Poesia sobre Reencontro
REENCONTRO
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Foi um tanto confusa pra minha saudade
a mornura do encontro que tanto esperei;
houve grade, fronteira, sinal de limite
ou alarme velado entre tênues lacunas...
Foste branda e polida, puseste adoçante
onde nunca faltava o excesso de açúcar,
teu afeto distante frustrou a presença
e fiquei constrangido com a simpatia...
Não há como sentir dessa forma contida
o que a vida curtiu tão profundo em meu ser
ou deixar decair o que voou tão alto...
Nem te quero comum, reticente, formal,
no formol, na vitrine, com tal reverência
de museu; catedral; conferência; consulta...
O AMOR E O TEMPO
(ao reencontro de um amor verdadeiro, apesar do tempo e das distâncias)
O amor chega.
Instala-se
Feito água forte sem pegadas.
Cativado,
Permanece,
Impávido!
Anos e mais anos-luz se passam
E o amor permanece como semente
Numa sucessão de infindas fases e de lamentos.
São colheitas de vários e gestados frutos
Diuturnamente expelidos dos contatos.
Opa, o amor vai além disso,
das comunicações e dos tratos feitos
Pois o amor, enfim cativo, mas nunca escravo,
É eternamente oferecido em pensamento!
São contatos que não precisam ser presentes
Posto que o amor não necessita de presença física,
É gratuito,
E atua fora do espaço-tempo.
É grão, é sêmen, princípio, causa
Efeito das origens e dos finais dos tempos.
Ai o amor...
Translúcido e transparente,
Permanece, para todo o sempre, sendo
Oferecido de coração a coração e em pensamento!
(2024)
Um dia se eu te reeencontrar
Terei muito pra falar
Conquistas e histórias
Lembrarei nossas memórias
E se um dia eu te rever
Vou saber que é você
Pois me ensinou o amor
Que pra sempre eu hei de ter
Ainda que não te veja mais
Ainda que não conheça a tua feição
Eu irei guardar você
Bem no fundo do coração
E se tudo foi um sonho
Sem dúvida foi feliz
Pois por pelo menos um segundo
Sua presença eu senti
Porque amor é algo que não se tem nunca. É o vento de graça. Aparece quando quer, e só nos resta ficar à espera. E quando ele volta, a alegria volta com ele. E sentimos então que valeu a pena suportar a dor da ausência, pela alegria do reencontro”.
(em "Onde mora o Amor", do livro 'Tempus Fugit'. São Paulo: Edições Paulus, 1990.)
Ontem perdi uma coisa muito importante
Hoje terei que refazer todos os meus passos
Pra poder me reencontrar
Flor de lis
Ouvir tua voz me fez cegar
Me perdi em tuas palavras
Deixei de ser só tristezas
Esquecidas em minhas lembranças.
De te ouvi me perdi
Mergulhei em uma piscina de lagrimas
Esperando por sua atenção
Restaram apenas jardins
Com rosas regadas em lagrimas
Por sua partida.
.
Você é minha flor de lis
Meu guia em dias de chuva
Meu porto seguro em sonhos
.
De ouvir tua voz
Eu me perdi
Acabei ficando louco
Longe de você.
Vou visitar seu jardim
Em busca de minha flor de lis
Pra ver quem sabe, se reencontro a razão.
- Beijo de saudade -
É ouvir o coração dizer que a hora chegou
A do encontro e também da despedida
É sentir o doce da sua boca misturado ao salgado das nossas lágrimas
Quando nossos lábios se apertam na ânsia de ficar
E se afrouxam na esperança de que um dia possam se reencontrar.
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Não olhes para trás, basta com deixar tudo para trás! Não e necessário conquistar nada mais, simplesmente abandonar o que não e necessário, para chegar a essa meta tudo será mais fácil sem bagagens. Não esperes por um sinal meu, aqui estou eu com a minha mão estendida a tua espera para que em-vez de brigar-mos possamos saltar,sorrir e não só como também sentir o tão bom que e ser amado.
Você sabe saudade?
Aquela que vem sem avisar como um vento quente que toca a nuca, trazendo de leve o seu cheiro. Aquela mesma que é doce e molhada como o primeiro toque dos lábios num copo de água gelada no calor de meio-dia, que traz de leve o seu gosto, o doce salgado da sua boca.
É assim que não sinto agonia mas um prazer largo em te esperar, uma graça e uma alegria esperando o momento em que estes meus olhos cansados vão tocar a sua imagem e o meu coração vai disparar, eu vou te abraçar e tocar os seus cabelos. E os nossos rostos, os nossos gostos, as nossas roupas vão se confundir e não estaremos mais sós.
A facada
ontem a tarde foi otima, taças de vinho e brindes entre conversas por vezes descontraídas e as vezes sérias sentados em um lençol na grama sob o sol de inverno, passarinhos caminhando entre nós, como se pertencessemos à uma mesma convivência diária... a vida fica muito boa as vezes, a gente abre uma garrafa, se senta e espera pelo que pode acontecer...
hoje lembro de ontem e pela janela olho lá fora um céu azul louco, tento fazer um círculo com a fumaça azulada do meu charuto barato, sem sucesso...
ergo minha cerveja num brinde silencioso ao que restou de mim, bebo mais um gole dos oceanos da minha dor enquanto lembro que independente do que eu pudesse dizer ou sentir, alguem de fora do nosso céu passou a faca nas asas do pássaro azul do meu peito, ferindo-o mortalmente..
Aqui jazz aquele que não é, por nunca ter sido
agora entendo
estou morto há muito tempo
por isto não consegui me fazer ouvir
a força do desejo do que deixei de viver e Amar é que me faziam acreditar estar vivo
não percebi o último despedaçar das minhas asas e estava de coração quente e cheio de esperanças demais para perceber a queda
quando morri, não houve tempo para me despedir, levantar um clamor ou dirigir alguma súplica
estava vivo demais para isto, inclusive para morrer, mas minha morte não dependia somente de mim
faz alguns dias, talvez semanas, não sei, faz tempo, parece fazer séculos...
ainda suspiram em mim mim os fluídos das almas deitadas na grama olhando a lua
do desabrochar das pétalas de Lótus Líricas que insistem em me acariciar
do aroma da canção que não quer ir embora
olhei para uma estrela longínqua para sentir seu perfume
mas não consegui manter-me vivo
afoguei-me em suas águas lodosas, de sede fui morrendo enquanto te recolhestes da natureza a que pertencias para habitar em algum vaso mundano de cor rubra
o universo é imensidão
nós nos fizemos apequenados demais para sermos notados quando desprezamos o Amor por não aprendermos a Amar
morri antes de acenar uma despedida para teus olhos profundos e delicados
não transbordei teus desejos e nem extasiei seus Amores
a isto, mesmo morto, acreditava estar vivo
não pude fazer com que me lesse
e em sua morte adormecida, fatalmente vim a morrer
e ja não tenho de onde tirar ânimo para ressuscitar outra vez...
enfim, aceito a morte..
Sem paraquedas deslizo rapidamente pelo ar, impelido pelas palavras que agora me escapam.
Alço velas e velames, num desenlace de certames, que me faziam despencar.
Saio da queda livre, para o descanso da descida, em lindos horizontes decidindo me salvar.
O cheiro de céu agora me rodeia, numa névoa que permeia, me autorizando descansar.
Uma brisa de sossego, num momento de apego, toco os pés ao chão.
Um salto de coragem realizado, são e salvo, perdoado de alma e de coracao.
Uma conquista inesperada, uma aterrisagem deslumbrante, um ato até que impensado, mas que com certeza, foi esperado bastante!
Eclipse
Olho no espelho
E não me vejo
Não sou eu
Quem lá está
Senhores
Onde estão os meus tambores
Onde estão meus orixás
Onde Olorum
Onde o meu modo de viver
Onde as minhas asas negras e belas
Com que costumava voar
Olho no espelho
E não me vejo
Não sou eu
Quem lá está
Senhores
Quero de volta
Os meus tambores
Quero de volta
Os meus orixás
Quero de volta
Meu Pai Olorum
Em seu esplendor sem par
Quero de volta
O meu modo de viver
Quero de volta
As minhas asas negras e belas
Com que costumava voar
Olho no espelho
E não me vejo
Não sou eu
Quem lá está
Séculos de destruição
Sobre os ombros cansados
Estou eu a carregar
Confuso sem norte sem rumo
Perdido de mim mesmo
Aqui neste lado do mar
Um dia no entanto senhores
Eu hei de me reencontrar.
No teu olhar eu me encanto,
No teu perfume eu me embriago,
No teu abraço eu me acalento,
Nos teus beijos eu me desconcerto, Mas é em você que eu me reencontro,
O meu coração acalma,
E a minha alma encontra a paz!
Raízes
Estou de volta pra casa
Estou de volta a meu lar
A vida aqui tem sentido
Aqui é que é meu lugar
Oxum passeia na praça
Xangô conversa no bar
Hoje de volta pra casa
Convivo com os Orixás
Estou de volta pra casa
Aqui tudo é natural
Té felicidade é fruto
Que se consegue alcançar
Enfim reencontro a fonte
Donde axé jorrando está
Estou de volta pra casa
Estou de volta a meu lar
A vida aqui tem sentido
Aqui é que é meu lugar
Aqui tem congada samba
Batuque pra se dançar
Tem mulheres lindas lindas
Lindas feito Iemanjá
Mulheres de largas ancas
E doce encanto no olhar
Estou de volta pra casa
Estou de volta a meu lar
A vida aqui tem sentido
Aqui é que é meu lugar
Agora livre de abismo
Livre pássaro a voar
Aqui tenho vida plena
Com a benção dos Orixás
Estou de volta pra casa
Estou de volta a meu lar
Hoje vivo como vive
Caracol no meu quintal
Na próxima curva do rio ou, quem sabe, no cantinho secreto das boas lembranças, um dia, por certo, todos haveremos de nos reencontrar!
Helda Almeida
(02.11.2014)
tenho certeza absoluta que,
se eu me reencontrar (e tenho certeza que vou),
absolutamente jamais decidirei te reencontrar,
e olha que nós nunca fomos bons com decisões,
mesmo eu sempre deixando claro que você era a minha.
Te amo pra sempre
Enquanto durar
Já é meio do ano
Nunca mais me procure
Até quando voltar
Palavra de geminiano
No Rio meus pensamentos são voltados para buscar força e renovar minha esperança para um encontro que já está marcado pelo tempo.
No Mar a alegria do reencontro...