Poesia Curta
Rei Sol
(Victor Bhering Drummond)
Fim de tarde
Contemplo-te, Rei Sol
Não porque estás assentado
Em trono de ouro
Ou entronizado entre querubins.
Mas porque iluminas e colores
O princípio e o fim,
O Alpha e o Ômega
De meus dias
Com esse despudor inebriante.
Um abraço apertado
Um baião bem riscado
Pés descalços na terra
Felicidade eterna
Coração ta lacrado
Delimitado em VC
Extreitando o espaço
Querendo dançar com VC
Insta: @li.fer.nanda
DOIM-DOIM
Amor a-mim
sonhar a-ti
amar assim,
sem fim, marfim
doim, doim
em fim...
Firim, fim-fim.
Por ai, saudade
por aqui, pardal
pedal e cidade...
Frutos do oiti,
o mundo é uma verdade
que precisa descobrir.
Antonio Montes
Eu, morta e enterrada
Meu silêncio sepulcral
Serve de passagem
Uma espécie de ritual
A vida é renovada
A torre foi, enfim, derrubada.
Eu, descanso em paz.
Falar de ordem e progresso
Será sempre uma balela,
Se a bala do retrocesso
Mata o pobre na viela.
Falar de paz e sossego
É dar razão aos milicos,
Rugindo feio pra os pobres
Lambendo as botas dos ricos.
Buenos Aires
(Victor Bhering Drummond)
Quando as tuas formas tocam o coração
E os sentimentos sobem para o teu céu
E é quando teus contornos acariciam minhas mãos
E estas degustam suas curvas, rios e sabores
Descobre-se o lugar perfeito
Para ali fazer abrigo aos meus amores.
Hoje eu sou egoísta.
No coração da minha amada
Vou me enclausurar.
Só saio ao raiar do dia
Depois de amar e amar.
Ah! este teu olhar que me encanta
onde me entrego com tanta paz.
Ah! esta geografia do teu ser
que magia perder-me em ti.
se não fosse assim
o que haveria se não houvesse o encanto que há?
""" Sufoca tua dor, antes que ela te devore
sê forte para vencê-la
a ponto de ouvires os gritos da alma
mas ainda assim, saberes que a dor existe,
mas ela não causará o teu fim...
"" Atores somos nós, que nem lembramos
o quanto prometemos amar
acredito que o mundo
incrédulo e insano
vendo o amor prosperar
crie universos para desafiar
onde restar vertentes
haverão outras verdades
daquilo que ficou marcado
infinitas e puras
saudades...
Nas futilidades da vida
Vejo pessoas perdidas
Pensando que se acharam
do livro
Gotículas de Instantes de Luna Di Primo
MINHA MEDIDA
Você...
É a minha medida sem peso
estou vesgo, fico teso
com peso do meu querer.
Te tenho em alto estima
minha jarda, minha rima
gravitacional da minha sina.
Instrumento, que me eleva pra riba
fada repleta de beleza,
tu és a flor da minha medida.
Antonio Montes
SEDENTÁRIO
Se andas sedentário...
Pegue o boticão
de um esticão.
Não esgueire igual serpente
caçando lugar a frente
muito a frente...
Além dos dentes.
EVENTO CHATO
O João do pato
já muito fraco...
Caiu no buraco.
Foi grande o sopapo...
As penas do pato,
n'aquele evento chato
ficaram no saco.
Antonio Montes
BENQUERENÇA
O afeto que você me deu
para mim, é algo reto
Tu não sabe...
Eu, não presto,
tenho pena desse afeto
Porque?
Eu, todavia longe
você...
Sempre, sempre perto.
Antonio Montes
A vida e tão breve
Quanto a um dia
A noite tão tardia
Quanto à morte
A morte tão curta
Quanto a um sonho
Mas vem o amanhecer
Para o despertar
Repleto de luz
Pleno em vida
...eterno...
SENTIMENTO PRESO
Como passarinho...
Me prende na gaiola, só para ouvir
o meu cantar, e eu canto.
Em troca, você...
Prende-se em mim,
me dá: Comida, água,
vontade de ser livre, e voar,
e você, quando vai se soltar?
Antonio Montes
POEMA PREGUIÇA
Huumm! ... Ufa! ... ufa! ... ufa ...
Puf! ... Puf! ... Puf ... Huumm! ...
Uuuuaahh! Ufa! ... Puf! ... Huumm!
Boa Noite !
SUFIXO LETAL
AR ÁGUA COCA
INA AR ÁGUA
INA NA DROGA
A R A G U A I A!
UAI! NA ÁGUA
GUARANÁ INA
ÁGUA AR ÁGUA
AR AGUA INA
A R A G U A Í N A
(Homenagem à Haroldo de Campos,
Augusto de Campos
Décio Pignatari “Poetas de Campos e espaços”)