Poesia sobre Cidade

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A cidade não esconde mais sua miséria
O sol que esquenta o centro também está na favela
Há muitos sonhos e alguns perdidos nesse momento
O povo grita, chora ou apenas fica em silêncio

RECOMEÇAR:
Não quer dizer que você
Precisa mudar de amigos
Mudar de cidade
Mudar de amor
Mudar de perfume
Mudar de estilo de roupa
Mudar de vícios saudáveis
Mudar de livro.
Simplesmente VIRAR a PÁGINA!

Vida na fazenda.

Quem vive lá na cidade
falta espaço na agenda
não tem disponibilidade
nem mesmo pra oferenda
pra encontrar a felicidade
vem viver a simplicidade
nos campos de uma fazenda.

Todo e qualquer relacionamento baseado em mentiras,
só irá te levar à uma cidade chamada desconfiança, à uma rua chamada sofrimento, à uma casa chamada solidão.
Te levará justamente para o contrário de onde você quer estar.

A cidade foi tomada pelos homens.
Na cidade dos homens tem gente que consegue ler,
mas os outros estão néscios pra Ti.

Paranóia (1963)

Eu vi uma linda cidade cujo nome esqueci
onde anjos surdos percorrem as madrugadas tingindo seus olhos com
lágrimas invulneráveis
onde crianças católicas oferecem limões para pequenos paquidermes
que saem escondidos das tocas
onde adolescentes maravilhosos fecham seus cérebros para os telhados
estéreis e incendeiam internatos
onde manifestos niilistas distribuindo pensamentos furiosos puxam
a descarga sobre o mundo
onde um anjo de fogo ilumina os cemitérios em festa e a noite caminha
no seu hálito
onde o sono de verão me tomou por louco e decapitei o Outono de sua
última janela
onde o nosso desprezo fez nascer uma lua inesperada no horizonte
branco
onde um espaço de mãos vermelhas ilumina aquela fotografia de peixe
escurecendo a página
onde borboletas de zinco devoram as góticas hemorróidas das
beatas
onde os mortos se fixam na noite e uivam por um punhado de fracas
penas
onde a cabeça é uma bola digerindo os aquários desordenados da
imaginação

e vá alguém saber
quanta coisa se fala numa cidade
quantas vozes
resvalam por esse intrincado labirinto
de paredes e quartos e saguões,
de banheiros, de pátios, de quintais
vozes
entre muros e plantas,
risos
que duram um segundo e se apagam

Sempre que entro numa grande cidade à noite, considero com solene gravidade que todas aquelas casas fechadas e escuras encerram seu próprio segredo, que cada aposento em cada uma delas oculta um mistério, que cada coração pulsando nessas centenas de milhares de peitos esconde algum segredo para o coração que está a seu lado!
Alguma coisa do horror, até mesmo da Morte, tem a ver com esse fato. Não mais posso virar as folhas daquele querido livro que amei e em vão pretendi ler. Não mais posso contemplar as profundezas dessas águas insondáveis nas quais, à luz fugaz dos relâmpagos, vislumbrava tesouros enterrados e outras preciosidades submersas.
Estava escrito que o livro deveria fechar-se para todo o sempre, quando eu lera apenas uma página. Estava escrito que as águas se imobilizariam sob um gelo eterno, enquanto a luz brincava em sua superfície e eu me detinha, ignorante, às suas margens.
Meu amigo está morto, meu vizinho está morto, meu amor, a eleita de minha alma, está morta; e essa é a inexorável consolidação e perpetuação do segredo que sempre existiu nessa individualidade, e que eu próprio também carregarei comigo até o fim da minha vida.
Dormirá nos cemitérios desta cidade por onde agora passo alguém mais inescrutável do que é para mim qualquer de seus habitantes vivos e ativos, ou do que sou eu próprio para eles?

(Livro "Um Conto de Duas Cidades”)

Adeus, cidade! Eu vou-me embora!
Eu já vou tarde. Eu vou agora!
Choveu na roça! Felicidade!
A terra flora. Bateu saudade!

Paisagem urbana

Num ponto qualquer da cidade
trêfego
trôpego
sôfrego
bêbado.
Ele tem medo da sobriedade.

Hoje, apenas hoje,
Sairei correndo por toda cidade a sua procura.
Mesmo sabendo onde você está.
Então, apenas hoje quando eu te encontrar,
Vou olhar bem no fundo dos teus olhos,
E tentar dizer tudo aquilo que eu sempre quis.
Apenas hoje ao te abraçar,
Vou ficar em silêncio,
E sentir apenas sua respiração e seu coração palpuutar.
Apenas hoje, vou me lembrar dos bons momentos que passei com você,
E não chorar.
Apenas hoje, vou pedir para você nunca me deixar.
E irei te contar,
O quanto você é importante para mim.
E então apenas hoje, depois de tudo,
Irei embora para nunca mais voltar.
Pois sei que ainda consigo te esquecer.
Então hoje, vou esperar pelo amanhã,
Ainda com o poucodde esperança que me resta.
Pois, só eu sei o que estou sentindo neste momento.
Portanto, sei que é mais do que um simples sentimento.
Então, apenas hoje,
Vou esquecr de quem sou,
Para que talvez eu me esqueça de você.
Então pela espera do amanhã,
Irei te dizer...
"Me deculpe, pois eu não queria isso".
Então pode deixar,
Você não irá mais me ver.
Depois disso, sei que de nada sei.
Sei que me perdi,
Há uma confusão de sentimentos perto de mim.
Sei que não te odeio,
Pois quero apenas te amar.

CIDADE SORRISO

Em minha memória, uma saudade
Dos tempos de outrora, um aviso
Daqui fui, aqui voltarei, realidade
Uma mineira cidade, cidade sorriso
Onde sempre fui, territorialidade
De minha alma, aqui sou indiviso...

Neste um universo, versa a beleza
Gente de minha história, de contos
Em um recital duma incrível pureza
Poesia nas velhas cadeiras, pontos
Seresteiros cheios de doce certeza
Nada ali é pequeno. São confrontos!

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, junho
Cerrado goiano

Quero viver na humildade
Ajudando todos da minha cidade
Para que lembre mais tarde
Que a humanidade jamais esquecerá das pessoas
que necessitam da paz, amor e solidariedade.

Ele cresceu na cidade
Tinha um monte de dinheiro
Usuando o dinheiro de seu pai o tempo todo
Ele vive em uma bolha
Nunca teve que lutar
Ele está longe da linha de benefício
Mas ele se sente triste às vezes
E ele sangra sangue vermelho como o meu
A grama é mais verde do outro lado
O que estou dizendo é que somos todos iguais

Uma saudade?
Sei lá,talvez das luzes da cidade ou dos vagalumes.
Saudade de caminhar sem pressa pra qualquer lugar.
Tantas saudades eu sinto.
Tantas saudades eu já perdi sem poder matar.

Gostando das frases?

Vaquinha TetraPak

Para as crianças da cidade
a vaca se chama TetraPak
e tem tetas de papelão.
O tomate é fruto do quitandeiro
e a alface brota na Kombi do verdureiro.
O atum é irmão da sardinha
e os dois nascem dentro da latinha.
Frango é um bicho sem pena nem cabeça
que nunca ciscou nem fez porcaria
e que só sabe ficar rodando
na porta da padaria.
Coxas e asinhas não são dele.
Foram feitas pela Sadia.
Os ovos nascem de doze em doze
filhos das caixas de papelão
que os pintam da cor da fábrica:
branco, bege ou marrom
O figo nasce dentro do plástico
e a jabuticaba nunca teve gosto de árvore.
Morango é invenção da Danone,
melancia é sabor de chiclete
pois a grandona é fruta falsa.
Tutti-frutti foi feito por Deus
e a fruta preferida é Sonho de Valsa.
Em seu mundinho azulejado,
o céu tem sanca de gesso
e o chão é todo asfaltado.
Elas andam sem pôr o pé no chão
por isso não têm bicho-de-pé,
só minhoca na cabeça.

Com sensibilidade e força de vontade,
no campo ou na cidade,
Elas são batalhadoras, corajosas
acolhedoras, amorosas.
São mães, filhas ou avós,
São mulheres, que encantam todos nós.

Sou eu a cidade sem paz
As incertezas do dia a dia
Luzes
Lutos
Folhas que caem

Sou eu o milagre que nunca acontece
Só tenta
Só reza
Um dia essa dor vai terminar

Sou eu refletindo nos vidros urbanos
Correndo
Gritando
Ligando
Esperando ouvir (em meio ao caos) a voz de quem eu amo.

Cidade sem paz - Velho Talismã

Encantou-me, cantou-me.

Ela é a sereia da cidade grande.
Não virou meu barco de ponta cabeça, mas sim minha vida ao avesso.
Não me levou pro fundo do mar, mas me arrastou até o fundo do bar.

Em meio a cidade,vejo prédios,carros, pessoas e cada vez mais concreto e concreto.A cidade está tão cinza, o que aconteceu com as árvores?Elas não incomodavam ninguém e a sombra dela era boa...
Quanta gente!Você passa por milhares de pessoas todos os dias e no final não se lembra de nenhuma delas...quantas histórias que não foram contadas,quantas pessoas deixamos de conhecer por nos esconder debaixo da armadura que criamos...Mais para nos proteger de quê?....Ou melhor de quem?
Bom era o tempo em que sentávamos na porta de nossas casas para conversar com os vizinhos, ver a meninada brincando na rua e ver a vida passar de bicleta...A vida agora passa de metrô,trêm-bala,quanto mais rápido melhor!Será mesmo?Quem gosta de velocidade perde a beleza da paisagem do caminho,não aproveita o tempo para conversar consigo mesmo...Há quanto tempo não nos perguntamos o que queremos?E se perguntamos sabemos mesmo a resposta?
Sento, e por um momento vejo a vida passar por minha janela,pessoas voltando do trabalho ou sem a certeza de ter para onde voltar,todos humanos e como humanos precisando de um pouquinho de atenção...quando nos distânciamos tanto?Levantei,olhei para TV mas não quiz ligar,cansei de ver a vida via satélite,relacionamentos via-internet,pra que tanta via?Bom mesmo é sentir o calor humano nos abraços,beijos ou num simples aperto de mão...Não é a cidade que está cinza é a vida que está sem graça...sem cor,calor.No entanto,ainda tem as "graminhas" que surge entre o concreto e se mostram para o Sol para nos mostrar que a vida é persistência,é nunca desistir...é viver mesmo não tendo solo propício.