Poesia sobre Cidade

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Vaquinha TetraPak

Para as crianças da cidade
a vaca se chama TetraPak
e tem tetas de papelão.
O tomate é fruto do quitandeiro
e a alface brota na Kombi do verdureiro.
O atum é irmão da sardinha
e os dois nascem dentro da latinha.
Frango é um bicho sem pena nem cabeça
que nunca ciscou nem fez porcaria
e que só sabe ficar rodando
na porta da padaria.
Coxas e asinhas não são dele.
Foram feitas pela Sadia.
Os ovos nascem de doze em doze
filhos das caixas de papelão
que os pintam da cor da fábrica:
branco, bege ou marrom
O figo nasce dentro do plástico
e a jabuticaba nunca teve gosto de árvore.
Morango é invenção da Danone,
melancia é sabor de chiclete
pois a grandona é fruta falsa.
Tutti-frutti foi feito por Deus
e a fruta preferida é Sonho de Valsa.
Em seu mundinho azulejado,
o céu tem sanca de gesso
e o chão é todo asfaltado.
Elas andam sem pôr o pé no chão
por isso não têm bicho-de-pé,
só minhoca na cabeça.

SOU NORDESTINO!

Do sertão ou da cidade
pode ser homem ou menino
pouco importa a sua idade
sua vida ou o seu destino
mas é pela sinceridade
que se nota de verdade
quando o cabra é nordestino.

Atrás da muralha de prédios que precinge a cidade
Descensionalmente as nuvens de fumaça que alapam as estrelas
Sob o solo de asfalto e concreto que incinera nosso passeio
Está o único e verdadeiro antidepressivo que temos.

O diabo querendo nos enganar veio até aqui e nos ofereceu a melhor comida da cidade e por esse motivo decidimos orar. Orando percebemos que nem mesmo a melhor comida da cidade poderia atrapalhar a nossa intimidade com Deus, uma vez que somos filhos dele por adoção.

"Reflexões. Resende, 07 de Fevereiro de 2016.

Mudar-Se
Muda-se de cidade e o sofá do lugar...
Muda - se de vida...
De amor...
Muda-se a roupa e até o cobertor...
Muda-se a cor do cabelo e a temperatura do chuveiro...
Mudando-se tanto que logo mudei sem querer..
Sem você...
Desde que você partiu...
Mudei tanto que já não senti...
Mas, não escrevo os mesmos versos...
Não ouço as mesmas canções..
Quando você foi embora, levou tudo, mas deixou teu coração.
Apaixonada fiquei, sem você sem razão.

Casinha no mato.

Essa é minha fortaleza
bem distante da cidade
por aqui tenho a beleza
da mais pura liberdade
pra quem luta por riqueza
prefiro a felicidade.

A cidade está deserta,
E alguém escreveu o teu nome em toda a parte:
Nas casas, nos carros, nas pontes, nas ruas.
Em todo o lado essa palavra
Repetida ao expoente da loucura!
Ora amarga! Ora doce!
Pra nos lembrar que o amor é uma doença,
Quando nele julgamos ver a nossa cura!

Quantas noites sem dormir olhando da minha janela...
luzes da cidade viajo o pensamento...
Madrugada adentro enquanto muitos dormem...
Quantos loucos atearam fogo, aceleraram a mente...
viajaram na fumaça louca...
que passando a todos foi de boca em boca...
no silencio sinto essa fumaça me lava o rosto ...
maquinar meu cerebro fazendo louco...
mendagando a noite pela lucidez...
como posso eu parar na noite pra da mais um trago...
se eu vivo essa lucidez tao louco...
so por mais um pouco eu vo pirar de vez
sao os olhos de um poeta louco que contempla a noite
na palavra certa de um pensamento
so por um momento de inspiraçao...

Foda-se a Mídia
Foda-se o que o governo diz
Foda-se a cidade inteira
Eu só vou fazer o que me faz feliz

Porteira


Por ela passam os sonhos de um caipira
Aquele que sai de sua terra
Para a cidade grande em busca da felicidade
Que trabalha de sol a sol
Esperando um dia voltar...

E na capital nascem seus filhos
Distantes da vida simples de seus pais
Assim vive o caipira
Saudoso e choroso pela lembrança de criança
Onde montava o cavalo...

Bebia água na fonte
Corria entre os pastos atrás dos vaga-lumes
Assim vivem todos aqueles que sobrevivem longe da terra natal
E só pensa em voltar...

E por sorte um dia ele volta
A alegria lhe salta os olhos
Ao ver os campos tão verdes
E frutas no pé...

Então ele passa pela porteira
Olha o mata-burro no chão
Nessa hora o caipira
Se sente feliz ao voltar a vida de peão...

Vamos acender as luzes da cidade!

Vamos nos iluminar, essa noite todos nós enxergaremos.
Nada do escuro! Vamos acender todas as luzes, vamos deixar a lua e as estrelas brilharem sobre as nossas cabeças...
Vamos admirar todas essas luzes que nos permiti ver o que tanto as trevas gostaria de esconder de todos nós.

Vamos andar por ai mesmo que já seja tarde... Hoje temos todas essas luzes para nos guiar, vamos apenas seguir...
Não há nada o que temer, pois essa noite não se trata da "escuridão", mas se trata de todas as luzes que querem nos adentrar...

Ei, seja uma luz hoje... Seja uma luz sempre, seja o guia de alguém. Permita que pessoas enxerguem através de você.
Você apenas precisa se acender... Brilhe hoje!

De-me uma luz para me acompanhar... De-me uma luz para eu poder brilhar... De-me esse momento para sempre.
Vamos apenas acender todas as luzes dessa cidade hoje a noite!

CIDADE MARAVILHOSA

Cidade maravilhosa
De maravilhas mil, belezas mil.
E também de tristezas mil,
Pobrezas mil, violências mil.

Dentre tantos mil,
Milhões são desviados,
Ou talvez lavados
Enquanto outros mil
São enterrados,
Mortos, massacrados!

Devolva-nos o Rio!
O Rio de Janeiro
Que de janeiro a janeiro
O que se vê é guerra,
Quando o maior
Clamor é paz!

O Rio não é só Leblon,
Nem muito menos Rocinha.
Ele é de todos e todos
Pertencem a ele.

Devolva-nos o Rio!
O Rio de Janeiro
Que de janeiro a janeiro
Só é de todos em fevereiro
Quando som da bateria
Da Imperatriz e Viradouro
Substituem o barulho do morro,
Das disputas de traficantes,
Dos gritos agonizantes
De quem não tem onde se esconder!
Devolva-nos o Rio!

Quando estou perdendo o controle, a cidade gira
Você é a única que sabe, você diminui isso

Se alguma vez ouve alguma dúvida
Meu amor, ela decai sobre mim
(...)

"Em qualquer grande cidade onde o azar me leva, surpreende-me que não aconteçam sublevações diárias, massacres, uma carnificina inominável, uma desordem de fim de mundo. Como em um espaço tão reduzido, podem coexistir tantos homens sem destruir-se, sem odiar-se mortalmente?
Pra dizer a verdade, odeiam-se, mas não estão a altura do seu ódio. Esta mediocridade, esta impotência, salva a sociedade, assegura sua duração e sua estabilidade. Mas, o que mais me surpreende, sendo a sociedade o que é, é o esforço de alguns para conceber outra, completamente diferente. De onde vem tanta ingenuidade e tanta loucura? Só agimos sob a fascinação do impossível. Isto significa que uma sociedade incapaz de dar a luz uma utopia e de dedicar-se a ela, está ameaçada de esclerose e de ruína. Mas, recordemos que utopia significa "lugar nenhum". E onde estariam estas cidades que o mal não toca, onde se bendiz o trabalho e ninguém teme a morte? Nelas nos vemos constrangidos a uma felicidade feita de idílios geométricos, de êxtases regulamentados, de mil maravilhas repugnantes: assim se apresenta necessariamente o espetáculo de um mundo perfeito, de um mundo fabricado.
A utopia é o grotesco em cor de rosa, a necessidade de associar a felicidade, quer dizer, o inverossímil, ao devenir, e de impulsionar uma visão otimista, aérea, até o limite em que se une ao seu ponto de partida: o cinismo que pretendia combater. Em suma, um conto de fadas monstruoso.
Mas, a vida é ruptura, heresia, abolição das normas da matéria. E o homem, em relação à vida, é heresia em segundo grau, vitoria do individual, do capricho, aparição aberrante, animal cismático que a sociedade - soma de monstros adormecidos - pretende conduzir pelo caminho reto."

(Gatos no Telhado)

As noites seguem sendo noite,
a vida pulsa no interior desta cidade
estou me prendendo a céu aberto, como gatos no telhado
Não sei se por medo da solidão ou insegurança de andar sozinho...
Tenho convulsões dentro de mim.
A alma grita: VIVE !!!!
O tédio tem sido meu companheiro, e eu já deitei sobre o comodismo
Conhecemos somente esta vida...
E, então, o que faço com esse gato preso no telhado, dentro de mim ?
Me de mais uma bebida, bem forte por favor, pra decidir se me iludo mais um pouco
ou se chuto o gato pra além das estrelas, perto do que se chama esperança
onde se possa ouvir o sussurro da liberdade, sem sofrimento, sem mágoas, sem dor...

A cidade amanheceu sorrindo,
os jardins querendo florir, os passarinhos cantando,
nos saudando alegremente.
Vamos saudar quem está ao lado
com amizade e carinhosamente ?

Bom dia meus bons amigos!!!

Ele: Oi você é nova aqui na cidade?
Ela: Não, sempre morei aqui.
Ele: E onde estava escondida uma coisa tão linda ?
Ela: Nunca estive escondida, e você já me viu algumas vezes por aqui, só que nunca deu atenção.
Ele: Nossa como eu sou idiota deixei passar um avião desse por me sem notar.
Ele: Me da seu telefone
Ela: Desculpa, quando eu usava aparelho, oculos , e andava desarrumada por ai, você nem se quer me notou, e agora que dei uma mudada você me da bola, não dá, não quero aproximações com homens que só querem troféis para expor, e sim homens que percebão o conteúdo, e que tenham a sensibilidade aguçada para perceber a essencia das coisas.

[...] Fui casada com um fanático durante anos. Sei o que "propósito maior" significa. Significa torturar inocentes, assassinatos brutais, dar as costas para amigos, tudo em nome de algo que acredita ser maior do que você, mas que não passa de cobiça e infantilidade mascarados por um termo mais culto.
(Cidade das Almas Perdidas)

- Faria quase qualquer coisa por você - respondeu Simon, baixinho - Morreria por você. Sabe disso. Mas mataria alguém, algum inocente? E que tal muitas vidas inocentes? E o mundo todo? É realmente amor se chega ao ponto de precisar escolher entre a pessoa amada, e todas as outras vivas do planeta, e escolher a pessoa? Isso é... não sei, isso sequer é um tipo de amor moral?
- Amor não é moral ou amoral - disse ela - Simplesmente é.
- Eu sei - disse Simon.- Mas as ações que executamos em nome do amor, estas são morais ou amorais.

Cassandra Clare
Cidade das Almas Perdidas

[...] Nunca teve nada além de certeza que sairíamos de lá. Demoramos horas, mas ele conseguiu. Ele nos tirou de lá. Fiquei inteiramente grata, mas ele simplesmente olhou para mim como se eu fosse louca. Como se fosse óbvio que nos tiraria dali. Fracassar não era uma opção. Só estou falando que... ele vai achar o caminho de volta até vocês. Sei disso.
(Cidade das Almas Perdidas)