Poesias sobre a lua para iluminar pensamentos e corações
Ronda (soneto)
Esta noite com a lua vou confidenciar
As minhas lembranças mais secretas
Numa vigia nas memórias prediletas
Que na vida me fizeram assim sonhar
Nestes eflúvios aos sons de trombetas
Do crepúsculo do cerrado, quero poetar
Nos braços da emoção, então devanear
Em suspiros, delírios em cores violetas
Sim, serão sensações na alma a enlear
De um amar nos jardins das borboletas
Das ilusões, assim, ter vontade de voltar
E aí, então, neste cenário de profetas
Quero nesta ronda poder eternizar
O soneto: em linhas, curvas e retas
Luciano Spagnol
Agosto de 2016
Cerrado goiano
Esta noite com a lua vou confidenciar
As minhas lembranças mais secretas
Numa vigia nas memórias prediletas
Que na vida me fizeram assim sonhar
Luciano Spagnol
Cerrado goiano
LAMPADÁRIO
No breu do céu, ilustre lampadário
A lua, cingida de estrelas lucilando
Conforme a uma princesa levitando
Se orna de fulgor num alvo aquário
Como nas mãos da arte pintando
O belo e o encantado, num cenário
De esplendor, e num painel solitário
A dama da noite, vai coruscando
Eis a lua, rúbea nudez, e inconstante
Que traz devaneios por ela vigilante
Ora cheia, ora minguante, ali rimando
É o lustre celeste de olhar radiante
Que se pendura os segredos dante
E os oculta nos sonhos tão sonhado
Luciano Spagnol
Agosto/ 2016
Cerrado goiano
SONETO DO AMOR EXATO
Da ventura, terá sempre o invejoso
Por não ter a lua amasia tão divina
E uma paixão tão pouco peregrina
No coração eleito no olhar amoroso
Amor, será sempre suspiro glorioso
Regado de adulação pura e cristalina
Vermelhas rosas, e emoção inquilina
Um gesto, revelado um tanto airoso
É harmonia que nos amestra, contina
Não emulando, e sim no afeto ditoso
O sentimento no espírito, lamparina
Que então, não seja o ter ambicioso
Que o mal que queira o bem ensina
Pra no amor não ter amor enganoso
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Janeiro, 2017
Cerrado goiano
SONETO DA PARTIDA
Ao despedir do cerrado, central sertão
na noite, eu deixarei a luz da lua acesa
a minha admiração posta, fica na mesa
e as lembranças largadas no árido chão
Os cuidados, ao pai, deixo minha certeza
que o bem é mais, mais que a ingratidão
que a vida com amor é repleta de razão
e que o sono só descansa com nobreza
Talvez sinta falta ou talvez só indagação
o que importa foi a história com clareza
e paz que carrego no adeus com emoção
E nesta canção de laço e fé no coração
a esperança na bagagem, única riqueza
se parto, também, fica a minha gratidão
© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, maio
Cerrado goiano
Soneto nostálgico
Solitário passei a falar com a solidão
A lua passou a me ver amanhecer
E o brilho do sol a me ver anoitecer
Então o repesar instalou no coração
Via a noite, as estrela e a escuridão
Na comitiva o ontem, hoje o porvir
Tentando comigo alvos para sentir
E nos cochichos nenhuma questão
As lágrimas não mais querem falar
Para que chorar, naquele momento
O vazio é quem veio em mim poetar
E neste total silêncio do pensamento
A viga do tempo e que veio escorar
A saudade, pois o fado é seguimento
Luciano Spagnol
Serenata pra lua
Ó lua que me vê aí do céu
A cada face nova fase surge
Nos braços me faz de réu
Dos amores que no peito ruge
Segredados a ti no apogeu
Das lágrimas que o tempo urge
Em poemas de chegadas e adeus
Com travas rimas que a vida tuge
No ritmo dos versos de saudade
Desenhadas nas ondas de bafuge
Que refresca a doce felicidade
Ó lua que no céu desponta!
Crava na parceria fidelidade
E nos sigilos a fiel desmonta
Guardando contigo na eternidade
A existência é um caracol
De curvas e lombadas
Tem o breu da lua e o brilho do sol
Sobe e desce e algumas paradas
Neste cordel,
Amor tem que ter no farnel
Amanhece a vida da manhã
Despertada pelo sol a brilhar
Adormecendo a lua no divã
Da noite para o seu repousar
...O HORIZONTE É SEM FIM. ONDE PÕE A LUA A REPOUSAR. LOBEIRAS TALHAM O JARDIM DAS SAVANAS A ENFEITAR. A ARAPUÁ EM SUA CABAÇA, ORNAM O BEIRAL DO PASSADO. IPÊS EM FLOR PURA GRAÇA, DESENHAM O MEU CERRADO…
Luciano Spagnol
Poeta mineiro do cerrado
No cerrado a noite fria
escorre a lua, na árida
nuvem, em cachos de poesia...
Luciano Spagnol
Maio, 2026
Cerrado goiano
É noite no cerrado
Cai a noite no cerrado
E o silêncio floresce
Estrelas lado a lado
Da lua que se oferece
Junto vem a melancolia
Inundando o imaginário
De sonolenta monotonia
No poetar de um solitário
Já não se ouve a vereda
Comigo o breu algemado
O sono na inação enreda
Na noite que cai no cerrado
Luciano Spagnol
Fim de maio, 2016
Cerrado goiano
Se a Lua uiva na sua noite, silencie para que o Sol possa amanhecer...
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
HORAS TANTAS
Horas tantas, aterrado e um tanto aflito
Confidenciei para a lua o meu detrimento
Do acaso, que com as desditas foi escrito
E se a fito, ainda o sinto no pensamento
Atroa, n'alma um pávido e nuvioso grito
Titilando dores em um amofino violento
Arremessando os anseios para o infinito
Tal o choro do cerrado aflado pelo vento
Clemente lua, que o meu azar sentiste!
No firmamento confessei o meu pranto
Enfardado pelas nuvens transparentes
E no meu peito, uma solidão tão triste
Onde o poetar a soluçar em um canto
Escorre silenciosas lágrimas ardentes
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
30 de julho de 2019
Cerrado goiano
Olavobilaquiando
pôr de lua
estou na tal fase
do luxo da alma nua
de ignorar o tino da frase
escapa-me a percepção
o verso, a rima, a inspiração
a emoção já não me pertence
foge-me o suspense
sou apenas rumo
resumo!
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
25/09/2019
Araguari, Triângulo Mineiro
BOCA DA NOITE
na boca da noite, calar-se
o cerrado se cafua
o sol fustigado
a lua nua
o céu estrelado...
Anoitece, e o dia recua.
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Março de 2017
Cerrado goiano
DENTRO DA NOITE (soneto)
A luz da lua no quarto me banha
No canto do sonho a noite palpita
As estrelas, no céu no breu agita
O silêncio na escuridão entranha
O cerrado se cala, a treva vomita
Quimeras na imaginação, manha
No ouvido e no olhar, e barganha
Com as ilusões, vestida de chita
E a sombra continua a jornada
Como que, o sossego que canta
A caminho da alta madrugada...
Baralha, mistura na cor prateada
Encantada, que então se agiganta
Dentro da noite, a lua enamorada
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Outubro de 2018
Cerrado goiano
Olavobilaquiando
Exilado
A lua me exilou na noite solitária
Me jogando em um isolamento
Onde a alma se sente precária
No ter e não ter o sentimento
O que alegra, fascina, motiva
Que traz sentido e movimento
Sem que se tenha expectativa
Pois o amor não é sofrimento
Nem exílio, é afeto, iniciativa
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Cerrado goiano
Meu olhar buscou a lua
A vacilar no firmamento
Sem saber como flutua
Minhalma neste tormento
caminho triste e confuso
indiferente às estrelas
não sei o que quero ou procuro
não sei se desejo vê-las
Mesmo com a mais negra noite (sem lua ou estrelas) podemos seguir caminhando, tendo a luz da esperança como farol a nortear nossos passos.
Mesmo no mais profundo dos abismos sempre a fé nos impulsionará a subir pelas escarpas.
Mesmo que os grandes amores tenham naufragados no mar da vida, mesmo que o farol tenha a luz queimada, mesmo que a escarpa seja íngreme demais, sempre são os amigos que procedem ao resgate.
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