Poesia sobre o Inverno
SONETO AO INVERNO
Inverno, do cerrado, mirradas manhãs
Em brumas, frias, enfadas e maçantes
Sentimento turvo tal o som de tantãs
Oposição certa ao ardor dos amantes
És com melancolia, arriadas em divãs
Da prostração. Os dias dessemelhantes
Desbotadas as florescências temporãs
Poética fria, suspiros e duros instantes
E rufla o chuvisco pelo chão imaculado
Tremulando a terra, sensação solitária
Faz-te fundar, ó invernada do cerrado!
E no horizonte, a imaginação tão vária
E, no pensamento a saudade cortante
Sussurrando ao vento, o amor distante...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
30/maio/2021, 09’58” – Araguari, MG
Você pode ligar pro meu celular a hora que você quiser
A proposta de pé, pra você passar o inverno comigo
E se a gente se der bem, passa o verão também
Estações
No tiquetaquear deste frio inverno
dormitam as sementes de uma canção.
Bate tranquilamente meu coração.
Está ele acostumado ao passar das estações.
Logo tudo mudará
A terra deste frio indomável se esquecerá.
De flores a terra se encherá
Melodiosa e perfumada a minha vida de novo será.
Primavera com suas folhas verdes...
Todas quase no mesmo tom...
Ânsias tardias se descongelam
Auroras perfumadas...
... aquecem-se os corações.
Nas manhãs de inverno
O amor vem vislumbrar
No calor humano
Os dias frios atenuar
Os dias frios atenuar
No teu abraço que aquece
Juntinho de você vou ficar
E o coração adormece
E o coração adormece
Numa noite de luar
E a alma adoce
Até um novo sol raiar
Até um novo sol raiar
No desabrochar das flores
E o amor emanar
De todas as cores
De todas as cores
O mundo colorir
Curar as dores
E de amor te cobrir
@zeni.poeta
O MANACÁ DA CALÇADA ...
Quando o inverno punha o manacá florido na calçada
A tua dorna tomava a manta das cores branco e rosa
E ficava a exibir, orgulhosa, imponente e tão garbosa
A pureza de menina, vaidade de moça, tão imaculada
E, em julho, com tua flor tal saia rodada, bela e ditosa
Ao vento agitando as suas cores e o sol com sua rajada
Reluzindo de fascínio o imaginário como contos de fada
Bordando aos olhos a tua florada majestosa e formosa
Ora, encantada, no passeio, és dos matizes um tinteiro
De duas cores, pintalgando a sensação de quem passa
Exalando elegância, bons sentidos e fartura no cheiro
E, manso a admirá-la da janela, ela, num ar sedutor
Abana os galhos em um aceno, e tão cheio de graça
Põe a adornar o soneto com um poético esplendor! ...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
16/02/2021, 13’33” – Triângulo Mineiro
"No inverno da alma é preciso plantar boas sementes.
Pra que quando a primavera chegue, possamos ter bons frutos pra colher."
O mar
Ondas
Olhar
Frio
Inverno
Calor
Sol
Natureza
Linda flor
Desejo
Ilusão
Loucura
Sedução
Músicas
Tesão
Sonho de amor !
15/06/2020
...não há ninguém, só o inverno de jardim negro, e a noite, e a chuva, e o vento,
um velho sueter aconchegado ao corpo, uma xícara de chá quente...
Apenas caem as gotas lá fora uma a uma,
dividem o frio de um poema terno,
Poeta e poesia são aconchegos do inverno.
O inverno chegou
em véspera tonta
de eclipse anular,
é contigo que quero
constelações tocar.
Ainda não tenho
você aqui ao lado
para me abraçar
e eu te acarinhar
na tua cidade
das sete colinas.
Do mundo doido
para me proteger
e nada nos deter,
aqui cedo ou tarde
comigo vai estar
além das estrelas
e da noites de luar.
Na verdade o quê
importa é que te
trago e exalto
como quem leva
um escapulário,
és minha rima,
sutil planetário
e grã inspiração.
Intangível
O inverno chegou mais cedo e se deitoucomigo sob as flores de uma estação quede tão minha, o tempo não ousou tocar.
Seu beijo era
pra mim como
raios de sol
nas manhãs de
inverno ...
Mais que necessidade.
Era Urgência !
NUMA TARDE DE INVERNO NO ARAGUARI
Inverno. Em frente ao cerrado. Está frio
A nevoa espessa na calçada, miro absorto
Pela janela. Rodopia o vento, num assobio
Vai e vem, arrepio, tá frio, um desconforto
O silêncio aqui dentro, lá fora um vazio
Sinto calafrio, que frio, à tarde no orto
E o pensamento em um devaneio vadio
E o sentimento angustiado num aborto
Ai que frio! Tá frio! E a poesia por aí
Numa tarde de inverno em Araguari
E a noite mansa chega assim tão triste
E eu olho o céu deserto, avermelhado
É de frio! O inverno é todo o cerrado
Banhado deste frio, tá frio! Que insiste!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
21/06/2020, 16’12” - Araguari
Olavobilaquiando
Inverno
Estação do amor, aquecendo corpos, imenso calor. Sabor ousado, vinho adequado, entre beijos... o pecado.
Olhares trêmulos, marejados, sereno na madrugada, desejo intenso... aflorados.
Lareira a frente, queimando, ímpetos aquecidos, melodia provocante... acordes enveidecidos.
Soando até o amanhecer, instinto proposto, eternizando o prazer.
NUMA MANHÃ DE INVERNO (soneto)
Inverno. Defronte a inspiração. Cato por quimera
Sobre os sentimentos calados, e a agasta solidão.
Devaneios, perturbação. E a sensação na espera
No frio... tudo solitário, e desgarrado da emoção
A vidraça da janela, embaçada, úmida atmosfera
Tal uma tela em branco, aguardando uma demão
De imaginação, e perfume da delicada primavera
Aí, assim, adornar a epopeia devotada ao coração
E logo, ao vir do vento, gelado, ao abrir a janela
Invade a alma a sensação dum vazio subalterno
No horizonte cinza e tão sem uma luzida estrela
E eu olho o céu deserto, e vejo com o olhar terno
Absorto, com uma oca ideia de uma cor amarela
Que priva o estro poético, numa manhã de inverno
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
03 julho de 2020 – Triângulo Mineiro
Olavobilaquiando
Noite de inverno
Me envolvendo nos teus braços, nessa noite de inverno.
Te esquentar é tudo o que quero.
Me apaixonar no brilho dos teus olhos.
Ouvir cada verso e cada palavra que sai de você.
Sentir seu coração palpitando junto ao meu.
Sua respiração lenta perto do meu ser é a única coisa que não quero esquecer.
SONETO INVERNOSO
Inverno, dias tristes, sem luz...
As árvores se despem de seus trajes verdes,
Esqueletos inertes,
Meu pensamento fica triste, sinto tua falta!
Em minha cama enrolada em cobertores,
Onde estão teus braços, enlaces, abraços, não sei!
Onde estão nossos abrigos invernais?
Tudo ausente de meus sonhos, encantos, magias...
Por que partiste para tão longe?
Na solidão das minhas noites,
Fecho os olhos, imagino, sinto você
!
Apareces entre anjos imensos…
Em um céu repleto de estrelas,
Sorris para mim…
Inverno Intenso
Não era verão
Mas choveu
Era inverno
E a água desceu
Não era hora
Mas agora
Aconteceu
E com a terra encharcada
O que há de se fazer?
O frio seria intenso
Com a terra molhada
Brota
Tudo brota
E eu nesse sentimento
Nesta terra sem tempo exato
Vou trocar de roupa
Viver outros sentimentos
Outros tempos
Passar
Outras horas
Até que tudo se resolva
No tempo exato
Do coração.
Livro: Não Cortem Meus Cabelos
Autora: Rosana Fleury
AS FLORES DE UM POETA
Na primavera as flores nascem
No outono viram frutos
Regados pelo inverno.
No verão se ensecam
E no vento vão embora...
Mas há flores que permanecem
Numa eterna primavera,
São as flores de um poeta.
Pequena estrela cardente a cair: rasga o céu sombril do inverno
Seguindo seu rumo ao nada; marca
Oh que rara e efêmera beleza a contemplar.