Poesia sobre Silêncio
O mar presenciará o fim de vossos dias. Ele não dorme, vive em constante vigília. Mesmo quando em maré baixa, parecendo-vos esmorecido, ele observa e ouve atento e silencioso os vossos lamentos.
Assim como o verão se finda e o outono se aproxima, o ciclo de vossas vidas também findará como as estações do ano.
Não se doe totalmente, deixe o que é de vós para vós. Aquele a quem vos doastes poderá não compreender vossa intenção.
A vida é sábia, jamais erra. Ela apenas procura o jogador mais forte para que o jogo seja um grande desafio. Desafie a vida.
Nada é vosso, tudo passa de geração em geração, de ciclo em ciclo. O material fica, menos vossa alma que transmuta em ascensão.
É preciso despertar o adormecer da alma, lutar contra o medo do desconhecido. A cegueira do medo impede que a luz ultrapasse as barreiras contidas nas profundezas do âmago...
Quando vossos lábios não conseguirem pronunciar os vossos eloquentes verbos, vossas almas comunicar-se-ão no silêncio do momento.
A mente vaga nos mais ínfimos túneis da vida quando adoece. Alimentai-a com riquezas abundantes de sabedoria.
O medo impede-vos de abrir as asas e voar; limita-vos a observar a vida de um plano inferior. Abrirdes vossas asas sem medo, voar ultrapassa todos os limites.
Nós nos preocupamos tanto com as coisas materiais esquecendo-nos das grandezas espirituais aprofundadas em nosso espírito.
Vossos méritos poderão não ser vossos. A vida oportuniza para que cresçais, testando-vos, jogando o jogo do destino. Cuidado, se não souberdes jogar o jogo da vida; ela própria vos julgará tirando-vos do jogo.
Que jamais vos esqueçais da humildade doada para vossa jornada. Ela caminha convosco lado a lado. Só a sabedoria angariada pelos tropeços provará vossa resignação.
Não te censures pelas colocações pronominais; os verbos por si só, revelam-se. O dizer e o não dizer é uma metáfora de dois dizeres imprevisíveis.
Muitas vezes a vida é generosa demais convosco; de repente tudo aquilo que vos foi dado, vos foi tirado. Deveis vos perguntar: Fui generoso e humilde o suficiente para merecer o que me foi proporcionado? Ou fui egoísta e cruel para com a vida e os meus semelhantes? A vida faz justiça.
Pobres tolos aqueles que acreditam que a riqueza está no vosso ouro e no vosso cargo. A riqueza habita no vosso coração desde sempre.
Quando vós sois chamados à vida, um coração estagnado tornar-se-á responsável por vosso amadurecimento.
Esconder-se por medo de revelar o que vossa alma tem de mais sublime é o mesmo que estar morto em plena existência.
Porque as pessoas só pensam no dinheiro, no poder e na individualidade, quando podemos plantar a semente do amor, da fraternidade e da paz...
O impulso afasta aquilo que mais almejamos. A calma trará para perto de nós aquilo que jamais imaginamos.