Poesia Curta
É TUDO DE BOM
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Um caldinho de legumes
Na hora do jantar;
O lençol com cheirinho
De ferro de engomar;
Aconchego da amada
Que vem nos abraçar;
É tudo de bom que acontece
Se a chuva custa a passar.
CARNAVAL
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Alegria de folião
Se acaba na quarta-feira
Com muita desilusão
Tédio, ressaca e liseira
Não falo da classe nobre
Me refiro à classe pobre
Vivendo sem eira nem beira
Trem da felicidade
.
Tem somente uma regrinha,
Digo logo de antemão:
Gostar de tomar café,
Para entrar neste vagão.
Entre e sinta-se à vontade
No trem da felicidade...
E solte a imaginação!
e o tempo enLEVOU!
.
Saudade daquelas casas
De muros baixos e roseiras.
Época de segurança
Na calçada... cadeiras.
Prosa e conversa fiada
De mãos dadas com a amada
Durava noites inteiras!
Você Foi Uma Ilusão!
Você foi um enigma que tentei desvendar,
de uma história que comecei a contar,
num livro que não consegui terminar,
porque você foi uma ilusão que eu criei,
num sonho lindo que ousei sonhar,
mas a realidade insistiu em me acordar.
O amor
Se o amor dos olhos teus
Não te encante
Não te preocupes
São só instantes
Num mundo vasto
Ainda a conquistar
Solidão
Se tudo que te dissestes
De nada valerá
Caberá ao meu coração
A solidão de um esilio
Como o trem que passa no trilho
Caberá a mim a vagar
A sociedade
A sociedade exerce um poder
Como um lobo faminto
Tão rígido ao ponto de estraçalhar
Tão severo ao punir
Corpos ocos
Mentes sombrias
Infância dolorosa e fria
De quem só queria sonhar
Vento que venta
Vento que venta lá, venta cá
Dois pesos
Duas medidas
Duas almas aflitas num jogo de azar
Favela
A polícia entra na favela
E começa os papapá
Moradores saem correndo
Pra estatística não virar
Mais um inocente baleado
O sonho dele era jogar
"Alerta cor" "Que cor"
Negros todos os dias
Sofrendo uma covardia
Mas que tom teria
Os políticos de Brasília
Se caráter fosse medido pela cor?
A depressão
A depressão é como um fio desencapado
Transbordando energia de um sentimento Afogado
É como uma onda que tenta te derrubar
Você sente como se tapassem a sua boca pra Ninguém te ouvir gritar
E você luta incansavelmente até se esgotar
O fabricante de lágrimas
O fabricante de lágrimas
Que me fazia chorar
Ele tinha tanta raiva
E desprezo no olhar
Adorava me punir
Vivia a me xingar
Repetia sempre a mesma frase
A mulher tola destrói o lar
O preconceito enraizado
O preconceito que não distingue
O morador do traficante
E o motoboy do assaltante
É o mesmo que faz vítimas a todo instante
No momento estou atemporal,
Leve sem os cotidianos,
Cantaralando belchiores já esquecidos,
porém lembrados (...)
E amando por instantes (...)
— o infinito e o indecifrável,
Com poucos risos, reiterados.
Na TV, só teu retrato,
com teu número e teu nome.
Serás mesmo candidato
ou simples sombra que some?
A arte é uma expressão onírica da psique humana.
Ela não surge do nada. Ela é trabalhada conscientemente ou não, formada e, só assim, expressada!
Acendi a vela
Peguei duas taças
Uma garrafa de vinho
Na vitrola, Manhattans.
Na vivenda com a dama
Noite adentro de amor
Braços entrelaçados
Brinde, minha flor.
“Transporto nas mãos abertas
Uma ânsia fria
Nas pontas dos dedos
um vazio pardacento
e mesmo assim acredito.”
Algumas mulheres
O deiam outras mulheres.
Sim. Eu sei o porquê.
Para completar: as piores
são as que subestimam
a percepção daquela a quem odeiam.
Mulheres fortes
não são falsas
com outras mulheres;
as fracas, sim.