Poesia sobre Cidade
Saudade
Quando meus ouvidos doem com os ruídos da cidade grande, nasce um desejo de ouvir o balanço do vento, o canto dos pássaros e o caminhar das águas dos rios.
Pra acalmar as tempestades internas do meu coração.
EU SEI, MAS NÃO DEVIA
Com o tempo, você se acostuma com a desorganização do trânsito da cidade e aprenderá a esperar. Não a sua vez de atravessar as vias públicas. Mas a esperar o espaço de tempo que sobra entre os diferentes tipos de veículos que se entrecruzam, surgindo das mais diversas direções.
Contrastópolis (poesia)
A cidade que me adoece e cura.
Que me machuca e afaga.
Me afugenta e acolhe.
Me odeia e ama.
Me corrompe e educa.
Me toma e dá.
Me endurece e sensibiliza.
Me rouba e enriquece.
Me desumaniza e empodera.
Me amaldiçoa e bendiz.
Sem ressentimentos.
São Paulo é o Templo Divino dos Contrastes e entre seus altares quero morrer e viver.
Ela assim sempre reclamava da vida:
"Meus problemas são como cidade pequena...
Tudo o povo se mete e aumenta"
E hoje me invadiu uma estranha saudade, talvez tenha sido o frio que chegou sorteiro a esta cidade, ou talvez seja a distância entre os mares.
Hoje me veio um devaneio ligeiro, era uma lembrança alimentada em meu peito, vazio leito sem um fio de esperança.
Hoje algo me abraçou forte, me levou em reviravoltas a momentos tão curtos, onde vi em relances o brilho infindo do teu sorriso espalhado em teu olhar, revelando a serenidade de uma vida encantada
´´As luzes da cidade
eram minhas estrelas
o ´´ compramos depois ``
era uma promessa
e você era o amor da minha vida.
Tantas ilusões verdadeiras demais para serem notadas um dia.``
Àquela quina -
Àquela quina da cidade
onde a mágoa se alevanta
moro eu, mora a saudade
e também Florbela Espanca.
É o nome da Praceta
ali de fronte à minha casa
que um dia foi eleita
pelo nome que hoje abraça.
E porque escuto a condenada
que tanto fala na Praceta?!
Tantos versos pela estrada.
Uma voz que não se deita.
a minha saudade
é de uma cidade
com gente feliz
a minha saudade
me mostra o caminho
que eu sempre quis
São laivos
que me aquecem
neste inverno
algures
num parque
de uma grande,
grande cidade
Mas quem me dera
estar à lareira
em pequena
com os meus avós
noutros tempos
bem mais equilibrados
Minha casa na cidade,
é pequena e agradável.
Só não comporta muita gente
mas cabe os seis se ficarmos bem juntinhos.
Na minha casa não falamos alto,
assim todos ficam confortáveis.
Meu chalé em breve será no campo.
Na cidade só mansão;
Um espaço para brincar, andar de patins e bicicleta.
Vou sentar em uma poutrona moderna de aspecto envelhecido, olhar eles brincar e até ler um livro ,contruir meus planos.
Amanhã eu sempre quero estar melhor que hoje.
São Paulo, cidade da paixão
É onde vive uma gostosa, a tentação
Seus olhos são negros como a noite
E seu sorriso é tão brilhante
Ela caminha pelas ruas com graça
E todos os homens a olham com a cara
Ela é linda e sensual, um sonho
E todos querem fazer dela o seu bem
Ela é divertida, mas também é inteligente
E seu jeito de ser é tão cativante
Ela é uma mulher forte e independente
E nunca deixa ninguém a desrespeitar
São Paulo é uma cidade grande e agitada
Mas ela é a estrela mais brilhante
E todos que a conhecem são abençoados
Por ter essa gostosa como amante
Poema Icapuí
Hoje é o dia da caçula Icapuí
A bela jovem cidade do Ceará
Com nome de origem do Tupi
Onde canoa em Tupi é "Ygara"
E Puí significa ligeira, por isso
"Ygarapuí" se diz canoa ligeira
Icapuí, tua vegetação coqueira
Faz de tuas praias um paraíso
Que embeleza o leste cearense
Pra alegria do povo icapuiense
Que se orgulha de ti com afinco
Desde o ano de oitenta e cinco
Que se emancipando do Aracati
Tornou-se bela cidade de Icapuí
Terra de um povo hospitaleiro
Mar, caatinga, mata de tabuleiro
Serra e muitas belezas naturais
Pois és Icapuí de lindas praias
E terra de orgulho da tua gente
Que te ama Icapuí imensamente
Bela é Belém da Judéia,
Bela é Belém do Pará;
Mais bela é a cidade
Em que eu irei
com Cristo morar.
Em uma terra longínqua, havia uma pequena cidade. Cidade que tinha várias pessoas e que tinha várias casas. Em meio a estas casas havia uma que ao longe saltava aos olhos. Era a única sem cor, porém a que tinha mais flores.
Nesta velha casa sem cor e visitada por poucos morava uma velha. Velha que se alimentava de brotos e bebia os raios do sol. Todo o dia saia à noite para apreciar as estrelas. Necessitava das estrelas. Acreditava que as mais bonitas e cintilantes eram pessoas queridas que tinham lhe deixado. Seus dias passavam, as horas corriam e tudo permanecia inerte. E pensar que anos atrás sua casa era cheia de filhos, de amigos e de luzes que cresceram e dissiparam dela como a sua mocidade.
O relógio marcava três, quatro, cinco horas e a velha olhava. Olhava mais não via. Sentada em sua cadeira aquecia-se com suas lembranças. Lembrou de sua infância de seu casamento, de seu primeiro filho. Lembrou dos sentimentos eufóricos de outrora, lembrou… Apenas lembrou.
Adormeceu assim nas terras de sua memória. Viu-se jovem novamente, os filhos pequenos pedindo-lhe amor. E ela vos dava amor e recebia amor. O marido fazendo-lhe surpresas, os amigos reunidos em dias de feriado, o velho pôquer na sala de jantar. De repente todas as chaminhas se foram apagando; o calor também partiria. Ela expirou.
Esse brilho do mar espelhado,
O céu todo alaranjado,
A cidade acendendo,
A lua observando,
E a alma saltitando.
É outono,
Eu sinto o cheiro fresco das ondas em movimento e lembro que
Para o mar, quem balança é a praia.
Pri Augustta
Quem é a princesa?
Oh, cidade alegre!
Banhada de encantos
Seu povo é uma folia
Olha só que maravilha!
Descer de boia naquele rio de águas cristalinas
Que logo chegue o festejo
Em homenagem a nosso padroeiro
O santo casamenteiro
Que ajuda todos a encontrar o seu tão sonhado companheiro
Na nossa terra tem escritores
Eles que descrevem as dores e amores
Dos primeiros moradores
Aqueles sim são vencedores
Dignos de troféu de ouro
Ah, quanta alegria!
Nossa primeira ponte finalmente foi construída
Até hoje segue erguida
Cada dia ficando mais linda
Oh, Balsinha! Oh, Balsinha!
Quanta animação
Já é São João?
As comidas típicas vem de nossa região
Arroz, milho e feijão
Nossa plantação é a mais rica da região
Tem todo tipo de grão
E abastece todo o sul do Maranhão
Por isso te afirmo com toda certeza
Balsas tem a beleza
De uma verdadeira princesa!
Oh, cidade alegre!
Banhada de encantos
Seu povo é uma folia
Olha só que maravilha!
Descer de boia naquele rio de águas cristalinas
DO LADO DE DENTRO
Assim como a cidade de fato, alguns recantos do meu íntimo
também estão um pouco nublados. Palavras jogadas ao vento,
seguindo sem jeito, sem efeito e sem fim. Do outro lado do vidro as
nuvens frias, céu azul transformado em cinzas distantes e vazias.
Do lado de dentro boas lembranças, cheias de vida, bem aquecidas,
coloridas, como jamais foram vistas e sentidas. Assim como o melhor
abraço, o qual já me acolheu em outras tardes um tanto frias assim.
E é aí que me pergunto até desistir de tentar entender, mas
novamente inconformado, volto e me pergunto; como podes me
perder tão facilmente assim, se eu estava aqui o tempo inteiro?
- Caio César Doc
" Nesta cidade desvairada...
Pessoas indo...voltando…
Rindo... chorando…
Atrasados para o seus compromissos…
Cada uma em seu mundo particular…
Perdidas em seus próprios pensamentos…
Cegas por suas tecnologias...
Nesse mundo tão caótico do dia a dia…
Nessa velocidade frenética…
A cidade não para…
Alguns invisíveis…
Alguns se reencontram...
Outros se perdem…
Ou perde alguma coisa…
Num piscar de olhos…
As horas passam…
O dia acaba…
A semana se foi…
O mês se perdeu…
O ano ninguém viu…
Ninguém viu ou sentiu...
Nesta cidade desvairada…
A inocência no sorriso da criança…
A delicadeza do beija-flor bebendo seu néctar…
Os malabaristas dos faróis…
O aquecer do sol em sua melanina…
O ar que enche seus pulmões que lhe dão vida…
As batidas do coração...
O casal de idosos andando de mãos dadas…
O outono se despedindo…
Para dar passagem à primavera…
O encontro do sol com a lua todo fim de tarde…
As chuvas umedecendo as terras férteis…
Ou sentiu o cheiro de terra molhada…
A brisa do vento que lhe tocou o rosto…
Os irmãos que acolheram os invisíveis...
Às estátuas humanas pelas ruas agitadas…
O silêncio que paira no ar...
Porque "todos" estavam desvairados…
E não!!!
A cidade está atilado no seu modo de ser…"
Guarulhos, 20 anos
Cidade que eu vi crescer
uma geração inteira,
desde os tempos de colégio.
Quanto tempo passou !
A garotada cresceu e foi cada um pro seu canto.
Muita coisa mudou, mas continua provinciana.
Ninguém foi realmente embora.
Quem não lembra de quem e quem não
conhece quem ?
Cidade provinciana
de relações provincianas.
Guarulhos, para mim,
é uma Igreja no centro
que já foi diferente.
É um colégio de padres
que já não é de padres.
A Dom Pedro e Sete :
Uma rua que desce
Outra que sobe,
uma grande ladeira que
me leva prá casa.
E uma estação de subúrbio que se transformou
numa praça,
onde me sento prá fumar.
Guarulhos, é isso :
uma cidade. um subúrbio
Um monte de preconceitos
e de tramas secretas.
E um amontoado
de pessoas vazias.
que me olham.
Mas Guarulhos
para mim é tudo :
o primeiro baile,
o primeiro amor,
o primeiro porre.
Os amigos que perdi,
os amigos que ganhei
a poesia e a perdição.
Guarulhos está no meu
sangue, é meu passado,
é meu presente
meu ódio e meu amor.
A vontade de fugir .
A vontade de ficar
Guarulhos é isso :
Um símbolo na
Minha vida..
Uma página em branco
onde escrevi
minha história.