Poesia Completa e Prosa
O tempo está mudando, bem devagar. O amor vai sendo substituído aos poucos por uma bebida aqui, um lance ali e, aos poucos nos tornamos seres desesperados por atenção. Estamos nos baseando em algo material, algo desse mundo imoral, por isso estamos cada vez mais perdidos. A fé hoje é em vão, a compaixão já não existe, e o amor por Deus se omite. A verdade é que nos sentimos vazios , a cada dia que passa e não temos mais para onde correr. Se parássemos para pensar, veríamos que não há nada impossível, nada tão perdido que não possa ser salvo.
Ritmo novo, nunca sentido. Riso fácil, mundo incoerente. Não fui convidado para nenhuma festa. Hoje em dia para onde olho só vejo gente estranha e esquisita. Essa droga de século nos faz sentir autossuficientes para tudo. Realidade sucumbida, desejo explícito e ilícito. Desvantagens em ser meramente moralista, ativista, passivista. Eu vou procurar quem quando precisar correr? Estamos presos nessa cela ilusória onde a inteligência é um prêmio de consolação. Os sábios estão cada vez mais calados, enquanto os estúpidos não param de querer espalhar sua opinião contaminada pelo mundo. Inversões de papéis, pequenos fiéis, sinônimos valendo meros vinténs. Segundo uma pesquisa recente estamos chegando ao fim e, não é do universo que estou falando.
Em um rancho do Mississípi, eu me perdi. A estrada era longa e o número das placas se embaçavam na neblina do outono. E, mesmo que se continuasse a doer eu percorreria milhas e milhas até naufragar num pedacinho de terra abandonado. Eram vários modelos de couro legitimo nas botas, os cinturões refletiam as luzes dos lampiões e “Bette Davis Eyes” tocava. Um banjo me envolvia numa dança nada rítmica, mas mesmo assim tudo me divertia. Era maravilhoso começar a passar por mudanças, já estava na hora da minha vida dar um salto, e não digo um salto daqui-ali, digo um salto dos grandes. Sentia cheiro de lavanda e ao fundo uma garotinha perseguia alguns vaga-lumes. O coração sempre dá um jeito de recomeçar e encontrar uma razão nada racional para tentar de novo. A vida é como uma ampulheta, as coisas acontecem, num determinado tempo, e tudo que vai…volta. Valia a pena morar naquele lugar, e valia a pena lutar mesmo que eu tivesse que percorrer mais um milhão de milhas até encontrar você.
Fiz tanto barulho que já não se ouvia mais palavras saindo do meu pensamento, porque não sou de gritar com a boca e sim com a alma. É nojento se expor assim. Eu teria me reprogramado se pudesse, e contado até quarenta se quisesse. Eu me perco no oco ímpeto do espírito, mas sou achada facilmente em um dos subúrbios de SP. Não há nada demais em regredir uma etapa ou outra, ninguém disse que precisa seguir à risca. Vai de cada um sentir ou experimentar o âmago de sofrer, para todos os efeitos criaram os analgésicos. Foi-se o tempo onde os lunáticos eram elite, onde se tornavam os donos do incomum. Agora é tudo muito igual buscando tudo muito diferente, e ninguém se toca em como todos são os mesmos. Se ao menos eu fingisse ser heroína, minha mente eclodiria e eu finalmente poderia gritar. Talvez, minhas dores, meus medos, minhas aflições se revelariam. E, se eu realmente fosse forte, por menos que conseguisse, não esqueceria de mim assim, não me deixaria morrer.
Eu nunca gostei de matemática, das contas, contas são exatas e os números se bastam por si só. Não há duvidas, não há erros. O que é certo é certo, o que não está certo é errado. A matemática e suas exatidões me cansam. Eu prefiro o mistério das letras, a incerteza das palavras e a beleza das poesias.
Pensar em si mesmo é ideal para os egoístas, mendigos e pobres de espirito. O bem que faz a alma dos bons não é o mesmo que alimenta os maus. Pois sei que derrotar o outro enganar e tirar proveito de situações não pertence a mim. Querer é poder, mas querer dominar tudo é desespero. E além do mais o que te faz feliz não agrega absolutamente nada em minha vida, porque o que me faz feliz é tão precioso e só quem pode sentir e provar é quem realmente tem essa mesma capacidade de amar como eu amo.
Todos os erros que cometi foi na busca de acertos incessantes, gritantes. Quanto mais quis ser surpreendida, mais me decepcionei. Não estava vendo. Não estava percebendo. A maioria das pessoas agem como se eu fosse um objeto que se compra na seção de jóias, de artefatos raros que precisam ser deixados na prateleira, apenas para apreciação. A gente sempre quer muito do outro, o ser humano nunca se sacia. Somos todos um bando de egoístas disfarçados de humildes. Claro, tentamos sempre ir contra essa lei, mas infelizmente é um martírio ao qual temos de viver. Me idealizam e me julgam, antes mesmo de eu me apresentar, a maioria tem uma ideia na cabeça como querem que eu seja, não como eu sou. É difícil ser meramente humana, já que na maioria das vezes sou forte até mais, insensível(só por fora) e cabeça-dura. Não tem como entender que tudo isso é apenas uma proteção contra esse mundo desgastado repleto de sanguinários a espera de uma presa desesperada? Correm, fogem, se amedrontam - esse ritual sempre se repete comigo, inúmeras vezes - mas, pra tudo na vida se tem um jeito. Eu não estava vendo. Não tinha percebido que a questão não é o que os outros pensam de mim e, sim o que eu sou. Dá pra entender que eu sou espírito, alma e não carne? Tudo isso é supérfluo, morre, se degrada e vira pó, apenas. "Do pó viemos, ao pó retornaremos?" Eu ainda erro muito e, vou continuar errando, mesmo tendo amadurecido e crescido com muitos tombos e tropeços na vida. É, só que me deu vontade de poder conversar por horas e horas com alguém que tentasse me compreender e percebesse que sou uma simples humana brincado de ser gente grande.
Sabíamos exatamente no que aquilo ia dar, mas apesar dos apesares, tínhamos fé que a insegurança iria nos deixar, um dia. Nós nos seguramos no ar, ou melhor, na falta dele. Já estávamos cansados, queríamos algo diferente. Alguma coisa que trouxesse felicidade misturada com calmaria. Tinha chegado a hora que seguiríamos caminhos diferentes, nossas jornadas seriam opostas e, nossa vida andaria para frente. Porque nós dois sabíamos que a magia tinha acabado. Agradeço por ter sido na hora certa, assim temos boas coisas a recordar e, muitas risadas a repassar. Durou o suficiente para se tornar lembrança, história e recordação. Não doeu tanto assim, não nos matou, não nos deixou desamparados e, foi a vida que nos fez entender que nós tínhamos um prazo de validade. Ainda posso ver seu sorriso de lado numa visão embaçada do quanto ela se parecia com a natureza, enquanto me dava dores de cabeça. Nos vemos - vez ou outra - conversamos e, até irritamos um ao outro, só que não é mais como era. Nós queremos mais e, não é porque somos egoístas, mas porque nosso rumo agora é amadurecer e crescer e, isso significa nos separarmos. Separação não significa dizer "nunca mais", não é um adeus. Só tenho a agradecer a ela por todos os momentos bons, por todas as brigas e desentendimentos, por todas as gargalhadas profundas, por todo o medo que tivemos desse dia chegar, por todos os abraços que nos tiravam do chão, por todas as surpresas e por todas as decepções, por todos os passos que dávamos juntos. Ela me transformou, me fez ser alguém melhor, mesmo que indiretamente. Ela fez meu mundo cor de arco-íris. Ela marcou vários capítulos da minha história e, é por isso que temos que nos deixar partir, para que um dia nos encontremos numa esquina qualquer dizendo o quanto foi bom termos nos esbarrado ali, há alguns anos atrás.
Às vezes, me sinto parte de outro mundo, é quase como se a realidade a qual eu vivo agora, não fizesse mais sentido, não tanto assim. Há tantas coisas as quais se viver, tantos mundos aos quais conhecer, tantas pessoas que podemos ser, que fica difícil escolher. Prefiro não escolher, prefiro ter um milhão de opções e mesmo assim não ter escolhido nada. A cada lugar que eu vou me sinto diferente e, não quero mais voltar, mas mesmo assim não consigo me deixar para trás, não tenho a vontade de abandonar minha vida como ela é agora. É estranhamente confuso. Tenho sentimentos que jurava que estavam mortos, desfalecidos, enterrados. Eu consigo sentir a vida, consigo pegar a luz do sol que passa pela minha carne e, quase sou materializada com o próprio vento. Conheci um mundo que o preço não é nada comparado ao valor e, que não importa o que você vista ou o que já tenha feito na vida, mas sim quanta educação e respeito cabe no seu bolso. Nós temos a chance de recomeçar, reconstruir, realizar, basta querer. Não sei quantas pessoas há dentro de mim, quantos jeitos se pode viver, quantas alegrias e sofrimentos eu aguento, ou quantas pessoas posso fazer feliz, só sei que as possibilidades são infinitas e, se esse desejo que tenho dentro de mim for tão grande quanto àquela vida que eu sinto há quilômetros daqui eu poderei ser mil e umas em uma só.
Eu gosto de ser gostado. Gosto do chegar do chegar meu, que aprisiona os olhos teus. Gosto de paixões insanas, loucas, depravadas. Que façam meu coração uivar para o luar que insiste em me tentar. Fico louco com seu olhar somado a tua voz à falhar. Quase para de respirar quando o calor do meu corpo vem te dominar. Sedução no frasear para a lábia te encantar e você nos meus braços parar...
Fazemos festa e depois nos afastamos. Voamos em bares cheio de gente e às vezes ficamos sozinhos com nossos pensamentos. Nos encontramos nas montanhas, nos castelos em ruínas. Somos um grito silencioso, a doença e a vacina. Então não morra...Viva. Seja livre e voe pra perto de mim, por que nós somos anjos. Somos tudo; somos nada. Somos o medo, o orgulho, os conflitos e a confiança. Eu confio em você e você confia em mim. Somos treva e iluminação. (Trecho do poema Essência dos anjos - Jótah)
"Seu jeito tão vertical de ver a vida, sempre tão para cima... Me fez ver que você é a auto ajuda que meu coração precisa... Sempre deixarei você ser minha terapeuta ou um tipo de guria amorosa, mesmo que eu não me envolta numa espécie de fenômeno encantado, pois eu já me encontro em plena magia... Vejo sol nos seu olhos..." (...)
"Por mais que a lua me envie suas parcelas. Simplesmente sinto que algo não chega. Por mais que aquele algo pareça que preencha tudo. Ainda continua vazio, quero sempre mais. Porque as luzes me encantam e levam meu pensamento para além de mim. Ai vejo que as janelas olham. Já que há tanta coisa para conhecer, tantos lugares para estar. É tanta beleza para trilhar, que saio a querer dar um passeio pela vida..." (...)
"... Sou um mero fantoche da vida, como se estivesse preso a camisa de força do seu amor. Ao acaso vejo que as coisas foram acontecendo magicamente... E pela centésima vez na minha vida, terei que contar com a sorte, por nas mãos de Deus e esperar que algo maravilhoso se forme... Já que as coisas não foram ao acaso... Te coloco mas mãos do destino para ele me devolver você." (...)
(...) "Meu romance por você não é de hoje. Eu me lanço em tudo. Nos abraços, no seu sorriso ensolarado. Esta intrínseco na alma... Eu abraço o sol, mergulho no brilho dos seus olhos. Me lancei na beleza da sua alma. Você me faz sair fora da caixa e pegar a luz. Agora deixei a luz entrar... Sua voz e seu jeito são um tipo de chamado, então nos atiramos um no outro e simplesmente senti que estou envolvido em todos os seus abraços. Suas meias palavras me obrigam a ser inteiro. Meus olhos disparam como um flash ao te ver e sua presença dá um nocaute em meus olhos. Seus dramas embaraçosos me desconcertam em blefes banais. Você faz meus impulsos nervosos bagunçarem minhas sinapses. Faz minhas veias pulsarem, atacando todos os meus instintos. Te vejo no ontem, no hoje e em todas as manhãs. Movimenta meu coração vai! Agora sei porque meu dia brilha ao te ver..."
Das sombras desde universo exergo ao todo e a tudo, desde antes de me nomearem tempo. Desde antes de qualquer momento, eu sou o instante, o minuto, o olho do universo absoluto, a visão de criança. E a este eu cabe gravar na história a sucessão do todo. E a quem desejar um pedaço de estória fica a tarefa de tomar uma parte do tempo.
Brecht que me perdoe, mas o pior analfabeto é o analfabeto poético: ele não vê, não sente, não se dá conta da vida ao seu redor. Ele não sabe quando os ipês amarelos começam a florir, o dia em que haverá superlua, o instante em que um afeto se transforma em amor. O analfabeto poético se orgulha e estufa o peito dizendo que não tem tempo para essas coisas. Não sabe que, da sua ignorância poética, nasce a frieza, a ingratidão e, o pior de tudo, a falta de vínculos com o resto da humanidade.
Sou MÚSICA que um dia alguém cantou; sou o LIVRO que um dia alguém leu; sou a PARTITURA que um dia alguém tocou; sou a MEMÓRIA que um dia alguém nunca entendeu; sou um QUEBRA-CABEÇA que um dia alguém desmontou; sou o ESPELHO que um dia alguém olhou , e ao sair esqueceu de quem era; sou uma FLOR que um dia alguém cheirou e levou o meu perfume; sou um PORTA-RETRATO que um dia guardei sua imagem; sou ÁGUA que um dia lavei as dores mais profundas de alguém; sou um RÁDIO onde expus tudo o que penso; sou uma CANETA que um dia escreveu em sua vida; sou um TELEFONE onde você ligou quando precisou e desligou quando eu precisei; sou um BAÚ onde levo comigo a minha história de vida com seus respectivos capítulos : DORES, DILEMAS, ALEGRIAS, LÁGRIMAS, SEGREDOS, SONHOS, DESEJOS, VITÓRIAS, DERROTAS, PERDAS… E assim SOU EU.
Adormeço na certeza que no aconchego do meu coração você está. Quieto ou agitado não importa. É ali que contemplo quão grande és! Caminhas por dentro de mim, acariciando os desassossegos da vida, levando-me a continuar mesmo que venha o desânimo. És a essência de todos por aqui. Não importa a forma que demonstres o quão precioso és. As vidas onde você habita são repletas de cor, pois sabem valorizar você, AMOR.
[...] Adoro quando o congelante e deixar parado dela me fascina. Eu queria ser assim, tão tô nem ai. tão seco e tão sem sal para o açúcar dos outros. Tão seco e ríspido. Quando ela me deixa sem fôlego me dá mais ar ainda para suspirar e ter forças para sair do lugar em que eu estava paralisado. Ela chega e parece que já inflige: - Deixa entrar nas retinas. - Vou falar dentro da sua cara. Te provocar um desconcertamento e inquietude posterior. Te levantar mesmo te deixando pesado com minhas palavras, gestos e atitudes, para depois do costume te deixar tão leve como você nunca foi. Depois que o brilho dos meus olhos te ofuscarem como raios luminosos alguma coisa vai clarear em você como feixes luz. É tão bom quando ela deixa um silêncio dentro do meu ouvido. O simples olhar dela me desembrulha todo. A presença dela quando estou sem assunto me faz ter um diálogo inteiro. Ela é o pacote inteiro e não pequenos pacotinhos que vem tão sem nada. É tão articulada que simplesmente me desentala, desentope. Ela é tão assim... Um assim tão cheio de coisas. Tão cheio de algo. Ela é a desordem que organizou meu coração e a encomenda da entrega que eu queria todo dia... Adoro quando ela chega tão enigmática e coloca um rosto na voz. Quando ela chega com aquele jeitão tão cheia de trejeitos. É como se o jeito chegasse antes dela impondo seu encanto contagiante. Então ela me deixa sem jeito, depois eu me ajeito e a levo com jeito para o forte do meu peito.