Poesia de Lua
Que energia boa e inexplicável que percorre tantos quilômetros, será que se eu estivesse perto de você, lembraria que um dia já fui triste?
Lua Kalt (deliberar).
Netuno.
Estás tão longe quanto netuno, tem uma alma misteriosa que tenta ser fria, mas é puro sol. A cor azul de sua alma é a minha preferida, e acho engraçado que quer parecer tempestade, mas sorri pôr do sol. Você faz parte do universo que eu tanto me encanto, ou talvez eu simplesmente associe essa grandiosidade a você.
— Lua Kalt (deliberar).
Se relacionar se tornou um teste de vivência, ou seria resistência? Vence quem sobreviver ao outro. É um jogo de palavras, que se uma não se encaixar na frase, tem que se pensar em outra. As histórias possuem mais de um verso, como querem ter uma para contar, se desistem na primeira linha?
— Lua Kalt (deliberar).
Eu estou trabalhando muito duro, a minha jornada não é 8 horas por dia, é 24. A minha função é de risco, preciso manter a atenção em todos os milésimos, qualquer deslize meu é justa causa. É uma pressão demais trabalhar no controle da mente.
—Lua Kalt (deliberar).
Puxa a minha cintura e me tira de órbita só me trazendo para perto do seu corpo, deixe-me viajar na nave que é a sua cama. Faça com que eu arrepie todo o meu corpo e feche os olhos para contemplar o paraíso das nuvens que você me levou.
Lua Kalt (deliberar).
Eu estou caminhando, mas me sinto estática. Estou sã, mas sinto estar tomando decisões sem ponderar as consequências. Eu tenho medo de altura, mas ando em uma constante corda bamba olhando para baixo. Sei que posso cair, mas sigo como se não houvesse saída.
— Lua Kalt (deliberar).
Que atire a roupa no chão do meu quarto se você me quer, posso sentir os seus suspiros ficando intensos no meu pescoço. A mão que percorre o meu corpo já não está bem intencionada, e eu posso ouvir o seu coração dançando em um ritmo acelerado. Calma, meu bem! Me ancorei no seu abraço, desse cais eu não parto.
— Lua Kalt (Deliberar).
É temerário, a personalidade tem que ser tão forte quanto o apertar das presas de um tigre. É sorrateiro, as pernas precisam da mesma força que um guindaste ao erguer um granito. É cruel, o coração necessita de se autoproteger para suportar a dor de um canal dentário sem anestesia. É pura nevasca, a alma busca um agasalho qualquer no intuito de se proteger do frio, ela precisa aprender acender a fogueira interna sem se queimar por inteira.
— Lua Kalt (deliberar).
Outro final sem de fato ter tido um começo, outro fantasioso quase que nem chegou a ser um quase de fato.
Lua Kalt (deliberar)
Não, eu não gosto de romance. Não se engane com alguns textos meus, eu não estou apaixonada. A realidade emocional é diferente quando se está do lado de fora dela, conseguimos respirar ar puro depois de ter saído da sufocante e tóxica fumaça da cegueira amorosa. Mas não, não estou me transformando em uma boneca de neve. Se não mantida em temperatura ambiente, eu derreto, mas não por completo e nem por qualquer pessoa. Se eu te considerar, você saberá que se saiu tamanhas palavras de minha boca, é porque eu vi em você algo muito além.
Lua Kalt (Deliberar).
Há tempos não escrevo um poema, acho que até desaprendi a rimar. Às vezes versos sem sentidos ecoam, mesmo que por alguns milésimos tenham feito algum sentido para mim quando os escrevi. Será que se a escrita pudesse fugir de mim, ela também fugiria?
— Lua Kalt (deliberar)
Todos os anos são lançados livros de 365 páginas, às vezes podem ter 366. Os personagens desses livros são simples humanos que escrevem suas próprias histórias, e se eles as escrevem, eles podem ser os criadores de seu próprio plow twist, estou certa? Com toda certeza! Mas não são todos que têm a consciência disso, se sentem limitados pelas páginas e principalmente intimidados pelos marca páginas que se marcam sozinhos de acordo com os acontecimentos. O problema é que não marcam somente as partes incríveis da história, mas também as partes ruins. E para os personagens, estas são as partes que se sobressaem mais e fazem com que ele perca o rumo das coisas boas. Os monstros são criados, e ao invés de se auto escrever como um herói e vencer, alguns personagens acabam transformando os monstros em imortais e esquecendo que quem os criou foram eles.
Lua Kalt (deliberar)
Presa em uma caixa de vidro
A água está subindo
Você consegue me ouvir gritar?
Estou começando a me afogar
Ela continua subindo
Não consigo fazer parar
Não tenho controle de mim mesma
Alguém me salve
Está ficando difícil respirar
Estou sozinha me afogando em pensamentos, traumas, tristeza e dor
Não vejo mais vantagem em tentar
Esse é o meu fim?
Eu desisti de resistir
Aos poucos paro de lutar
Já não sinto mais o ar e permito me afogar.
As pessoas dizem que é só uma fase, mas porque ela não passa?
Por que insiste em ficar tanto tempo?
Vi os dias passarem como um raio, observei a chuva cair como uma lesma em sua velocidade, admirei as estrelas com dor e saudade.
Derramei gotas de tristeza presas entre lembranças, cada segundo passei apenas sendo um. Não fui muito, mas existi, infelizmente só existi. O que me restou foi apenas a dúvida se devo seguir quem me chamas, eu deveria?. Ainda não consigo responder.
Eu queria estar entre as estrelas, vagando na vasta escuridão, sentindo o frio da solidão. Sendo apenas um ao navegar entre o infinito e vasto vazio.
Es tão solitário admirar-te apenas sendo uma variação sem propósito, ao meu olhar é tão magnífico a vastidão do universo. Penso em quanto libertador seria se eu fizesse parte.
A mais lenta dança contigo parece uma corrida
O maior filme um curta
E cada beijo uma piscada
Mas cada segundo mais valioso do que anos
Sentimento em repentino que em um ponto quase divino
Mudou a vida de um jovem menino
Para o amor de um crescido rapaz
Que somente pensará no tempo
E não em mais tempo.
Mundo vago
que em meio a um passo
já fujo do raio do compasso
e começou a outra parte da dança
mesmo que a mente ainda se cansa
de tanta exigência sem ritmo impedida pela distância
me presenteie então, ao menos com sua despedida
já ficaria feliz
pois de tudo o que aconteceu
que meu entendimento não consegue chegar
minha mente instalou bem ali o seu jeito de me olhar.
corações amargos
que em busca do amor desenfreado
ainda procura alguém para estar do lado
mesmo depois das facadas levadas
mesmo depois das pessoas importantes virarem nada
mesmo depois do sentimento por extinto
mesmo o fim voltando para esse início distinto
da procura por alguém que preencha seu vazio
mesmo que por instinto.
Poético silencioso
que se deslumbra numa noite branda
rodeada de olhares curiosos a se debandar.
Lua branca e clara como as ruas do entendimento
que me preenche de sentimento
deixando a mente livre querendo voar
novamente volto a escrever pensando em quando vou descansar
mesmo que a mente em rimas de momento não pare de pensar
para compor mais um pedaço da alma
um resquício que me acalma e me faz querer continuar.