoa é tão falsa que finge muito bem! O tempo vai mostrar

Inserida por Reinasexy

⁠SOLIDÃO INQUIETA

Inquieto no peito os soluços e os gritos
Do silêncio que rege uma tal despedida
Há choro, lamento, e tarares contritos
Para, infeliz, galgar o prosseguir da vida

Teu cheiro, nos meus dias viraram ritos
O meu capricho está sempre de partida
E os meus ineditismos estão proscritos
Sem tu, o coração é uma imensa ferida

Mas tua alma ficou, tatuada na poesia
E assim os sonhos confidencias pra lua
Das noites de devaneios, amor e magia

E nas trovas de solidão inquieta e nua
O poetar é de dor em forma de agonia
De quem vagueia despovoado pela rua

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
07 de junho de 2020, Triângulo Mineiro
Sertão da Farinha Podre
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

⁠ADVERSO DUM VERSO

Essa sensação de face cansada
Que vês no meu poetar azedo
De trova tremente e mirrada
É falta que lamenta no enredo

O versejar pouco camarada
Da satisfação já em degredo
De rima velha e desgraçada
Em que não se profere ledo

Ontem, de viço e alegria
Hoje, o choro e sofrência
Um fado. Na vã poesia

Nesta dura sina em riste
Do canto em decadência
Verseja um poeta triste!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
17/08/2020, 16’45” – Triângulo Mineiro

Inserida por LucianoSpagnol

⁠SÚPLICA (soneto)

Se tudo muda e tudo perece
Se tudo cai aos pés da negaça
Se veloz a vida por nós passa
Pondo de lado o teor da prece

Se, se a inspiração desfalece
Se dói a dor que a dor enlaça
Se perde o encanto, a graça
O lhano, e aí a gente cresce

Se o amor tem a alma pura
E este amor também tortura
Nos gerando tolos e loucos

Se tudo tem no tempo valeria
Tudo vai, Pai! Por que não alivia
O sentir que me traga aos poucos?

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
Setembro, 05/2020 – Triângulo Mineiro
paráfrase Auta de Souza

Inserida por LucianoSpagnol