Poesia de Vizinhos
Sorriso
Lembrei dos dias
em que via você saindo
com os vizinhos
enquanto eu na minha casa
cuidava do meu irmãos
até certo ponto
não me importava tanto
mas você me viu como isca
para me usa nos seus planos
me deu ideias de vida
planejamentos do futuro
iludiu minhas lágrimas
não me fazendo como um brinquedo
me assustei ao sabe
quem era você de verdade
a mulher dos meus sonhos
era apenas uma falsidade
enquanto você se divertia
sobre minhas custas
você roubava me sorriso
sim o meu sorriso
o meu sorriso
o que me custou muito
a covardia contra um cavaleiro
e muito pesado para você viver
carregando a culpa sem amor
não vale a pena chorar por você
sinta muita dor
Tudo o que existe é o agora, e agora também não existe.
Somos vizinhos de nós mesmos.
O olho que tudo vê é a visão do criador
na forma de sua única criatura.
RACIONAMENTO
A mingua atinge a todos
Que se declaram meus vizinhos.
Nalgum dia dos dias
Falta água em minha casa.
Quem tem sede,
Já não encontra torneira aberta
Em meus olhos.
Donde sou,
Racionamento não poupa
Nem a quem não tem.
Como eu que,
Desde que o calendário
Ganhou ligeireza,
Não ajunto
Em meu corpo
Nada que não seja tão meu,
Nenhum grão.
Mesmo no tempo em que me falta,
Sob horário de verão,
Ganho e perco horas.
Nem bolso eu tenho
Pra guardar poliqueixosos.
Não entesouro mágoas,
Tampouco guardo águas,
Pra tomar e lavar as dores
De amores
Que só a vida
Há de lhe
Economizar.
A essência do amor é saber amar
qualquer pessoa... Amar o amigo,
Os vizinhos, o amor enxerga longe...
Já quem não amar, é cego por natureza.
Perguntaram a um lavrador porque doava de suas
melhores sementes aos vizinhos, também lavradores.
Ao que respondeu: O vento espalha o pólen e, se eles
não tiverem uma boa semente...elas enfraquecerão a
minha lavoura também... Dividamos também nós,
como "bons lavradores" as nossas boas sementes
e todos colheremos frutos igualmente bons.
Cika Parolin
Comer, beber, sorrir.
A ternura dos vizinhos.
O olhar varado das moçoiras
saídas da escola.
As rezes berrando,
longe.
O zumbizar da cigarra.
Coisa feia é o homem bisbilhoteiro
Não tem o que fazer e vive a xeretar
Seus vizinhos suas vítimas o dia inteiro
O veem na janela com a esposa a observar
Eu sou de um tempo onde a consideração valia bem mais que dinheiro!
Amigos, família, vizinhos, os nossos companheiros de trabalho, eram muito mais valiosos, que qualquer outra coisa.
A amizade e o amor deles valiam mais que eventuais obtenções de algo, por passar por cima desse amor e de toda nossa amizade.
Nunca valeria a pena abdicar de pessoas e de seus amores, por dinheiro, status, promoções ou qualquer outra coisa aparentemente vantajosa.
Eu me recuso a viver dentro desse mundo de ambições!
Da falta de respeito e consideração pelo nosso próximo.
As pessoas estão se tornando ricas e solitárias..
Abastadas e sem nada para compartilhar com quem precisa.
Mundo rico e abastado...
Mundo triste e feio, repleto de pessoas solitárias..."
Entre pais, familiares, professores, vizinhos, amigos...tive inúmeros mestres e desde cedo tratei de assimilar as lições. Lembrá-los pela vida afora e contar suas histórias,
é minha maneira de ser grata
e de dizer "valeu"! Eu entendi!
Cika Parolin
A família me chama de maluco, e meus vizinhos de macumbeiro, mas na hora de pedir ajuda
Todo mundo vem pedir pro feiticeiro.
À tarde
O clima morno do Outono
as cores rosadas do entardecer
os vizinhos brincando com as crianças
Tudo me faz lembrar
lembrar das brincadeiras da infância
das pessoas que não estão mais aqui
Amanhã tem outra tarde
para me fazer lembrar
me fazer triste e feliz
Ajude todas as pessoas que você puder, seus vizinhos, amigos, desconhecidos, faça o bem pelo simples fato de que você poderia poderia estar na mesma situação. Não importa, apenas faça o bem ao maior número de pessoas que você puder.
Resende, 24 de Julho de 2018.
ALMEIDA, BRUNO DE SOUZA
Saudades!
Do tempo que vaca e boi eram só animais do sítio da bisavó.
Que vizinhos davam bom dia.
Que bolsa era um acessório e não salário.
BONS VIZINHOS (Autor: Henrique Rodrigues de Oliveira).
Ser morador deste mundo
Buscando a felicidade
Saltar ou desviar do muro
Aproveitar da ponte à passagem.
Viver controlando o impulso
E adormecer a maldade
Com vozes de crianças no fundo
Canção de ingenuidade.
Semeador, aprendendo
Semear a dor, aprendizagem
Porque toda vida tem luto
Eu luto em conviver com a saudade.
Figueira é estéril do fruto
Ser fértil ao decorrer da passagem
Nos gestos ensinar como busco
Sem contradizer com as palavras.
Boneca, barco de papel
Pipa no ar, brincadeira
Bolha de sabão arrisca o céu
Brincar de pique bandeira.
Deixar o sentimento como herança
E da paz fazê-los herdeiros
Ser morador deste mundo
Pra realizar o quê hoje não é verdadeiro.
Nasci e cresci!
Nasci naquele bairro cheio de gentes humildes
Cresci vivendo a base dos vizinhos
Ganhando por todo lado a sua amizade
E nunca me senti sozinho
Lembro-me do sorriso da tia Mariana
Que ocultava a tristeza nuns lábios repletos de alegria
Que fazia da fuba o seu ganha-pão
Da esteira o seu colchão
O bairro que me viu a nascer!
A rua que me viu a crescer
Muitas vezes por ele eu chorei
Ao fim de mais um dia
Quando nas ruas repleto de pedra eu caminhei
Cresci naquele bairro do gelado da mucua
Saboreando as receitas da tia Luzia
Aguentando a fila e a luta
Um dia eu nasci, e hoje eu cresci
Com camisolas esfarrapadas, andando descalço
Comendo no chão, bebendo água turva, pedindo esmola
Correndo atrás dos burros para o meu sustento
Nasci naquele bairro acutilante
Vendo os meus sonhos a passarem
A minha vida excedeu sendo uma ferramenta desfarçante
Vivendo o inezistível prazer
Vivendo o fracasso do meu ser
Pois ai eu vivi e com tudo eu cresci
Nasci, e cresci!
Voltar a ser vizinhos novamente, brincar no parque como nos velhos tempos. Retornar à rotina de poder te acordar com gritos pela janela, convidando-lhe a tomar café comigo, porque minha mãe fez pão de queijo, e eu sei que você ainda gosta. Retomar às conversas de papel pelo vitro do quarto, as duas da madrugada, como se aquilo tudo fosse necessário. Todos aqueles planos que construímos na casa da árvore, onde fingíamos sua existência, e não passava de um banco embaixo de uma imensa arvore, na qual remendávamos com nossos trapos velhos, e era o suficiente para que nossos sonhos se mantivessem guardados e protegidos. Vamos voltar, vamos voltar, amor. Você se lembra de todas as vezes que disse em meu ouvido, baixinho, que nunca me abandonaria? E iriamos ficar juntos para sempre? E aquele feriado que minha mãe me deixou dormir em sua casa, e nos aconchegamos em sua cama pequena, com suas historias de terror me amedrontando, mas no fundo eu sabia que com você do meu lado, não existia perigo, eu sabia da sua proteção. Não vá amor, não vá. Lemba daquele toque de lábios debaixo das cobertas, nosso primeiro descobrir, e apenas, olhe apenas, com nove anos, ou eram dez? Tinhamos a mesma idade, mas eu sempre ingenua, e você sempre meu porto seguro, minha inspiração ao escrever aquelas bobagens no bloco de papel cor-de-rosa que você me deu no dia dos namorados, onde brincamos em ser namoradinhos por um dia, mas nunca me atrevi a mostra-lo aquelas palavras. Eu sei que foi demais, e chegou rápido demais, ou tarde demais, eu não sei, você sabe, e sabe bem que não quero que vá. Achei uns versos soltos no criado mudo da ''nossa'' antiga casa, quando tudo que era meu, o pertencia. E dizia assim:
''Quando chegar a hora de ir embora
lembre-se de não se esquecer
daquela velha história
onde fazíamos parte
até você partir.''
Recordar.
Quando os postes se apagam
É quando os vizinhos saem de suas casas
Perguntam uns para os outros quando a luz volta
E enchem a rua dela
vizinhos distantes.
*
"Relaxado com o relato do ocorrido daquela tarde perniciosa que no arrebol não viu o lençol. Fez despedida e não saiu da minha frente; e como uma corrente se apegou ao vestido dela que passava apressada. Atrasada para o encontro da despedida. Chorei sem pressa de parar, e, então, vi ela se declarar para o viajante desatento em um opaco rastro de dor, e eu me declarei por pensar que oque sentia por ela era amor.".
*
Ricardo Vitti
Mamãe sempre contou uma história sobre um rapaz da vila, que sempre gritava a seus vizinhos por socorro. Dizendo que um lobo estava a atacar suas ovelhas, mas nunca era verdade, o rapaz ria por ter enganado mais uma vez seus companheiros. Certo dia, o lobo veio sorrateiro e mortal, mas quando o rapaz pediu por ajuda, ninguém acreditou ser verdade. As ovelhas de Celeste correm risco de não sobreviverem ao lobo quando ele de fato vier.
- As janelas da minha casa
Aviões e aves raras silenciam
Os vizinhos veem o mato no jardim
A família e os amigos não perturbam
Por você já não perguntam nem por mim
Tudo em pausa só por causa do eclipse
Da elipse que o tempo fez por nós
Um psiu na imensidão do universo
Para sermos sol e lua sós