Poesia sobre Cidade
Precisamos extirpar desta cidade o culto da autoridade". (Hovstad, um jornalista)
(Um inimigo do povo)
A cidade se torna um cisco
Quando você olha pra dentro de você
Quantos céus você tem para correr
Poesia que nasceu para sonhar
Sobrevoar rima mais que sobreviver
Um novo despertar, um novo amanhecer
Todos os céus sempre existiram em você.
Certos dias
Há certos dias, que sentimentos nos apertam o coração, nos deprimem a mente, nos sufocam a alma.
Há certos dias, que a vontade de voltar para casa, para a verdadeira casa, nos invade o coração.
É uma saudade que no peito bate, mesmo sem lembrar onde fica nossa verdadeira cidade.
É um sentimento que nos faz questionar sobre tudo que vivemos até essa idade.
A. Cardoso
Eu olho ao redor e
A cidade do pecado está fria e vazia
Não há ninguém por perto para me julgar
Eu não consigo enxergar direito quando você se vai
Sapatos velhos, que transportaram o meu corpo
por longo tempo nesta cidade
E por calçar sapatos novos
não mudou a minha idade.
Pelo contrário valorizou a minha sina
mostrando minha lealdade
Carregando no peito a verdade
diante de uma sociedade que não sabe.
Indepentende dos sapatos...
não alteraram o meu caminho
pois o caminho traçado
é aquele que permanece
unido há uma identidade forte e persistente
que não se vende.
Simplicidade
Vai diminuindo a cidade
Vai aumentando a simpatia
Quanto menor a casinha
Mais sincero o bom dia
Mais mole a cama em que durmo
Mais duro o chão que eu piso
Tem água limpa na pia
Tem dente a mais no sorriso
Postes Laranja
Avenida barulhenta
Se cala na sarjeta
Postes Laranja
Na beira da falência
Gasolina fedorenta
Poluição da grande empresa
Postes Laranja
Ignoram sua presença
Cidades isoladas
Vidas isoladas
Postes Laranja
Invadem nossa mata
Progresso é o que se diz
E escreve com um giz
Postes Laranja
Se espalham como chafariz
Está ficando estrelado
Está ficando clareado
Postes Laranja
Apagam o estrelato
Eu preciso ficar calmo
Fugir do urbano no marasmo
Postes Laranja
Me perseguem por todo lado
Postes Laranja
Postes Laranja
Postes Laranja
Postes Laranja
Por onde eu vou não tem mais vermelho
Verde, azul, amarelo
Roxo, branco, preto,
Cinza, marrom ou caramelo
Tudo o que vejo na distância
São apenas Postes Laranja
SAUDADE
Saudade – de pela areia fina andando
e a cidade no seu cheiro e no seu cio
Saudade! Dos bares e botecos do Rio
e do samba no pandeiro batucando
Noites de fevereiro, é roda no pavio
o carnaval, sol, e praia no comando
É a vida no agito, calor esquentando
conversa sem hora, e o céu de estio
Saudade – voo cego do sentimento
Sem pouso, com gemidos ao vento
Ai! maravilha entre o mar e a serra
Saudade – Laranjeiras do bardo
Coelho Netto, onde aqui guardo
parte de mim, ah! carioca terra! ...
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
07 de outubro, 2020 – Triângulo Mineiro
Outrora via somente o
brilho das estrelas deste mundo
e o fulgor da glória alheia, porém hoje consigo ver o brilho da palavra de Deus, que resplandece e ilumina toda caminhada rumo a cidade Celestial, a nova Jerusalém, cidade do Cordeiro.
“Se for preciso mude!
Mude de emprego, mude de cidade, mude de país, mas mude, faça você mesmo o diferencial na sua história!”
Infelizmente o feliz aqui não existe
terra triste é essa..
Embora cedo, adormece como se fosse tarde
Passarinho solitário é quem tenta voar contra os ventos dela
amada terra que sangra água e sal.
Porque coexisto entre o cinza borbulhante dessa cidade concreta que me excita e o arco-iris que me habita e remete todos os meus desejos a uma vida interiorana cheia de cores, flores e lufadas de amor.
Sobra-me ainda o mar que corre em minhas em veias e me obriga a navegar quando não me resta folego para caminhar.
Blog Coexistência Cotidiana
A Profecia 2
A caminho da sua jornada final,
Vai à busca de seu destino traçado,
Um castelo negro impede sua passagem,
A única maneira é velha de sempre,
Nos braços trajando sua velha espada,
E seu escudo com sinal de guerreiro
Amaldiçoado pelo tempo,
Vaga no castelo combatendo seus inimigos,
Fogo santo para uma cidade de luz o espera,
Guardado por monstro que a espera gasta seus últimos suspiros no ar doce das trevas.
Heróis que acalentamos e amamos neste mundo, cravado por uma espada entrelaçada em seus corações.
Êxtase
Em meus sonhos o teu corpo me pertence
Posso te beber a noite inteira
E saciar a minha sede de paixão
O caminho é longo, o tempo é curto,
O prazer dá sentido à vida, mas o sofrimento é inevitável
A claridade e o som dessa cidade barulhenta me forçam a acordar e viver mais um dia
O Banho gelado, o café quente e os demônios me trazem de volta a realidade
Presunçoso, nosso amor é um fracasso anunciado.
Complexo de favela
Sou ágil igual a um gato,
da água fria me esquivo.
Não sou do mato, mas na cidade sobrevivo.
Tenho sete vidas. Se estou no morro,
sou alvo para a polícia. Complexo de Rocinha,
quem anda na linha?
Luzes vermelhas se afastam
E luzes amarelas se aproximam
São brancas ou amarelas?
Nem sei ao certo mais
Graças a esse frenesi
De conter a si mesmo, incapaz
E pestanejo, de súbito
Em sono profundo imergindo
Perdido em um deserto (quão lindo!)
Onde a areia é cinza e compacta
Um deserto de luzes e muita fumaça
Tudo é quadrado, tudo é medido
E ainda assim não há harmonia
Tudo é nocivo aos meus sentidos
Um mundo retorna, outrora ia
Aonde ia, se agora volta?
E amanhã novamente irão
Em busca do quê, pelo bem de quem?
Como gado, assim, anda essa multidão
Os cérebros de cada são agora um para todos
Rememos, pr'onde o voga ditar a chegada
Se é que chegada há
Se não enlouquecermos durante a empreitada
Me recuso, entretanto, a mover passivamente
Um remo longo, pesado e egoísta
Que vale mais que a própria gente
Pobres zumbis, sem alma e intelecto
Platão, tire-os da caverna
Creio eu que para a vida eterna
Eu possa ainda espera-los aqui em cima
Se acalme pois todo mundo em algum momento vira celebridade.
Quando morre seu nome corre de boca em boca por toda a cidade.
Famorto | Cabo-PE, 18-Abr-2015
Luzes da Cidade
É Incrível toda vez que estou chegando de avião em São Paulo e você vê a cidade aparecer iluminada na sua cara, milhões de luzes, um oceano de luz! Está tudo lá, pessoas, as janelas, as árvores, os semáforos, carrilhões de automóveis, e dentro desses automóveis pessoas rindo, outras com dúvidas, outras apaixonadas, dentro das casas milhões de histórias, uma mãe conversa com a filha enquanto costura, a filha pensa no cara que viu na rua, o cara que ela viu na rua passa em frente a uma árvore milenar que durou muito mais do que um décimo que ele chegará a viver e fica confuso.. Prédios, buzinas, correrias, O músico de rua toca Bob Dylan pra sobreviver, uma folha seca é pisoteada nos parques, uma moeda velha cai em um bueiro, os milionários jantam nos terraços, um mendigo come um pedaço de pão velho, é tudo é tudo a mesma coisa entende? é tudo igual, igualzinho! é tudo farinha do mesmo saco, e vai tudo para o mesmo lugar.. E você lá de cima estupefato para e pensa em tudo e se dá conta que somos insignificantes e mais um no meio de milhões de vidas, histórias e coisas …
Empurrado pra's ruas
Disse que não me faltava quase nada
Mas quando me deu um cobertor
Não percebeu
Que o frio vem também da solidão
Da falta de um pão
Na barriga vazia de quem nada comeu
Disse que me arrumaria um bom emprego
Mas quando encontrou uma vaga
Esqueceu
Que pra tudo tem que ter formação
E pra quem não recebeu primeiro educação
Restou acostumar-se com a vida de plebeu
Disse que eu estaria limpo após um banho
Mas depois de todo um sabonete usado
Não percebeu
Que a sujeira vem das ruas deste mundo
E quem está sempre nelas continuará imundo
Porque não tem um lugar pra chamar de seu
Disse que resolveu minha vida
Mas quando falou que o fez
Esqueceu
De certificar-se que eu só sobrevivia
E que cidadania nenhuma eu teria
Enquanto a cidade crescer mais que eu
A CHUVA
- Gotas enfurecidas se formam e unidas,
fortes se tornam
para a terra encharcar,
e em enxurradas se transformar.
- A natureza agradece,
enquanto a chuva do alto desce
para fazer com que o verde se torne
cada vez mais verde
e as sementes que foram na terra semeadas
em belos frutos se transformar,
para cada ser alimentar.
- Salve! Salve! Salve!
A chuva que do céu é enviada
para regar as lavouras que
com carinho foram criadas,
e as árvores,
e as belas flores dos jardins.
- Lagos, rios e cachoeiras
se enchem até inundar
enquanto ruas inteiras ao se alagar...
Une crianças e adultos
que brincam na chuva
sem muito se preocupar.