Poesias de Animais de Estimação

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Dizem que gatos têm sete vidas, mas o meu só precisa de uma. Que ambições têm um gato? O meu ambiciona cuidados, um amor confortável e comida farta. Gato gosta de casa e, por esse motivo, construí em mim alguns cômodos só pra ele passear com seus passos mansos e nada leves. Deixou de tomar leite e me bebe aos goles. Mergulha num banho de língua e passa horas com a língua de fora, limpando suas palavras nas minhas reticências. Lambe naquela categoria como manda o figurino. Na hora de pedir carinho, esfrega seu corpo nas minhas pernas e no momento que quer atenção, mia forte, mia tão forte, que confundo com latido. Todo gato tem a dona que merece, e o amor que a patroa sente por ele, é contraindicado caso não haja adrenalina. Gato que gosta de ser jogado pra cima só pra cair com as quatro patas no chão. É, o frio na barriga faz parte da emoção sem medida que gosta de sentir. Gosto de ver meu gato reagindo às emoções e coloco no pires sensações líquidas. Ele acompanha meu raciocínio com uma simples olhada e me segue só por causa do meu cheiro. Gato mimado, cheio de vontade... estraguei o gato, será?

Do meu gato cuido eu.

O tempo?", disse um personagem meu:
"precisamos fazer dele nosso animal de estimação,
ou ele nos devora.

Tenho três paixões na vida: gatos, livros e árvores.
Os gatos me ensinaram a silenciar e meditar, os livros abriram minha mente e as árvores me ensinaram a “sentir” a dimensão do Cosmos e de mim mesma.

A UM GATO

Não são mais silenciosos os espelhos
Nem mais furtiva a aurora aventureira;
Tu és, sob a lua, essa pantera
que divisam ao longe nossos olhos.
Por obra indecifrável de um decreto
Divino, buscamos-te inutilmente;
Mais remoto que o Ganges e o poente,
É tua a solidão, teu o segredo.
O teu dorso condescende à morosa
Carícia da minha mão. Sem um ruído
Da eternidade que ora é olvido.
Aceitaste o amor desta mão receosa.
Em outro tempo estás. Tu és o dono
de um espaço cerrado como um sonho.

O gato e o pássaro

Uma cidade escuta desolada
O canto de um pássaro ferido
É o único pássaro da cidade
E foi o único gato da cidade
Que o devorou pela metade
E o pássaro deixa de cantar
E o gato deixa de ronronar
E de lamber o focinho
E a cidade prepara para o pássaro
Funerais maravilhosos
E o gato que foi convidado
Segue o caixãozinho de palha
Em que deitado está o pássaro morto
Levado por uma menina
Que não pára de chorar
Se soubesse que você ia sofrer tanto
Lhe diz o gato
Teria comido ele todinho
E depois teria te dito
Que tinha visto ele voar
Voar até o fim do mundo
Lá onde o longe é tão longe
Que de lá não se volta mais
Você teria sofrido menos
Só tristeza e saudades

É preciso nunca fazer as coisas pela metade.

Gato que brincas na rua
Como se fosse na cama,
Invejo a sorte que é tua
Porque nem sorte se chama.
Bom servo das leis fatais
Que regem pedras e gentes,
Que tens instintos gerais
E sentes só o que sentes.

És feliz porque és assim,
Todo o nada que és é teu.
Eu vejo-me e estou sem mim,
Conheço-me e não sou eu.


Fernando Pessoa, 1-1931

GATO NA GARAGEM

Que imensa preguiça!
Um gato se estica
longo, de pelica,
de pluma e peliça.

A noite é de tubos
de rodas e cubos
borracha e aço curvos
em subsolos turvos.

Que noite! uma poça
de sombra na boca.
Cega, se alvoroça
e infla, a pupila oca.

Luminosos manda
seus olhos; verde anda
em luz; anda e nada
e é dono do nada.

A noite postiça!
E o gato se estica
em sua pelica,
em sua peliça.

Se um poeta falar num gato
Se o poeta falar num gato, numa flor,
Num vento que anda por descampados e desvios
E nunca chegou à cidade...
Se falar numa esquina mal e mal iluminada...
Numa antiga sacada... num jogo de dominó...
Se falar naqueles obedientes soldadinhos de chumbo
[ que morriam de verdade...
Se falar na mão decepada no meio de uma escada de caracol...
Se não falar em nada
E disser simplesmente tralalá... Que importa?
Todos os poema são de amor!

Gato preto não dá azar, pio de coruja não é sinônimo de mau agouro, corvos não indicam morte, sonhar com cobra não é traição.
Todas essas lendas indicam que nós humanos somos desprovidos de sensibilidade e compreensão da Mãe Natureza. Se esses e outros animais estão palmilhando o planeta conosco é sinal que somos todos um prolongamento do outro, somos um elo de vida neste imenso cosmos.
Afinal, somos todos um perante o cosmos.
Preconceito é ignorância. É doença da alma.

Conviver com animais de estimação é um dos maiores privilégios que podemos ter na vida. Cães, gatos e outros bichinhos são pacotinhos de pelos, embrulhados com amor e enfeitados com delicadeza. Impossível ficar triste na presença de um animal de estimação.

Gato. Um autômato flexível e indestrutível, fornecido pela natureza para ser chutado quando as coisas vão mal no círculo doméstico.

No topo da árvore de Natal, em vez de um anjo, o enfeite é um gato. Todos os gatos são anjos disfarçados percorrendo a Terra para nos ensinar como silenciar, meditar e amar.

Depois que se tem um gato nunca mais quer um cachorro, gatos têm alma puramente livre e independente enquanto os cachorros nascem para manipular.

Há muito o que se aprender com gatos. Se você se afasta de um gato, ele pula de volta para seu colo. Se você quiser pega-lo, aí ele foge de você.

Quando adotamos um cachorro ou qualquer animal de estimação, sabemos que isso vai acabar com a gente tendo que dizer adeus, mas ainda assim fazemos isso. E fazemos isso por uma boa razão: eles trazem muita alegria, otimismo e felicidade. Eles encaram todos os momentos de cada dia com essa atitude.

E por isso eu queria ter um animal de estimação, um cachorrinho solto pela casa. Porque quando você ama um cão, ele te ama também. E eu queria algo onde pudesse pôr o meu amor.

A dedicação dos meus animais de estimação sempre foi tão intensa que não sei na vida quem me deu mais atenção, eles ou os seres humanos que me rodeiam.

Meus animais de estimação já me disseram e fizeram por mim muito mais do que muitos seres humanos que me cercam.

Animais de estimação são criaturas que nos cativam pela graciosidade, companheirismo e são muito mais do que boas companhias. Eles dividem conosco o privilégio de existir!

Muitas das vezes, nossos próprios animais de estimação demonstram para nós seres humanos o verdadeiro significado de um amor puro, sincero e verdadeiro.