Poesia de Luz
Catarse
Eu podia livrar me da dor
Indo te olhar livre
Podia ressecar essa sangria
matar essa fome posuda
Beber da sua água
não há de me negar de novo
Contemplar a rede dos seus cabelos
Falarmos do pó e poesia de rua
Me abrigar no seu dossel
Deixar que o corpo faça febre
Te ouvir
E soar com suor o primeiro gemido
Adequar me ao incontível
Suprir o incabível
Remeter sem destino
Ou desmedir nosso infinito
Mais meti o braço pelas pernas
Estuprei o sentimento virginal que nunca floriu pra sempre
Tatuei um desenho qualquer
em forma de amor e desejei a você
O seu desejo então não veio
mimado de verdade, carente de nossa necessidade
Daí nem que nascessem juntos
sol e lua
E se mesmo assim por um instante
Eu te encanta-se
E assim traísse essa minha dor
com prazer e nossa paixão em dizer não
Nem mesmo assim
Eu não teria seu riso frouxo ao meu lado
Sempre lembraria e iria
Desse amargo que te fiz sugar
Não pode ser permitido "deslembrar"
Superar a memória do erro e eu
Jogou teu perdão na caçamba segunda
Julgou a limpeza imunda
Tratou de não tardar.
Dali restou o surreal de uma alma gêmeas frias e inventivas
Onde a criar torna-se a cela
A palavra a agonia
Toda vontade quando depara
Fome de panela vazia.
E ainda assim há dor imperdoável e desprezível dos meus ossos quebrados
remendados mais que nosso mistério estéreo, etéreo.
alusão
Gosto de todos,
Nem tudo muito.
Sinto minha hora
Nem toda hora minha
Mesmo assim, sinto sim
O tanto proporcional lúdico de cada dia
Meus pés sem raízes buscam matizes, mirar
E o medo de perder
Né medo não é só
perceber não ter e ser
Um dia embora feito a hora
Cheia de querer ir, aurora...
Desejo grande não tenho
Dor bem longe por perto
Mais distante que o desassossego
Talvez me sinta só e criativa, saudade
Hoje eu vi um bobo
Um tipo louco de bufão escancarado e barulhento
Bruto feito o tremor e sensível feito o artista
Ele era um fora do mundo vivendo imigrado
Não vi refrão no tempo desse movimento
Certo de que alma contida ele não tem
Dor com sorriso é mais bonito logo desde manhã, chorava.
Um pierrô sem colombina
De maus tratos uns cortes
De vida sorte
Cheio de passos pra dar
Foi olhando pra trás.
Sabe o que me faz feliz? Andar na rua e me darem bom dia, olha pro lado e ver pessoas sorrindo, seguir em frente sem ter rumo e chegar em um lugar lindo,olhar pras pessoas que mas amo e dizer eu te amo, encontrar um amigo de infância, ver um céu lindo cheio de pássaros cantando, isso me faz muito feliz…
Mas sabe o que me faz triste… Ligar a tv e ver pessoas morrendo, gente passando fome, políticos roubando e ainda vejo gente reclamando da vida… Será que um dia tudo melhora , e eu vejo a luz do dia linda?
Feliz é aquele ,que sempre acreditou que um dia seria a pessoa que é hoje
Sempre acreditou que o impossível é possível sim, que mesmo nos momentos mais difíceis da vida não deixou de lutar pelo que quis, feliz e aquele que nunca disse que um dia já foi feliz.
Reverbera
Um mandala depenado na casa de janelas de espera
O sacro amor profano
A falta de saber deixar
E os telefones todos com ela
Esse seu me abandonar por aí
Minha solidão, querendo seu estranho desejo odioso.
E várias outras mãos te digitando
E os telefones tocam sem ela
E desse vai sem ir
Nesse insosso sabor de desdém
Aonde eu vejo e penso lembro
E o telefone reverbera essa aquarela.
Vendo poesia
Pode pagar-se e sentir-se
Com panela e caldo no barro
Da cara magra da gana,
Ou fome na mão do palhaço
Vendo versos
Imensos em mim imersos
De imagem na palavra eu tenho um bom
Que seu olho pode pagar, onde ler alcançar.
Alugo sentidos
O tempo de ternura é bom
Dura mais que um suspiro
Tenho mais céu que o chão
Venha ao brechó em poemas
Alguns amarelos, mofados ao pó
Alguma coisa rara, pouca cara
Se encantar me aproveita fazendo outro nó.
Dor não tem vento
Enruga, rusga, inflama o drama,
Tormento enfrenta o corpo.
Ossos desmancham, esmagam,
Carne sem pedaços, pele repele e desfaz.
Sentimento primário,
Ofende o sorriso ofertando lágrimas
Trata de dizer que o tempo é infinito
Rasga a saudade do sossego
Trepa com a morte e sangra
Ao trauma físico,
fino sabor de punhal
Arromba a prece que valha
Traga a cura e se entupa de juras
Até nunca mais voltar
Na maré baixa ganho uma ilha,
Com mar, sal, sol e céu.
A lua com força aperta meu mundo.
Oceano sobe inundo,
E mareia alto,
nada tenho mais,
Até tudo se acalmar.
Hoje eu te vi
Sorrindo soltada
Essas voltas que eu dava
Suas curvas de meus mil dedos
Toquei seu jardim
vi ao olho nu
Te vi sim
um sonho bom
se acorda
não volto
se toca
não solto
Até aquela paz pousar
A tarde sumir
anoitecer o que pouco sei
em vontade de eternos dias de hoje
Te vi.
Se eu preto e branquear o horizonte
Desnudaria todo verdejar
Faria muitos tons de cinza
E tiraria o azul do céu
Não teria nuvens cheias
Nem flocos brancos formariam estas imaginações
Se descolorir...
Bom dia sim!
Esse mote de pássaro me amanhecendo,
Trazendo musica enquanto sonho,
me abrindo...
Ouvindo suas dores e seu amor
Na voz lucida de cantador.
E agora que morri?
Me jurou de morte
Trazendo me no sangue da sua palavra
Afiou em minha língua o teu punhal que me guarda
Disse que me beberia
Que eu não era de verdade, que arei sua dor
E sente muita saudade, saudade de flor!
Me acusou de roubo
Furtando meu passado pro seu julgo
Quis que o mundo me expurgue
Agora que morri pra ti
Não acenda vela ou apele prece, pois virei vento
Olhe para o seu céu de centelhas
E se agradece!
Guarda-Roupa
Paz se veste de paz
Assim é que se acalmas
Revestir de guerra
A Paz se erra
Em resposta a nunca ter respondido
Eu digo, não brinque mais com meu abrigo
Se não: não serás nem terá sido, paz.
não há vagas Um gosto amargo, no doce que me cabe...
Uma garganta seca por palavras que te traga.
Riscos imersos de solidão...
Fenêtre
Não tenho palavras,
Pela primeira vez me vejo sem elas
Todas sumiram e se somaram numa unica: espera!
Feito você que tanto olho e não vejo
No desejo da minha janela.
A parede do meu piso
Ela é meu tempo forte
Minha véspera de feriado
Aquele copo de sede, muito gelado...
Minha previsão de alegria
Minha mão amiga
Ela cuida da minha magia
Sabe lá onde é que minha nega vai parar...
Nega de Obaluaê...
Desalinho do meu simples caminho
Derrota sem dessiso
Delegado sombrio do meu brilho
Pretenso desafio rítmico, descontínuo
Maldito Senhor do Destino
Esmola meu querer
Leva feito vento sem tempo
Desaba uma sina sem graça ensina a farsa o cume da faca Suplico Senhor do Destino
Me deixe assim desde menino
Sou tanto amor que eu te ensino
Não faz pouco desse destemido
Apenas dai me o tempo desses sentidos
Teria lago mais sublime? Terá algo mais realizador? Terá milagre tão complexo como a formação de um novo ser? Terá maior gratidão do que agradecemos a vida? Terá mais ternura que beber de seu leite, usufruir de seu carinho, receber essa superproteção tão tua, ser considerado o mais belo, o mais inteligente, o mais charmosos mesmo que só seus olhos encherguem tudo isso? Existiria outro ser que amasse tanto, defendesse tando e amparasse tanto?
Pois não há. Pois não existe. Nada, nada de verdade supera a força e o peso de apenas três letras, MÃE. Feliz de quem tem a sua, feliz de quem teve a sua, feliz quem sabe reconhecer a sua. Feliz, feliz. Feliz mesmo é aquele que tem e teve sua Maria e sua Alice, mãe amada e vó/mãe também amada e esta ultima saudosa. Feliz quem como eu teve suas Aldas, inesquecíveis. Feliz de quem tem a mãe de sua casa, a mãe do teu lar, a mãe de teus filhos. Obrigado mãe por mim, por meus filhos, por meus netos. Obriga do mães do mundo todo, obrigado por existirmos.
Embora seja tão pouco para o tanto que nos dão, desejo a todas UM FELIZ DIA DAS MÃES.