Poesia Dedicada ao Avô

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Minha avó começou a andar uma hora por dia quando tinha 60 anos.
Agora ela está com 95 e não temos a menor idéia
de onde ela foi parar.

Não confie na frase da sua avó, de sua mãe, de sua irmã de que um dia encontrará um homem que você merece. Não existe justiça no amor.
O amor não é censo, não é matemática, não é senso de medida, não é socialismo. É o mais completo desequilíbrio. Ama-se quem a gente odiava, quem a gente provocava, de quem a gente debochava. Exatamente o nosso avesso, o nosso contrário, a nossa negação. O amor não é democrático, não é optar e gostar, não é promoção, não é prêmio de bom comportamento.
O melhor pra você é o pior. Amor é ironia.

Inverno de um ano qualquer, flores na porteira, um avô cavalgando em seu cavalo negro, com o seu chapéu de couro branco. Aroma de mato, aroma de campo, nos pampas, esqueci aquecendo um chá de lírios no fogão de barro.
Ventania por um destino em que não nos encontraremos nunca mais...
Sonhos que se perderam no tempo, destinos interrompidos por falhas irreparáveis de um adeus anunciado em papéis coloridos e outdoors. Talvez, um pouco de espiritualidade conforte tantos corações que nem sabem mais porque pulsam, hoje?
Nem tudo nessa vida possui o sentido que procuramos, o tempo que esperamos ou o amanhã que não amanhecemos. Ora pois, se existe uma razão para toda dor e isso não pode ser explicado em capas de jornais. A mídia está além do silêncio humano.
Nada acontece por acaso, uma pessoa que ama um lugar que nem nasceu, pessoas que com infinitas histórias e sonhos interrompidos enquanto por algum motivo tudo se repete e a única certeza que temos é que apesar de tudo é o começo de uma nova era que embora não sem dor mas, por um futuro refletido em puro amor...
Moinhos de vento em campos tão distantes pra quem nunca imaginou cavalgar por serras gélidas antes?
Mas, as cores de todas as flores tornam a nostalgia a sua mais doce saudade e inspiram a felicidade para completar um ciclo de transformação natural que há tempos se anunciou entre tragédias e comédias.
Acredito que todos nós somos gotas de orvalho que em nossa pequenez somos o espelho d’água de um raio de sol em dias nublados ou não...
Calmaria a beira rio por um destino que não encontraremos nunca mais, e que por algum motivo existe sentido no tempo de Deus e nas folhas de Inverno ao vento que voam entre nossos cabelos e pensamentos, pela energia de quem se foi, pela alegria de viver quem tem que continuar e nada mais...

SAUDADE D'AVÓ 2

Há 8 meses um último suspiro
no último 13 deste que é janeiro.
Não se percebe mas,
12 meses já bate à porta
e a gente que finge ser gente...
O mundo foi melhor antes desta hora
que consumiu a alma de um tempo
que aqui não se encontrará mais.
Mas, me aguarde Vó!
A gente ainda se vê.
Beijos de seu Neto.

Minha avó costumava dizer: "Você gosta porque, e você ama apesar de."

Você gosta de alguém por causa de suas qualidades, mas o ama apesar de alguns defeitos.

⁠A avó

Quanto saber!
Quanta vida!
Quanto tempo!
Agora o ciclo faz a volta
Precisa de cuidado, alguém que cuidou!
Precisa de alimento, alguém que alimentou
Quanto cansaço!
O peso dos anos!
Mas também alegria em continuar vendo a vida!
Alegria nos dá
ao falar sobre tudo,
comentários tão francos que nos tiram sorrisos!
Seus cabelos nos lembram
que viemos de ti
e é para ti que nós vamos!

Pri Fonseca

Uma parte do nosso tempo livre deve ser dedicada a nós mesmos, ao cuidado com o nosso corpo e com a nossa mente. Uma outra parte deve ser dedicada à família e aos amigos. Devemos dedicar uma terceira parte à coletividade, contribuindo para a sua organização civil e política. Cada cidadão deve dosar estas três partes em medidas adequadas, de acordo com a sua vocação pessoal e a sua situação concreta.

Ansiosa, agitada, teimosa, estressada, preocupada, instável, carinhosa, dedicada, interessante, esperta, amorosa, focada, desconfiada, distraída, desastrada, cuidadosa, estranha, racional, inteligente, virtuosa, doidona, concentrada, preguiçosa, sonhadora, realista… surpreendente. Sou uma verdadeira caixinha de surpresas.

A BICICLETA

Me lembro, me lembro
foi depois do jantar, meu avô me chamou,
tinha um riso na cara, um riso de festa:

- Guilherme, vou tapar seus olhos,
venha cá.

Os tios, os primos, os irmãos, na grande mesa redonda
ficaram rindo baixinho, estou ouvindo, estou ouvindo:

- Abre os olhos, Guilherme!

Estava na sala de jantar, junto da porta do corredor,
como uma santa irradiando, num altar,
como uma coroa na cabeça de um rei,
a bicicleta novinha, com lanterna, campainha, lustroso selim de couro,
tudo.

Me lembrei hoje da minha bicicleta
quando chegou a minha geladeira.

Mas faltou qualquer coisa à minha alegria,
talvez a mesa redonda, os tios, os primos rindo baixinho,

– abre os olhos, Guilherme!

Oh! Faltou qualquer coisa à minha alegria!

Amizade Inesquecível!
(Para meu AVÔ:João Theodoro Rodrigues)
Ainda lembro
Daquelas inesquecíveis palavras.
Que murmuraram ao meu coração
E fizeram a impossibilidade do esquecimento...
Palavras que não se calaram...
Anos se passaram
Estações presenciei.
Lágrimas derramei.
Dores eu senti.
Mas daquelas palavras.
Não me esqueci.
Palavras que denunciavam.
Que a nossa amizade era verdadeira.
De que não seria o tempo...
O destruidor desse nosso laço.
Os anos passaram...
As lembranças ficaram.
Saudade das vezes que o mundo era nosso.
E que o destino estava em nossas mãos...
Saudade das risadas.
Que surpreendiam a todos ao nosso redor.
Hoje apenas saudade posso ter...
Mas quem sabe no amanhã...
Voltamos a ser um só mundo.
Onde nada destruirá nossa verdadeira amizade
Nem mesmo a Morte...

Minha avó
Marieta Cardoso Joanol

Mulher de garra, mãe, amiga, avó, bisavó, esposa...
com dedicação criou seus filhos...
os ensinou a trilhar o caminho do bem...
e seus filhos tiveram filhos, e os filhos dos filhos também...
e todos sempre terão orgulho de falar
dessa mulher, que com muita garra
lutou, contra o tempo, contra a saudade,
contra a doença, contra o cansaço dos anos..
minha avó de cabelos alvos como a neve,
trazidos com a experiência da vida,
minha avó cheia de paciência, que a todos servia...
minha avó, mulher prendada, que cozinhava, que sorria...
Esta era minha avó, um pouco Isnardi, um pouco Cardoso
e com o passar do tempo, um pouco Joanol...

Vó descanse em paz ao lado do vô.

Acróstico para Máira

Miríades de astros e estrelas
Auguraram o teu nascer.
Irrequieta por vê-las,
Rompeste o véu para tê-las
Ao lado do teu viver

Inserida por aanakika

O grande livro que sempre me valeu e que aconselho aos jovens, um dicionário. Ele é o pai, é tio, é avô, é amigo e é um mestre. Ensina, ajuda, corrige, melhora, protege. Dá origem da gramática e o antigo das palavras. A pronúncia correta, a vulgar e a gíria.

Cora Coralina

Nota: Trecho do poema "Voltei", do livro "Vintém de cobre: meias confissões de Aninha". 6ª ed., São Paulo: Global Editora, 1997, p. 127.

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Minha velha avó sempre costumava dizer: amigos de verão derretem como neves de verão, mas amigos de inverno são amigos para sempre.

O amor de uma avó por seus netos é um amor sem limites... é como amar seus filhos duas vezes... Netos são uma extensão da nossa vida! Um elo de amor incondicional. Como não amar?

Eu não tenho um portão para te esperar, como minha avó um dia esperou pelo meu avô e eles ficaram juntos por 70 anos. Talvez eu também seja engolida por esse mundo que cria tantas facilidades para a gente não sofrer. Tenho medo de que tudo seja uma mentira e de verdade sinto que é, mas ainda acordo feliz todos os dias esperando que ao menos você seja verdade.

O cadeira de balança embala o sono da avó. E junto com ela as historias que nos fazem ser. Vai e vem, você em mim.

Ser avó não significa aposentar-se e ser chamada de “vozinha”, e sim voltar à maternidade e viver uma nova fase.

Minha avó disse que a morte não existe. Ela acreditava que só morremos quando os outros nos esquecem.

Todos devem deixar algo para trás quando morrem, dizia meu avô. Um filho, um livro, um quadro, uma casa ou parede construída, um par de sapatos. Ou um jardim. Algo que sua mão tenha tocado de algum modo, para que sua alma tenha para onde ir quando você morrer. E quando as pessoas olharem para aquela árvore ou aquela flor que você plantou, você estará ali. Não importa o que você faça, dizia ele, desde que você transforme alguma coisa, do jeito que era antes de você tocá-la, em algo que é como você depois que suas mãos passaram por ela. A diferença entre o homem que apenas apara gramados e um verdadeiro jardineiro está no toque, dizia ele. O aparador de grama podia muito bem não ter estado ali; o jardineiro estará lá durante uma vida inteira.

Ray Bradbury
Fahrenheit 451. São Paulo: Globo, 2012.