Poesia de Medo
DE PAI PARA FILHA
FILHA: não tenhas medo de enfrentar tuas fraquezas e tuas limitações. Não esqueças da arte de duvidar. São nos questionamentos que enxergamos a clareza das coisas. Duvide sempre! Questione constantemente. Não acredites cegamente nas informações que são dissiminadas desvairadamente. Aproveite a luminosidade dos teus dias. Não tenhas medo da escuridão. Olhais para a janela da subconciência e, verás que a vida é vida, vivenciada e assistida. Estarás sempre acompanhada, com fé, jamais ficarás sozinha.
190424
A solidão é o amor,
A morte é o segredo,
Na morte sentir dor, na hora sentir medo
Espie só que imoral
O tamanho da besteira
Nas coisas que escrevo
Os toques são de MANUEL BANDEIRA.
041009
O INTRUSO
Batia no vidro frio,
Da janela fria.
Batia.
Como que a medo
De revelar um segredo
Porque ali estava
E instava.
Abri a janela,
Singela.
Corri-a de par em par.
Ele, entrou radiante,
Com passo frio e distante,
Como que a querer mostrar
A alteza do seu rol.
Era o sol,
O de inverno,
Que já me foi de inferno
Em dias de verão,
Nesta janela da escuridão.
Só eu,
Triste plebeu,
Bato a tantas janelas
De tantas capelas
De santos de milagre,
Mas ninguém mas abre!
(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 03-01-2023)
SORRI TRISTEZA
Anda comigo tristeza,
Não sintas medo ou horror,
Traz só uma capa fina
De esperança pequenina,
Nos ombros da tua dor.
Iremos então lado a lado,
Dois cegos a cantar o fado,
Sem esmola, só pelo sonhar...
Anda tristeza e meu fadar,
Para onde vamos só basta
Trazeres na tua canastra,
O vento que vem no ar.
Anda tristeza, arrasta
A nossa vida pró mar,
Sorri tristeza sem parar,
Pois sorrir até afasta,
O fantasma do penar.
(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 20-10-2023)
“O medo de sair de casa me assombra,
se pelo menos soubesse que te encontraria,
numa esquina qualquer da vida.
Mas, na cidade onde moro não há esquinas.
As ruas são infinitamente movimentadas.
pessoas não param, não se cumprimentam,
por isso tenho medo de sair de casa, contudo,
a solidão com quem habito em quatro paredes,
já começa a me espreitar, como um monstro
se aproxima de mim, receio que em breve me devorará.”
Minha poesia
Minha poesia não é de fado
nem de medo, nem de tédio
minha poesia não é de hoje
aos que dela se alimenta
não trás culpa nem remédio
Minha poesia é riso ao que chora
minha poesia nunca foi despedida
minha poesia, inoportunamente fica
quando lhe pedem pra ir embora.
Minha poesia não é de angústia
nem de saudade dolorida
minha poesia vislumbrar o futuro
se agarra ao presente e dele suga vida.
“o amor é quase tudo, é quase medo, segredo, saudade!!!! o amor é abismo e liberdade.”
―Evan Do Carmo
Quando o verbo em mim calar
cessará todo o julgamento do mundo
a consciência do medo se dissipará
e hão de se fechar todos os abismos
então reinará o imponderável silêncio
sobre o discurso da dúvida...
SOMBRAS DO AMANHÃ
Em dia de fúria,
Desgosto e tempestade
Há tanto medo e trevas
Em todo pensamento
Sobre o amanhã...
Nem Kafka me socorre
Nem Pessoa,
Que Dante
Socorria.
Nem Castro Aves
Com o peso da
Cruz de Sousa
Sobre o lombo dos homens.
Pobre Zaratustra
Ventríloquo de Deus
Na língua do diabo
Palhaço de Goethe
Verlaine e Rimbaud.
Nada me socorre
Nem poesia nem vinho
Nem fumo ou absinto
Nem Maiakovski
Neruda
Ou Baudelaire.
ALGUÉM PARA AMAR
Eu sempre amei
não tive medo
mas ninguém quis
compartilhar.
Pois o amor
é um Ministério
que ninguém
sabe explicar.
Alguém para amar
é o que queremos
alguém pra cuidar
do coração.
Coisas do amor, não são fáceis de entender.
Mas com você não tenho medo de perder
A discussão é sempre proveitosa
Você é a rosa, eu sou manjericão.
Na vida e na arte, somos duas partes
Em plena harmonia
À noite somos luz nas trevas um do outro
Abrigo, cais e porto
De dia o sol traz esperança
Então somos criança
Canção e poesia
NÃO É JOGO DE AZAR
Não se entregue, não se prenda
Não se renda ao medo de mar.
Há coisas no amor bem difíceis de explicar
Como pode por exemplo,
Um coração se apaixonar?
Não há regras matemáticas
Não é jogo de azar.
Nem todo amor vale a pena,
Nessa ética irregular
Não se deve dar migalhas a quem tem fome
Se queremos nossa alma alimentar.
O amor deve ser luz
Pra guiar nosso caminho
Fonte de vida e prazer
Aguá fresca, sombra e ninho.
Nem todo amor vale a pena
Não podemos tudo ter
Há tanta coisa escondida
No universo pra saber
Coisas vãs, filosofias
Céu e terra, amar, viver.
OUTRORA TIVE MEDO DA GUERRA
Outrora tive medo da guerra
Pois lia nos livros, via nos filmes. Quão desesperador era fazer parte dela, fosse como vítima ou agressor.
A guerra é o último estágio da bestialidade humana, conclusão de que o embrutecimento não é animal e sim humano.
Animais não jogam bombas letais sobre os filhos dos seus irmãos.
A guerra é obra prima do espírito egoísta, que faz morada
na consciência dos homens.
Outrora tive pavor da guerra, contudo sempre achei que não veria, com mesmos próprios olhos seu avanço sobre os inocentes..
Cheguei a duvidar dos livros e dos filmes, onde ela me parece tão cruel e desnecessária.
A guerra, às vezes até parece poética, quando os heróis nos conquistam com discurso de bravura e nacionalismo.
Mas a guerra existe fora dos livros e dos filmes, hoje vejo em alta definição sua força e realismo, sua estupidez sobre as crianças da Ucrânia.
A guerra é real, ela acorda pais e mães para fugirem dos ataques noturnos, a guerra é hoje nosso maior enredo de uma epopéia trágica e realista .
Evan do Carmo
"Palavra não dita,
ninguém acredita
palavra cantada
se finca na estrada
com medo se entala
o que se tem a alma
por isso se canta
onde o verbo cala."
Silêncio
Quero o silêncio
onde se cria o impossível
quero o silêncio
onde se esconde o medo.
Quero o silêncio,
onde tudo é calma
onde tudo é alma,
e sem Deus e sem culpa.
Quero o silêncio
onde o vinho é doce
e o sangue esfria
e o trabalho é livre
sem suor nem lágrimas.
Quero silêncio
pois estou cansado
de ouvir mentiras
de um oráculo errado.
Quero o silêncio
do desassossego
do amor perdido
do perdão negado.
Não tenha medo
quando tudo fica escuro
a noite esconde o sol
por isso não vemos
o horizonte atrás do muro
mas busque na memória
o amanhã que deseja tanto,
ele te espera radiante
pra te manter vivo e seguro.
Arrisque-se pelo amor
Arrisque-se pelo amor,
mesmo que pareça impossível;
mesmo que tenha medo de sofrer.
Deixe seu coração seguir sua intuição
e siga em frente, com determinação.
O amor é um caminho tortuoso,
cheio de buracos e desafios,
mas se você não se arriscar,
nunca saberá o que poderia ter sido.
Amar é lançar-se ao vento,
confiando que ele te levará aonde precisa ir.
É nadar contra a correnteza,
brigando com as águas da vida,
sem medo de se afogar.
O amor pode nos levar a dores profundas,
a perdas e separações duras,
mas ainda assim, ele deve ser nosso norte,
nosso guia e consolo em momentos de agonia.
Então, arrisque-se pelo amor,
não importa o que aconteça depois.
Valerá a pena ter vivido,
se você tiver compartilhado a sinceridade
e a liberdade de amar sem fronteiras,
sem barreiras ou limitações.
Quando o verbo em mim calar
cessará todo o julgamento do mundo
a consciência do medo se dissipará
e hão de se fechar todos os abismos
então reinará o imponderável silêncio
sobre o discurso da dúvida
e a verdade terá enfim seu pleno espaço
a luz iluminará sem temor a escuridão
E quando chegar esse momento sagrado
não haverá mais intrigas nem artimanhas
o amor enfim será o nosso guia
e a paz reinará nas almas mais danificadas
Então minha alma poderá voar livremente
sem medo de ser julgada ou incompreendida
e o coração feliz baterá em plena harmonia
numa eterna sinfonia de amor e vida.
Ó medo que me amedronta ao sair
De casa, em busca de quem me conforte
Se pudesse encontrar-te, ó doce sorte,
Em algum ponto dessa vida a fluir
Nesta cidade que me cerca a dor,
Não há esquinas, só ruas agitadas
Pessoas que não se olham, nem se amam,
Tenho receio de sair desse torpor
A solidão me acompanha nesse andar,
Em quatro paredes, mas não me basta,
O monstro dela parece me atentar
Não quero que ela me devore, é gasta
Minha alma, preciso me libertar
Compartilhar a vida, talvez a encontre lá
Eu pensei em te falar, mas fui contido
Por medo da resposta que teria
E então sozinho, fiquei submetido
A dor que a tua ausência me causaria
Escolhi o sofrimento momentâneo
Pra não ter que sentir eternamente
A dor da tua falta, o descompasso
E assim, seguindo em frente, muito embora
Com o meu coração ainda ardendo
Sigo fiel ao amor que ainda chora
Pois mesmo sem te ver, sem te encontrar
Sigo te amando, sem me arrepender
Fiel ao que sinto, a te esperar.