Poesias que falam de Olhos

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"A mãe da mãe"

Enquanto os olhos do mundo estão no bebê que acaba de nascer, a mãe da mãe enxerga a filha, recém-parida. O papel de avó pode esperar, pois é a sua menina que chora, com os seios a vazar.

A mãe da mãe esfrega roupinhas manchadas de cocô, varre o chão, garante o almoço. Compra pijamas de botão, lava lençóis sujos de leite e sangue. Ela sabe como é duro se tornar mãe.

No silêncio da madrugada, pensa na filha, acordada. Quantas vezes será que foi? Aguentará a manhã com um sorriso? Leva canjica quentinha e seu bolo favorito.

Atarefada, a mãe da mãe sofre em silêncio. Em cada escolha da filha, relembra suas próprias. Diante de nova mãe, novo bebê, muito leite e tanto colo, questiona tudo o que fez, tempos atrás. Tempo que não volta mais.

Se hoje é o que se tem, então hoje é o que é. Olha nos olhos, traz pão e café. Esse é o colo, esse é o leite. Aqui e agora, presente.

A mãe da mãe ajuda a filha a voar. Cuida de tudo o que está às mãos para que ela se reconstrua, descubra sua nova identidade. Ela agora é mãe, mas será sempre filha.

Toda mãe recém-nascida precisa dos cuidados de outra mulher que entenda o quanto esse momento é frágil. A mãe da mãe pode ser uma irmã, sogra, amiga, doula, vizinha, tia, avó, cunhada, conhecida. O fato é que o puerpério necessita de união feminina, dessa compreensão que só outra mãe consegue ter. O pai é um cuidador fundamental, comanda a casa e se desdobra entre mãe e filho, mas é preciso lembrar que ele também acaba de se tornar pai, ainda que pela segunda ou terceira vez.

❤️

Hoje acordei com o espírito livre de um pássaro pronto para alçar voo.
Fechei os olhos e voei alto,
Voei além das nuvens e de tudo que me fere a alma.
Desatei as amarras que me prendem a este chão.
Despi - me dos medos, dos preconceitos e de tudo que me impedi de alcançar a iluminação
E voei rumo aos meus sonhos
Pois quem não sonha não vive e quem não vive não VOA.

O tempo é semelhante ao vento, passa muito rápido, num piscar de olhos, num flash de um pensamento.
Você sente o vento, da mesma forma que sente o tempo passando rapidamente pela vida.
Traz coisas e leva coisas, risos, choros, confiança e decepções fazem parte dessa vida.
Alguns se prendem ao passado, outros se enjaulam no futuro, mas a vida plena está com aqueles que vêem a realidade das circunstâncias.
Vivem no presente, pois são presentes que entendem que a vida é curta como o passar de um vento, como o passar do tempo.

Bom Dia...Sorrindo...🔺🙏🔺
Vamos sorrir com os olhos...Assim eh o sorriso da alma que contagia quem está do seu lado....São pessoas que nem parece viver nesse mundo tão injusto...Assim eh um sorriso de verdade...E assim começamos um dia Feliz...💜☺️🌹🙏

CANTIGA PRA AMAR

Quando o coração de amor chora
os olhos no olhar se tornam breve
embora, cada gota, a alma deve.
Não me leve!
Se acaso a ilusão for senhora
e carregar na mão a emoção
deixe-me ir embora
pois, vazio vai estar a paixão.
Então, me leve por aí afora
e me ensine como recordar:
como o amor tem a sua hora
e amando é que se deve amar...
Assim, quimeras terei no pensamento
no corpo, a pele a arrepiar
e não o terei no esquecimento.

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
15 de março de 2018
Cerrado goiano

Amo passear pelo teus olhos.
Florescer na tua boca.
Sinto-me com asas. Feito um anjo,
Brincando num céu colorido.
Amo -te infinitamente.

A busca cessou-se.
Enfim.
Meus olhos podem fechar-se com calma.
Minha cabeça pode recostar-se.
Minha mão pode descansar na tua.
Meu coração pode bater levemente.
E minha alma pode retirar a antiga placa.
Porque nos teus braços eu sinto gosto de paraíso.
Gosto de pra sempre.
Como nunca o meu faz-de-conta imaginou que ia ser.

Por um milésimo de segundo eu fechei os olhos e senti meu peito esvaziado de você. Foi realmente quase. Acho que estou andando pra frente. Ontem ri tanto no jantar, tanto que quase fui feliz de novo. Ouvi uma história muito engraçada sobre uma diretora de criação maluca que fez os funcionários irem trabalhar de pijama. Mas aí lembrei, no meio da minha gargalhada, como eu queria contar essa história para você. E fiquei triste de novo

Penso que descobrir o caminho da felicidade é ter olhos de garimpeiro para as imensas pequenezas do dia a dia...

Ele fechou os olhos, ela fechou os olhos. Ficaram rodando, olhos fechados. Muito tempo, rodando ali sem parar. Ele disse: ― Eu não vou me esquecer de você. Ela disse: ― Nem eu.

A realidade nunca é a mesma depois que olhamos para o mundo com olhos diferentes. Uma vez que abrimos a possibilidade de ver o que está além, não retornamos ao que éramos antes!

Ela é estranha. Tem olhos hipnóticos. E a gente sente que ela não espera mais nada de nada nem de ninguém.

Neste mundo são os olhos de quem ama as flores que se abrem, as grinaldas acesas em um barco, sinos das escolas, uma paisagem, conversas inesquecíveis, amigos, o domingo de uma criança, as músicas prediletas, o vestido novo para a festa, a roupa favorita, o outono e todas as estações...

Seus olhos se enchem de lágrima, a música se torna instrumental matando qualquer outra palavra, a cidade não respira, o tempo não existe, a solidão é coisa de gente que mora muito longe dali, minha mente aquieta todos os monstros.

Como? Como ajudaria dizer que vejo o rosto dele todas as noites quando fecho os olhos? Que acordo e começo a chorar quando vejo que ele não está? Que as memórias são tão fortes, que já não posso mais separá-las das minhas?

Abro bem os olhos, e não adianta: apenas vejo. Mas o segredo, este não vejo nem sinto. A eletrola está quebrada e não viver com música é trair a condição humana que é cercada de música. Aliás, música é uma abstração do pensamento.

Clarice Lispector
Onde estivestes de noite. Rio de Janeiro: Rocco, 2015.

Nota: Trecho do conto Tempestade de almas.

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Ia me fazer muito bem abrir afinal meu coração e mostrar afinal a alguém que fechasse os olhos e não ouvisse, que horror pode se guardar numa pessoa. A solidão de que sempre precisei é ao mesmo tempo inteiramente insuportável.

Clarice Lispector
Todas as cartas. Rio de Janeiro: Rocco, 2020.

Nota: Trecho de carta para Fernando Sabino, escrita em 27 de julho de 1946.

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Parece uma parábola, mas acontece todo dia: a gente só tem olhos para o que mostra a nossa janela, nunca a janela do outro. O que a gente vê é o que vale, não importa que alguém bem perto esteja vendo algo diferente.

Martha Medeiros
MEDEIROS, M. Doidas e Santas. Porto Alegre: L&PM, 2008.

Nota: Trecho da crônica "A Janela dos Outros"

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Às vezes temos tanto a dizer, a demonstrar, que olhos marejados de lágrimas dizem mais do que páginas e mais páginas de textos.

Muito custa ao homem revelar-se mau, até aos seus próprios olhos; e não se atrevendo, faz-se hipócrita.