Poesia sobre Cidade
Quando ano na cidade
Vejo gente apressada
Correr contra o relógio
Em disputada acirrada
Mas nessa competição
Só o tempo é campeão
Ele ganha "de lavada"
A vida no interior
É diversa da cidade
Não tem prédio luxuoso
Nem muita modernidade
O melhor a se fazer
É ver o entardecer
Na total tranquilidade
PONTO ALTO
Estar mais perto do céu
Sem voar num avião
Alcançar o ponto alto
Ficar bem longe do chão
Ver o mar e a cidade
Contemplar toda a beldade
De uma linda região
Vou passar a procurar
Essa tal felicidade
Saber onde ela mora
Em que casa da cidade
E depois de encontrar
Vou querer ali morar
Por toda a eternidade
PETROLINA
Petrolina é a cidade
encravada no sertão,
de povo acolhedor,
muito bom anfitrião.
Quem vai lá pra visitar
tem vontade de ficar
e morar na região.
TRIUNFO
Encravada no sertão
Numa serra elevada
A cidade de Triunfo
Parece refrigerada
E pra não levar revés
Com a mínima de dez
Só saia agasalhada
CIDADE DO FREVO
Recife é a cidade
Da cultura popular
Onde se dança o frevo
Que consiste em pular
Segurando a sombrinha
Ouvindo o Vassourinhas
No carnaval a tocar
RECIFE ESCULTURAL
Cada canto do Recife
é uma tela de Dalí,
beleza que só se vê
ao se chegar por aqui.
Digo, com sinceridade,
que essa é a cidade
mais bonita que já vi.
RECIFE ILUMINADA
Cai a noite em Recife,
logo fica iluminada.
Olha só, que visual...
todinha repaginada!
Terra de "cabra da peste",
coração do meu Nordeste,
ô cidade arretada!
GARANHUNS
Suíça pernambucana
ou a Cidade das Flores,
de clima maravilhoso,
das mais variadas cores.
É um quadro colorido,
o passeio mais florido,
de fragrâncias e odores.
ENTRE RIOS
Vivo a vida a caminhar,
vejo os rios da cidade,
muitas pontes coloridas,
retratos da mocidade.
Ando muito apressado,
mas, quando olho pro lado,
me encanto com a beldade.
RECIFE DE CIMA
Vi Recife lá de cima
de um prédio muito alto.
Bem ao longe vi o mar,
vi o rio e o asfalto.
Assim vivo a contemplar
a Cidade Rio-Mar,
a qual eu sempre exalto.
A CASINHA
Minha casa é muito simples,
não tem luxo nem riqueza,
mas é muito abastada
do que vem da natureza.
Fica longe da cidade,
mas, é na simplicidade,
que mantém sua beleza.
Valorize quem merece
e o trata com carinho,
segue junto ao seu lado
na estrada, no caminho.
Valorize e cuide bem
para ter o seu alguém
e não terminar sozinho.
Dizem que cidade grande
É o melhor canto que há
Que tem tudo nessa vida
Que se possa imaginar
Mas na roça tem igual
Mais bonito e natural
Basta a gente comparar
.
A cidade tem o carro
O metrô e o caminhão
Não tem pássaro no céu
Não tem bicho pelo chão
A roça tem sabiá
Pato, boi, tamanduá
Cabra, peixe e pavão
.
A cidade tem farol
Com a sua luz acesa
Mas não tem o cintilar
Nem o brilho da beleza
O roçado tem luar
Com estrelas a piscar
No clarão da natureza
.
A cidade tem barulho
O roçado, amenidade
A cidade tem agito
A roça, serenidade
Na cidade, o tempo voa
No roçado, eu fico à toa
Na maior tranquilidade
Alagoas, que beleza,
o Caribe brasileiro!
Mar e sol, altos coqueiros,
onde toco a natureza,
onde só vejo riqueza.
Pra ti, faço esse repente,
e te digo, eloquente:
ó, Estado de Alagoas,
és lugar de coisas boas,
és terra de boa gente!
VITÓRIA-RÉGIA
As vitórias-régias e a praça arborizada
O cair-da-tarde no bairro de Casa Forte
Os jovens e adultos praticando esporte
São encantos de Recife, cidade amada
MINHA RUA (soneto)
Das tuas sombras dos oitis a saudade ficou
És a rua do príncipe dos poetas, laranjeiras
Coelho Neto, onde sonhei de mil maneiras
E alegre por ti minha felicidade caminhou
Das tuas pedras portuguesas, o belo, cabeiras
Ao chegar de minas só fascinação me criou
Se triste em ti andei também o jubilo aportou
Me viu ser, indo vindo emoções verdadeiras
Em tuas calçadas a minha poesia derramou
Criando quimeras, quimeras tais derradeiras
Da Ipiranga a Pinheiro Machado o tempo passou
Em ti a amizade os vizinhos em nada mudou
Carrego tua lembrança, lembranças inteiras
Rua da minha vida, estória comigo onde estou...
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Fevereiro, 16 de 2017
Cerrado goiano
ao dia 16 de fevereiro 1976,
quando chegamos ao Rio de Janeiro...
VISITA (soneto)
Nos paralelepípedos das calçadas
Leio os versos do viver de outrora
Meu, rimas sinuosas e poeiradas
Numa memória tão fugaz e sonora
Vou sozinho, outras as madrugadas
A trama diferente, e outra a hora
Outros destinos, e outras estradas
Desassossegado, o que sinto agora...
Choco na linha da vida, nas esquinas
Fico calado. Desfaço o laço de fita
Do fado. Tem cheiro de naftalinas
Corri ao encontro da velha escrita
Sorri, falamos, ofegantes narinas
Segui andando, na revinda visita...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
19/05/2020, Triângulo Mineiro
OUTRA RUA
Onde estou? Está rua me é lembrança
E das calçadas o olhar eu desconheço
Tudo outro modo em outra mudança
Senti-la, saudoso, no igualar esmoreço
Uma casa aqui houve, não me esqueço
Outra lá, acolá, recordação sem herança
Está tudo mudado do tempo de criança
Passa, é passado, estou velho, confesso
Estória de vizinhança aqui vi florescente
Pique, bola: - a meninada no entardecer
Hoje decadente, e conheço pouca gente
Engano? essa não era, pouco posso crer
Ela que estranho! Se é ela ainda presente
Nos rascunhos, e na poesia do meu viver...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
Agosto de 2020, 31 - Cerrado goiano