Poesia sobre Silêncio
não lembro quando foi que me
transformei em silêncio.
só sei que agora eu grito muito
alto daqui de dentro desse ser
soturno e ninguém me ouve
BENDITO SEJA O SILÊNCIO
Vamos andar com passos leves, esquecer de nossas dores, não acreditar em fantasmas e procurar jamais deixar o medo nos dominar.
Vamos procurar ser sempre gentis e pacíficos, mantendo assim a nossa alma tranquila.
Vamos deixar que o carinho toque nosso coração.
Vamos aceitar todos por inteiro e lembrar a cada instante que todos cometem erros e que têm diversas imperfeições.
Vamos nos doar mais, perdoar mais e julgar menos.
Difícil para nós sermos iluminados, como um anjo, uma flor ou um passarinho, mas devemos acreditar que podemos voar e que temos a liberdade de ir ou ficar, estar ao relento ou construir nosso ninho.
E benditos sejam os verdadeiros amigos, aqueles que “ouvem” o nosso silêncio.
Silenciosa viagem.
Ah! A luz fugaz...
Minha primeira refeição do dia:
Uma taça de vinho da garrafa vazia.
Água da vida para um vagabundo?
Sopa de pedras para o jantar!
Maldita libido!
Antes um cigarro, agora um lago.
Grito mudo na porta de luar!
Amor? Mais amor!
A viajante solitária no encontro de si mesma.
Página a página.
Ei-los: A rosa - O vento (No jardim íntimo, onde cada solilóquio é confessado).
Harmonia e confusão.
Balão suspenso.
Bocas seladas, casas desabitadas.
Piada ou conto de fadas?
Aquele mofo por trás das cortinas.
O pó mágico que entorpece a língua.
Anestesia para as narinas cansadas.
Sem cheiro, sem pelo, nenhuma cor.
Amor e ódio na tela da TV.
Amor e ódio no jornal, na varanda e no quintal.
Na cama sempre é doce!
Meias verdades calçando sapatos de lã.
Ou será essa também uma laranja inteira?
A mulher piano certa nas mãos do pianista errado.
Mais uma folha de papel timbrado, amassado e rasgado.
Um mar de silêncio do quarto, grito mudo outra vez.
Loucura, remédio sem cura, lixo, fumaça, embriaguez!
Juízes equilibristas.
Deputados malabaristas.
Sorrisos de elástico vomitando dúvidas.
Alimentam bocas pela certeza.
E as calçadas estão repletas deles.
O vento que afaga meus cabelos, ele também me beija.
E a morte me belisca a cada nova piscada.
Ah! A luz fugaz...
Amor, mais amor.
Grito mudo na porta de luar!
O limite do silêncio é uma onda com frequência infinita.
Não há timbre mais belo capaz de compor o universo.
Se você pudesse decifrar o silêncio do meu olhar e os meus pensamentos...
Você não teria nenhuma dúvida do que sinto por você.
Que a força do que sinto por você
Seja suficiente para ser eterno no meu ser
Que a eternidade pense e repense
Sobre um dia tirar você de mim
Que a saudade pense e repense
Sobre um dia você deixar de ser o motivo dela
Que a felicidade pense e repense
Sobre um dia os meus sorrisos não ser sobre você.
Que tudo que seja dito pelo meu coração
Seja eterno no teu
Que no meu silêncio seja dito
As mais belas palavras
E que você compreenda cada uma delas.
NÓS
Não há quem imaginar possa
o amor tido, em noites infindas,
vivIdo minuto a minuto,forte
incomum verdadeiro,
Amor sentido por inteiro um querer
que se tem,de corpo e alma,que passa
paz e calma.
No silêncio grita a sua força, poucos
o sentem assim,quando um falta a saudade,
é atroz.
A esse amor vivemos,nós dois, a sós.
Roldão Aires
Membro Honorário da Academia Cabista. RJ
Membro Honorário da Academia de Letras do Brasil
Membro da U.B.E
Acadêmico Acilbras - Roldão Aires
Cadeira 681 -
Patrono- Armando Caaraüra- Presidente
Somos seres expressivos, muito mais do que comunicativos.
Quando nascemos, antes de aprendermos a balbuciar, nossa comunicação acontece por meio dos gestos e pequenas expressões.
E mesmo quando não podemos ou não queremos dizer, nossas expressões figuram tudo o que foi calado.
Há um vocabulário que grita no silêncio!
O corpo fala o que não verbalizamos, e até revela a verdade oculta nas argumentações falaciosas.
De maneira voluntária ou não, o corpo entrega sinais e mensagens através das emoções.
Não é à toa que as relações mais fortes são aquelas em que as pessoas se compreendem somente pelo olhar.
Procurando respostas
Na minha íntima alma, há um alguém residente!
A sós, no inóspito silêncio de momentos,
ao confidenciarmos assuntos dos idos da vida,
ele se vai;
para o não sei dos lugares...
Você parece tão dona de si
E eu, tão dono de nada
Sua cabeça parece nem estar aqui
E a minha, sempre preocupada
Seu silêncio parece magia
E o meu, pura covardia
Seu abraço parece seleto
E o meu, tão incompleto
Sua presença parece notada
E a minha, sempre evitada
Suas palavras parecem ajudar
E as minhas, alguém machucar
E nessa eterna dissonância
Vamos tomando distância
Sem saber onde vai dar
"Escutei um dia, que o solo que até então não conhecia, por força do destino
meu braço alcançaria,
a terra prometida que seria, para viver, para amar,
para ouvir o mar
e para um dia silenciar, reencontrar o silêncio
e a terra voltar"...
Não fale. Aja em silêncio.
Não lamente. Seja determinado.
Não desvie dos seus objectivos. Tenha foco.
Não tenha pressa. Mas, seja dinâmico.
Não gaste dinheiro. Seja forreta.
Não seja um eterno sonhador. Corra atrás dos seus sonhos.
Seja disciplinado e abnegado.
Afinal, o que é este desconforto vazio e imaculado que parte do coração e chega ao estômago fazendo inverno ? Será que são as flechas envelhecidas do menino cupido, ou simplesmente a reminiscência de um outro alguém ?
Certamente todas as especulações são possíveis; quer dizer, menos àquelas que estão sob à luz do plenilúnio perturbando silenciosamente meu orgulho amargo.
Sim! Tenho a personalidade do avesso. Não negarei. Quiça sou um príncipe noturno cuja metamorfose a heteronomia social não ocorreu. Estou para a antiestética da estética trivial, assim como o príncipe "nocturne" para a nobreza do palácio.
...
Agora, sem hora, na varanda da minha casa. Contemplo o detalhe, ressignifico o silêncio. Eu, ela, nosso filho e uma melodia encaixada. Um café delicioso, nenhuma palavra.
Olhos fechados.
Nariz e ouvidos apurados.
Paladar aguçado, saciado.
Nuvens divorciadas.
A solteirice amarela, queimando.
Olhos abertos, sentidos harmonizados.
A casa inacabada.
Primavera em cada árvore.
Profusão de cores como assinatura.
Cidade com identidade própria.
O templo do azul e branco.
Travestido de dragão.
A confluência de possibilidades.
Quem quer ir, quem quer chegar.
O galo cantando fora de hora.
E a vida me dizendo: - relaxa, se aquieta.
Ansiedade abduzida, eu livre.
Um pedaço de papel.
Uma esferográfica falhando.
Sensações partilhadas.
A prova da minha vida materializada.
Aleluia, simplicidade.
Sem amor eu me sinto livre
e vazia...
pelo menos eu não preciso confessar,
que estou amando e ser punida pelo
seu silêncio.
OS BENEFÍCIOS DO SILÊNCIO
Poder se reconstruir e levantar, com mais equilíbrio.
Que nos levam a enxergar o próprio íntimo, reconhecer suas características, suas dores e amores.
Como encontrar essa folga em um mundo tão imediatista e apático.
É necessário ficarmos por um momento inerte para percebermos o encanto dos conselhos do silêncio.
(D)ENTRO DO SILÊNCIO
Foi o silêncio quem abriu a porta
Era um silêncio
com muita melodia lá dentro
Apetecia entrar nele,
semear afetos,
pendurar sorrisos
em linhas horizontais
abraçar detalhes
despir ruídos, perder-me
nas notas musicais
Apetecia correr, alar sem fim,
viver dentro daquele silêncio,
sentir a sinfonia estelar
o som do Universo
na voz do vento,
guardar o tempo dentro de mim
Cale-se mundo.
Deixe me a só com meu mundinho.
Um mundo mudo pra mudar.
Pois no silêncio somos capazes de escutar.
Em cada mundo um coração.
Em cada coração uma canção.
Em cada canção uma emoção.
Nesse silêncio, ainda podemos escutar.
Sei,
Bem sei,
Perfeição não mora em mim,
Eu calo demais,
Tenho minha paz,
Mesmo em meio o caos,
Nada tenho à oferecer,
Além do meu viver calmo,
Que te acalma,
Além da Alma,
Eu vim trazer-te um pouco de silêncio,
Ao seu grito de socorro,
Um jeito,
De mudar seu jeito,
Cheio,
Em meio ao vazio,
Do Universo do seu ser,
Onde eu admiro cada estrela,
No planeta do seu corpo,
Em forma de pintas,
Aprecio cada uma delas,
Cada toque,
Cada pedaço,
Todo seu cheiro,
Que me entorpece,
Enaltece,
Mergulhando-me,
Cada dia mais no teu Universo,
Universo de Alma,
Universo paralelo,
Psicodélicamente em cores,
Sabores,
Suspiros,
Entre gritos, silêncio, beijos, suspiros e defeitos,
A gente se embala,
Se orienta,
Se aguenta,
Até que tudo vira música,
Uma linda canção de Amor.
Silêncio noturno
Viajando no silêncio noturno, no barulho dos gritos, na quietude de vozes, pensando da vida quem foram meus algozes, tento enxergar virtudes e dar vida a auto estima, a quem interessa esse clima!
Pois bem meu caro cada desabafo de um coração é uma partilha da emoção e essa minha fala, talvez é a voz que em você cala por cada decepção, ou não, talvez seja nostalgia por toda alegria naquela carruagem capenga, que não faltou merenda da própria alegria. Enfim esse silêncio fala muito, tic tac a todo instante, o processo vida é desgastante, radiante, se importa faz se importante, o amanhã não é como antes, do pouco que sei, produto do meio que não é o bastante.
Giovane Silva Santos