Poesia Livro

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Amores separados são histórias que nunca se apagam no livro da vida, e, sem que se queira, o vento se encarrega de abrir essa página e acordar os personagens esquecidos no livro que ficou lacrado desapercebidamente no tempo e no espaço.

Você tem um livro de 365 folhas para escrever sua história, surpreenda cada folha e verás que, no final do livro, terás muita história para contar.

Todos devem deixar algo para trás quando morrem, dizia meu avô. Um filho, um livro, um quadro, uma casa ou parede construída, um par de sapatos. Ou um jardim. Algo que sua mão tenha tocado de algum modo, para que sua alma tenha para onde ir quando você morrer. E quando as pessoas olharem para aquela árvore ou aquela flor que você plantou, você estará ali. Não importa o que você faça, dizia ele, desde que você transforme alguma coisa, do jeito que era antes de você tocá-la, em algo que é como você depois que suas mãos passaram por ela. A diferença entre o homem que apenas apara gramados e um verdadeiro jardineiro está no toque, dizia ele. O aparador de grama podia muito bem não ter estado ali; o jardineiro estará lá durante uma vida inteira.

Ray Bradbury
Fahrenheit 451. São Paulo: Globo, 2012.

Dizem que se escrevem livros demais hoje em dia. E eu digo: não, há sempre lugar para um bom livro.

As mentes humanas estão mais cheias de mistérios do que qualquer livro escrito e mais mutáveis do que as formas das nuvens no ar.

Escolhi cuidar mais de mim, regar meu jardim, tomar meu café tranquilo. Ler um bom livro sem cafunés para atrapalhar meu raciocínio. Ouvir algo e não esperar você bater em minha porta a qualquer hora mudando de ideia e desejando viver comigo pro resto da vida. Não quero viver te querendo pro resto da vida, sem saber que a vida deve continuar mesmo não te tendo até o fim. Mesmo que o fim não seja exatamente até onde pensei que seria. Não quero ocupar minha cama agora. Não quero ter você no banco de carona, pegando embalo da dancinha do ombrinho até chegar em mim mais uma vez. Não quero ver você se espalhando em mim, nem se desfazendo debaixo do meu chuveiro. Escolhi não me desencontrar, não me deixar do outro lado. Escolhi amar e não esquecer que amor também é não se esquecer. É lembrar de mim e lembrar de você. É lembrar do você sempre, sem se esquecer de mim nunca.

Não podia evitar pensar que se eu, por puro acaso, tinha descoberto todo um universo num só livro desconhecido na infinidade daquela necrópole, dezenas de milhares de outros livros ficariam inexplorados, esquecidos para sempre. Senti-me rodeado por milhares de páginas abandonadas, de universos e almas sem dono, que fundiam em um aceano de escuridão enquanto o mundo que palpitava do lado de fora daquelas paredes perdia a memória sem perceber, dia após dia, sentindo-se mais sabio quanto mais esquecia.

Em certas situações nós precisamos virar a página do livro da vida para percebermos que aquilo que vem depois é muito melhor.

Se você não conseguir virar a página, troque o livro. Existem tantas histórias interessantes esperando para serem lidas, esperando para serem lindas.

Quando você abre o livro, é como num teatro: ali está a cortina. Você a arrasta para o lado, e a apresentação começa.

Nós abriremos o livro. Suas páginas estão em branco. Nós vamos pôr palavras nele. O livro chama-se Oportunidade e seu primeiro capítulo é o Dia de ano novo.

Não é estranho como um livro fica mais grosso depois de ser lido várias vezes? Como se cada vez ficasse algo grudado entre suas páginas. Sensações, pensamentos, ruídos, cheiros… E então, quando folheia novamente o livro depois de muitos anos, você descobre a si mesmo ali, um pouco mais novo, um pouco diferente, como se livro tivesse guardado você, como uma flor prensada, estranha e familiar ao mesmo tempo. (No livro Sangue de Tinta)

Em certo sentido [o livro] não lhe dizia nada de novo, o que era parte do fascínio. Dizia o que ele teria dito, se tivesse a capacidade de organizar seus pensamentos dispersos. Era o produto de uma mente semelhante à dele, porém muitíssimo mais poderosa, mais sistemática, menos amedrontada. Os melhores livros, compreendeu, são aqueles que lhe dizem o que você já sabe.

George Orwell
ORWELL, G, 1984, Companhia das Letras, 2009

Há duas maneiras de abrir a cabeça de uma pessoa: ler um bom livro ou usar um machado. Recomendo o de Assis.

O grande livro que sempre me valeu e que aconselho aos jovens, um dicionário. Ele é o pai, é tio, é avô, é amigo e é um mestre. Ensina, ajuda, corrige, melhora, protege. Dá origem da gramática e o antigo das palavras. A pronúncia correta, a vulgar e a gíria.

Cora Coralina

Nota: Trecho do poema "Voltei", do livro "Vintém de cobre: meias confissões de Aninha". 6ª ed., São Paulo: Global Editora, 1997, p. 127.

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Está escrevendo com um cara que você amava, e o livro é sobre o relacionamento com sua namorada morta. Acha que será simples?

Um livro não se torna real até as pessoas o lerem. E ele se torna real de novo cada vez que alguém o lê.

Leia o livro interior, nós escrevemos o nosso livro interior todos os dias de nossas vidas, mas nós nunca lemos este livro.

Sentei-me para fazer o meu livro. Escrevi e escrevi sem parar. Um dia, olhei no espelho e a barba estava lá. Gostei, sobretudo, porque desvia a atenção. Deixaram de apontar-me como 'aquele careca' e passei a ser 'aquele barbudo'.

"Você deveria escrever um livro", Ron disse Hermione, "traduzindo as coisas loucas que as meninas fazem para que os meninos possam entendê-las".