Poesia Livro

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- Sabe Wendy quando o primeiro bebe riu
pela primeira vez, o riso dele quebrou em
milhares de pedaços e todos eles saíram
pulando, e esse foi o começo das fadas.
- Por isso - continuou Peter, simpático - devia
existir uma fada para cada menino e menina;
- Devia existir? Mas não existe?
- Não. As crianças sabem de tanta coisa
hoje em dia que logo param de acreditar
em fadas. E toda vez que uma criança diz
" Eu não acredito em fadas", uma fada cai
morta em algum lugar.

Eis que estou à porta e bato. Se alguém
ouvir minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearemos juntos”
(Ap 3,20).

Não queria sentir como você se sente.
Ter o que queria bem em suas mãos mas ao mesmo tempo está a quilômetros de distância.

Haverá, contudo, alguma soma de felicidade comum a todos os homens?
Com relação à vida material, é a posse do necessário. Com relação à vida moral, a consciência tranqüila e a fé no futuro.

Há um tempo
Fiquei triste
Porque me faltava
Um pouco de conhecimento

Isso fez com que eu fosse atrás do que não sabia

E firme com o que encontrei
A tormenta se amenizou
Ativo jogador
Tornei-me novamente eu
Autor do meu destino,
Dividindo solidariamente
As cartas
Com o universo§

- Joguei comida no cabelo dela - Eu disse, dando outra gargalhada.
- Não vou esquecer disso, cachorro - Sibilou Rosalie.
- Não é tão difícil apagar a memória de uma loura - contra-ataquei. - É só sobrar a sua orelha.

Mau é o homem de olhar invejoso, que vira o rosto e despreza a vida dos outros. / O avarento não se satisfaz com uma parte apenas, pois a avidez insana resseca-lhe a alma. / O avarento é cioso do seu pão e mesquinho em sua própria mesa.

(14, 8-10)

Achei tudo muito infantil
Porém em um mundo onde os dados são jogados as escuras
O ato pôde ser tolerável§

''Lágrimas brotavam naturalmente de meus olhos, e, a súplica.. Atenuava as minhas dores, levando-me a um estado de balsamizante e inexcedível ventura e paz, onde interessante fenômeno operou-se em minha mente: como se fora um filme cinematográfico, todas as cenas de minha vida, desde a infância até aquele presente momento, foram projetadas em espantosas velocidade na tela de meu consciente, trazendo-me recordações as mais variadas, desde os mais felizes acontecimentos até as mais funestas reminiscências, tudo na mais fidedigna reprodução. Mas o que causo-me maior sensação de bem-aventurança foi a seqüência de fotogramas vivos e muito iluminados dos rostos de todas aquelas pessoas a quem auxiliei, todas sorrindo para mim, profundamente agradecidas, fazendo com que me esquecesse daqueles minutos tenebrosos e vivesse somente aquele mágico instante.
(...)''

Às vezes sentava-me na rede, balançando-me com o livro aberto no colo, sem tocá-lo, em êxtase puríssimo.

Clarice Lispector
Felicidade clandestina. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

Nota: Trecho do conto Felicidade clandestina.

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Quando a gente gosta, a gente começa emprestando um livro, depois um casaco, um guarda-chuva, até que somos mais emprestados do que devolvidos. Gostar é não devolver, é se endividar de lembranças.

Vasculhando nas memórias algum assunto, encontrei a carta que eu rabisquei na capa de um livro: “pra você”, era o destinatário. Não sei por que não mandei, talvez não quisesse passar a limpo o passado. Em letras garrafais eu te dizia: “acertei o caminho não porque segui as setas, mas porque desrespeitei todas as placas de aviso”. E achei curioso eu usar essa metáfora sem nem ao certo saber o que queria te dizer com isto. E depois de repousadas aquelas palavras eu percebi quanta coisa eu escrevi pra você, querendo dizer pra mim. Porque eu jamais chegaria aonde cheguei se só andasse em linha reta. Tive que voltar atrás, andar em círculos, perder dias, perder o rumo, perder a paciência e me exaurir em tentativas aparentemente inúteis pra encontrar um quase endereço, uma provável ponte: a entrada do encontro.Você tão ocupado com seus mapas, tão equipado com sua bússola, demorou tanto, fez sinais de fumaça e não veio. Você simplesmente não veio. Mas me ensinou a intuir caminhos certos, a confiar nos passos, a desconfiar dos atalhos. Porque eu estava do outro lado e só. Sem amparo. Mas caminhava. E você estava absolutamente equipado com seu peso. E impedido de andar por seus medos.

Terminar um namoro nunca é fácil, é como chegar no final de um livro que poderia ter uma continuação maravilhosa, mas não tem.

A Bíblia não é um livro qualquer, mas sim uma Criatura Viva, com um poder que conquista tudo que se opõe a ela.

As coisas mais importantes não estão escritas num livro, é preciso aprendê-las vivenciando-as sozinho.

Se não morre aquele que escreve um livro e planta uma árvore, com mais razão não morre o educador que semeia vida e escreve na alma.

Acorda... hoje é dia de você escrever mais um lindo capítulo no livro chamado vida! Agradeça a Deus pela oportunidade de poder abrir os olhos e contemplar o brilho do sol e o mundo que nos cerca, diga bom dia vida, bom dia, mundo, bom dia, família, bom dia, amigos...

Em geral quando termino um livro encontro-me numa confusão de sentimentos, um misto de alegria, alívio e vaga tristeza. Relendo a obra mais tarde, quase sempre penso ‘Não era bem isto o que queria dizer’.

Érico Veríssimo
O escritor diante do espelho

Se eu leio um livro e ele torna o meu corpo tão frio que fogo nenhum poderia esquentá-lo, sei que isso é poesia.

Às vezes, um livro enche você de um estranho fervor religioso, e você se convence de que esse mundo despedaçado só vai se tornar inteiro de novo a menos que, e até que, todos os seres humanos o leiam.

John Green
GREEN, J. A Culpa é das Estrelas. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2012