Poemas para o Dia dos Namorados que encantam em cada verso

Amamos a vida não porque estamos acostumados à vida, mas a amar. Há sempre alguma loucura no amor, mas há sempre também alguma razão na loucura.

Amar sem penar é bem raro. O verbo cumprir custa caro. Amor é bem fácil achar. O que acho mais difícil. É saber amar.

...Amar não requer conhecimento prévio nem consulta ao SPC. Ama-se justamente pelo que o Amor tem de indefinível...

A inconstância e o amor são incompatíveis. O amante que muda, não muda. Começa ou acaba de amar.

Uma das mais seguras demonstrações de amor é compartilhar pensamentos e sentimentos. Amar é querer compreender o que a pessoa amada pensa, o que pensa de si mesma e do mundo em que vivemos. Onde as palavras falham, é reconfortante saber que existem muitos outros meios vitais e eloquentes de nos comunicarmos.

Tenho amor a isto, talvez porque não tenha mais nada que amar - ou talvez, também, porque nada valha o amor de uma alma, e, se temos por sentimento que o dar, tanto vale dá-lo ao pequeno aspecto do meu tinteiro como à grande indiferença das estrelas.

Eu sou aquela mulher
a quem o tempo muito ensinou.
Ensinou a amar a vida
e não desistir da luta,
recomeçar na derrota,
renunciar a palavras
e pensamentos negativos.
Acreditar nos valores humanos
e ser otimista.

Cora Coralina
Vintém de cobre: Meias confissões de Aninha. São Paulo: Global Editora, 1997.

Nota: Trecho do poema Ofertas de Aninha (Aos moços).

...Mais

De todas as maneiras
Que há de amar
Nós já nos amamos
Com todas as palavras feitas pra sangrar
Já nos cortamos
Agora já passa da hora
Tá lindo lá fora
Larga a minha mão
Solta as unhas do meu coração
Que ele está apressado
E desanda a bater desvairado
Quando entra o verão

Já não me importo

Já não me importo
Até com o que amo ou creio amar.
Sou um navio que chegou a um porto
E cujo movimento é ali estar.

Nada me resta
Do que quis ou achei.
Cheguei da festa
Como fui para lá ou ainda irei

Indiferente
A quem sou ou suponho que mal sou,

Fito a gente
Que me rodeia e sempre rodeou,

Com um olhar
Que, sem o poder ver,
Sei que é sem ar
De olhar a valer.

E só me não cansa
O que a brisa me traz
De súbita mudança
No que nada me faz.

Fernando Pessoa
PESSOA, F. Novas Poesias Inéditas. Lisboa: Ática. 1973 (4ª ed. 1993). p.135

Só deixarei de ter amar quando
O véu da morte cobrir minha face,
Mesmo assim nascerá em minha sepultura
Uma rosa em cujas pétalas,
De sangue, estará escrito: Amo você!

Amar, nunca me coube
Mas sempre transbordou
O rio de lembranças
Que um dia me afogou

E nesta correnteza
Fiquei a navegar
Embora, com certeza,
Não possa me salvar

Amar nunca me trouxe
Completo esquecimento
Mas antes me somou
Ao antigo tormento

E assim, cada vez mais,
Me prendo neste nó
E cada grito meu
Parece ser maior

Privatizado
Privatizaram sua vida, seu trabalho, sua hora de amar e seu direito de pensar.
É da empresa privada o seu passo em frente, seu pão e seu salário.
E agora não contente querem privatizar o conhecimento, a sabedoria, o pensamento, que só à humanidade pertence.

Personagem

Teu nome é quase indiferente
e nem teu rosto mais me inquieta.
A arte de amar é exactamente
a de se ser poeta.

Para pensar em ti, me basta
o próprio amor que por ti sinto:
és a ideia, serena e casta,
nutrida do enigma do instinto.

O lugar da tua presença
é um deserto, entre variedades:
mas nesse deserto é que pensa
o olhar de todas as saudades.

Meus sonhos viajam rumos tristes
e, no seu profundo universo,
tu, sem forma e sem nome, existes,
silêncio, obscuro, disperso.

Teu corpo, e teu rosto, e teu nome,
teu coração, tua existência,
tudo - o espaço evita e consome:
e eu só conheço a tua ausência.

Eu só conheço o que não vejo.
E, nesse abismo do meu sonho,
alheia a todo outro desejo,
me decomponho e recomponho.

Amar é como uma droga. No princípio vem a sensação de euforia, de total entrega. Depois, no dia seguinte, tu queres mais. Ainda não te viciaste, mas gostaste da sensação e achas que podes mantê-la sobre controlo. Pensas durante dois minutos nela e esqueces por três horas.
Mas aos poucos, acostumas-te com aquela pessoa, e passas a depender completamente dela. Então pensas por três horas e esqueces por dois minutos. Se ela não está por perto, experimentas as mesmas sensações que os viciados têm quando não conseguem arranjar droga. Nesse momento, assim como os viciados roubam e se humilham para conseguir o que precisam, tu estás disposto a fazer qualquer coisa pelo amor.

Amar é...

Olhar para dentro de si mesmo, e dizer:
Eu quero alguém para ser feliz...

É viver intensamente um grande amor.
É sonhar com uma gota de realidade,
e realizar uma gota desse sonho.
É estar presente até na ausência.

Amar é ter em quem pensar.
É razão que ninguém teria razão para nos tirar.
É ser só de alguém e nunca deixar esse alguém só.
É pensar em você tão alto a ponto de você escutar.
Amar é ir até a morte.
É acordar para a realidade do sonho.
É vencer através do silêncio.
É ser feliz até com um pouco quando,
muito não é bastante.

Amar é dar anistia ao seu coração.
É sonhar o sonho de quem sonha com você.
É sentir saudades.

É chegar perto na DISTÂNCIA.
Amar é a força da razão.
É quando os momentos são eternos.

Amar é ser adulto e se sentir criança.
É viver a vida em versos e ao inverso.
É a maior experiência na vida de um homem.

Mas acima de tudo,
Amar é crer em Deus porque Deus é amor.
E você é tudo que um dia eu pedi pra mim!

Desconhecido

Nota: A autoria do texto tem vindo a ser erroneamente atribuída a Pedro Bial.

" AMAR É VER SOMENTE O LADO POSITIVO DA PESSOA "

Veja somente o lado positivo das pessoas. Quem vê apenas o lado negativo dos outros cria um inferno para si próprio. Todas as pessoas têm o lado positivo e o negativo, possuem qualidades e defeitos.
E, quando reparamos nos defeitos, estes parecem manifestar-se de modo mais acentuado.

E depois de um tempo você aprende que algumas pessoas vão te amar apenas pelo o que você tem. Que confiança não se recupera depois de traída e que algumas coisas podem doer mas não é para sempre.
Porque a vida não espera você ficar pronto, ela faz de você forte o suficiente para suportar e seguir em frente.

A Solidão e Sua Porta
Quando mais nada resistir que valha
a pena de viver e a dor de amar
E quando nada mais interessar
(nem o torpor do sono que se espalha)
Quando pelo desuso da navalha
A barba livremente caminhar
e até Deus em silêncio se afastar
deixando-te sozinho na batalha

Arquitetar na sombra a despedida
Deste mundo que te foi contraditório
Lembra-te que afinal te resta a vida

Com tudo que é insolvente e provisório
e de que ainda tens uma saída
Entrar no acaso e amar o transitório.

Que pode uma criatura senão,
entre outras criaturas, amar?
amar e esquecer,
amar e malamar,
amar, desamar, amar?
sempre, e até de olhos vidrados, amar?

Safena


Sabe o que é um coração
amar ao máximo de seu sangue?
Bater até o auge de seu baticum?
Não, você não sabe de jeito nenhum.
Agora chega.
Reforma no meu peito!
Pedreiros, pintores, raspadores de mágoas
aproximem-se!
Rolos, rolas, tinta, tijolo
comecem a obra!
Por favor, mestre de Horas
Tempo, meu fiel carpinteiro
comece você primeiro passando verniz nos móveis
e vamos tudo de novo do novo começo.

Iansã, Oxum, Afrodite, Vênus e Nossa Senhora
apertem os cintos
Adeus ao sinto muito do meu jeito
Pitos ventres pernas
aticem as velas
que lá vou de novo na solteirice
exposta ao mar da mulatice
à honra das novas uniões

Vassouras, rodos, águas, flanelas e cercas
Protejam as beiras
lustrem as superfícies
aspirem os tapetes
Vai começar o banquete
de amar de novo
Gatos, heróis, artistas, príncipes e foliões
Façam todos suas inscrições.
Sim. Vestirei vermelho carmim escarlate

O homem que hoje me amar
Encontrará outro lá dentro.
Pois que o mate.