Poesia sobre Silêncio
O teu silêncio ...
Me mata por dentro
Me rasga os pulsos
Me vira do avesso
Me dilacera a alma.
Faz mais...
Me adormece os sentidos
Me fere intensamente
Me faz perder a noção do tempo
Me faz desacreditar que ainda exista amor
Me faz chorar
Me faz me perder
Me faz enlouquecer
O teu silêncio ...
Me machuca profundamente.
ANONIMATO
Grato ou ingrato seu anonimato?
Teu silêncio tem cor da sombra
Que propícia aos crimes, e aos amores,
Hoje seremos felizes...
longe, temores, paúra e lascívia
Longe, fantasmas, ilusões do medo.
Somente ilusões de terror por amor
Grato ao ingrato anonimato ....
_____________ Maria Izabel Sá Ribeiro
Soneto in
Nuvens da saudade
Inquieto-me no silêncio da solidão
Às margens desse mar imenso de saudade
Os segundos vão passando lentos vestidos de ilusão
Numa alma penada afogada na fragilidade .
Pobre de mim! Moro no vagar do cansaço
Vivo aprisionada numa euforia quase calada
Em que os dias passam lentos faltando um pedaço
Vendo minha nuvem de sonhos sendo velada .
Acho que o vazio não desistiu de ficar
Nessa espera triste de um dia inda poder te encontrar
Assistindo de perto meus olhos flutuando .
Quem sabe um dia essa vontade cessa
E o alívio chegue depressa
Nesse meu coração tão cansado de chorar.
AO SOM DO SILÊNCIO
Do fundo da noite
Observo o além...
Estrelas cintilam,
Doce inspiração
Qual prêmio me vem.
Um bando de sonhos
Agita minh'alma...
A brisa carrega
Um cheiro de mato
Que aos poucos me acalma.
Um pouco de vinho -
E mais poesia.
E bailam as horas
Ao som do silêncio
Da noite tão fria!
No silêncio da noite
reflito sobre o meu dia,
o que vivi, o que aprendi...
Percebo que só tenho
motivos para agradecer
pela benção de existir.
Cika Parolin
Ah ,como amo meu silêncio
é canto de romaria em berço esplêndido
é recanto de poeira em orvalhos e ventos
é bailado de cisne em meus pensamentos
é ninho de paz de mãos dadas comigo
é cais de borboletas em bando de melodia
é repouso de anjos passeando por entre paredes vazias.
Tem horas que o melhor é o silêncio. E que ouvir a chuva nos faça retornar a calma. E mesmo que depois de noites em claro e com o estômago vazio o que nos alimente seja a esperança que sejamos capazes de superar as adversidades. E que o peso da expectativa que jogam sobre nós não altere ou nos desvie da trilha certa que tomamos para realizar os nossos objetivos. Pois a saudade, o carinho, o afeto, também estão ligados a compreensão de que em algumas fases da vida, a parceria esta em segurar a barra pesada para que o parceiro possa vencer a etapa.
A solidão não se resolve com a presença dos outros e sim com a nossa capacidade de lidar com a gente mesmo. Com nossos monstros, com os nossos traumas, com nossas fantasias, com nossos desejos. Aquele que não é capaz de estar em companhia de si mesmo e se suportar, estará fadado a jogar o peso de suas expectativas nos outros. E toda expectativa é frustrada sempre.
O que há de ser feito quando as bombas em forma de palavras, de tristezas, de frustrações são arremedadas em sua direção, ainda que aquele que atira sabe que não é a ti o alvo?
É preciso ter paz interna. Paciência, tolerância, e tranqüilidade para não vomitar tudo no outro.
Pois o amor não é exatamente o que os filmes e novelas retratam e querem que nós acreditemos. O amor é quando tudo esta despencando, quando o outro esta fora de controle, quando todas as variáveis estão contra a continuidade da relação e ainda sim você seja capaz de não virar as costas e não sumir!
Por hora o melhor e se voltar para dentro como uma tartaruga se protegendo e ficar dentro do casco e aguardar a tempestade passar.
Ela passará!
Senhor
Que eu saiba amar
No silêncio
Rezar no silêncio
Meditar no silêncio
Estender a mão no silêncio.
¸.•*¨*•ღღ¸.•*¨*•
O meu prazer é mergulhar
minh'alma no silêncio e compor
uma orquestra de próprio alento .
Feito passarinho sozinho
com sede de se acarinhar
em seu próprio ninho !
SONETO ATORMENTADO
Fere o silêncio da áspera madrugada
no cerrado, um árido vento plangente
que golpeia minha alma ali presente
com saudade em mácula mal curada
Busco iludir-me que o zunido em toada
nada mais seja que ilusão descontente
daquela que põe angústias na gente
para deixar solitário e a ventura calada
E o vento insiste, persiste e não desiste
cortando a paz da noite com ruído triste
avivando a dor em suspiro redundante
Se soubesse quanta nostalgia desgarra
o vento teria dó e não seria tão fanfarra
e muito menos nesta solidão tão falante
Luciano Spagnol
Agosto de 2016
Cerrado goiano
Prece in Silêncio.
Tem dias que me permito ao Silêncio !
Não para fugir das ventanias e dos meus tão
intensos desalentos .
Não para acomodar a dor e preencher meus
vazios que vez em quando andam
ao relento .
Não para me esconder dos sóbrios nós da vida
que me entristecem e me prendem a um etéreo
sofrimento .
Não para cintilar o mar de amarguras que
sempre passeia por aqui vestido de
aridez e rasos sentimentos .
Não para escorregar pelas lágrimas e
aflorar os desertos que vêm sempre intensos e
desatentos .
Não ! Dessa vez não !
Me permito hoje ao silêncio ...
Porque quero fechar os olhos e respirar
a vida a cada segundo .
Porque quero passear no quintal da
minha alma e conversar com
os pássaros dos meus
pensamentos .
Porque quero ver de perto o meu casulo
brotando e dando-me a luz a um novo
recomeço .
Porque quero sentir
a pulsação
a quietude
o bailado do vento ....
Porque quero ver as flores aqui
dentro desabrochando me dizendo para
viver a vida enquanto
é tempo .
Hoje me permito ao silêncio ...
Não é por ninguém e nem por nada !
É por mim !
Somente por mim !
As vezes gosto de me sentir uma flor
num vaso .... Solitária .
Me regando de mim mesma .
As vezes gosto de reler o livro da
minha história .
Sem aquele peso
Sem aquele vazio
Sem aquele cinza ao que minha
alma regresse ...
Sabe ? ...
Fazer do meu silêncio ...
Minha própria
Prece !
Ela o amava tanto ... tanto
Como amava o seu canto
Como amava a lua
Como amava o silêncio.
Ali ... sozinha
enquanto o mundo lá fora dormia
Aquele anjo vestia
sua madrugada
de calmaria
de fantasia
de poesia.
HOJE
Eis que a Noite chega
Pego a viola do meu silêncio
Fecho as portas para o desalento
Melodio minha solidão .
Nem sempre é assim
Mas hoje ...
Ah , especialmente hoje
decidi romper as
notas tristes
e compor uma nova canção
em meu coração.
por onde
a chuva da tristeza não
me assista
por onde
as nuvens do vazio não
não me aqueça
por onde
a areia dos meus olhos não
me seja movediça
Hoje ...
Especialmente hoje
decidi me vestir de vento ,
ficar no canto
e melodiar em meu céu
o som da brisa
Fico em silêncio e deixo-me ser contaminada
pela essência do bem ,no mesmo instante em
que começo a sentir a energia em torno de mim.
Assim procuro permanecer a cada dia, e sinto a
energia que do universo traz ao meu favor.
Sinto-me acolhida e acarinhada no mais puro
amor, e noto que preciso de tão pouco para ser feliz.
Percebo que é na resignação que vou encontrando
sempre os bens mais precisos que minha alma busca,
principalmente a sabedoria interior.
Gosto do silêncio...
Vivo me esgueirando por entre multidões
Falo pouco, ouço intensamente.
Sinto demais!
Qualquer movimento brusco me afasta.
Caminho suavemente, sem fazer barulho.
Amo as madrugadas longas e silenciosas...
O silencio me leva a lugares escondidos da alma...
Lá, onde te encontro.
CORTEJO
De que vale evitar a morte, indesejada
Se para o silêncio do chão é o fado
Pois, o que parte, no óbito é calçado
E com solidão a personagem é levada
Com que cortejo desfilar no cerrado
Se o culto deveria estar na jornada
No forrar o cascalho da árida estrada
E não suspiros ao morto derramado
Que importância terá a vida finalizada
Se o elo no amor, então, não foi selado
E tão pouco, a vida, daquele, foi amada
Pra nada adianta ter tarde vazio agrado
Se de volta ao pó, a alma é consagrada
Deixe as rosas de lado, e avance calado
Luciano Spagnol
Agosto de 2016
Cerrado goiano
Sempre há um silêncio no que o outro diz. Mas não compreendemos por achar que só em nós vivem segredos mudos.
Cada vazio é uma vida.