Poesia sobre Cidade
Cada janela uma vista do céu e da sua divina imensidão,
Cada janela vidas partilhadas em sinergia, comunhão,
Cada janela existem sonhos desejados ou já alcançados,
Cada janela existe amores novos, velhos ou simplesmente amados,
Cada janela com suas perspectivas únicas
Cada janela com suas melodias e suas músicas,
Assim é minha cidade, assim é minha São Paulo.
BRASÍLIA (Distrito Federal)
Do planalto, ergue Brasília
De vasto céu e mar de estrela
Contrastes sua maior ironia
Se rubra tão senhora outrora donzela...
É Brasília
dos ipês, da arquitetura, és magia
tão bela...
O por do sol dourado
agita o candango, vê-se da janela...
Tuas asas são do cerrado
urbano e domésticas
És tão poético e outras poéticas...
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Abril de 2016
Cerrado goiano
MANIFESTO BORBOLETA
Hoje pela manhã
primeira vez do meu olhar
Com um lindo panapaná
Lisonjeada e sem acreditar
Não há quem vendo aquilo
Não pare um instante
Pra com calma observar
Aquela cidade pequena
Ruas vazias e amenas,
tomadas por essa cena
cercada pela enchente
Em nove de fevereiro
Num ano décimo sexto
A planta sobre pedra
Já estava decorada
Das pétalas alaranjadas,
Por todos os lados,
E todas as ruas
Tenho algo á Declarar...
-De todos os coletivos
Ah, eu prefiro,
Um lindo panapaná
Bem cedo, pro dia bem
Eu começar
Aquelas borboletinhas
Levaram meus pensamentos
Em suas asas á voar
Ligeiras e sem rumo,
Lá se ia a greve
De um lado á outro á migrar
Monarcas Que instigam,
os olhos de quem na vida
já pôde contemplar
Depois de tudo isso
Afirmo que no mundo
Ainda há esperanças
Baseado na confiança
Da lagarta de charneira
Achando que sobreviva
Á sua Jornada
E vendo o fim
Sem ser rotulada
Tão triste o desfecho
Das tão cheias de coragem,
batem as asas de flor em flor
Vem borboletinha
Pousar na minha mão
Contagia todo sorriso
E alegra meu coração
SONETO À ARAGUARI
Os pés da infância de te é distância
O olhar ainda em ti é de lembrança
Que veem e choram na sua fiança
Dentro do peito com significância
És cidade mãe, de minas a aliança
Em ti sou vinda, a mim és rutilância
De alusão, quimeras e substância
Desenhando e roteirizado herança
Vida que morre, é tal, a vida que vive
Caminhando comigo, assim, mantive
A minha história, que eu nunca perdi
Menor dos meus desejos, de te tive
Boas memórias, em ti sempre estive
És flor na lapela: altaneira Araguari!
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Agosto de 2016
Cerrado goiano
128 anos de Araguari (MG)
MINHA RUA (soneto)
Das tuas sombras dos oitis a saudade ficou
És a rua do príncipe dos poetas, laranjeiras
Coelho Neto, onde sonhei de mil maneiras
E alegre por ti minha felicidade caminhou
Das tuas pedras portuguesas, o belo, cabeiras
Ao chegar de minas só fascinação me criou
Se triste em ti andei também o jubilo aportou
Me viu ser, indo vindo emoções verdadeiras
Em tuas calçadas a minha poesia derramou
Criando quimeras, quimeras tais derradeiras
Da Ipiranga a Pinheiro Machado o tempo passou
Em ti a amizade os vizinhos em nada mudou
Carrego tua lembrança, lembranças inteiras
Rua da minha vida, estória comigo onde estou...
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Fevereiro, 16 de 2017
Cerrado goiano
ao dia 16 de fevereiro 1976,
quando chegamos ao Rio de Janeiro...
A Travessia
A travessia é um campo verde em densa mata localizada em meio ao nada, na área rural, protegida pelo breu noturno da roça e recoberta pela bruma da madrugada.
É escura e incerta, feito o medo que nos cerca e que faz tremer as nossas pernas, em razão do frio que corta o corpo nos ventos perenes em rajada e na coragem que de súbito nos faz crer no reencanto de nossa alma, há muito desencantada.
A travessia se estende por todo o caminho ao longo do que se pode alcançar em visagem, lá do alto da encosta que margeia esse lugar o céu é enorme e as estrelas brilham na imensidão do firmamento em um tom azulcintiloprateado capaz de encantar a qualquer um que se prestar a olhar.
Ao mirar o horizonte que se agiganta à nossa frente adquirindo dimensão de infinito, veem-se claramente as constelações estelares em formações que se conta aos milhares ou aos milhões.
Os pontinhos reluzentes, encantadores e extremamente viciantes são minúsculos ao serem observados daqui e ao reluzirem encantam e fazem aflorar os meus mais profundos, sinceros e bonitos sentimentos.
Nesse sítio onde as estrelas abundam no céu, também faz morada a lua, tímida e reservada, a lua dourada que pinta os nossos sonhos de emoção, clareia o mato alto e a copa das árvores em espetáculo digno de aplausos.
Na travessia pelo ponto mais alto da encosta, a experiência de quase todos os dias é um sincero e caloroso abraço da vida, um afago da lua mais bonita que eu já vi e um sentimento que eu nem ouso tentar explicar com palavras. É preciso sentir com o corpo inteiro a poesia que é estar lá enquanto a natureza dá o seu show.
VISITA (soneto)
Nos paralelepípedos das calçadas
Leio os versos do viver de outrora
Meu, rimas sinuosas e poeiradas
Numa memória tão fugaz e sonora
Vou sozinho, outras as madrugadas
A trama diferente, e outra a hora
Outros destinos, e outras estradas
Desassossegado, o que sinto agora...
Choco na linha da vida, nas esquinas
Fico calado. Desfaço o laço de fita
Do fado. Tem cheiro de naftalinas
Corri ao encontro da velha escrita
Sorri, falamos, ofegantes narinas
Segui andando, na revinda visita...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
19/05/2020, Triângulo Mineiro
VITÓRIA-RÉGIA
As vitórias-régias e a praça arborizada
O cair-da-tarde no bairro de Casa Forte
Os jovens e adultos praticando esporte
São encantos de Recife, cidade amada
Nova Fátima....
Oh....Nova Fátima....
Um dia estive ai,
Minha "Terra Natal",
Já se faz anos,
E pros desenganos da vida,
Nao te vi mais,
Embora de ti distante,
Sua avenida central,
A que te corta ao meio,
Igrejinha da praça,
Em tardes de domingo,
Sua famosa quermece,
Tempos que ficaram pra trás,
De lápis em punho,
Agora te rascunho,
Um soluço vem sem querer,
Grafite desliza,
Molhando minha visão,
Parecendo cair chuvas,
Em meu parabrisa,
Causando-me uma emoção,
Entre pastagens e cafezais,
Muitas fazendas e tais,
E seus verdejantes canaviais,
Parece que foi ontem,
Suas rodovias fazendo montes,
Suas visinhas cidades,
Embora da antiguidade,
Respeitado povo de ternura
Nesse meu poetizar,
Te levo agora nas alturas,
Hoje...!
Ja se faz muitos anos,
Suas pessoas ilustres,
Com sangue, suor e bravura.
Te abraço “Terra Natal”.
Minha juventude aí foi um colosso,
Quem sabe um dia talvez,
Posso te ver outra vez....
Autor:José Ricardo
Saio do serviço depois de um dia cansativo, me sentindo presa dentro de mim mesma, como se algo quisesse sair, mas, eu não sei o que.
Coloco meus fones e começo a caminhar sem destino enquanto aos meus ouvidos tocam Experience - Ludovico, uma bela trilha sonora para uma caminhada com o sol se pondo a minha direita, com um tom alaranjado que eu adoraria tocar, as nuvens se tornando como chamas, é incrível. As arvores se juntando ao longe, como se estivessem tocando o céu.
Nesse momento várias pessoas fazem caminhada, a maioria acompanhados de alguém, outros como eu, com a própria companhia e pensamentos. Os faróis começam a se tornar mais nítidos, e percebo que o sol já se foi e a lua vem me iluminando a esquerda. Os coqueiros se movendo com uma corrente de ar mínima, é quando eu me dou conta de que já faz uma hora que eu estou parada ali apenas admirando a vida, as pessoas apressadas com seus uniformes laranjas, vermelho, verde. Todos trabalhando e vivendo, uma cidade pequena, mas com suas belezas, pare e observe.
Habilidades notáveis,
age por instinto, com fugacidade,
às vezes, fica apreensivo,
ciente de suas responsabilidades,
usa suas teias como um aracnídeo
sorrateiramente pela cidade
pra enfrentar seus inimigos
e outras adversidades.
SALVADOR DO AXÉ
Quando fui a Salvador,
a terra do bom axé,
fui direto ao Pelourinho,
na mão um acarajé.
Do Farol ao Elevador,
tradição e muito amor,
todo ano vou com fé.
O ARCO-ÍRIS
Margem do Capibaribe,
arco-íris, raridade,
cruza o céu do meu Recife
no meio da claridade.
Ele vem em boa hora
sobre a Rua da Aurora,
o postal da minha cidade.
Linda Princesa do Agreste,
no nordeste de Pernambuco,
fica o teu reino,
és amada pelo os teus súditos,
povo guerreiro e amado,
conhecida pelo o Brasil inteiro
e até em outros lugares do mundo
graças a Vitalino e seus bonecos
de barro
que grande destaque lhe trouxeram,
nossa cultura é à base
de forró e artesanato,
uma cidade de grande esmero,
Feliz aniversário, Caruaru,
como é bom fazer parte do teu seio.
Eu estava atravessando uma velha ponte de madeira e notei que estava vazia.
Não costumo ver ninguém atravessando quando estou na ponte. A maioria das pessoas dirige carros para não ter que andar muito.
E reparei os detalhes que passam despercebidos atravessando as árvores dos dois lados da ponte são altos e verdes um pequeno riacho que atravessa ao outro lado da rua e nelas peixes de varias espécies observei os prédios em volta e como que daquele pequeno espaço que eu estava fosse outro mundo apesar de estar no centro da cidade.
Um dia ficarei
Na minha jornada muitos horizontes compostos de praias, florestas e águas cristalinas,
na minha jornada o sol tem sido o meu guia, nas noites a lua tem acompanhado todo o meu romantismo,
coração de aventureiro, alma esperançosa, na mochila que carrego nas costas levo sempre a coragem e a responsabilidade como meus suprimentos,
o sino da igreja tocou, mas uma cidade estou a desbravar, chego devagar na intenção de um dia querer parar para ficar.
Nossa Senhora de Belém
Que em 1616, no Forte do Presépio, começou sua história.
Belém do Grão Pará, que do apogeu da Belle Époque cresceu em importância e exuberância.
De teatro-monumento, Igrejas, palacetes, e o cinema mais antigo do Brasil ainda em atividade.
Belém da chuva da tarde, dos muitos aromas, sabores e beleza estonteante.
Das Ilhas, palmeiras, de um povo alegre, festivo e de muitas lutas..
Manaus
Manaus, como criança que se apaixona
pelas luzes de Natal,
Comigo, o mesmo aconteceu!
Após longas horas viajando
pelas águas do grande Amazonas,
Num simples barco de madeira,
Tuas luzes, depois de tanta escuridão,
De longe avistei...
Manaus, acolheste meus pais, irmãos e eu, Quando criança, aqui cheguei.
Acredito que nada é por acaso...
Meu pai se aventurar
subindo o rio ao teu encontro,
Descer, mais fácil seria...
Não foi fácil, não é fácil...
A labuta de pessoas que deixam suas terras
em busca de uma oportunidade melhor para sua família. Só heróis, fazem isso!
Manaus, não nasci de ti,
Mas quem disse que precisa de laços sanguíneos para o amor florir?
Mãe é quem cria, isso é um fato!
E que orgulho ter sido criado por ti...
Manaus, tua beleza não está apenas na exuberância da tua natureza, nem nas belezas das tuas praças e monumentos que carregam tua história...
Manaus, tua beleza está, principalmente,
No teu povo guerreiro e hospitaleiro,
O que faz de ti, uma cidade especial!
Manaus, cidade das oportunidades...
Manaus, cidade dos sabores, cores e sonhos...
De muitos que buscam apenas,
Uma nova realidade.
Manaus, bonita morena...
Tua beleza não apenas encanta!
Ela acolhe e seduz...
Todos que aqui chegam,
Sentem brotar a esperança,
De poder viver, numa cidade luz.
Manaus, minha cidade do coração
Criaste-me desde criança,
Como é possível não te amar?
Se aqui cresci,
Aqui aprendi a ler o alfabeto...
Até, o da vida!
Aqui, criei amigos,
Aqui, criei raiz e dei frutos,
Aqui, bebi da fonte dos mestres...
Que contribuíram para eu ser,
Quem hoje sou.
Manaus, que orgulho ter sido criado por ti...
Quero que saibas,
Que não importa onde eu ande,
Hei de carregar para sempre comigo,
Cada pedacinho teu...
Poema: NOVO ORIENTE
Belíssima Novo Oriente
Terra do Sol nascente
Com tão bela vertente
Entre aclives saliente
E de Serra ascendente
Tua Terra subsistente
Brota fértil nutriente
Que germina a semente
Para lavoura frequente
E Trabalho fortemente
Cidade de Novo Oriente
A tua glória emergente
Do passado ao presente
Lagoa do Tigre à frente
É prospera e resistente
E teu Povo esplendente
Que cedo tá no batente
Te adora imensamente
Pois tu és Novo Oriente
O xodó da nossa gente
Ao vento que soprou
Que me trouxe até mim
Tempestade que amainou
Brisa leve em fim
Tormenta transformada
Em brilho de céu azul
Esperança reencontrada
Em dia de rumo a sul
Na vertigem da viagem
Algo em nós se revelou
Condição de coragem
Acreditar que eu sou
E no regresso à cidade
Que agora renasceu
A incrível cumplicidade
De sermos... tu e eu
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