Poesia que Falam de Paz
O problema do internauta é confundir a realidade (na qual está inserido) com a totalidade da realidade (na qual todas as pessoas são participantes).
Quando escrevemos nunca sabemos de que modo seremos lidos, e mora exatamente aí o risco da beleza de se perder pelo corpo da poesia.
O terrorismo é um vírus. O desafio das dimensões que ele nos impõe à sua cura é tão enorme quanto a carência de filiação, a velocidade cibernética e o poder - queríamos ser mais para abraçar todas as partes do mundo que perdem suas vidas.
Ao revelar as fotografias, percebemos que as expressões impressas em cada imagem são fotos das palavras não ditas naquela hora, porém ouvidas por toda a vida.
Que costumes são esses que se acostumam, que nos acostumam, com o frio, a tristeza e a fome que outro sente sem compaixão?
A dialética da existência é saber viver entre o ser social concreto e a experiência líquida da solidão.
Quando o céu não for mais tão longe quem sabe a gente se encontra mais rápido com Deus e pede pra alterar logo o estatuto da Humanidade.
Existem três, talvez, quatro ou mais (deixo para vocês decidirem e indicarem) formas de se tornar visível na cidade. A primeira é sobrepondo a luxúria à miséria; a segunda (que pode ser efeito da primeira) é apontando uma arma para outrem ou a esmo. A terceira, é (ex)pondo o corpo em movimento (que pode ser pausa), trata-se na verdade de uma arma mais potente e criativa.
A obsessão pelas comemorações de centenários me levam a crer que as pessoas ficarão esquecidas por mais cem anos. Vamos comemorar o 99 – somos imperfeitos!
A sensação de que não estamos acompanhando a velocidade do dia-a-dia está correspondente a de que não estamos saindo do mesmo lugar. Chama-se perplexidade.
Desconfio de quem tem mais que quatro ou cinco amigos. Dos que tem mais de quatrocentas ou quinhentas curtidas em cada post ou foto desconfio, ainda mais.
Ser daltônico é a única chance que tenho de não ver as cores nas suas engessadas representações políticas e suas respectivas hierarquias estéticas tão vorazes. Vou começar a pintar outro arco íris por aí. Aceito tintas incolores.
Filho é o amor mais sem vergonha que temos. Sem vergonha alguma em dizer que se ama todo o tempo. Parece um mantra, mas é a melhor das pragas de Deus. Que bom que Deus nos fez crianças sem vergonhas. Já o caráter é coisa dada pelos pais e mestres.
Toda vez que tentarem lhes enfiar em gavetas, quebrem os armários, destranquem as portas e abram as janelas - NÃO PULEM DAS MESMAS, esse ato em desespero somente encorajaria a hipocrisia de quem os chamam de loucos. Atenção: você não está atrás ou em cima do muro, mas do outro lado da ponte. Atravesse-se!
Disseram que ele arranhou gravemente o coração no arame farpado. Agora fica sempre sentado naquele meio fio esperando que alguém lhe traga o fio do meio para costurar a máquina.
Não há como suborna-los a uma única estação do amor, nem a uma só primavera. Não há porque educa-los tão longe de si próprios. Esses jovens são dotados de asas, por isso sinto dizer que eles vão voar por cima desses tantos muros que ergueram a base de cimento e moral estética. Pessoas são estações, apesar de que talvez gostassem de no fundo ser somente verões. Pessoas são altas temperaturas.
Nunca fui fiel ao meu coração , semrpe amei quem não deveria ter amado , e hoje pago pelos meus erros . Hoje sou mais uma de tantas outras querendo conquista-lo e só tenho uma certeza , a de que ninguém escolhe amar , porque não queremos sofrer ! "
Você fala que eu nunca foi o que pediu, é tlvez eu não seja bonita quanto ,ou seja chgata , ou talvez eu só de valor a quem não me quer ... a quem brinca comigo , e me fala de amor , a quem cobra quando não é respeitado e que não sabe o que é respeito... a quem maltrata meu coração! E por que disso ? Tudo que eu pedi foi uma chance de tentar falar o tamanho dos meus sentimentos por alguém como você ..."
Cada vez mais se confunde "silêncio" com "silenciamento". Um dia desses comentei entre amigos que o silêncio é a alvenaria da escuta ou o prelúdio da sabedoria e o silenciamento, a porta dos fundos para a chegada da barbárie. Um desses amigos me disse que eu deveria compartilhar a reflexão - é o que estou fazendo agora. Salva uma mudança no final do texto: acredito que seja a porta da frente para a chegada da barbárie e a dos fundos para a naturalização da mesma.