Poesia Esmeralda
Juro muito, que mais ainda rezei
Dezenas vezes
Ao celeste
Que em meu destino, sempre houvesse você.
Eu rezaria ainda muito mais, centenas vezes
Mas seria egoísmo, pedir o que não tínhamos
Pedir pra sermos meio felizes.
Por que te encontrei?
Por que te deixei ficar? Por que nos deixamos?
Por que tenho agora que te ver partir?
O sentimento maior do mundo, que só vire lembrança boa para ambos, no fim.
Onde está, com quem está, onde estará mais logo você..
E eu.
Você já foi e não te deixo ir, ainda assim
Sensação estranha, depois de muito amantes, tornarem-se dois estranhos outra vez.
Nada deve ser dito mais.
Nada serviu
Nada teria servido
Nada nos serve
Contra o que não deveria ter existido, não sei porque.
Eu pedi ao mundo para que tivéssemos sido felizes, o mundo não quis. Ou teria sido a gente?
Não sei. Triste fim.
O mais estranho pra mim, é em nosso universo imenso, tudo ter sido tão diferente ao ponto de nunca compreender você e você achar saber tanto sobre mim.
Quem é você realmente? E eu quem sou no fim?
É uma sensação tão estranha
Vem pelos meus pulsos
A sinto
Tenho que deixá-lo ir
Talvez eu não deva ser sua realmente
É a única forma de tudo então fazer sentido
Uma mancha, um desejo de ser esquecido
Ter tudo esquecido
Houve amor em um caos evitável e tempestuoso
Te prendi a mim
Me prendi em você também
Livres.
Que usemos cada uma de nossas sortes, melhor a cada vez..
Parece então que não é tão precipitado pensar que,
Quando você realmente deseja estar sozinho, uma companhia rasa já não transborda
E, quando você não sabe nem mesmo permanecer só, o muito pouco se transforma em suficiente e incrível..
Vejo alguns tendo nós mulheres, como presas.
Presas fáceis, presas difíceis, presas.
Assim ouvi.
Não, eu não sou uma presa, eu sei caçar também.
Certamente eu lhe indicaria mais valioso agir certo com as mulheres erradas..
Que ter agido errado, porém com a mulher certa.
A maior tolice de certos pensamentos masculinos.
A pior dor, é a da perca.
A dor pior que a perca, é a que devemos, temos, e nos vemos obrigados a ter que abrir mão, para não perdermos nós mesmos.
Até onde é possível haver escolhas, sem haver dor?
O bom amor, o melhor amor, é aquele que não obriga você a deixá-lo perder nas memórias e no caminho.
O pior amor é aquele despertado bem e bondoso no início, e como rosa, se transformado em puro espinho, que cada vez corta, e corta, e fere.
Já não sinto dor. Já não sinto mais nada, já não sinto.
Só pergunto onde nos deixamos sermos mal amados, desamados, meio amados.
O amor que ficar, será aquele único que não fira e realmente ame em todos os sentidos das palavras, não apenas em alguns.
Preciso que o amor que fique, não seja tortuoso. Seja amor.
Ele perguntou se eu poderia esperar por ele, a volta dele que viria em alguns dias.
O problema e a tristeza, é não ter percebido que na verdade estou aguardando, aguardando ansiosamente, há tempos por aquele ser.
Eu gosto do meu jeito. Aprendi gostar dele, e não pretendo mudá-lo.
Não irei mudar para agradar outras pessoas
O destino se encarrega muitas vezes por nós, de alinhar as coisas. Todas as coisas.
Houve um fim que seria inevitável, muitas vezes acontecido, remediado, até agora não mais ser possível em um futuro existir.
O ego cega, a vaidade, faz inventarmos sem pensar e, se pensamos, nos entorpecemos pelas aparências de mostrar o que não é, não foi, menos ainda será.
Os baques e as percas sempre me foram bons pra me tirar do pedestal quando o ego começa a me elevar ao alto.
O gosto da perca é este. Nos mostrar o quão amargas as aparências e egos são, o preço da verdade.
Cem mil verdades nada servem diante de uma mentira, por ego, vaidade e demonstrações vazias.
Lições que aprendemos sempre melhor às duras penas, e consequências que ficam ao resto da vida.
Nunca haverá uma resposta para o que foi feito.
Eu sou um enigma de mim mesma.
Nunca encontro nada além de perguntas, as mesmas, sempre as mesmas.
Tudo que insistimos, não tem boas chances de terminar das melhores formas.
Triste quando aprendemos algo às duras penas do passado que não temos como reverter agora, no presente..
Aqueles que nascem para serem sozinhos, não podem permanecer juntos pra sempre
Vivíamos constantemente a buscar razões para seguirmos sós, até que aceitamos de forma iminente nossos destinos enfim
Música é a melhor e mais rápida forma de se libertar, sem nenhum movimento.
Deus está nas notas certas que nos tocam!
Acredito que nunca estarei completamente satisfeita com a política, nem me passa na mente isso!
As mudanças em si, necessitam do descontentamento para os feitos progressivos.
O contentamento, como a fé cega em algo qualquer, só é um caminho viável, para nunca se ir adiante.
Anos e anos indo e vindo.. entre poemas, escritos e encenações artísticas.. as vezes aceitas, as vezes recusadas por falta de tempo..
Entreguei-me a arte, como um pacto.
Hoje sou da arte, e sinto pertencer à ela.
E a cada vez que me sinto perdida, me encontro (e reencontro) também dentro dela..
Perder o que há de melhor
(ah.. música boa)
(ah.. a emoção da arte)
(ah.. as melhores pessoas)
Perder o que existe de melhor, é o pior tipo de perda.
Canto para cigana Esmeralda
Em noite de lua cheia
Esmeralda vem dançar
Clareia, Esmeralda!
O meu caminho com teu olhar.
Com tua sabedoria
Ensina-me a aceitar
Aquilo que pode ser
E o que não posso mudar
Ilumina, Esmeralda!
O meu caminho com teu olhar!
Almas Gêmeas
Alma minha......
Há milênios te perdi
Desde então, fui tangida pelo vento
Rondei campos e desertos
Pelo mundo inteiro vaguei
Rompi os véus da lógica e a barreira do tempo
Visitei a inocência dos anjos
A sabedoria dos deuses, a pureza do cristalino
Passei pelo arco-íris, indaguei ao pigmento das cores
Caminhei por todos os matizes e não te encontrei
No canto das aves te mandei recado
Perscrutei todas as paragens
Nas asas firmes das águias viajei
Caí como neblina nos penhascos
Deslizei por entre os montes
Lavei todos os caminhos que percorri
Tanto, tanto indaguei que nessa busca quase te perdi.
Mas ao me encontrar com a solidão
Parei assustada e acordei, todavia ainda sem ti.
Mas, um belo dia, conheci uma pessoa
Não, não foi uma saudação comum aos que se encontram na rua
Daquela impecável presença
Uma candura antiga me acercava
E uma sensação de paz, há muito tempo experimentada
De onde nos conhecemos, me perguntava?
De qual século, ou de qual plano?
E de súbito descobri
Hum, és tu, a minha outra metade
De mim se expandiu um grande grito
Um grito de dimensão nunca dantes pressentida
Esse meu bramido surdo transfixou o céu azul
De nuvens brancas e opacas
Em busca do eco que um dia nos reservou espaço
E que, se por acaso, pairou por séculos sem fim
Por certo, fixou-se em minh’alma
Atravessou universos sem fronteira
E por eles tomou várias formas
Para nos surpreender, por fim, assim, frente a frente
Na terra ligados apenas por invisíveis laços
Como água do mesmo rio, por obstáculos separada
Ou como rios paralelos, fazendo curso lado a lado
Porém significativamente separados.
Confidência
Sinto o amargor
dos dias vividos;
o frio das noites,
a náusea do tempo...
Tenho na alma a saudade
dos longes, das distâncias.
Do amor que não conheci,
da juventude que não tive...
Carrego em mim
o peso das renúncias,
a angústia das incertezas,
a nostalgia das estrelas,
as ilusões dos dias...
Só conto
co'a esp'rança que não tenho,
co'o amor que não conheço,
co'o Destino que ignoro.