Poesia de Boca
É verdade que se mente com a boca; mas a careta que se faz ao mesmo tempo diz, apesar de tudo, a verdade.
O que o pai calou aparece na boca do filho, e muitas vezes descobri que o filho era o segredo revelado do pai.
A natureza deu-nos duas orelhas e uma só boca para nos advertir de que se impõe mais ouvir do que falar.
O homem que fica no alto da colina com a boca aberta esperará um longo tempo até que um pato assado caia nela.
Para o bem ou para o mal, suas palavras são a sua propaganda. Todas as vezes que abre a boca, você revela o que existe em sua mente.
Quando a boca não consegue dizer o que o coração sente, o melhor é deixar a boca sentir o que o coração diz.
Esta é a grande vantagem da morte, que, se não deixa boca para rir, também não deixa olhos para chorar...
O gosto de minha morte na boca deu-me perspectiva e coragem. O importante é a coragem de ser eu mesmo.
E ser livre não é beijar na boca e não ser de ninguém. É ter coragem, ser autêntico e se permitir viver um sentimento...
Oh chega de decepções, estou tão machucada, me doem a nuca, a boca, os tornozelos, fui chicoteada nos rins.
Somos prisioneiros da vida e temos que suportá-la até que o último viaduto nos invada pela boca adentro e viaje eternamente em nossos corpos
Por isso, eu te peço. Me provoque. Me beije a boca. Me desafie. Me tire do sério. Me tire do tédio. Vire meu mundo do avesso!
Nota: Trecho de pensamento de Fernanda Mello, que costuma ser erroneamente atribuído a Clarice Lispector.
...MaisOs olhos continuaram a dizer coisas infinitas, as palavras de boca é que nem tentavam sair, tornavam ao coração caladas como vinham.
Muitas pessoas são bastante educadas para não falar com a boca cheia, porém não se preocupam em fazê-lo com a cabeça oca.
Tem homem que é melhor de boca calada. Tem homem q é melhor de zíper fechado. O difícil é arrumar um que seja bom nas duas coisas abertas.
Primeiro é o beijo quente, procurado. A língua procurando a outra e vendo se a boca combina. Se combina o beijo, meio caminho andado.
Passei a ocupar meus dias pensando sobre o que, afinal, é isso que todo mundo enche a boca pra chamar de amor
Conheço apenas o medo, é verdade, tanto medo que me sufoca, que me deixa a boca aberta mas sem fôlego, como alguém a quem falta o ar; ou noutras alturas, deixo de ouvir e fico subitamente surda para o mundo. Bato os pés e não ouço nada. Grito e não percebo nem mesmo um pouco do meu grito. E também às vezes, quando estou deitada o medo volta a assaltar-me, o terror profundo do silêncio e do que poderá sair desse silêncio para me atingir e bata nas paredes das minhas têmporas, um grande, sufocante pavor. Eu então bato nas paredes, no chão, para acabar com o silêncio. Bato, canto, assobio com persistência até mandar o medo embora
Faz-me o favor...
Faz-me o favor de não dizer absolutamente nada!
Supor o que dirá
Tua boca velada
É ouvir-te já.
É ouvir-te melhor
Do que o dirias.
O que és nao vem à flor
Das caras e dos dias.
Tu és melhor -- muito melhor!--
Do que tu. Não digas nada. Sê
Alma do corpo nu
Que do espelho se vê.