Poesias de Dor
Sempre quis a felicidade de quem eu amo, sempre apoiei e incentivei, vibrei a cada conquista, sempre desejei o melhor. Realmente fico feliz em vê a pessoa bem, principalmente se não faço mais parte de sua vida.
E hoje reconheço que isso é lindo, mas também doloroso.
Demorei para perceber que, na verdade todos são um pouco parecidos, no final todos me causaram algum tipo de dor.
Mesmo sendo por um mínimo instante.
Dias Ruins
O dia já se foi
E levou consigo
As pequenas alegrias
Presentes em pequenos momentos
Amanhã tudo volta:
A correria; o cansaço
A falta de espaço
Nossas vidas estão perdidas
Neste árduo compasso
E quando a ilustre escuridade chegar
Trará em sua companhia
A excruciante melancolia
Que já se faz presente em meus dias
Tornando-me despido de alegria
O que te define ou o que te definha?
Se não sabe o que te define,
comece pelo que te definha.
Questione seus medos,
suas culpas,
seus traumas,
sua falta de amor próprio.
Pergunte-se:
Porquê estou assim?
Porquê isso tem que me entristecer?
Porquê estou tão ofendido com aquilo?
Porquê essa dor que a tanto tempo me
acometeu ainda insiste em me entristecer?
Não procure culpados,
Questione a culpa em si.
Questione-se no interior de sua alma,
nos porões do seu ser, aonde somente você
consegue adentrar.
Encare seus fantasmas,
Jogue luz sobre suas sombras.
Faça isso todas as vezes em que
perceber pensamentos que te
incomodam e tirem a sua paz.
Faça isso quantas vezes for necessário.
QUESTIONÁRIO
Amastes? Amei.
Sofrestes? Sofri.
A queres ? Não mais.
Saudades? Poucas.
Ainda dela lembras? Já a esqueci.
O mundo gira e a cada volta
surgem novos caminhos, novas
amizades.
Novo amor? Já existe.
Mais forte? Sim.
Tem vontade de o viver? Por inteiro,
mas sem saudades, somente amor
sem a dor do fim.
Roldão Aires
Membro Honorário da Academia Cabista. R/J
Membro Honorário da Academia de Letras do Brasil
Membro da U.B.E
Falhei com uma pétala,
Acabei prometendo uma flor.
Dei-te razões para plantares em mim,
A única semente que me causa dor.
SOLIDÃO
tudo se esvai
pensamentos obscuros
nos atrai
ressalta cada momento
como se fosse eterno
é como procurar algo
que não encontra
a distância aproxima cada vez mais um sentimento
a lembrança é inexorável ao valor dos olhos
e o amor é como uma fagulha em busca de respostas.
o silencio nos leva a pensar
que ao fechar os olhos nada nos restara.
um olhar, uma troca
sentidos diferentes
sensações inexplicáveis
é desfrutar das mais sensíveis palavras sentidas pelo coração
acende a chama da consciência
inflamado pelo fogo da paixão.
angustia da alma, aperto do peito,
flor sem cheiro, tudo sem cor.
que me deixe nesse infinito
livre dessa dor
Sim, hoje doeu mais do que eu imaginava
Não cumpri o "amanhã será melhor" ... mas e agora?
Aqueles dias dolorosos se transformaram em longas estradas esburacadas e cercados por pedras afiadas.
A dor é realmente inevitável, agora é ... eu tenho direito a ela!
A dor ...
Seus sinônimos incluem: Sofrimento, aflição e agonia.
Logo sofro, me aflijo e agonizo naquele poço.
Vejo aquela luz que brilha acima de mim.
Me motiva, me desencoraja.
Logo estarei lá, porque depois que "a dor precisa ser sentida" vem o "ela sempre é superada"!
EU ME SINTO
Sinto-me como uma criança colocada a força em um balanço e presa nele, enquanto ele gira em torno de si mesmo sem parar.
Como uma criança que não consegue ver nitidamente o que lhe cerca, o mundo a sua volta.
Como uma criança sem forças para parar o balanço, mas exausta de tanto tentar.
Como uma criança com tanto medo dentro de si que não consegue gritar.
Como uma criança que tudo o que faz é chorar.
Como uma criança, esperando que alguém possa me salvar.
Como uma criança com um imenso desejo de que tudo apenas acabe.
nos inúmeros momentos que morro em teus lábios sinto a vida...
nós dias que se passam sinto a vida sair de meu corpo no desejo de te ver...
a morte clama meu nome em lápide fria...
tantos resumos num instante que a desejo.
Submersão
Negar-te como amor
Temporariamente é impossível.
Não há como domar o que sinto
Nesse consumar do instinto.
E uma agonia me consome
Quando ao homízio me encontro nivelado,
Pois a cama é nosso maior reflexo
Dos beijos, do toque, o mel provado.
E rente ao meu (eu) me defronto
Uma imparável e tenebrosa guerra fria;
De um lado o ego ferido - talhado,
De um outro a razão que me guia
Mas ambos num mesmo prisma distinto
Por querer enlaçar-te aqui e agora
E mesmo ao recente epílogo que se fez
Hei de por ti padecer à demora.
E assim a vida segue seu curso
Onde tudo que existe nasce e morre
Feito a chama que inda vive em mim
Que externamente implode e interna eclode
E por estar sendo sem sentido
A insistencia dum sentir sem estar
Nada mais comporta tamanha dor
De estar remando sem rio navegar.
Agora, doce minha, mentira- peregrina
Translúcido louca(mente) desvairado
Acorrentei-me às palavras furtivas
Que fortes eu teu amor, teu amado.
Negar- te hei, oh abioso tempo
Para que tuas feridas nao me sumam às presas,
Mas que bem sei, quando bem querer
Haveis de curar-me dessa dor que me resta!
Willas Gavronsk
Você diz que não guarda rancor,
Mas as cicatrizes ficam,
E lhe trazem o amargor,
Enquanto eu só lhe causo dor,
Um hora, isso mata o seu amor...
Às vezes surge um pensamento esquisito
A vontade de sumir é maior que a vontade de ficar
Você já não consegue mais enxergar o mundo tão bonito
E a vontade de viver não parece mais importar
As pessoas não conseguem entender o que você sente
Ao mesmo tempo nem você sabe ao certo o que quer
Você chora, chora, chora e parece só uma pessoa carente
Mas no fundo só você mesmo sabe o que é
A tristeza bate na porta do coração
E todos perguntam o que você está sentindo
Mas o que toma conta do seu eu é a solidão
E parece que aos poucos ela vai te consumindo
Queria ter um remédio pra curar essa dor
Uma dor que não tem motivo e nem explicação
Mas só você sabe que não importa onde você for
Você sempre vai sentir essa sensação
Dentro do seu peito só vai ficando um vazio
Todo mundo fala que isso é uma bobeira
Você sente seu corpo cansado, suando frio
E só agora percebem que depressão não é brincadeira.
Lembranças amargas
Percebemos que não estamos bem,
Quando queremos dormir, e é necessário um remédio.
Seja ele sentimental, espiritual ou químico.
E quando pensamos em fechar os olhos,
Todos os pensamentos evitados ao longo do dia vêm à tona.
Impossível não pensar... não chorar... não se abater.
Com alma sensível, tudo me faz lembrar, tudo me faz suspirar,
Tudo me leva a sensações ocultas dentro de mim.
Perdidas e achadas por mim mesma.
E por mais que eu tente não lembrar,
Eu sei que estará lá,
As lembranças amargas.
Me diga para onde vão todas essas coisas que não queremos sentir?
Que não queremos lembrar!
Mas que enche, que machuca, que dói todas as vezes que lembro, e tira o meu sossego.
'AFOGO-ME...'
Afogo-me,
tal qual um louco falando de amor,
insano porque não há quem entenda-lhe os pergaminhos.
Desenho corações em linhas sinuosas,
mergulhado nas incertezas dos dias.
Sento-me sob à mesa.
Desonesto,
falando dos dias felizes...
O mar flamejante está à procura de marinheiros.
Soluto porque sou mar de desespero.
Não tenho amanhã,
nem cultivo.
Tampouco porto para ancorar-me nas ilhas incipientes criadas no manjedouro...
No dia a dia,
espero lentidão velada que sufoca-me.
Afoga-me nas substâncias de combinações não feitas,
rarefeitas no tempo sacrificando pulmões.
Sou expressões resultando incoerência,
dias sem sentidos.
Submergindo fracassos nas torturas,
acasos imperceptíveis,
procuras...
TRAVESSIA
A chuva fina caí em direções variadas. Às sete da manhã, caminhando lentamente, ele dobra à esquerda numa travessa sem nome. Há muitas pessoas na chuva tomando seus destinos...
Uma senhora de idade carrega uma criança no colo a passos rápidos, tentando atravessar a rua. Mas a rua é ligeiramente escorregadia e íngreme. Esboça-se um ar de complacência...
Mas à frente, ele dobra à direita. Deixando a rua com suas escolhas e impulsos, rude e indelicada. Agora impulsivo, espera-se a próxima travessia dilatando o corolário, súbito à espera de um milagre...
A custo de que?
“Sua” ideologia, seu ponto de vista, suas crenças, seu narcisismo... A custo de que tudo isso está acontecendo? Já parou para observar o que fere toda essa sua forma de pensar, agir e falar? Já começou a observar as consequências do seu ponto de vista? Já começou a observar as falhas das suas crenças e abrir mão do seu narcisismo que te impedem de ver além do espelho? A custo de que toda minha vida está pautada? A custo de que a minha crença foi criada? A custo de que as coisas existem? A CUSTO DE QUE ESTOU SENDO AQUILO QUE NÃO SOU?!
Eu quero amar! Ou melhor, sentir...
Acontece que, por muitos anos estão sendo bloqueado tantos sentimentos aqui dentro. Eu não sei como descrever essas repressão de sentimentos que tanto quer sair, mas não me sinto vivo, não me sinto humano. Me sinto um robô sem sentimentos, sentimentos reais... Assim, é como se tudo que se passa aqui dentro tivesse sido objetivado, ou seja, é como se eles fossem abstratos, não consigo gerir o que gostaria de sentir, transformo os mesmos em objetos inexploráveis.
Com toda essa falta de conhecimento dos próprios sentimentos, acabei construindo obstáculos emocionais, tenho medo de amar, chorar e sentir.
Contudo, hoje tive uma gota de “vida”.
O filme: - “Um limite entre nós” despertou algo que estava aparentemente morto. Uma pequena explosão surgiu, não sabia o que era até começar a tomar conta do meu peito, tentei eliminá-la como de costume, por medo de sentir dor. Mas sem sucesso, foi então que essa explosão foi ganhando tamanho, explorando todo o meu corpo até eu me dar conta de que estava sentindo, sentindo dor e felicidade, as lágrimas desceram e eu não me contive, apreciei cada segundo de lágrimas e emoção que, por muitos anos estavam submersas em uma pessoa frustada emocionalmente.
FRAGMENTOS III...
O trajeto era da casa para o aeroporto. Sempre às cinco da manhã para que os malotes de jornais chegassem a tempo para serem distribuídos aos pequenos vendedores de jornais. Nessa época não tínhamos Internet, nem ouvíamos falar. As notícias eram vendidas fresquinhas de casa em casa, de rua em rua, de comércio a comércio...
As lembranças daquele homem calvo ao volante, dirigindo seu carro para o aeroporto, após mais de trinta anos, sempre são perceptíveis na alma. Sempre de óculos. Pulso firme. Mostrando ser defensor de uma vida de igualdade e melhoras para todos...
Seu Arthur Martins, homem que tenho referência indescritível. Pela benevolência. Nos deixou num dia qualquer. Não sei qual fora a estação. Tampouco isso importa! O importante é que houve um homem que fizera a diferença a vários meninos de rua, plantando esperança. Fez vidas melhores. Sou fruto disso...