Poesias com rimas para transformar pensamentos em emoções

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⁠" ENCRUZILHADA "

Me trouxe, o sonho, para a encruzilhada
que está diante de mim sem compaixão
já visto não mostrar-me a direção,
perigos, prêmios, sorte… Não diz nada!

Que rumo dar às coisas da paixão
se tudo foi ficando pela estrada
e a decisão que agora for tomada
dará consolo (ou não) pro coração?!

Seguir pra onde, pois? Qual o caminho
há de me garantir amor, carinho,
e me dará repouso à alma perdida?...

Aos pés da encruzilhada estou agora
sem ter a direção pra ir-me embora
de encontro ao grande amor da minha vida!

⁠" DESAFORTUNADA "

Eu vago a inércia do que chamam vida,
na incompreensão de ser quem deveria…
Se eu acordasse agora, morreria?
Custosa a volta! O quê dizer da ida?!

Vejo eu criança, mas cresci um dia…
E tudo, então, foi caos e despedida
quando a esperança fez-se por perdida
levando embora o riso e a alegria.

Estrelas, planetoides, astros tantos
e eu, pequenino, imerso nos meus prantos
serei poeira cósmica, mais nada?…

Quem sou? Que sou, na inércia itinerante
da vida me estendida por restante?
Ó alma inquieta e desafortunada!...

⁠" ENAMORADO "

Eis que a pupila faz-se dilatada,
aumenta, acelerada, a pulsação
e a pele traz, ao rosto, a sensação
de fogo, de calor, fica corada…

Dispara, inconsequente, o coração
e a mão, num transpirar, fica suada
porquanto na garganta, ali, travada
a voz segura a força da emoção!

Desaparece o chão, a terra, o céu
e, a segurança, vai pro beleléu
no instante em que, o olhar, vê o desejado…

É sempre assim, com todos, dita a vida,
fazendo que a paixão seja sentida
se alguém se encontra, pois, enamorado!

⁠" RESGATAI "

Apaixonados, loucos, insensatos,
vós todos que ainda crêem na poesia,
no sonho, no irreal, na fantasia,
erguei-vos para constatar os fatos:

Sois vós que ainda combatem a heresia
e que dão testemunho a tais relatos!
A humanidade e os filhos seus, ingratos,
perderam, pois, de amar, toda a magia!

Depende, assim, de vós, ó desvairados,
salvar os homens, todos condenados,
do inferno de viverem na razão…

Uni-vos, menestreis, com os amantes,
enfeitiçados, débeis, delirantes
e resgatai o amor ao coração!

⁠" À AQUELE "

Buscai os altos céus, braços erguidos,
ciente que é um presente, o dom da vida,
e graça gloriosa recebida
os dias que nos são oferecidos!

E que a palavra sábia proferida
nos seja em gratidão pelos pedidos
quer tenham sido, ou não, nos concedidos
por benção sempre, aqui, imerecida.

Erguei as mãos… Louvai! Hoje estais vivo!
Teu coração não mais se faz cativo
dos erros, do pecado, do passado…

Assim, com fé, braços erguidos, louve
mostrando que ao teu coração aprouve
servir à Aquele que te tem amado!

⁠" PERGUNTADO "

Que nos dirá o amor, se perguntado,
aos ver-nos frente-a-frente, qualquer dia,
depois de nossa intensa rebeldia
pra com tudo o que tem nos ofertado?!

Será que nos verá com alegria
pesando, prós e contra, o resultado
ou nos dará por chão predestinado
sentença contra nós por heresia?

Pois que, pensando bem, culpa não tem
se não encontra o amparo de ninguém
já que o proclamam causa de sofrer…

Se perguntado, o que dirá o amor
ciente que só ele é o redentor
da cruz que decidimos nós viver?!

⁠" AVANÇA "

O tempo avança, as horas, nossa idade,
o mar avança à praia por barreira…
Avanços se darão a vida inteira
por bem, por mal ou por necessidade!

Avança a morte, certa e derradeira,
o julgamento para a eternidade…
Até a ciência avança em liberdade
de forma firme, clara, costumeira.

Avanço o meu olhar à tua procura
com fome de paixão nessa loucura
de te querer pra mim cada vez mais…

E até o amor que, outrora, era criança,
tomado de desejos mais, avança
pra me atracar no amparo do teu cais!

⁠" EMBUSTE "

Eis que ela fez a aposta; deu em nada!...
Jogou todas as fichas sobre a mesa
contando, displicente, co’a certeza
de, enfim, ganhar o jogo de virada.

O amor tem regras próprias, sem defesa!
Não deixa o uso de carta marcada
nem que se quebre a banca, se a jogada
negar o uso de total clareza.

Bancou seu jogo de fera matreira
e não notou o avanço da rasteira
que a levaria a, ali, quebrar a cara…

Nas mãos, as suas cartas deste embuste
mostraram-se, do amor, fora de ajuste
por vícios, por luxúria, farsa e tara!

⁠" IMAGINO "

Te cravo os olhos meus! Eu te imagino
no mais secreto do meu pensamento
onde, em registro, crio ali, fomento,
a sede de querer-te e, ainda, assino!

Não tens ideia deste meu intento,
sequer de tudo o mais que aqui maquino
provendo, ao meu desejo, o seu destino
que, sem qualquer pudor, risco e o invento.

O bom do imaginário é que em secreto
o pensamento fica ali, discreto,
oculto aos olhos de qualquer pessoa…

Eu te imagino como quero, então,
na força redentora da paixão
e nem percebes que isso, em mim, ressoa!

⁠" CONFLITO "

Fico a pensar: pra quê? Qual o sentido?
Quem dita as regras desta sociedade
escravizante, inapta, na grade
de uma prisão sem fim? Caso perdido!

As normas dadas não têm de piedade
a pesa esse sistema, em si, falido
imposto num tormento desmedido
que rouba o senso, a paz, a liberdade.

Se faça assim, ou desse jeito assado,
do mesmo modo que foi no passado
e ai de quem não faça como dito…

Pra quê? Por quê? Que diferença faz
se, ao fim, de resultado nada traz
além de um coração sempre em conflito?!

⁠" RARO "

Envelhecido fui do jeito certo;
aprimorado ao tempo decorrido!
Melhor fiquei por tudo o que vivido
enquanto o amor manteve-se por perto!

Melhor na consistência, no sentido
de bem mais encorpado, assim, decerto,
e, ao paladar, de opiniões liberto
fazendo-me, pro trago, o preferido.

Quem me provou atesta a qualidade,
o bom buquê, a essência e intensidade
de uma paixão sem preço e sem medida…

Do jeito certo envelhecido, raro,
ainda, à juventude, me comparo
e bem mais caro me tornou a vida!

⁠" FELIZ "

Feliz se pode ser, como é o intento,
nas coisas simples, sim, do dia a dia…
É como livre, leve, em harmonia
se dança, num momento, junto ao vento!

Qualquer pequeno instante de alegria
vivido intensamente e a contento
se faz, para a alma, um eficaz sustento
e nos envolve pleno em sua magia.

O essencial (aos olhos, invisível)
se torna assim, perante nós, possível
mediante um coração terno e feliz…

De instantes breves de felicidade
se pode aqui viver, na intensidade,
o bom da vida que sempre se quis!

⁠" ENCERRA "

Eu sou de São João da Boa Vista,
estado de São Paulo. Enfim, Brasil!
Sou filho dessa terra-mãe gentil!
Um poeta, um sonhador, quase um artista…

Banhada pelo sol num céu de anil
São João se curva à Serra da Paulista,
aos pés da Mantiqueira que, ao turista,
retrata sua beleza em bom perfil.

É terra de paixão, mulher bonita,
estrada do minério e da bauxita
que vem de Minas bordeando a serra…

Aqui me fiz, cresci, ganhei a vida,
amei com toda a força me estendida
e hei de morrer o verso que me encerra!

⁠" REVELE "

Ah, se soubesses ler o pensamento
ou desvendar o oculto ali guardado
terias, ante os olhos, revelado
deslizes tolos do meu sentimento.

Exposto, sem arranjos, desnudado,
quer mesmo no relance de um momento
o afeto, causa e cruz do meu tormento,
te mostraria o que tenho pensado.

Desejo? Só vontade? Sedução?
Lascívia que me brota ao coração
ou simplesmente amor à flor da pele?...

Não sabes ler o pensamento em mim,
porém, num dia desse, digo, enfim,
que pode ser que eu mesmo o te revele!

⁠" PERSEGUE "

Persegue-me o olhar, discreto ou não,
de críticas composto em sua essência,
disposto ao julgamento sem clemência
e pronto para dar condenação!

Se, eu, alvo sou aqui dessa imprudência
sinal que estou bem forte e vivo, então,
e não vesti, ainda, o meu caixão,
mas sigo a poetizar essa existência.

Bem visto ou não bem quisto, estou na luta
deixando a minha marca na disputa
que há de permanecer à eternidade…

O olhar que me persegue me desculpe,
mas nada vale a ideia que ele esculpe…
E ainda terá de mim (verás) saudade!

⁠" A DÚVIDA "

Não sei! Tô cá na dúvida insistente
pensando no que tem real valor:
me dizes que é paixão, que é tudo amor,
mas não te fazes nele, aqui, presente!

Não tens bom argumento ao teu dispor
por mais que te apresentes eloquente
e, ao fim, esse teu jeito displicente
não acrescenta nada a teu favor.

Um gesto vale mais que mil palavras
portanto, as tentativas que aqui lavras
não me convencem do que já foi dito…

A dúvida, mais forte, aqui persiste
e já nem sei se o amor real existe
no quanto mais, sobre a questão, medito.

⁠" EXISTE "

O quanto, num olhar, existe expresso?
Palavras diz num movimento mudo
e, sem nada dizer, nos conta tudo
passando sua mensagem com sucesso!

A forma como diz e aqui aludo
diverge em muitos pontos no processo,
mas todo o conteúdo ali professo
revela mais que o dito à voz, contudo.

O olhar agride, mente, diz, desnuda,
convence, engana, chora, pede ajuda
e conta o que não diz sem dizer nada…

O quanto expresso num olhar existe?
Quem tenta descobrir, logo desiste
pois tem segredos dele na parada!

⁠" SER OU NÃO SER "

Pois é: ser ou não ser! Eis a questão…
Serei o que já sou sem o saber
ou não serei o que nem sei dizer
já visto que ando sempre à contramão?

É para ser ou não? Vou me abster…
Não tenho, para tanto, compreensão
e já nem sei se sou quem sou, então…
Melhor nem crer que sou do que descrer!

Me dizem para ser, mas não o são…
Contesto e já escuto um palavrão
que não condiz também com o ordenado…

Não ser, ou ser… Questão ainda aberta
que põe meus pés na via, a mim, deserta
sem dar resposta alguma ao questionado!

⁠" PORTEIRA "

Espero, na porteira desta vida,
o meu destino de antemão traçado
que logo há de chegar-me, abençoado,
conforme a escrita já me prometida!

Vou me alegrando dele no traçado
pois que o avisto vindo na medida
me despontando aurora em paz, florida,
a perfumar de amor o meu roçado.

Assim, de mim, mais perto a cada instante
me traz felicidade em seu semblante
e novos horizontes na bagagem…

Da vida, na porteira, espero vindo
o meu destino de um prazer infindo
chegando a me ofertar nova paisagem!

⁠" A MORRER "

Durante o tempo todo já sabia
que ao fim, na apoteose, o seu enredo
não mais teria encanto e nem segredo
restando só manter a fantasia!

Fez de confete o anseio seu, o medo,
e a serpentina envolta na magia
foi toda essa paixão que lhe envolvia
que, bem sabia, acabaria cedo.

Mas desfilou seu sonho na avenida
completamente tendo, a alma, cingida
a congelar, o tempo, um só instante…

Viveu intensamente o seu momento
com todo o ardor real do sentimento
como a morrer pra tudo o mais restante.