Poesia de Sören Aabye Kierkegaard

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A vida só pode ser compreendida olhando-se para trás, mas só pode ser vivida olhando-se para a frente.

Soren Kierkegaard
Livro: Diario 1834-1855

O casamento feliz é e continuará a ser a viagem de descoberta mais importante que o homem jamais poderá empreender.

A porta da felicidade abre só para o exterior; quem a força em sentido contrário acaba por fechá-la ainda mais.

Enganar-se a respeito da natureza do amor é a mais espantosa das perdas. É uma perda eterna, para a qual não existe compensação nem no tempo nem na eternidade: a privação mais horrorosa, que não é possível recuperar nem nesta vida... nem na futura!

“Não, o amor sabe tanto quanto qualquer um, ciente de tudo aquilo que a desconfiança sabe, mas sem ser desconfiado; ele sabe tudo o que a experiência sabe, mas ele sabe ao mesmo tempo que o que chamamos de experiência é propriamente aquela mistura de desconfiança e amor… Apenas os espíritos muito confusos e com pouca experiência acham que podem julgar outra pessoa graças ao saber.”

Rir é arriscar-se a parecer louco.
Chorar é arriscar-se a parecer sentimental.
Estender a mão para o outro é arriscar-se a se envolver.
Expor seus sentimentos é arriscar-se a expor seu eu verdadeiro.
Amar é arriscar-se a não ser amado.
Expor suas idéias e sonhos ao público é arriscar-se a perder.
Viver é arriscar-se a morrer...
Ter esperança é arriscar-se a sofrer decepção.
Tentar é arriscar-se a falhar.

Mas... é preciso correr riscos.
Porque o maior azar da vida é não arriscar nada...

Pessoas que não arriscam, que nada fazem, nada são.
Podem estar evitando o sofrimento e a tristeza.
Mas assim não podem aprender, sentir, crescer, mudar, amar, viver...
Acorrentadas às suas atitudes, são escravas;
Abrem mão de sua liberdade.
Só a pessoa que se arrisca é livre...

"Arriscar-se é perder o pé por algum tempo.
Não se arriscar é perder a vida..."

Há duas maneiras de ser enganado. Uma é acreditar no que não é verdade; a outra é recusar a acreditar no que é verdade.

O desespero mais comum é não escolhermos ou não podermos ser nós mesmos, mas a forma mais profunda de desespero é escolhermos ser outra pessoa ao invés de nós mesmos."

As pessoas exigem liberdade de expressão para compensar a liberdade de pensamento que usam raramente.

A coisa crucial é encontrar uma verdade que seja verdade para mim, encontrar a ideia pela qual eu esteja disposto a viver e morrer.

É preciso uma coragem puramente humana para renunciar a toda a temporalidade a fim de obter a eternidade.

O maior perigo de todos, o de nos perdermos de nós mesmos, pode ocorrer muito calmamente no mundo, como se não fosse nada. Nenhuma outra perda pode ocorrer tão silenciosamente; qualquer outra perda - um braço, uma perna, cinco dólares, uma esposa, etc - seria certamente notada.

Amar a Deus sem fé é refletir-se sobre si mesmo, mas amar a Deus com fé é refletir-se no próprio Deus.

Frustar alguém no amor é a mais terrível decepção; é uma perda eterna para a qual não há compensação, na vida ou na eternidade.

O homem é uma síntese de infinito e de finito, de temporal e de eterno, de liberdade e de necessidade, é, em suma, uma síntese. Uma síntese é a relação de dois termos. Sob este ponto de vista o eu não existe ainda.

A deceção mais comum é não escolhermos ou não podermos ser nós próprios, mas a forma mais profunda de deceção é escolhermos ser outro antes de nós próprios.

Semelhante àquele cavaleiro, tão falado nas lendas, que subitamente vê uma ave rara e teima em perseguí-la, julgando-se de imediato prestes a atingi-lá. Mas a ave novamente se distancia até o cair da noite. Então o cavaleiro, distante dos seus e perdido na solidão já não sabe o caminho. Assim é o possível do desejo.

À medida que minha oração se tornava mais atenta e interna, eu tinha menos e menos a dizer. Finalmente, fiquei completamente em silêncio... É assim que é. Orar não significa ouvir a si mesmo falar. A oração envolve ficar em silêncio, e estar em silêncio, e esperar até que Deus seja ouvido.⁠

⁠Aventurar-se causa ansiedade, mas deixar de arriscar-se é perder a si mesmo. E aventurar-se no sentido mais elevado é precisamente tomar consciência de si próprio.

A verdade sempre pertence à minoria, e a minoria é sempre mais forte que a maioria, porque a minoria é geralmente formada por aqueles que realmente têm uma opinião, enquanto a força da maioria é ilusória, formada pelas gangues que não têm opinião - e que, portanto, no instante seguinte (quando é evidente que a minoria é a mais forte) assume sua opinião ... enquanto a Verdade volta a ser uma nova minoria. "