Poesia Completa e Prosa
VELEJAR
Caravelas sob relento
vão velejando sobre as águas
... Em seus ventos...
Calmos tensos...
Roupas sobre o varal.
Ao tempo, nada!
Aos olhos firmamento...
Espaço baixo, espaço alto,
relevo em velejo no mar...
Marujo sujo, aurora cedo,
segredo...
Canta galo o velejar.
Antonio Montes
VIDA EM PLANO
Vida em proa, coisa boa
com a canoa ancorada
ruas cheias gente à-toa
assim como a passarada.
Marinheiro, cadê a venta?
que não venta mais na vela?
cuidado com a água benta
p'ra não descer sua goela.
Olhe as cartas o carteado
para não furar seu bolso
veja a cara do delegado
não lhe cause alvoroço.
Acorde, vamos navegar
de manhã ao rasgar do dia
o peixe bom esta no mar
e o riso lindo é da Maria.
Antonio montes
Uma parte de mim
joga-se pra você
sem medo do amanhã
sem medo do desconhecido
sem medo do escuro
que a noite trás contigo.
Uma parte de mim
vive alucinações
de amores inesquecíveis
nutre-se
das suas palavras
devorando suas caricias
e alimentando-se de sua alma.
Uma parte de mim,
renega-se a ver, ouvir ou pensar
que existe uma outra parte
que acredita em qualquer possibilidade
de novamente ter você.
Uma parte de mim,
luta para envolvê-lo
em meus próprios sentimentos
sem temer, que por ventura,
nunca irei te ter.
Uma parte de mim,
abnega-se de receios
que, possivelmente,
terei que ouvir
os meus próprios lamentos.
Uma parte de mim,
alarida pra outra parte
não muito distante
de coração exposto
e bem à vontade
que, mais vale ter sonhado
este sonho
do que ter vivido somente a metade.
Teve dias e noites
que eu parei para pensar
quando a porta se fechou
e a luz se apagou
não foi fácil suportar.
Teve dias e noites
que eu não quis refletir
pois quando fechava os olhos
lembrava-me sempre de ti.
Naquela noite uma voz me chamou
sair em busca, tentando encontrar
mas logo triste fiquei
pois não pude te achar.
Teve dias e noites
que em lágrimas cai
pois queria abraçar algo
e adivinha?
Você não estava ali.
Teve dias e noites
que sentia seus braços me confortar
ouvia alguém sussurrar
que essa história iria logo terminar
então como um anjo a se transformar,
você surgiu
entrou sorrindo na minha vida
e foi logo me consolar.
Depois desse dia
logo amigo se tornou
e assim sempre iremos ficar
pois se depender de você
jamais poderei te amar.
A BOLSA
Aquela bolsa com tanta roupa...
Eu carreguei,
Continha calça, camisa e touca...
P'ra mais de seis,
Tinha suspençol e fios dourados de lençol,
Que alguém fez,
Uma taça e garrafa, aquela branca cachaça
... Para embebedar vocês.
A bolsa, serve de toca para vagabundo, e...
Embolsa reembolsando o fundo do mundo
Toda cheia de roupa, grave, aguda e rouca,
já não tem sensatez
É na alça da bolsa, os esfregão de uma boca
que abocanha a embriaguez.
Antonio Montes
PERIPÉCIAS
Sem sapatos, descalço, macha o macho...
Lá vai o sapo,
Que com toda gula pula, no espaço,
vai no salto, contrapasso.
Empina o trapo alinha a linha, d'aqui
d'ali... Alto no trampolim
Lá com seu clima, tece a rima aí, por aí
... Pulando, saltando baixo enfim...
As vezes, alto! P´ra não ter fim.
O sapo é macho se apóia no taco
para não cair.
Insinua-se aos ventos todo tropo e lento
esgueirando por ai.
Antonio Montes
Para todos que perderam e para aqueles que vão perder eu sei que é difícil mas não tem o que fazer.
Assim como Kakashi ou também o Naruto mas com você pode acontecer, de valor a quem gosta ou a quem ama não importa a pessoa diga que a ama.
Um dia ela vai e você nem a vê só começa há nota depois de a perder, um aperto no coração e a solidão começa a bater lágrimas em seu rosto começam a aparecer.
As lembranças vem a tona de tudo o que passaram e de tudo que conversaram, você se arrepende de não ter falado nada e assim como Kakashi na sua vida fica um trauma.
Então esse poema é para poder perceber e também relembrar o quanto as pessoas que você ama podem te afetar então não se esqueça de nunca dizer : Você é importante e eu não quero te perder.
CLIMA, AUTO ESTIMA
O teu beijo, meio assim sem jeito
me flecha o peito, deixa-me,
assim, caído, morto satisfeito...
Com essa horta batendo!
Com esse coração pulsando...
Nada! Nada mais é tão direito,
tal qual, o direito de me ver...
Me vendo, amando.
Em seus beijos sob desejos...
Eu me vejo queimando-me nesse
anseio louco... Declive abaixo,
aclive arriba... Poetando versos
transformando o mundo em rima
... Seus beijos, são clima de alto estima
que aclima o clima da minha vida.
Antonio Montes
ESSE POVO
Esse povo esses polvos...
Cheios de pernas,
enfurnados em suas cavernas,
esses polvos vivem arfando
pelas suas salvadoras guelras.
Já esse povo... Ah esse povo!
Esse povo, sonham em ser rios e navegar
em marasmos de remansos meigos, mas...
Se enterram sob o emaranhados dos
seus sonhos,
e acabam, entrelaçados sob ar poluído
de suas enfeitiçadas guerras.
Antonio Montes
COLA NA ESCOLA
O menino foi a escola,
levou bolsa, levou bola
levou cadernos para colar a cola
e sua camisa, com gola dobrada
para esconder os olhos...
N'aquela hora da cola colada.
O menino da cola colou...
Colou matérias pensamentos
colou planos e sentimentos
as vindas, idas e partidas...
O menino colou toda vida!
Ali n'aquele momento.
O menino já na escola...
Pegou caneta, lápis e cola
colou folhas, colou verde
colando a indesejada sede...
O menino adormeceu,
nos braços da sua rede.
Antonio Montes
VERDE AMOR
Olhei para a flor, e o meu olhar
me condenou... Segou meu coração,
arrastou-me pela palma da sua mão
e logo, derrubou-me pelo chão d'essa
intensa paixão.
Quando eu vi... Caído pela minha visão
a flor, debruçou suas pétalas sobre mim,
Cobrindo-me de carinho, atiçando o fulgor
das minhas labaredas...
Ai então, atracou seus lábios e sob o cais
dos meus desejos, me encheu dos seus
dóceis e deliciosos beijos.
Pelas asas das suas vontades,
embrenhou-me pela imensidão da sua flor...
Embebidos pela brisa da felicidade
adormecemos sobre o sereno pleno, dos
nossos sonhos e enveredamos pelo,
colorido verde, desse nosso amor.
Antonio Montes
Outono de abril
Ainda me lembro quando a conheci
Como se já a conhecesse muitos anos antes
Anos se passaram, ainda não me
Esqueci dos momentos mais importantes.
Na escuridão perdida
Você foi a luz do meu caminho
Provocou-me cegueira
E não teve jeito,
Esse era o meu destino.
Noites de sabores
Mãos que me açúcaravam de carinhos
Eliminando o amargo de minhas dores.
Mas num outono de abril
Uma tempestade forte surgiu
A madrugada chegou
E o colorido de nossa primavera infelizmente desbotou.
Invadiu-me a casa, o pensamento, a vida e lá fez sua morada...Invadiu-me o quarto, o canto, minhas cores e transbordou tudo.Invadiu-me o tom, o tato, o dorso, a pele, virou-me o mundo ao contrário. Invadiu-me sem hora e nem lugar, entrou pela janela, tomou-me de assalto. Deitou-se no meu destino, riu-se do meu espanto... Foi assim sem tempo, num segundo de desatenção
Que desembarcaste em mim paixão.
Modinha em... Amor diverso.
Tão doce espera, olhar distante... E num rompante o vento anunciou, que sua amada, cruzara estradas e retornara para lhe enfeitar de amor.
Saltou do carro, nas mãos a estrada e todo caminho que julgou ser seu
Também seus livros, um riso solto e todo resto, que não se perdeu!
De sua janela, parou no tempo, fechou os olhos, se surpreendeu
Arrumou os cabelos, guardou o terço e caminhando para o portão, tremeu
Esperou tanto, em tempos idos aquele abraço, quimera no ar
Chegou tão perto, olhou nos olhos com pranto doce pôs-se a lhe beijar
Sorriram tanto, lembraram sonhos. Naquele abraço entenderam de uma vez
Que seus costumes eram tão raros, e de tão raros tal amor se fez
Eram poetas, e certa noite o justo acaso lhes fizeram amar uma a outra
Encantos claros, sem decassílabos para se enredar.
E deste ponto, se amaram tanto, que toda vila então compreendeu que ambas amadas, tão belas amadas, não precisavam mais dizer...Adeus.
São tantos.
Os encantos do mar.
Mas nem um deles se compara a ti
Nem mesmo o por do sol que se põe aqui
Nada se compara
a tua graça e beleza
Fico a observar a tua natureza
Um requinte, exagerado.
soberania ao desfilar.
E pobre mortal que sou
Sonho com os beijos que não serão meus
Mas se tenho a delicia de te olhar
O que é o encanto do mar
Sem eu a te admirar
Sem eu com este meu desejo
Sem eu...
a te ver passar...
É como se ela carregasse meu coração
Não importa onde fosse ou qual seu peso..
Como se ele pudesse quebrar ao cair no chão
Me sinto frágil e indefeso..
Mas confio na pessoa que o carrega.
Mesmo que esteja amarrado e pendurado,
Ela não o deixaria cair as cegas..
A mesma cuidaria dele até o manter sossegado..
Por mais que eu odeie me sentir frágil,
É isso que me atrai, nela.
Não importa como surgiu,
E sim que não é preso numa cela.
DIVINO.
O verso é feito de gestos
Expressado por palavras
Amargas ou Amáveis
Na rima mais fina
Ou mais brutal
Encontra-se
Tal sentimento
Mergulhado em
Pensamentos
Para acabar
Com o fim
Desse tormento
Do escritor
Conseguir demostrar
Essa maravilha
Que à poesia
Divina vinda
Dos céus
Transcrevida nesses
Papeis.
Seus olhos
Me inclina
Me facina
Seu toque
Me atiça
Me instiga
Isso tudo em você
Só me faz te querer
Te ver sorrir
E sentir cada vez mais
Essa paz que você me trás
Esse teu cheiro sabor do teu beijo
Me enche de desejo
Ohse tu soubesse
Esses teus feitos que causam efeito
Em mim em ti e por fim
Continuar a suspirar e imaginar
Essa causa, que me abala
Me deixa a suspirar
Nessa sua manha
De querer
Me conquistar
Peço a Deus que melhore
Pelo menos um dia eu volte
Volte a sorrir, a sentir
Mas deixe-me ir...
Por favor, sem dor
Me espere, jamais me negue
Me espere e só assim
Estarei entregue em seu braços
Mas só com uma condição
Não solte minha mão.
Para finalmente caminharmos
Juntos, juntinhos nessa direção
E minha agonia por fim, sumir
E ter mais nós, a sós!
VENHA
O fecho o gato...
Com as patas na lenha
As falas na sala
aos olhares entala
o perdão, há tenha?
As rezas espertezas
esperanças embaidas
amanhã sobre a mesa...
As chamas te chama,
e te esgana por nada.
O derredor a fogueira
na soleira navega
a ruga te pega...
te faz beldroega.
na idade avançada.
A criança o grude
a juventude o desgrude,
desgrudando o tempo
as margens insípidas...
as águas do açude
afogando sentimentos.
Antonio Montes