Poesia sobre Arte
Usar imagens, ideias, criações artísticas e intelectuais, pelo simples gesto de copiar e colar pela internet ainda que de forma não muito ética e nem muito moral pois na grande maioria das vezes não atribui a titularidade ao autor, ainda vale por falta de alguns protocolos legais mais rígidos para o navegar no mundo digital. No entanto quando sai do mundo virtual e vai para o mundo real, mesmo pensando no errôneo conceito de cultura livre que não é nada disso, pela lei do direito autoral vigente no Brasil, e em vários outros países, é crime e passivo de todas as sansões penais e cobranças indenizatórias correspondentes.
Diante de tantas imagens retocadas e de tantos artificiais movimentos, o silencio e o escuro são os principais aliados da verdade e do natural pensamento.
Na contemporaneidade do século XXI o mundo está cada vez mais em preto e branco, como impactantes curtos documentários de ficção. De um tempo para cá, só consigo ver as cores nas obras de arte.
O contemporâneo como o que é do tempo atual, sempre foi contemporâneo em algum momento da historia da arte na evolução humana. Hoje passaram a ser referencias tradicionais mas em seu tempo eram ousadias do que pré existiam e eram concebidas como atuais.
Depois de anos batendo na mesma tecla, me alegro hoje que as artes plásticas e visuais contemporâneas brasileiras descobrem a cultura indígena como tema e minimalismo. Enfim o Brasil conhecendo o Brasil.
Os falsos padrões de mesmice impostos pela sociedade de consumo fácil, hoje, afastam nos das nossas diferentes habilidades, individualistas, criativas, geniais e saudáveis que habitam silenciosamente ocultas por murmúrios em nossas múltiplas personalidades.
A Caixa Econômica Federal no Brasil tem uma divida social com a cultura negra. Pois foi fundada no século XIX, com objetivo principal de guarda de valores monetários dos escravos de ganho para compra de novas alforrias.
Mesmo que eu tenha visto, reconheço que meus olhos se enganam pelas aparências e pelo que eu quero ver. No entanto, jamais duvido ou me oponho a tudo que sugere como verdade minha alma e meu coração.
O Brasil tem uma grande divida social com a cultura negra da mesma forma que tem uma grande divida cultural com a cultura indígena. A nação cultural e educacional brasileira devem promover estes ajustes mas com historias verdadeiras e não esbranquiçadas e politicas.
Época infantil, sei tão pouco sobre tudo, hoje. Que as vezes me parece que tenho que reaprender tudo de novo.
Pelo menos as sociedades do Brasil Educacional e Cultural devem a tempo promoverem o resgate resistente da cultura indígena brasileira em suas diversas etnias. O Brasil soberano e civilizado contemporâneo inclusivo tem a qualquer tempo uma divida imensurável e impagável pelo triste abandono das politicas indigenistas por parte da sociedade e do governo federal. Desde a criação do Parque Nacional do Xingu, inaugurado pelo mestre Darcy Ribeiro a 50 anos atrás, nada mais de significativo foi feito para o índio brasileiro. Nenhum representante eleito da nova geração de políticos até hoje, pleiteou a criação de um Centro de Estudos Sanitários em prol das comunidades e mesmo um Hospital Indígena de Referencia, pela simples justificativa de não ter popularidade junto a causa e mesmo o não retorno de votos. Na velha máxima corrupta politica equivocada do toma lá e da cá.
Fazer o bem é crescer, independente como, por que e a quem. Se depender de nossas escolhas e julgamentos, não se vai além.
O verdadeiro ativismo cultural vive na zona sul e na periferias, em busca de novas historias, vidas e personagens mágicos que lutam a seus jeito para as superações, muitas vezes indo contra a toda uma falência das politicas publicas institucionais, que punem, flagelam e abandonam injustamente os invisíveis que sobrevivem esquecidos na parte mais baixa da pirâmide social e cultural. A verdadeira arte contemporânea tem um importante papel de linguagem quanto a isto e cada artista deve ser um ativo interlocutor.
As artes e a cultura contemporâneas são aquelas que pautam e estão ligadas a inclusão, ao diminuir a fome e a miséria e dialogar com todos igualitariamente por melhores dias por uma universal cidadania.
Entre as gravuras a xilo é a expressão mais antiga e ao mesmo tempo mais contemporânea. Por que o artista gravador tem que ter a habilidade de um mestre artesão ao arrancar da madeira sem volta toda a sua expressividade. O taco original e a xilogravura em papel de arroz são partes invertidas da obra inseparáveis.
Todo evento das agendas coletivas, humanitárias e universais devem escolherem ambientes inclusivos para o livre acesso no direito de todos.
A morte é coisa do homem branco, para o indígena brasileiro, a alma é imortal e quando chega o momento certo,pega a grande canoa e sobe o rio contra correntena sua ultima viagem ate a terra dos ancestrais.Lugar sagrado de onde veio.
Desde muito cedo na minha vida, luto em batalhas imaginarias em meu universo interior. O melhor disto é que muitas delas com o passar dos anos se tornam realidade no futuro, e acabo me sinto mais ou menos preparado.
Somos ainda primitivos e inseguros em face de uma ritualística binaria e religiosidade africana datável de mais de doze mil anos.
o artista Moacir Andrade foi o meu maior mestre sobre as cores da Amazônia. Tudo de um jeito simples, como é típico de quem sabe, entre os igarapés, igapós e balneários da Grande Floresta. Suas palavras embebidas de magia do dia a dia, das que se encontra por esperança nas populações ribeirinhas ecoam no meu imaginário nas noites de lua cheia.