Poesia de Mãe para Filha
Minha mãe sempre diz: Não há dor que dure para sempre!
Tudo é vário. Temporário. Efêmero. Nunca somos, sempre estamos!
E apesar de saber de tudo isso. Por que algumas dores duram tanto?
Por que alguns sentimentos (diga-se de passagem os mais ridículos) demoram tanto a passar?
Por que olhar pra ele reaviva esperanças perdidas e suscitas lágrimas quentes até então contidas?
Por que o cérebro ainda não inculcou no coração que esquecer faz bem a saúde?
Por que tudo não pode ser como um bonito filme francês?
Incompreensão dos Mistérios
Saudades de minha mãe.
Sua morte faz um ano, é um fato
Essa coisa fez
eu brigar pela primeira vez
com a natureza das coisas:
que desperdício, que descuido,
que burrice de Deus!
Não de ela perder a vida,
mas a vida de perdê-la.
Olho pra ela e seu retrato.
Nesse dia, Deus deu uma saidinha
e o vice era fraco.
Minha mãe me deu ao mundo de maneira singular me dizendo uma sentença:
pra eu sempre pedir licença, mas nunca deixar entrar.
Mãe, presente de Deus
Para completar o homem, Deus a fez mulher...
Mas para participar do milagre da vida, Deus fez a mãe.
Para liderar uma casa, Deus fez a mulher...
Mas para edificar um lar, Deus fez a mãe.
Para estudar, trabalhar e competir, Deus fez a mulher...
Mas para guiar a criança, Deus fez a mãe.
Para os desafios da sociedade, Deus fez a mulher...
Mas para o amor e carinho, Deus fez a mãe.
Para fazer aquele trabalho, Deus fez a mulher...
Mas para embalar o berço e construir um caráter, Deus fez a mãe.
Para ser princesa, Deus fez a mulher...
Mas para ser rainha, Deus fez a mãe.
Você é o mais lindo presente de Deus para mim.
Eu quero ser uma dádiva de Deus pra você.
Te amo, mãe!
Toda mulher é como uma rosa
Rainha de todas as flores
Mas a mulher que também é mãe
É rainha entre rainhas
Rainha de todas as rosas.
Minha mãe sempre diz: Não há dor que dure para sempre! Tudo é vário. Temporário. Efêmero. Nunca somos, sempre estamos.
E apesar de saber de tudo isso porque algumas dores duram tanto?
Minha mãe achava estudo a coisa mais fina do mundo.
Não é. A coisa mais fina do mundo é o sentimento.
Que eu tenha sempre comigo:
Colo de mãe.
Abraço apertado.
Riso de graça.
Brilho no olho.
Amor quentinho.
Tristeza que passa.
Força nos ombros.
Criança por perto.
Astral bonito.
Prece nos lábios.
Saudade mansinha.
Fé no futuro.
Delicadeza nos gestos.
Conversa que cura.
Cotidiano enfeitado.
Firmeza nos passos.
Sonhos que salvam.
Subversiva
A poesia
Quando chega
Não respeita nada.
Nem pai nem mãe.
Quando ela chega
De qualquer de seus abismos
Desconhece o Estado e a Sociedade Civil
Infringe o Código de Águas
Relincha
Como puta
Nova
Em frente ao Palácio da Alvorada.
E só depois
Reconsidera: beija
Nos olhos os que ganham mal
Embala no colo
Os que têm sede de felicidade
E de justiça.
E promete incendiar o país.
Ensinamento
Minha mãe achava estudo a coisa mais fina do mundo. Não é.
A coisa mais fina do mundo é o sentimento.
Aquele dia de noite, o pai fazendo serão, ela falou comigo:
“Coitado, até essa hora no serviço pesado”.
Arrumou pão e café, deixou tacho no fogo com água quente.
Não me falou em amor. Essa palavra de luxo.
Não consigo imaginar nada mais brutal do que dizer para um filho: “Tua mãe não te ama”. O mesmo vale para mães que dizem isso aos filhos a respeito dos pais. Quem faz essa covardia com uma criança é quem verdadeiramente não a quer bem. Usar o sentimento de inocentes a fim de atingir um cônjuge que passamos a odiar é de uma agressividade tão letal quanto uma injeção no pescoço, tão dolorido quanto um soco de um brutamontes.
Nem todos que agem assim o fazem por maldade. Muitos o fazem por ignorância. Mas até ignorantes deveriam possuir alguma sensibilidade para entender que uma criança necessita de segurança emocional e não de ser envolvida nas brigas de um casal que um dia resolveu se unir, e que mais adiante resolveu se separar. Casamento não precisa ser para sempre, mas a responsabilidade parental, sim.
Crianças não conseguem processar direito o que vivenciam. Assumem culpas que não possuem, fantasiam abandonos, se responsabilizam pela infelicidade dos pais, e pior do que tudo, se sentem desprotegidas em um lar briguento. Crescem e se tornam homens e mulheres paranoicos, inseguros, acovardados diante da vida.
É uma tecla insistentemente batida, mas pouco escutada: criança precisa ser amada. Não precisa de um iPhone aos nove anos, não precisa ir a Disney antes de ser alfabetizada, não precisa de um guarda-roupa de estrela de cinema. Precisa ser amada. Sai de graça. Só custa caro quando é educada por duas criaturas mais infantis do que ela.
Um dia, caiu um raio na casa do velho Galvão, matando-o e ferindo-lhe a filha. A mãe disse: «Deus castigou. Eles eram muito malvados». Além do castigo da professora, do castigo dos pais da gente, havia então um castigo maior, muito maior - o castigo de Deus?
A preguiça é a mãe do progresso. Se o homem não tivesse preguiça de caminhar, não teria inventado a roda.
O amor de mãe por seu filho é diferente de qualquer outra coisa no mundo. Ele não obedece lei ou piedade, ele ousa todas as coisas e extermina sem remorso tudo o que ficar em seu caminho.
Mãe é o amigo mais verdadeiro que temos quando a dificuldade dura e repentinamente cai sobre nós; quando a adversidade toma o lugar da prosperidade; quando os amigos que se alegram conosco nos bons momentos nos abandonam; quando os problemas complicam-se ao nosso redor, ela ainda estará junto de nós, e se esforçará através de seus doces preceitos e conselhos para dissipar as nuvens de escuridão e fazer com que a paz volte aos nossos corações.
Ser mãe é assumir de Deus o dom da criação, da doação e do amor incondicional. Ser mãe é encarnar a divindade na Terra.
No momento em que uma criança nasce, a mãe também nasce. Ela nunca existiu antes. A mulher existia, mas a mãe, nunca. Uma mãe é algo absolutamente novo.
Minha mãe foi a mulher mais bonita que já vi. Tudo o que sou devo à minha mãe. Atribuo meu sucesso na vida à educação moral, intelectual e física que recebi dela.
Toda a mulher acaba por ficar igual à sua própria mãe. Essa é a sua tragédia. Nenhum homem fica igual à sua própria mãe. Essa é a sua tragédia.