Poesia Tristeza
Eu to cansado
Cansado de gritar e não ser ouvido.
De implorar ajuda.
De ficar só.
Eu to cansado de me encher de vazio e pacientemente achar que vai melhorar.
Eu to cansado de manter a aparência que tá tudo bem. De ter que ouvir que por eu ter uma vida tão Boa, Não possa ter problemas. Dores e medos.
Eu to cansado de me sentir sozinho, de não poder contar com ninguém. Eu to cansado cara, esgotado há tanto tempo que já nem sei. Cada dia que eu saio, cada viagem que eu faço, só mostra o quanto é ruim ficar em casa. O quanto o silêncio do meu peito é grande. O quanto eu to afundando aos poucos e fico tentado mentir pra mim mesmo.
Eu to cansado...
Cansado de achar que um dia vão querer saber como eu me sinto. De que algum dia vão realmente perceber que eu to cansado.
Me permiti sentir meu amor
Aquele guardado no meu peito
Não me lembro bem de quando fiz isso nos últimos tempos.
DESENHOS DOLOROSOS
Numa folha branca te desenhei do meu jeito.
Os olhos saíram meio tortos, o rosto com formato estranho. De fato, ao terminar, o que desenhei não era nada parecido com você.
Fiquei atordoado vendo aquele desenho; comecei a apagar e redesenhar, redesenhar, e redesenhar, até eu conseguir te expressar verdadeiramente no papel, mas adivinha? Eu não consegui.
Doeu saber que te desenhei na minha vida da forma que eu queria, e não como você realmente era.
Doeu ter que aceitar que por mais que eu tentasse te mudar, você nunca ficava parecido, afinal, aquilo não era você, somente, o que eu esperava ser.
Como doeu me iludir com minhas próprias mãos, esperar a mudança que nunca vinha, acreditar que eu seria tão especial a ponto de te mudar; e não é que eu não seja especial, eu sou, mas apenas controlo o meu ser.
Quando me reconstruir
quero ter janelas enormes
Pra que nenhum canto em mim permaneça tanto tempo no escuro
Pra que algo consiga ser maior que minha solidão
Mas não cobrirei minhas rachaduras
Nem disfarçarei minhas angústias
Carrego comigo cada mulher que eu já fui nas minhas frestas
Usarei esses vazios como respiro e não como ruínas
Ainda penso em ti libélula minha,
da última vez que assisti seu pouso
e continuo
evitando os dias bonitos pois perdi a habilidade de vivê-los.
Ao se pôr o sol cai e quebra
destrói cada flor de lembrança
foi lá que derramei essências de saudade
mas a vida continua avançando ironicamente
cada minuto parece debochar de mim
está quase impraticável o atravessar dos dias
agora só faço contar semanas.
Ainda vives em mim libélula minha;
com suas asas não esmago nenhum jardim de vida
sei que um dia
criaremos juntas um mosaico com aquele sol quebrado
CIMENTO, TECIDO E CALÇADA
Jogado ao chão sem mera importância; afogado em si pela água; incomodado por ferramentas humanas; lançado de qualquer forma como filho do nada. A parede segue rebocada, enquanto o cimento constrói sua casa.
Furado em todas as partes; ligados a força bruta; arrochados injustamente; jogados ao corpo, e ainda assim são humilhados. O tecido segue vestindo, mesmo sendo sempre usado.
Pisado diariamente; sujado pelos outros; queimando-se no sol, molhado sem querer banho; sofrido é o tratamento do piso, rejuntado sem cimento, fortalecendo o caminho de todos, em pleno sofrimento. O paralelepípedo preenchia, enquanto a calçada era formada.
SEREI EU, TU E NÓS
Serei tu, serei vento,
Serei oceano, serei filho do tempo.
Fui negado, mas aprendi a ser birrento, não aceito o mundo de outra forma, sou um puro egoísta que silencia e não volta.
Serei eu, serei tornado, serei fogo, serei filho do caos.
Tomado pela dor da mágoa, sangrando e fingindo não ser nada, respingo tudo no chão, mas no fundo, sou filho do nada.
Serei nós, serei neve, serei terra, e no fim serei um peixe, que apenas nada.
PRA QUANDO ESTIVER COM SAUDADE
Temo a solidão que me habita sem sua companhia, sempre que não te vejo, sinto uma escuridão, uma escuridão sem nome, sem corpo e sem rosto. Feita do mais leve e puro ar, pesada como a gravidade de júpiter, do tamanho da grande muralha de Hércules, cobrindo a coisa mais sensível do mundo, meu coração.
Tal neblina, carregada de tamanha melancolia, é dissipada no momento que escuto tua voz. Essa voz que diz meu nome, a mesma voz que me chama de "amor", é pertencente ao mais belo ser, aquela de que por motivos óbvios não sou merecedor. Ainda me pergunto como essa divindade que é você se misturou e amou uma inferioridade como eu.
Por que com você, horas parecem minutos ? Por que com você me sinto o ser humano mais feliz do mundo ? Que paz é essa que me aparece quando você vem ? Por que prefiro a dor da ferida, do que não ter você comigo ? Essas dúvidas só serão respondidas quando você estiver comigo. Mas você não está aqui agora.
O amor concreto
endureceu minhas artérias
entupiu meus capilares
um fluxo parado mapeando veias tortuosas
– Fibrilação amor
(a gente vive pq sangra)
Eu rezo todo dia por uma falha sistêmica
mas você incentiva contrações involuntárias
Por muitas vezes meu coração acelerou quando pensei em você
Quantas noites em claro apenas nas lembranças
Quantos desejos guardados para realiza-los com você
Mas ficarão apenas nas memórias as vontades reprimidas
E as vontades de ter você por perto
Mas seguimos a vida da forma como sempre foi
Esperando aquela pessoa que te faz perder o ar
Por apenas simplesmente pensar nela.
Um dia produtívo, criativo, incrível e amoroso...
Uma noite de lágrimas e dor na garganta...
Aliás, só o laríngeo grita, e eu?
Eu estou congelada, escondida na armadura que achei no sótão dias atrás.
Agora estou um pouco apática, um pouco nostálgica, e um pouco sonhadora ainda...
Meus sonhos talvez nunca desistiram de colorir uma página ou outra.
Eu não estou sozinha, mas continuo perdida, medrosa e acuada.
Um pouco desesperada as vezes...
Aliás alguns momentos eu desisto um pouco, me canso (é raro, mas acontece muito!)
Amanhã será outro dia...
Pri Augustta
A noite chega, o silêncio, os pensamentos tomam conta. Que frio é esse? Está tão escuro, não consigo ver a luz, tento procurá-la, mas não a encontro.
Quando os pássaros começam a cantar, percebo que um novo dia está a chegar, mas a mente cansada de tanto pensar, já não consegue mais descansar, e tem q continuar a trabalhar . O corpo dói, os olhos pesam, o cansaço consome, mas é o cansaço físico ou mental? Acho que é os dois.
Quando o termina o dia, e a luz começa a se apagar, mais um vez a noite chega e tudo se repete, como um ciclo sem fim.
FILME
Há dias que não existo, simplesmente me abstenho da vida e inexisto, não vivo, não choro, não rio e não escrevo.
Carregado de amargor, vago sem proposito, não há o que fazer. O céu é cinza, o clima é encoberto de monotonia, chateação e desinteresse.
Por quanto tempo isso há de durar ? Até quando terei que sofrer por esse sentimento frívolo que me traz frustação e ansiedade ?
Eu só quero que isso passe, que o dia acabe, que o tempo se quebre e o sol exploda, durante esse período seco e insensível, meu combustível é o ódio.
Talvez eu só esteja sendo dramático, fazendo suspense por algo besta, tentando romantizar o tédio. Não sei
Acho que as vezes não há protagonismo em dias que somos figurantes.
Nos olhos das pessoas vejo minha vida passar. Há cenas tristes esquecidas no chão… — Ninguém as vê.
Shihan Cícero Melo - Hosho Ryu Ninpo
"Quantas vezes a solidão, foi minha companheira na madrugada?
Cheia de orgulho, vem dizer-me estar magoada.
Culpa-me por sua infelicidade, mas da minha mágoa, és a culpada.
É a culpada e ademais, ainda é ingrata.
Quando lhe ofereci abrigo, refúgio, jogou o nosso futuro na sarjeta, arremessou nossa felicidade da sacada.
Eu ganhei na loteria do desgosto com sua empreitada.
Ganhei desprezo, tristeza, solidão e lágrima.
No quesito alegria, eu te dei tudo e ganhei nada.
Sublime! És tu meu Sol, após uma forte trovoada.
Vida estagnada.
Alma abalroada.
Coração erra as batidas, me dá pancada.
A morte é fria, a vida sem ti, gelada.
Perco as contas, de quantas foram as vezes em que a solidão, foi minha companheira na madrugada..." - EDSON, Wikney
Só sabem quão doloroso e angustiante é para o coração, aqueles que têm sentimentos guardados dentro dele e que não podem de forma alguma de expressá-los.
Muitas vezes, porque é visto que os motivos pelos quais estes sentimentos são guardados já pertencem a outra pessoa...
Eu já perdi tudo o que eu tinha,
Nem sei quem eu sou
Se sou as raízes da minha própria verdade ou apenas fruto da realidade,
Refém e filha do meu destino.
Protagonista da minha história, viajante na minha própria jornada, caminhante dessa estrada.
Eu já perdi tudo o que eu tinha,
E, acho que também já me perdi.
Mas, eu me encontro no caminho.
Tem dias que acordar cansa, de só em pensar que terei que levantar, mesmo com meu pesar, e meu desânimo, há um dia que tenho que enfrentar.
Tem dias que levanto, e já vejo o nascer do sol na janela, e me sinto a pessoa mais feliz e sortuda por poder existir, que consigo abraçar o mundo.
Existem dias que vem a tristeza, não vejo a luz na infinita escuridão que me rodeia. Fico a pensar no motivo de ainda existir, e nesse vazio sem fim, dá vontade de dar um fim. Fim a tudo, ou melhor dizendo, nada.
POEMA DA VIDA
Poetas nascem nas decepções, poetas nascem nos amores, poetas nascem nas páginas de grandes livros, poetas nascem nas páginas de pequenos livros, poetas nascem na noite, poetas nascem nas madrugadas.
Poetas nascem no fundo do ônibus, poetas nascem em um dia nublado, poetas nascem no banco de trás do carro, poetas nascem no sofá, poetas nascem no bloco de notas, poetas nascem na sala de aula, poetas nascem em todo lugar.
Todos fadados ao mesmo destino, fadados a mesma rotina tediante, fadados ao romance da solidão. Todos viverão de eterna melancolia, mas nunca morrerão infelizes.