Poesia de Luz
“prego”
Talvez que um dia no verso meu chorado
sob a luz da saudade, num versar falando
tu ouças nas rimas o meu ser apaixonado
em um grito de padecimento te saudando
Está lágrima que fez o papel ficar borrado
não se atenha. É meu prosar lacrimejando
quando vaza do coração pra ser escutado
e que na dor da solidão vai transbordando
Não é simples sofrer, ou, que nada valeu
é aperto no peito e, que ainda não passou
e cá no soneto, um suspirar cruciante meu
O grito, se ouviste, por favor, é sentimento
que vai corroendo a súplica, assim, te dou
um canto: com choro, gemido e sofrimento.
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
28 junho 2024, 15’04” – Araguari, MG
PRENDA
Diga a poesia! A poesia compreenderia
O prazer contido em um poeta a compor
A luz do olhar, da lua, o espectro da flor
Que faz nascer d’alma a imensa magia
Traz os sonhos na noite e doce utopia
A ensopar a prosa com beleza e sabor
Enchendo os versos com alumiada cor
Desenhando as quimeras de cada dia
A cada gota de inspiração, o encanto
Vida que rima com alegria e o pranto
Inda que a lágrima seja para disfarçar
Cala no coração o fascínio tão fundo
Dos mais e entre as graças do mundo
O afago de então, a prenda de poetar.
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
11 dezembro, 2023, 15’47” – Araguari, MG
SOMBRAS
Guardo poemas soturnos e cinzentos
Numa inspiração desbotada, sem luz
Suspiro no verso sentido, que traduz
A minha poética, cheia de tormentos
Tem tons, inquietos, ais e lamentos
Nos sussurros, a poesia me conduz
Choro e apertos numa pesada cruz
Poetizando estes árduos momentos
E cada sentimento, então, aí figura
Sofrência, enchendo de desventura
A prosa que só queria, apenas amar
E triste, poeto e sinto, sofro e enleio
Vejo tudo feio, tenho o coração cheio
E, a noite sombria, a passar devagar.
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
13 abril, 2024, 19’32” – Araguari, MG
Após rezar, contemplar a genuína grandeza
À luz de Jesus desce da cruz, em romaria
E beija nossa face com humilde riqueza
Luciano Spagnol
Cerrado goiano
SALSTÍCIO DO INVERNO
No solstício do inverno, a luz solar
aparentemente, pode mais iluminar,
que seja, para clarear e ornar,
o afeto entre todos...
Trazendo sentimento terno,
olhar abrasador e aos corações
amor eterno...
Seja bem vindo solstício do inverno!
Luciano Spagnol
Cerrado goiano
CASCALHOS
Pelos cascalhos do cerrado
Caminhei pela sequiosa luz
Hoje me resta temor calado
Na saudade que me conduz
Pelas tronqueiras de ser feliz
Passei por vagalume alado
Quis ser sábio e nunca juiz
Do amor por mim poetado
E no que me resta, vou além
Porém, o afeto levo também
Pois, ele no peito me seduz
Como não querer a mudança?
Se as dores são de esperança
E na alma se é um aprendiz...
Luciano Spagnol
Agosto, 2016
Cerrado goiano
PARALELA (soneto)
Deixe o sorriso adentrar a janela
Do viver, traga luz na escuridão
Aprecie a rosa desde ser botão
Designe a vida a ser leve e bela
Tenha no rosto só boa expressão
Sofrer em vão põe dor na cancela
Da felicidade, então permita a ela
Inundar-ti por todo o seu coração
Transborde de harmonia, seja dela
A lamúria destila toda boa emoção
Nesta reta com amor trace paralela
Estar vivo é um motivo de gratidão
Pense positivo, e dele tenha tutela
Ser feliz traz sonhos, é pura razão!
Luciano Spagnol
Agosto/ 2016
Cerrado goiano
Chega à noite, põe-se a luz do sol no fronho.
Acende-se as estrelas para alumiar o nosso sonho.
Luciano Spagnol
Cerrado goiano
SONETO DE LUZ PÁLIDA
Pálida à luz da ofensiva tão sombria
Sobre a desfeita no peito reclinada
Como malícia na falta embalsamada
Grita lágrimas secas, ardidas e fria
No horizonte a luz poente desmaiada
Refletia o amor que na ilusão dormia
Era tal a ventura que ali se obstringia
Aflita, que pela afronta era embalada
Um desprezo que dia após outro dia
Me despia a alma, tão ferida e calada
Na dor se banhava e que nada alivia
Não gargalhe, ó cerrado, desta lufada
Se vim pela devoção, outras eu faria
Afeto, não tem distinção nem morada
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Março de 2017
Cerrado goiano
SONETO DA PARTIDA
Ao despedir do cerrado, central sertão
na noite, eu deixarei a luz da lua acesa
a minha admiração posta, fica na mesa
e as lembranças largadas no árido chão
Os cuidados, ao pai, deixo minha certeza
que o bem é mais, mais que a ingratidão
que a vida com amor é repleta de razão
e que o sono só descansa com nobreza
Talvez sinta falta ou talvez só indagação
o que importa foi a história com clareza
e paz que carrego no adeus com emoção
E nesta canção de laço e fé no coração
a esperança na bagagem, única riqueza
se parto, também, fica a minha gratidão
© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, maio
Cerrado goiano
Rio cenário
Amanhece os 40 graus
De luz e melodia
É ginga de samba, carnaval
Do Tom ao Vinício ousadia
Garota de Ipanema sensacional
O Rio das esquinas e botequins
Da cultura capital
Arcos da lapa, madame Satã, Maria
Do fim de tarde na lagoa, parque dos patins
Aquarela de nostalgia
Chico, beco das garrafas, Copacabana
Chapéu de palha, Cartola e Noel
A magia do despacho da cigana
Drummond mineiro um carioca fiel
Madureira, cidade maravilha
Burguesia, favela em confraria
Matas, aterros, baia e suas ilhas
Rio de Janeiro canção e poesia
Lamparina...
Tu, ateia luz à lembrança
Gerando cheiro de criança
E fuligem na nostalgia
Evolando memória e poesia
De um tempo que não volta mais
Sentado no silêncio do ontem, das gerais
Tão perto e tão longe, porém
Fazendo a existência ir além
De um dia ter dado partida
Na juventude já perdida
Entre ventos a soprar
A alma pôs-se a chorar
Esta solitária iniquidade
Que arde as cinzas da saudade
Na chama da lamparina
Onde não mais tange a rotina
Luciano Spagnol
Rio, 23/10/2010
19’29”
Vaso Chinês
Porcelana frágil, bordado ao acaso
Com um tal dragão nele cunhado
Em perfumado luzidio dourado.
Delicada forma, reflexo Parnaso.
Vaso chinês, arte, audaz talvez,
guerreiro, porém, alma de vaso.
© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Maio de 2018
Cerrado goiano
Quando Deus fala comigo
Quando Deus fala comigo, é luz na escuridão,
Um sussurro suave que acalma o coração.
No silêncio da alma, há um toque divino,
Guiando meus passos no mais puro caminho.
Quando Deus fala comigo, é o vento a soprar,
Carregando esperança, me ensinando a amar.
Cada palavra d'Ele é um canto de paz,
Que cura as feridas e tudo refaz.
A Luz da Esperança
Acendeu a luz da esperança, O seu barco está no cais, Pronto para te levar, Aonde seus sonhos te conduzirem, Onde você merece estar.
Com o coração cheio de coragem, E a alma leve como a brisa do mar, É hora de zarpar rumo ao destino, Deixar para trás o que não faz falta, E abraçar o futuro com todo seu encanto.
Deixe o sol nascer no horizonte, Iluminando cada passo de sua jornada, Com a certeza de que a felicidade, Espera por você a cada onda, A cada porto, em cada olhar.
Que a viagem seja plena de descobertas, E que o amor seja o farol a te guiar, Pois a vida é feita de aventuras, E você merece viver cada uma, Com o brilho da esperança a te acompanhar.
Horizontes de sabedoria desvendados,
Envolta em mistérios profundos,
Luz que guia almas perdidas,
Encantadora das estrelas além
Navegante dos mares espirituais
Amorosa guardiã da verdade.
Buscadora incansável do oculto
Laços com o divino e eterno
Alma que brilha com intensidade
Voz que ressoa nos corações
Abrindo caminhos de iluminação,
Teias de conhecimento entrelaçadas
Semear da sabedoria ancestral
Kaleidoscópio de ideias brilhantes
Yin e Yang em perfeita harmonia
Amor em cada gesto
Luz que ilumina o caminho
Mansidão no coração
Acalento e carinho
Gratidão em cada ato
Empatia que conforta
Nobreza no espírito
Ternura que transporta
Inspiração e paz
Laços que nos unem
Autêntico em seu ser
Um brilho próprio que reluz
Transparente e sincero
Emanando luz
Na essência, pura verdade
Traços únicos, sem falsidade
Integridade em cada ato
Característica que cativa
Impulso de ser real
Demonstrando o que sente
Alma sem disfarces
Distante do que é aparente
O Chamado da Luz e a Transformação Espiritual
Quando senti o chamado da luz, tive um grande desenvolvimento, porque me entreguei de corpo e alma ao novo. De início, já me tornei vegetariana, fazia meditação todos os dias, com exercícios respiratórios duas a três vezes por dia, lia muitos livros e procurava pessoas que pensavam parecido.
Logo, comecei as projeções astrais, com boa recordação dos lugares, pessoas e fatos. Se quisermos ser espiritualizados de verdade, com experiências fora da crosta terrestre, acompanhados por seres evoluídos, precisamos querer com vontade fazer as mudanças necessárias para a evolução.
Os verdadeiros mestres não têm duplo etérico; seus corpos astrais são muito sutis. Então, como pretendemos entrar na sintonia deles, envoltos com ectoplasma animal, energia do álcool, fumo, passando por cima da cosmoética? Envolvidos em energias muito densas, nem os perceberemos! É uma questão de sintonia vibratória. Eles jamais baixarão suas vibrações para se juntarem a indisciplinados, apegados que acreditam que o sentido da vida está neste tipo de prazer.
Porém, podemos seguir os exemplos deles para nos dar forças e nos libertarmos destas fraquezas mundanas. Assim, elevar nosso padrão vibratório para chegarmos até eles! O que temos a oferecer a eles? O que podemos fazer para merecer a atenção dos verdadeiros mestres do mundo espiritual?
A qualidade e clareza da vida dependem muito das energias com as quais estamos nos envolvendo diariamente. Somente com esforço, foco e determinação conheceremos mestres de verdade, seres elevados que querem nos ajudar e auxiliar a toda a humanidade! “Quando o discípulo está preparado, o mestre aparece!”
ANOITECER (soneto)
Desmaia o dia no árido cerrado
Num adeus de luz e esplendor
É Deus com o seu recompor
Do céu azul ao negro estrelado
E eu, aqui num mero espectador
Sob este tão espetáculo, admirado
Não sei se rio, choro ou fico calado
Inerte... no âmago belo do criador
É um rosário pelo encanto desfiado
Conta a conta, infinito e acolhedor
D'amor, benção, no tempo denodado
Está hora, do ângelus, do cair multicor
Enteando saudades, dor ao enevoado
Vem a noite, para vida por ela transpor
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Dezembro, 2016
Cerrado goiano