Poesia Felicidade Amor
E aquela frase
que a mãe da gente falava
sobre a verdade e a mentira
e você ignorava
agora aprende sozinha
a verdade as vezes machuca
incomoda
mas a mágoa um dia passa
a mentira não
a mentira é pra sempre
ela dura
é resistente
não tem cura
a mentira ultrapassa
e aniquila qualquer amor
mesmo os mais verdadeiros
mas ninguém é idiota eternamente
só a mentira é
verdadeiramente eterna
Meus anjos estão quietos
calados
estranhamente calados
dentro de mim
como crianças de castigo
no canto da sala
olhando a chuva pela janela
e secos – mordem a boca
mordem até sangrar
estão doidos
doentes
desvairadamente perdidos
dentro de mim
dentro do meu caos
dos meus labirintos
dos meus segredos
das minhas lembranças
dentro das minhas loucuras
em algum canto
dentro de mim
meus demônios os encontraram hoje
e - como eu - eles já não se importam.
Abrir meus braços para te deixar ir
não foi o melhor que fiz pra mim.
Mas foi o melhor que pude fazer
pra você.
Antes de te conhecer minha vida não tinha sabor,
Era como um jardim vazio... Sem beleza e sem o perfume da flor.
Prometo que não vai se arrepender...
Não vou fazer nada que você não queira!
Apenas abra suas asas e voe livremente ate os meus braços?
Prometo que você será a mulher mais feliz desse mundo.
'LEMBRANÇAS...'
Todas as vezes que íamos ao aeroporto pegar os malote de jornais, seu Artur Martins me perguntara: - Quem descobriu o Brasil?. Eu sempre respondia com afinco: - Pedro Álvares Cabral!. Ele arrebatava: - Mentira! Foram os índios! Eu sempre sorrira da sua resposta. Pergunta e resposta tornaram-se um 'rito'. Rito que ainda sobrevive e perdura até hoje na memória.
Muitas imagens boas marcam nossa infância, mas tem imagens que permanecem inesquecíveis. Éramos dezenas de Vendedores de Jornais. Moleques. Ávidos na luta diária no final dos anos 90. Era comum crianças trabalharem naquela época para ajudar com as despesas da casa. Comecei a vender jornais com nove anos.
Quando me perguntam se eu tive infância, digo que tive mais que isso. Tive uma aventura memorável. Sempre tínhamos uma sopa quentinha com pão francês quando íamos entregar os jornais ao fim do expediente. Dona Célia Martins sempre atendera a todos com sorriso e brilho no olhar. Seus filhos Pedrinho, André e Artuzinho eram amigos de todos.
Sábado e domingo era dia de almoço caprichado. Na sua residência, particularmente no quintal, havia um campinho de areia onde 'jogávamos aquela bolinha'. A recreação era o ponto forte. É onde meus flash se concentram. Lembro-me de irmos por vezes em alguns clubes para as socializações. Banhos em cachoeiras. Jogos em campos de verdade.
Depois de alguns anos sem vê-lo, soube que seu filho Pedrinho havia falecido e que ele entrara numa depressão profunda. Faleceu dia 16 de Novembro de 1995, vítima de um derrame cerebral. Seu Artur Martins foi um brilhante ser humano. Além de jornalista, era árbitro de futebol.
Todos as vezes quando vejo 'bondade', lembro-me da pessoa excelente que fora. Da forma como conquistava tudo e a todos. Lembranças boas não são esquecidas assim do dia para a noite. Elas permanecem vivas porque são imortais.
Vida
""Escuto gemer ao longe,
o relógio que não para
é só mais uma badalada
na cicatriz que já não sara
Daqui a pouco virá a solidão
Com uma estupida bengala na mão
moldar as rugas que já temos na cara.
E eu fico aqui pensando
nas horas que vão se passando
Enquanto o sonho desperta lá fora...""
"Amo meu lado desordenado de viver a vida.
Ninguém vive com um manual destacando pontos a favor e os contra.
Se você quer realmente ser feliz, faça alguém feliz primeiro.
Doando se dá, doando se recebe."
—By Coelhinha
Escrever
Gosto de escrever...
Enquanto escrevo meus pensamentos vão além
Minha imaginação voa
Minhas mãos deslizam
E sai um poema.
Adoro escrever...
Enquanto escrevo é em você que eu penso
Minha alma canta
Meu coração bate descompassado
Ao descrever o que sinto.
Amo escrever...
Enquanto escrevo a tristeza não chega
A felicidade explode
A vida enaltece
A saudade não bate.
De tanta paixão pelos escritos
Deixo aqui minha vida
Na certeza de nunca ser esquecida.
Que tipo de pessoa eu seria se deixasse os meus caprichos afetarem a pessoa que amo? Que tipo de pessoa eu seria se colocasse a frente do que é certo minhas necessidades?
Sei que não sou a melhor pessoa do mundo, muito menos alguém que se deixa de lado, mas eu não posso fazer isso.
Não dá pra simplesmente chegar e dizer: " - Olha cara, eu te amo. De verdade, tá? Só pensa nisso, de vez em quando, ou toda vez antes de dormir".
Não dá, não dá.
Porque quando se ama alguém você o deixa livre, o quer feliz, mesmo tentando juntar os cacos despedaçados dentro de si.
É que viver é assim, é sofrer uma vez para ter duas alegrias no futuro. Eu preciso abrir mão das coisas de vez em quando, mas não me entenda mal, sei que sou egoísta quando o assunto é você.
'SONHOS'
Sempre tive sonhos. Repetitivos. De sonhar com os mesmos lugares. Os mesmos tons. As mesmas pessoas. Os mesmos fantasmas. Paisagens duplicadas. Sonhos bons. De aflições. Já sonhei-os por repetidas vezes. Cinco, dez ou vinte vezes. Talvez mais.
Desde muito tempo, ainda criança, sempre sonhara voando. Com asas. Batendo os braços. Viajei para vários lugares em segundos. Vislumbrando os lugares que ficara sempre abaixo. Com suas luzes amarelas. Centenas ou milhares de árvores verdes. Olhos cerrados pela velocidade do vento. A sensação é extraordinária: Liberdade. Emancipação. Emoção.
Quando acordo e lembro-me que fora o sonho de anos atrás, fico alegre. Pasmado. Sinto-me criança que não degusta doces há décadas. Eles nunca envelhecem. São tão reais. Parece que estive naqueles lugares em uma outra vida. Que fora minha morada. Ou que será. Não sei! Somos tão íntimos...
'A RUA'
Rua,
pintada em grafos.
Afasto-me,
irascível.
Rua imperceptível,
serás sempre imortal?
Tu,
que tanto acolhe.
Coração de mãe,
elo sem fim.
E os botequins,
funeral?
Verdade,
flameja condolência.
Asilo, refúgio,
há vida, valor.
Cheiras rancor,
Porque não bestial?
Quebradiça,
a rua espera lá fora.
E aqui dentro,
ausência.
Dor violenta,
explosão de cristais.
A esperança de te ter
É tão grande
Que nosso futuro eu pude ver
Projetei cada centímetro
Com teu olhar tímido
Que me mostra um caminho límpido
Em cada dia cinza
Teu sol brilha no quintal
No lugar das minhas cinzas
Substitui por carnaval
O meu rosto que era triste
Hoje é feliz é sem igual.
PARTIDA
A partida sem o adeus,
sem o abraço, insólito.
Uma parte se foi e a tarde nublada,
marcou um rastro desalento.
Olhares que disseram tudo
quando a admiração ausentou-se.
As bocas que não se abriram,
e o silêncio que tanto falou.
As escassas palavras em turbilhões,
flutuando com a brisa rara.
A esperança arrumou as malas,
pediu refúgio. Asilo.
A nostalgia permaneceu,
as lágrimas pediram ausência.
Já sem discurso, o tempo fugaz,
transcorreu dolorosamente.
A pulsação da música,
extinguiu-se, retórica.
A dor, que tanto sufocou,
esquivou-se da alma.
Os redemoinhos, sem forças para reerguer-se,
não mais existirá, se auto aniquilará.
Restará apenas, uma breve saudade,
da lembrança, de uma breve partida.
'TEMPO...'
No alto, casa de taipa, coberta de palha e uma paisagem deslumbrante à frente. O rio era enorme e provocava admiração. As casas eram próximas uma das outras. O acesso dava-se por uma trilha, onde, na escuridão, dificilmente se saía dele. Nas noites de lua cheia, sempre nos reuníamos, sentados à frente da casa para ovacionar àquele retrato real. Sentados em 'banquinhos', ficávamos a cantar em coro com a ajuda de um velho violão empoeirado. Nas tardes frias e cinzentas, gostávamos do frescor dos ventos. Eles falavam uma língua que só agora, depois de muitos anos, entendemos.
A vida simples do interior, marcaram nossas vidas. Muitos tiveram sua primeira paixão. O primeiro beijo no escuro. A primeira namoradinha. Eu sempre ficara vislumbrado quando via a mulher dos meus sonhos passando. Divina como sempre, esbanjava sensualidade no andar e sorriso. O amor sempre chega prematuro. Eu a amava. Era a dona das minhas direções e dos meus sonhos. Sempre escrevera poemas líricos em pedaços de papéis e imaginava filhos, muitos filhos.
Por essas e outras muitas razões, sempre digo que sou inimigo do tempo. Ele enterra tantas lembranças. Ora por vezes atormenta. Cura uma ferida e deixa tantas abertas. A vida se vai com ele e quando percebemos, ele nos diz que já estamos caído, trancafiados. Ele escreve ferozmente sua própria linha. E nos leva, não importa para onde, seja para as mais altas nuvens ou para a lama que atormenta. Quem somos? Para onde vamos? O tempo, rodeado de desamparo, nos falará ao ouvido.
Algo estranho ronda-me, tornando-me cárcere dos meus desejos e angústias. Sou livre. Isto eu sei, porém ultimamente tenho estado prisioneira de algo que não sei como definir.
Amor? O que é isto? Será um sentimento ilusório? Será algo que me faz ficar onde estou? Não sei bem ao certo. Erro por cima de erro e nada se concretiza. Continuo nesta ânsia de viver e ser feliz, de está bem, de superar tudo isso e mais na frente poder olhar para trás e dizer que tudo foi apenas para eu perceber que não adianta se auto enganar, ninguém consegue ser feliz apenas por fazer o outro feliz. E preciso parar querer viver da felicidade de alguém e começar a se importar mais com minha felicidade.
E ficaram ali, entre carros, entre pessoas e seus guarda chuvas,
olhando além dos olhos.
E alguém disse:
“eles não fazem ideia do que é isso que a gente sente”.
Há milhares de pessoas que passam uma vida inteira
buscando um momento como esse para viver.
Eu gosto quando você faz
eu gostar mais da vida.
Eu gosto de ser o seu
“nunca senti isso por outra pessoa”
Eu gosto das nossas risadas
do nosso relacionamento engraçado
...
e eu nem me lembro mais o que é
um relacionamento sério.
E isso é bom, não é?
As vezes demoramos para aceitar a resposta que
já temos dentro de nós.
E na verdade, isso não importa.
Por que até a pergunta é desnecessária.
Viver é sempre mais importante.
Seja o amor, a dor, a alegria, a tristeza,
uma paixão, uma amizade,
oito anos, um mês, uma noite, uma hora.
Viver o sentimento é sempre mais importante
que qualquer pergunta e qualquer resposta.