Poemas e poesias sobre dança

Confira os melhores poemas e poesias sobre a beleza e o amor pela dança. 

O que muda na mudança, se tudo em volta é uma dança no trajeto da esperança, junto ao que nunca se alcança? Carlos Drummond de Andrade

O que muda na mudança,
se tudo em volta é uma dança
no trajeto da esperança,
junto ao que nunca se alcança?

Um giro

Começa a esperada dança,
Dueto de passos firmes,
O ritmo se espalha,
Pulsa, como pulsa o coração.

Dois giros

Mergulho fundo em seus olhos,
Vejo força, vejo tensão.
Um sorriso involuntário,
Deleite, emoção.

Três giros

Segue o espiral veloz,
Vertigem, sensação, fusão.
Seu olhar preso no meu,
O mundo para. A gente segue.

A menina dança
a dança do ventre
sente o corpo todo
a te envolver
e na sua dança
tão leve e contente
sente a sua alma estremecer
por alguns momentos
sai daqui da terra
viaja no tempo
parece em outra era
a moça bonita
dança por prazer
dança para sí
dança pra viver.

A minha dança é mais que um ritmo exato,
Ela é a expressão da minha alma
Ela é aquilo que as palavras não conseguem expressar...

 Ela era a dança no vento O amor em cada passo Tempo contado nas batidas do coração Ela era eternidade marcada em 8 tempos Rainha da sustentação da alma Na ponta da cada sofrimento ela era a luz de cada espetáculo. Treinada na técnica de não desistir Aprendiz na arte de sorrir. Sophia Rambaldi

Ela era a dança no vento
O amor em cada passo
Tempo contado nas batidas do coração
Ela era eternidade marcada em 8 tempos
Rainha da sustentação da alma
Na ponta da cada sofrimento ela era a luz de cada espetáculo.
Treinada na técnica de não desistir
Aprendiz na arte de sorrir.

A Dança/ Soneto XVII

Não te amo como se fosses rosa de sal, topázio
ou flecha de cravos que propagam o fogo:
amo-te como se amam certas coisas obscuras,
secretamente, entre a sombra e a alma.

Te amo como a planta que não floresce e leva
dentro de si, oculta a luz daquelas flores,
e graças a teu amor vive escuro em meu corpo
o apertado aroma que ascendeu da terra.

Te amo sem saber como, nem quando, nem onde,
te amo diretamente sem problemas nem orgulho:
assim te amo porque não sei amar de outra maneira,

senão assim deste modo em que não sou nem és
tão perto que tua mão sobre meu peito é minha
tão perto que se fecham teus olhos com meu sonho.

Pablo Neruda
NERUDA, P. Cem Sonetos de Amor. Porto Alegre: L&PM, 2006.

Façamos da interrupção um caminho novo.
Da queda um passo de dança,
do medo uma escada,
do sonho uma ponte, da procura um encontro!

A dança e a alma

A dança? Não é movimento
súbito gesto musical
É concentração, num momento,
da humana graça natural

No solo não, no éter pairamos,
nele amaríamos ficar.
A dança-não vento nos ramos
seiva, força, perene estar
um estar entre céu e chão,
novo domínio conquistado,
onde busque nossa paixão
libertar-se por todo lado...

Onde a alma possa descrever
suas mais divinas parábolas
sem fugir a forma do ser
por sobre o mistério das fábulas

Carlos Drummond de Andrade
Andrade, C. D. Obra completa. Rio de Janeiro: Aguilar, 1964

A arte de viver é mais parecida com a luta do que com a dança, na medida em que está pronta para enfrentar tanto o inesperado como o imprevisto e não está preparada para cair.

De tudo ficaram três coisas...
A certeza de que estamos começando...
A certeza de que é preciso continuar...
A certeza de que podemos ser interrompidos
antes de terminar...
Façamos da interrupção um caminho novo...
Da queda, um passo de dança...
Do medo, uma escada...
Do sonho, uma ponte...
Da procura, um encontro!

Fernando Sabino
O Encontro Marcado

Nota: Trecho adaptado de "III – O Escolhido", do livro "O Encontro Marcado", de Fernando Sabino.

...Mais

Uma festa

Uma alegria contagiante no ar
As luzes coloridas, a brilhar
Uma música da moda a tocar
Todos animados, a dançar
Pelo jeito ninguém quer parar
Esse momento mágico, querem aproveitar
Ruim é saber que isso uma hora vai acabar
A magia vai cessar
A música vai se calar
A luz vai desligar
O sol vai raiar
Um dia normal vai começar!

E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música.

Desconhecido

Nota: A citação costuma ser atribuída ao filósofo Friedrich Nietzsche, mas não há fontes que confirmem essa autoria.

...Mais

Perdido seja para nós aquele dia em que não se dançou nem uma vez! E falsa seja para nós toda a verdade que não tenha sido acompanhada por uma risada!

Friedrich Nietzsche
"Perigo na Pluralidade" | Humano, Demasiado Humano

Se acolho um amigo à minha mesa, peço que se assente e, se é coxo, não peço que comece a dançar.

Deixa-me conduzir

Deixa-me mostrar minha dança, meu prazer, meu desejo
Deixa-me conduzir...
Deixa-me saciar tua sede com meu néctar
Deixa-me arrancar suspiros de teu âmago
Deixa-me tornar menina e mulher em teu colo
Em tua cama, em teu chão...
Deixa-me dominar, implorar, mandar
Arranhar, morder e chupar
Deixa-me conduzir...
E, após tudo isso,
Deixa-me dormir aninhada em teus braços cansados,
em teu corpo suado,
sentindo teu coração, tua alma

E então, conduza-me
Com a maestria de tua poesia.

⁠EU SÓ QUERO SER QUEM SOU
Um grito de desespero
Porque não aceitam o meu jeito?
Tantos julgamentos passam pelos meus pensamentos
Inseguranças implantadas pelos outros
Eu quero viver, dane-se os outros, esse é meu desejo!
Mas o que os outros vão pensar? Como vão reagir?
O que será de mim?
Não quero ouvir mais, não quero mais tranças no meu coração
Quero liberdade e paixão
Não mais reclamações, sermões, opiniões, coisas que só me fazem me sentir menor
Quero me jogar no que sou!
Mas, como vou se os outros não me dão permissão?
Quero ser louca, sem ligar pras outras pessoas
Me sinto viva
Fazendo o que dizem que não devia
Tanta energia
Jogada apenas no que os outros querem da minha vida
E como fica, e que eu gostaria? Qual rumo EU quero? O que eu realmente desejo?

A VALSA

Tu, ontem,
Na dança
Que cansa,
Voavas
Co'as faces
Em rosas
Formosas
De vivo,
Lascivo
Carmim;
Na valsa
Tão falsa,
Corrias,
Fugias,
Ardente,
Contente,
Tranqüila,
Serena,
Sem pena
De mim!

Quem dera
Que sintas
As dores
De amores
Que louco
Senti!
Quem dera
Que sintas!...
— Não negues,
Não mintas...
— Eu vi!...

Valsavas:
— Teus belos
Cabelos,
Já soltos,
Revoltos,
Saltavam,
Voavam,
Brincavam
No colo
Que é meu;
E os olhos
Escuros
Tão puros,
Os olhos
Perjuros
Volvias,
Tremias,
Sorrias,
P'ra outro
Não eu!

Quem dera
Que sintas
As dores
De amores
Que louco
Senti!
Quem dera
Que sintas!...
— Não negues,
Não mintas...
— Eu vi!...

Meu Deus!
Eras bela
Donzela,
Valsando,
Sorrindo,
Fugindo,
Qual silfo
Risonho
Que em sonho
Nos vem!
Mas esse
Sorriso
Tão liso
Que tinhas
Nos lábios
De rosa,
Formosa,
Tu davas,
Mandavas
A quem ?!

Quem dera
Que sintas
As dores
De arnores
Que louco
Senti!
Quem dera
Que sintas!...
— Não negues,
Não mintas,..
— Eu vi!...

Calado,
Sózinho,
Mesquinho,
Em zelos
Ardendo,
Eu vi-te
Correndo
Tão falsa
Na valsa
Veloz!
Eu triste
Vi tudo!

Mas mudo
Não tive
Nas galas
Das salas,
Nem falas,
Nem cantos,
Nem prantos,
Nem voz!

Quem dera
Que sintas
As dores
De amores
Que louco
Senti!

Quem dera
Que sintas!...
— Não negues
Não mintas...
— Eu vi!

Na valsa
Cansaste;
Ficaste
Prostrada,
Turbada!
Pensavas,
Cismavas,
E estavas
Tão pálida
Então;
Qual pálida
Rosa
Mimosa
No vale
Do vento
Cruento
Batida,
Caída
Sem vida.
No chão!

Quem dera
Que sintas
As dores
De amores
Que louco
Senti!
Quem dera
Que sintas!...
— Não negues,
Não mintas...
Eu vi!

O que faz você feliz?

A lua, a praia, o mar
A rua, a saia, amar...
Um doce, uma dança, um beijo,
Ou é a goiabada com queijo?
Afinal, o que faz você feliz?
Chocolate, paixão, dormir cedo, acordar tarde,
Arroz com feijão, matar a saudade...
O aumento, a casa, o carro que você sempre quis
Ou são os sonhos que te fazem feliz?
Um filme, um dia, uma semana
Um bem, um biquíni, a grama...
Dormir na rede, matar a sede, ler...
Ou viver um romance? O que faz você feliz?
Um lápis, uma letra, uma conversa boa
Um cafuné, café com leite, rir à toa,
Um pássaro, ser dono do seu nariz...
Ou será um choro que te faz feliz?
A causa, a pausa, o sorvete,
Sentir o vento, esquecer o tempo,
O sal, o sol, um som
O ar, a pessoa ou o lugar?
Agora me diz,
O que faz você feliz?

Quando ela dança
Se livra da máscara mundana,
Deixa para trás seus sapatos, seus compromissos e suas preocupações
Desliza para dentro do veludo e da exaltação
E deixa sua pele envolvê-la gentilmente,
Como uma luva sobre sua alma.
Quando ela dança
Fecha o exterior,
Abre o interior,
Remove tudo aquilo que é estático
E a dança simplesmente vem.
Quando ela dança
Ela viaja,
Volta para os penhascos de Malta ou Creta,
Para os anéis das pedras druidas,
Ou para a caravana que encontra uma caldeira,
Onde o círculo das irmãs que dançam
E o braço dos largos quadris da Terra
Embalam-na carinhosamente de volta para casa.
Quando ela dança,
Alimenta-se dos valores, guardados por séculos
Nas tumbas lacradas das sacerdotisas e rainhas.
Pois a ira e a majestade sensual e vibrante dessas mulheres deve vir à tona dentro dela,
Ela não sabe. Só sabe que se sente assim quando dança.
Quando ela dança, as vezes o passado se une ao futuro,
E tudo que importa é o momento presente, que parece abranger todos os tempos.
Cada passo torna-se uma rede, na qual captura sua vida,
E a ilumina para que os outros possam ver,
Depois a deixa ir, como um sonho.
É verdade que, geralmente, quando ela dança,
Ela mostra cada parte de sua história
Mas outras vezes, quando ela dança,
Sua história desaparece.
Ela é qualquer pessoa que queira ser quando dança.
Quando ela dança,
E os dias passam sem celebração,
Forma-se uma crosta,
Cresce uma aresta e
Ela fica impaciente com os outros e consigo mesma.
Mas quando ela dança novamente, volta para o templo.
A pressão volta ao normal e ela sorri.
Se olhar bem de perto é difícil dizer
Se ela é jovem, velha ou de meia idade.
Ela não tem uma idade específica,
Mas é a eterna donzela,
No corpo de uma mãe,
Com a alma de uma mulher sábia
E ela permitirá que você a veja por dentro
Quando ela dança.

Quem é essa mulher?

Ela anda
Ela dança
Ela brinca
Ela excita
Um mulher adulta
Que brinca de ser criança.
Ela instiga
Ela rebola
Ela revitaliza
Da aula de sensualidade
Não chove e nem molha
Sabe envolver um homem de verdade.
Ela olha
Ela provoca
Ela intensamente respira
Ela morde, e logo em seguida ela assopra
À muitas, ela inspira...

⁠A estrada para o inferno é pavimentada de boas intenções.

(Livro "A dança da morte")

ESTRELA DA PROMESSA- Poema Sufi

Vem,
Te direi em segredo
Aonde leva esta dança.
Vê como as partículas do ar
E os grãos de areia do deserto
Giram desnorteados.
Cada átomo
Feliz ou miserável,
Gira apaixonado
Em torno do sol.

Faltam-te pés para viajar?
Viaja dentro de ti mesmo,
E reflete, como a mina de rubis,
Os raios de sol para fora de ti.
A viagem conduzirá a teu ser,
transmutará teu pó em ouro puro.

A DANÇA DA VIDA

O vento passa…é cortante e frio;
com ele perde-se ao longe a esperança
e vagando, em minha mente crio
sonhos que a vida não alcança.

Nesse campo deserto e tão sombrio
em que o destino minha vida lança,
nada fulge, pois o tumular estio
jamais verá outros anos de bonança.

E na poeira que rola nos caminhos
vejo meus sonhos se perderem agora
e o último raio de alegria ir embora.

Essa tristeza que em minha alma gora
é planta que por flores tem espinhos
nascidos pela falta de carinhos.

Tem um aviso na porta do meu coração: Quem não dança conforme o ritmo da casa, não perca tempo tocando a campainha.