Poesia Livro

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Um Abraço improvável

Uma pessoa chega em um parque aberto
com um lago no meio,
em volta do parque,
bancos para se sentar,
tudo verde e tranquilo,
em um dia de domingo
poucos casais e alguns
sozinhos
passavam em câmera lenta
mas você não liga
você senta em um banco
o mais próximo a água
abre um livro e começa a ler
você não deixa de observar tudo que está a sua volta e ao mesmo tempo lê o livro
então a chuva cai
você abre seu guarda-chuva preto
um pouco grande,
você observa as pessoas correndo da chuva
os casais rindo, outros preocupados para não se molhar
olha no lago as aves tranquilas
os patos nadam,
as gotas criam movimentos circulares na água, é uma chuva fraca que aumenta aos poucos
e ainda os casais correm
o homem coloca um casaco sobre as mechas do cabelo da namorada
e tudo passa em câmera lenta,
você observa os detalhes
a chuva aperta, tentando te abraçar,
você observa que está sozinho
e tudo aquilo por um momento é seu
todos se foram
você ainda debaixo do guarda-chuva,
sentado no banco,
lendo um livro porque não está totalmente escuro,
é apenas uma luz que diminuiu
ainda dá para ler o livro
e você continua ali,
até terminar o que foi fazer.

Inserida por russo_mp

Portela, eu às vezes meditando, quase acabo até chorando
Que nem posso me lembrar
Teus livros têm tantas páginas belas
Se for falar da Portela, hoje não vou terminar

Inserida por pensador

Eu não estava disposta a me forçar a nada. Mas tudo que fiz dentro daquele quarto durante dias, foi olhar o mundo pela aquela janela e escrever. Fiz o que mais costumava fazer durante minhas crises, imaginar uma vida ideal. Tentando salvar minha sanidade de se afogar naquelas águas turvas. E por isso que as vezes fico desligada por alguns minutos ou segundos. Pelo motivo de que nos últimos anos, desenvolvi a mania de ficar criando vidas alternativas em minha cabeça. Como se eu pudesse voltar no tempo em determinados momentos da minha vida, e tivesse o poder de alterar minhas decisões.
Eu viajo entre essas possibilidades, crio diálogos e acontecimentos que nunca existiram ou existirão. Tudo isso para me manter aliviada, sobre o fato de não ter controle sobre a minha vida. Eu volto, avanço e imagino todos esses universos alternativos, quase como se minha vida fosse se tornar algum deles em determinado momento. Mas esses cenários são outras realidades paralelas. Eu sou a “Jolene” na vida que não deu certo. Vivendo muito mais a sua imaginação do que a sua própria vida.

Inserida por Erico_Lima

Vou iniciado pelo amor,
lutei e venci a dor,
que encontrei pelo caminho,
em busca da virtude e da verdade,
conquistei a liberdade.
Mas ninguém nasceu
para viver sozinho.

Inserida por andrepesilva

Os jovens Liverpudlians
e aquela canção para a mãe;
deixe estar, com luz
apago a tristeza,
e deixe estar.

Inserida por andrepesilva

Eterna infância
que me segue pelos caminhos...
A brancura das margaridas se foi...
Na calidez da pele há sulcos.
Outras flores perfumam,
E ainda os lábios sorriem!
Porém, a brancura
das margaridas se foi...
e a pureza do coração.
J.O

Inserida por joanaoviedo

NOVO DESENHO

Não são meus olhos que choram,
é a primavera que não mais perfuma.
Não são meus lábios
que não mais sorriem,
é o novo desenho do arquiteto tempo!
Esculpiu-os assim,
VA GA RO SA MEN TE!
Um rosto não se transforma, muda-se
a expressão diante do mutável exterior.
É o novo do arquiteto tempo!]
18/02/04

Inserida por joanaoviedo

RETRATO NO TEMPO

Vejo-te amor antigo:
Fotografia na moldura;
nem tempo ou eternidade desfará.
E quando as horas passarem.
Longas... Silenciosas
no mundo exterior,
envelhecendo nossas noites sem luar;
os lábios e os beijos.
Tu estarás: intacto... Estático:
O mesmo riso, o mesmo rosto.
E abraçarei teu retrato
como se assim pudesse conter-te
eternamente, por entre os braços.

Inserida por joanaoviedo

A ETERNIDADE

A eternidade
não é a soma de infinitos anos.
Pode ser alguns dias, horas ou minutos.
Depende o que se quer
e o desejo com que se busca.
A angústia da espera é a eternidade.

Inserida por joanaoviedo

A FORÇA DE UM SONHO

Era um rebento frágil...
Mas um dia ele viu
as flores das cerejeiras:
tão lindas! E quis perfumar
e quis florir.
Era um rebento estéril...
Nem tinha folhas
Nem tinha vida.
Dormiu e sonhou ser
ao menos uma solitária flor
mas que tivesse cor.
Amanheceu abotoado de pomos
exalando o suave perfume das cerejeiras.

Inserida por joanaoviedo

CAVALGADA

Meu amor é um eterno cavalgar.
Cavalgar a paisagem tigresa
do teu olhar.
Os caminhos íngremes e bucólicos:
teu corpo a desnudar-se.
Pudera!
Eu quisera
Nesse eterno cavalgar,
Feliz, em sua boca, um beijo pousar.

Inserida por joanaoviedo

Linda é a vida
que se abriga numa enorme barriga!
Linda é a vida
de mãos dadas, nos parques
na lida... afora na vida!
Linda é a vida!
Nos olhos tristes d’alma ferida...
No vagar sozinho,
ainda assim de lábios risonhos
por qualquer caminho...
Linda é a vida no compasso dos passos:
apressados ou lentos em busca de sonhos!
Linda é a vida, na lida: a vida!

Inserida por joanaoviedo

INFÂNCIA...

Música que entretemos a ouvir.
Tela que passa pintada de nenúfares
diante dos olhos. Mas passa silenciosa,
coroada de nuvens; ferindo...
Não podemos segui-la.
Estáticos, envelhecemos.

Inserida por joanaoviedo

A LOUCA

A louca escrevia poemas
Tinha os olhos tristes e as faces
Enrugadas apesar de jovem.
A louca embalava pequenos olhos em seus braços:
Foi feliz também!
A louca amava e era sábia,
por isso era louca...
... por isso amava.

Inserida por joanaoviedo

ANTÍTESE

Invejo a beleza das flores
e também a dureza das pedras.
As flores perfumam,
mas frágeis esvaem-se,
as pedras não têm essência
porém, são pedras.

Inserida por joanaoviedo

VOZ FANTASMAGÓRICA

Minha voz gritou tão alto.
Mas eras feito de pedra
não podias me ouvir.
Eu tinha uma linda canção
feito orvalho a cair nas folhas.
E dizia: Ama-me! Ama-me!
Quem sabe um dia eu já nem cante,
mas ouças a canção sussurrada
a murmurar em seus ouvidos:
__Ama-me! Ama-me!
Ou, ainda quando ouvires o ruído
d’orvalho a cair nas folhas,
poderá lembrar da minha voz
que um dia gritou tão forte,
desesperadamente:
__Ama-me! Ama-me!
Docemente, fantasmagoricamente,
nas noites frias, em seus ouvidos de pedra.

Inserida por joanaoviedo

CANÇÕES AOS VENTOS

Canto! Canto para o teu amor...
Ele já se foi, mas permanece em mim.
Deixei-me no ventre, alvo ventre do tempo
que se transformou em rosto e corpo de mulher.
Mas nada é eterno...
Ouve! Lá fora cantam liricamente.
Faz-me lembrar teus beijos, Faz-me lembrar ternura!
É tarde... E as tardes trazem lembranças!
Ainda que ninguém nos ventos vejam canções,
te sinto voltando nas melodias das leves brisas
que lá fora cantam liricamente.

Inserida por joanaoviedo

UM POEMA COMO MEDALHA

Era um menino pobre, pequenino.
Não sei se teve pipa de papel azul,
Nem barquinho na enxurrada.
Não sei se viu papai-noel na chaminé,
Ou se alguém lhe contou estórias encantadas.
Era um menino...
Que cresceu e cresceu...
Contou-me estórias e se vestiu de papai-noel
por tanto tempo na minha memória.
As estórias que ele me contou, eu não sei quem lhe ensinou.
Esse menino tão pequenino!
Cresceu e cresceu...
Hoje, herói de tantas batalhas!
Porém, sem medalhas.

Inserida por joanaoviedo

Vazios que se preenchem...


Semelhantes e tão diferentes...

Não sou tudo...

Mas de tudo sou um pouco...

E do nada que pronuncia...

Surjo como um louco...

Não tenho medo de me expor...

Livro aberto...

É melhor ser sincero...

Do que um traidor...

Luto comigo mesmo...

Todo dia...

E cansado da luta...

Às vezes...

Me entrego...

É me deito...

Quase não sorrio...

Não tenho assim tanta vontade...

Choro mais com facilidade...

Porém faço isso sozinho...

Não permito muita liberdade...

Nesse umbral que vivo...

Não quero viver na infelicidade...

Quando pensamento sombrio...

De mim se acerca....

Penso em algo a fazer...

Talvez pintar...

Talvez escrever...

Me entregar jamais...

Não pode ser...

Plantar uma flor ...

Bem tanto me faz...

O beijo do sol...

O vento amigo...

Uma volta na rua...

Um bom dia...

A boa tarde...

Um sorriso de amizade...

Rir das dores...

É o melhor a fazer...

Aquietar o coração...

Acreditar que nada é em vão...

Perceber nos gestos alheios...

Nos olhares trocados...

Tanto em comum...

Assim minha alma fala...

Tecendo essas poucas palavras...



Sandro Paschoal Nogueira

Assim é esse meu amor

Esse amor que é meu
E me alimenta de versos, anelos e ternura
Esse... que um dia saí a procura-lo,
A chama-lo de alma minha...
Há eternidades já habitava-me em sonhos a sua voz macia
E um sorriso terno...
Suas mãos pequenas de pérolas!

Assim seria esse meu amor!
Os negros olhos a mirar os meus!
Esse amor! Seria todo meu paraíso!
E ele me amaria por tudo e também por nada.
Talvez até pelos meus olhos arroxeados...
Olhos feito flor de violetas:
Rara flor no seu jardim!
Assim é esse meu amor.
Eu o amaria por tudo e também por nada.

Inserida por joanaoviedo