Poesia sobre Arte
Para meu conceito não existe o novo na arte. Existem sim novas maneiras de ver o que em submersão, submissão, coexistia, fazia parte mas não era notado como valor e referencia, que de repente por uma nova leitura emerge.
O 4RT3 é a arte em desconstrução da palavra escrita na nova constituição tecnológica alfanumérica. Assim como OV00, que voa com mais agilidade como algoritmos na lógica de programação. Na verdade um novo dialeto informático se constrói e atende mais rápido como idéia o que significa.
A boa arte nada tem haver com o pano pintado e o arame contorcido. Mas os valores altos nada tem haver com a qualidade, são movimentos autônomos do mercado de arte, segue e acredita quem quer.
Cabe a arte contemporânea e a tecnológica alcançar novos admiradores com interlocuções de todos os sentidos e os museus se adequarem.
Cabe a curadoria de arte, ir além do universo privado e particular do artista e sua obra e encontrar uma nova conexão com o olhar publico inclusivo de todos os espectadores. Com isto provocar novos diálogos entre a obra, o tema, o tempo e o espaço.
A arte, a cultura e a educação politicamente correta devem estar sempre aliadas ao convite para um novo universo, das cores, das musicas e das palavras e proporem novas oportunidades de trabalho a todos mas principalmente aos que vivem invisíveis e esquecidos no patamar mais baixo da pirâmide social.
A arte não é refém de governos e nem dos poderosos. Muito pelo contrario vive por criatividade em liberdade contra tudo que é imposto e não existe.
Por mais que não pareça a arte indigenista nativa e a arte popular cabocla é o que há de mais valioso na cultura artística brasileira.
A arte indígena no Brasil revela seus primeiros passos na contemporaneidade, quando se afasta da colonização aritmética européia religiosa e vai em busca de sua verdadeira mítica ancestral. As historias contadas, a terra, os rios, a mata são elementos mágicos e sagrados. Assim como os sonhos oriundos de uma atmosfera sagrada. Na verdade não tem como dissociar a arte indígena do sagrado e espiritual. Uma faz parte da outra, arte e espirito.
Desde bem pequeno sei, que a arte dos artistas populares e a arte nativa indígena devem vir para ocupar espaços nas grandes metrópoles brasileiras e do mundo inteiro. No entanto os artistas, não. Cada um deve permanecer na atmosfera de origem, pela produção em si e pela integridade de sua vida simples e de seu pensamento.
Moacyr Andrade, meu grande mestre sobre a arte e a cultura amazônica sempre foi forte e gordo, tinha muita fome em comer generosamente as cores, os sons e os mitos da Grande Floresta. Uma fome gratuita e bela, onde o coração de quem ama é bem maior que a barriga, o comer de conhecimentos para generosamente passar para quem aprendeu a amar também por respeito e liberdade. Hoje sei que quem sabe verdadeiramente distribui o que sabe. O mundo ainda não reconheceu o valor da extensa cultura amazônica deste grande pesquisador e artista. Moacyr Andrade e Manoel Santiago foram meus mestres por graça divina e devem ser considerados os maiores expoentes desta rica cultura regional brasileira.
Sim, isto é arte. O ponto redondo em cima do " i ", isto é arte. Não a parte que você observa isoladamente. O tudo que você vê e o que não vê é arte.
Todo artista de sucesso tem obrigações com sua arte, seu publico e com a vida no que diz respeito a dar de graça para caridade o que de graça por Deus, recebeu.
A ignorância e a insensatez junto com o não conhecimento das técnicas no mercado de arte no Brasil, deve ser considerada, imensa. Como ocorre no caso do mundialmente famoso artista Roberto Burle Marx. Além dos renomados projetos de arquitetura, paisagismo e urbanismo, o artista se dedicou ao desenho em varias técnicas das quais não conhecia. Entre elas a cerâmica, a vidraria, a estamparia e a joalheria. Esta ultima por sinal tão valorizada, as famosas jóias Burle Marx, ele só desenhou e nunca fez. Quem fazia era o renomado joalheiro da família, Haroldo Burle Marx ou H. Burle Marx, que tinha o contraste Burle Marx, que teve uma loja comercial de jóias, na rua Rodolfo Dantas, numero 6, no bairro de Copacabana e mantinha uma oficina no centro da cidade, em um dos andares do edifício Odeon. Sim o Roberto nunca fez jóia alguma só o Haroldo e o Veneziano, com seus ajudantes que fizeram. Eu particularmente fui a esta oficina por diversas vezes pois tinham por habito adquirirem gemas brasileiras para lapidarem. Nada errado, assim como a serie das jóias do Roberto Burle Marx, desenhadas a giz em papel "canson" preto, confeccionadas por contrato pela famosa joalheria H. Stern, no Rio de Janeiro, O mercado, por ignorância sobrevive de mitos que ele fez, mas outros grandes nomes também não as fizeram como Picasso e Salvador Dali, e nem por isto as jóias valem menos.
A arte contemporânea por buscas primaz de cores puras e criações diretas essenciais supervaloriza automaticamente a arte primitiva e ingênua.
Em um mundo massificado e globalizado a arte primitiva é o que existe de mais unitário, personalizado e erudito.
A arte da guerra define por si só quem nasceu para ser um estadista, um pacifista, uma vitima e um mero soldado.
As pichações pelas cidades é uma arte gráfica muralista pois revelam os inconformismos emudecidos politico liberal e social tribal dos esquecidos, marginalizados, diferentes e invisíveis.
Sou carioca e reconheço que a muito da arte se faz aqui mas a cultura brasileira em todo seu esplendor, só mesmo em São Paulo. A arte e cultura de todo o Brasil levada a serio com toda a dignidade que merece.
A arte chegou a um patamar de vasta experimentações, que hoje em dia necessitamos bem mais de artistas loucos do que de coloristas.