Poesia sobre o Inverno
Pauta e pausa, pausa e pauta, que confusão!
Emoção - serenidade, agitação - delicadeza, felicidade - tristeza.
Nesta dualidade o tempo arrasta a vida, desbota a cor dos sonhos, subtrai a esperança, traz o pranto e a agonia.
Ousado, ignora a alegria, a importância da paz, da fé e da solidariedade. Indiferente consome os segundos, as horas, os dias e a breve vida, entre as frias paredes pintadas com todos os tons da não raras vezes amarga realidade.
Hoje...pausa, porque na pauta não há espaço, cansaço...
Pausa...para que a primavera possa renascer e assim desenhar aquarelas em todos os galhos adormecidos na frieza do inverno.
Inseparáveis
Caminhando na estrada cheia de neve em volta pelas 4:20 da manhã vi beleza, senti medo,
orelhas em pé, olhares atentos, meu cachorro avistou uma vida animada e esperançosa vindo ao longe na nossa direção,
ofereci uma bebida quente e um belo olhar penetrante falando sobre a minha alegria em conhecer aquela bela mulher que se apresentou de surpresa como uma linda aparição,
de passo em passo fomos ganhando a confiança apoiados pelos latidos do meu doce filho peludo,
depois de alguns sorrisos e saberes um do outro o céu voltou a ficar claro, apesar da neve eu me sentia numa manhã de verão,
da li em diante já se vão muitos invernos e muitos verões com nossas mãos inseparáveis.
CHUVA NA CIDADE
Quando chove na cidade,
tudo fica alagado,
tem rua com tanta água,
que eu fico naufragado.
Troco carro por um barco,
pra ver se eu não encharco
e não fico ensopado.
Uma alma triste
Um coração despedaçado
Um rosto sorridente
Assim ela caminha por aí
Apreciando a lua
Criando contos de outrora
Em uma noite invernosa de fevereiro
Ao Tim...
A Morte é forte, é real.
Mas nunca será o fim...
E pro mundo do amor,
Jamais deixará de existir o Tim...
Sua voz, suas canções.
Sempre irão renascer
Ele nunca deixará de ser o ídolo,E o grande cantor da MPB...
Sua voz era nada mais que...
Existe definição para grande harmonia?
Tudo bem que ele era um pouco irreverente,Brigão, faltoso, mas pelo menos;
Alguns compromissos ele assumia...
Não fumava, não injetava drogas.
Não xingava, não bebia.
Não brigava, não cheirava.
Isso é o que ele nos dizia...
Suas letras, sua voz.
O tempo todo só nos passava emoções,
A morte o levou de nós
Mas sua música o eternizou
Em nossos corações...
Tim Maia se foi...
Mas sua emoção ficou com a gente
Eu fico triste com sua morte
Mas a orquestra de Deus ficou contente...
Tim Maia se foi...
Mas a sua lembrança ficou entre nós,
E por isso digo que a morte não é tão forte,
Pois a sua presença nos invade,
Quando ainda ouvimos a sua linda voz...
A paciência do poeta, permitiu esperar o trem em todas as estações,
mas suas doces reflexões,
poderia chegar a primavera,
quem sabe o verão,
pra aquecer o seu coração,
mas, ainda poderá esperar o outono,
um sentimento mais humano,
e por fim o inverno, àquele frio que vai obrigar ele a se recolher!...
✓
Meus dedos cheios
de saudades,
a dedilhar no violão 🎸
aquela canção
que fala de um amor eterno 💓
aquele que em cobertores de rigoroso inverno,
se aquecia
em declamações de várias poesias.
***
"Folhas secas destorcem meu caminho
Antes eu era o sol
Hoje sou apenas a brisa leve
De uma tarde de inverno.
Meus passos ainda cansados
Procuram repouso
Mas só vejo folhas
Encobrindo o rastro que um dia
Criastes para mim...
A natureza desta vez foi mais forte
E me perdi de você..."
Sobre você:
Não há primavera se não houver sua alegria. Não há campo de flores se não houver seu sorriso. Sem a sua essência não haverá luar. Não há brilho se não houver o seu olhar.
Não há azul no céu se não refletir seus olhos. Só há uma rosa no inverno, à infinita sonata dos corvos. ❄☁
Boa tardinha, beirando crepúsculo em solo de brisa, silêncio nas campinas, na invernada e nos caminhos todos. Tenho pena dos que não conseguem ver a poesia do momento, passam sempre rapidamente sem perceberem a vida. Vão atrás de "curtirem", porque dizem - o tempo passa e na verdade são eles que passam e não se detém a um olhar mais profundo sobre o que há ao redor ou mais além.
Sigo na minha toada, leve e com atenção aos detalhes do dia que se despede, agora, com vento bem friozinho. Finalmente - será o inverno? Apenas a chuva não vem, onde andará ? Sou como planta e quero sob gotas dela espairecer. Não me preocupo mais com os corações sem sentimentos maiores e indiferentes a tudo.
Trecho de capítulo de livro a ser lançado
Se tu choras por um amor não correspondido, fraco és!
Não porque amas, mas por ter entregado nas mãos do outro todo o seu eu, vivendo um eterno inverno.
Rudes montanhas agrestes,
Despidas de preconceitos;
Clamam pelas vossas vestes,
Desnudadas de defeitos.
in VERSOS - Trovas e Sonetos
apenas um breve
no invernado do cerrado, ipês, flóreo
num gesto leve, pintando o dia
a surpresa do encanto deste arbóreo
redigi no devaneio, sutil poesia
matizado o chão de fugaz fragilidade
onde decanta a vida em romaria
e a natureza recita-se em suavidade
num cântico breve de doce magia
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2017, julho
Cerrado goiano
IPÊ ROSA (soneto)
Cálice róseo de fugaz formosura
Donde vem teu matizado, o tom
Que o árido cerrado te escultura
No agreste, num veludo crepom
Sois volúpia em flor, tal bravura
Doidas da "sequia", audaz dom
Onde catou a tua cor, ó candura
Belo buquê em poema tão bom
Teus segredos ao olhar rouxinol
Em um canto dum verso e prosa
O teu frescor abrigo no avido sol
Ó almas feitas, casta, tal estriga
Copiosas a esvoaçar ipês, rosa
Na savana goiana toada cantiga
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Agosto de 2017
Cerrado goiano
AMANHECER (soneto)
O sol do cerrado, hoje nasceu no cantinho
da página do horizonte, e o vento friorento
opaco, a chiar na fresta, com olhar sedento
abraçando o dia e, brindado com remoinho
E no cantinho da pauta do céu, momento
dum novo alvorecer, engrunhado, mansinho
encimando o inverno no sertão torvelinho
num ritmo trêmulo, mas cheio de elemento
E o coração na janela d'alma observando
suspenso nos pensamentos, devaneando
enquanto o tempo tingia o olhar de magia
Neste amanhecer da vida de sol brando
que nasce ali no cantinho, dia formando
meus sonhos vão sonhando em romaria...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
2017, junho – Cerrado goiano
Pra não dizer que não falei das flores,
sim, haverá um momento em que virão as flores,
os sorrisos, e os abraços por hora contidos.
Mas este momento não é agora.
Agora é o momento de entendermos
que ficar longe é dizer 'eu te amo'.
É o momento de evitarmos sair o máximo possível.
Podemos brincar, sim, com muitas coisas,
mas não com esta doença.
Agora é hora de sermos bem rígidos, disciplinados
e sérios contra este mal que assola o mundo.
A primavera virá, sim. Tenham absoluta certeza disso.
Mas primeiro precisamos atravessar este inverno.
A Folha
Aquela folha amarelada e já castigada por pragas não veio trazida pelo vento, foi o meu cão quem trouxe. Na face da folha já moribunda os buracos feitos pelas lagartas e a marca de ferrugem gravada em sua pele devido à ação do tempo. Sinal da vida se esvaindo por entre os dedos e da morte se aproximando e se fazendo perceber. Em minhas mãos a percepção da dor e do lamento na alma, por entender a importância daquela simples folha e às inúmeras fotossínteses a que ela se prestou ao longo de toda a sua vida. É mais uma estação que se encerra e mais uma folha que cai e ao sabor do vento é levada. Nos olhos do meu cão o pedido de socorro: Salve-a, por favor!
Prefiro sempre a calmaria,
mas enfrento tempestade,
meu suporte é a poesia,
quando a inspiração me invade
yelseW
Sou uma escultura de gelo
em um ciclo eterno de mudanças
apática, fria e insensível,
um pedregulho sendo aprimorado por um Rockfeller
que me quebra por completo,
que me destrincha totalmente..
Nós dois estamos congelados,
não enxergando a profunda escuridão no interior do outro,
não falando todas as inacessíveis palavras quentes de amor,
não ouvindo seus incompreensíveis sentimentos.
O inverno me cobre por inteiro,
mas um eterno verão vive em meu coração
que só você pode encontrar.