Poesia Completa e Prosa
fui errando e insistindo no erro... pedi perdão quando era você quem devia pedir,
tu nunca pedisses, ainda assim em meu coração te perdoei, e ainda pedi perdão...
minha falha, meu erro
como pois te arrependerias se não reconhecestes teus erros?
iludido me convencia que a partir dali seria diferente...
claro que nunca foi, te acostumei a me ferir e pensar que eu era o culpado..
O Amor Sincero Do Candeal
Tão longe numa antiga cidade
Um jovem em plena mocidade
Por uma bela mulher se apaixonou
Tinha uma beleza por raridade
E logo que teve oportunidade
A ela, ele se declarou
Ela sorrindo uma graça achou
E dizendo assim com voz doce
Palavras que ele amou
Eu adorei o seu jeito sincero
E este amor puro é o que eu mais quero
Assim sua mão o tocou
E untaram os dedos num abraço profundo
Já compreendia que naquele segundo
O amor nasceu e prosperou
Dançaram a noite toda na festa
Um amor puro que se manifesta
E seu coração assim suspirou
Soube que aquela noite mágica
Uma paixão nascia serena
E da sua boca pequena
Proferiu uma vida nostálgica
Para dar vida ao amor
No jardim colheu uma rosa
E deu a amada esta flor
De perfume assim tão cheirosa
Mas mal sabia ao fim
Que ao sair daquele pavilhão
Encontraria assim
A morte por ocasião
Pedindo por que sofre tanto
E escorria ao rosto o pranto
De alguém agora na solidão
Passou um carro correndo
Numa velocidade tão grande
E viu sua amada morrendo
Alí na rua ofegante
Foi uma noite chuvosa
De tempestade trágica
Que numa extensa verborrágica
Proferia palavras chorosas
O corpo foi enterrado
Numa alcova profunda
Enquanto o pranto vasado
O mundo assim inunda
Mas um amor tão sincero
Dura pela eternidade
E cura qualquer enfermidade
É algo que tanto esmero
Ao raiar do segundo dia
Ao chão daquela alcova
Ouvia-se uma gritaria
Era uma voz dolorosa
Que da terra então se via
Uma mão que saía
E na palma havia uma rosa
Voltou aqui neste mundo
Pois o amor era tão profundo
Que nem mesmo estando ao fundo
Esqueceu quem tanto a amou
E daquele solo fecundo
O corpo que estava ao fundo
À superfície retornou
Veio buscar quem um dia
Com tamanha alegria
Sua mão tocou
Dançou pela noite eterna
E ao amanhecer do dia
Para sua cova voltou
Levando consigo a alma
Daquele que por ato verdadeiro
Tocando-a palma a palma
Num amor que não foi passageiro
Esta história é real
Acredite você ou não
Mas dizem que no candeal
Pode-se ver um cadáver
Com uma rosa na mão
não há lugar
neste mundo
para os que
Amam
com
intensidade,
eles
assustam
nós
assustamos
as pessoas
neste mundo
tão insano,
nos assustamos
ate entre
nós mesmos
por isto
não há
um lugar
para nós
[...]
se eu
pudesse
te levaria
para uma
estrela
com meu
próprio corpo
te protegeria
das dores
causadas
pelos que
não sabem
sentir
com minha
alma
te envolveria
com todo meu
Amor
para te
transbordar
a ponto
de te fazer
se sentir
protegida
e
sem medo
de
Amar
e
ser
Amada...
fugiríamos juntos
em Amor,
para sempre,
para longe
de todos que
não sabem
ver o
Amor
em todo
e cada
amanhecer..
**Um lugar para o amanhecer
me contemple no meu sepulcro
na minha morte de sentimentos
no aguardo de sua fatal despedida
crave letras tristes na minha lápide,
em versos negros arrancados
do lado obscuro do seu coração,
podes ainda tatuar no meu corpo morto
palavras inssossas de tua alma solitária,
rasgue versos sem dó nem piedade
me contemple antes de descer com os mortos,
sufoca-me na escuridão das tuas palavras,
sangra-me até a morte com tua língua ferina,
contemple também a morte de minha alma,
reduzida a cinzas no Jardim dos meus escritos
alma esta que cultivou flores de seus sorrisos
rosas de tua voz e jasmins de seus olhares
como primícias do meu Jardim,
me contemple no meu sepulcro
afogue meu corpo na escuridão
e minha alma no Jardim consumida
contemple minha alma em meu Jardim
reduzida a cinzas de sentimentos
terra seca de desamores de seus medos
olhe para as flores dos seus sorrisos
definhando no Jardim de minha alma,
a terra apodrecida em feridas abertas
vê agora as rosas da tua voz,
roucas e murchas arrancadas da terra
despetaladas de suas próprias rejeições
contemple os jasmins de seus olhares
cegos e intensos queimando desejos
nas cinzas estéreis da terra da minha alma
tempestades de tuas lágrimas a cair
não darão mais forças a minha alma
gritos do silêncio de tua alma ecoando
não despertarão mais sentimentos
confina tua alma, resigne tua solidão
corte seu corpo, sangre feridas
soletre saudades dizendo meu nome
ame sozinha se for capaz, grite amores,
busque palavras no vazio dos corpos que te cercam,
encharque em álcool tuas tristezas,
afogue com Bukowski seus dilemas
repita que vai me esquecer até acreditar nisso,
consuma minhas palavras acendendo e
consumindo cigarros,
e como fumaça me lance aos sabores dos ventos
me contemple mais uma vez no meu sepulcro,
despeje terra com a raiva de sua volúpia,
sufoca-me com essa boca grande a gritar despedidas
dá-me o golpe fatal, mata-me logo,
com seus medos loucos e doentios
rasga-me ainda vivo com as velhas lâminas enferrujadas dos seus ciúmes,
não esquece de cravar na minha lápide
momentos de um tempo que vivi em ti,
enquanto tu fugias de ti mesmo,
esquece-me então nos seus devaneios,
porque eu logo esquecerei de ti
quando esquecer de mim mesmo,
me mata então para que assim aconteça,
me contemple ainda uma vez no meu sepulcro,
olha-me sórdida e sem medo,
sem medo de ver a você mesma em mim..
**Um poema para a minha morte
Tu és o meu vinho.
Tem a fragrância e delicadeza de um rose, aromas florais e minerais de um vinho branco, teus beijos têm a refrescância de um espumante e são gostosos como morangos, têm a doçura de um vinho de sobremesa.
És o meu encorpado vinho tinto, com taninos presentes, marcantes e inexplicáveis. Assim defino você! Igualzinho a um lindo e precioso vinho.
Presentear alguém de forma imprevisível
Faz o dia de alguém ser mais cheio de vida e inesquecível
Pois essa pessoa vai se lembrar de você
E sorrir, por alguém lembrar dela
Ela vai se sentir tão especial
De um jeito que só quem viver vai saber
É fazer um dia normal
Se tornar interessante de um jeito sobrenatural
SONETO CINZA
Como no cerrado, o torto é vestuário
Desenhando no vento árida textura
Rajando o céu em escarlate mistura
O coração na paixão, tem imaginário
Eu, na solidão, de imperfeita bravura
Vejo a desdita germinar no itinerário
E o amor em tal solene rito arbitrário
Frustrado pela própria azeda ternura
Fico então no conforto do contrário
Do que no peito me anuncia a tortura
Implorando amor com um destinatário
Mais, que o viver possa ter procura
E a vontade de ter amor, seja vário
No afeto, o amor no fado, é ventura
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
25 de maio de 2016 – Cerrado goiano
VELHA PORTEIRA
Pela velha porteira da estrada
Passou o passo, passo a passo
De afã, sonho, pressa, cansaço
Todos com sua singular toada
Por ela a vida passa, meada
Passo crasso, leve e pedaço
De ser, em um tal compasso
De sensação, sem ter parada
Ó velha porteira no vai e vem
As secas, invernadas, ir além
Vendo a história, fase, tolice
Afinal, no tempo está contido
O que divisa o destino vivido
E hoje passo por ti na velhice...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
31 janeiro, 2022, 15’16” – Araguari, MG
E se você olhar bem de perto vai perceber detalhes invisíveis para a maioria dos que nos cercam... só você mesmo conseguirá ver esses detalhes, estão nos entalhes de nossas vidas... foi vida em nossas vida finamente esculpida.
Era um tão grande amor... mas tão grande... que não cabia num espaço do infinito. E era um amor tão bonito... mas tão bonito que nenhum poeta jamais teria conseguido ter em versos escrito. E era um amor tão forte mas tão forte que nem a força da morte poderia pôr fim. E era um amor forte, bonito, infinito... por que teve de terminar assim?
E... só pra você saber... eu já sei o que Irene Peter disse uma vez... agora só falta você saber: “Só porque tudo está diferente não significa que alguma coisa mudou”.
E agora que você já sabe... acho que nem vai precisar chegar bem perto pra perceber que nunca amou como me amou... nunca quis como me quis... e não vai entender por que me deixou.
Ser gentil traz forças dentro de mim
E traria para a população também
Se tivessem coragem pra abraçar
Pra elogiar
Pra sorrir
Ser idiota
Eajudar
Coisas assim mudam muita coisa
E pro bem
Pena, que por ser simples
Não ligam
O simples é lindo!
Não é só porque não atende a sua expectativa
Que seja realmente uma porcaria
Se olhar com carinho
Verás como todo o mundo é maravilhoso
Como um sorriso
Há de haver
Logo existe
Nasce no meu ser
A vontade desvendar
Mais sobre Jesus Cristo
Percorro um percurso
Com destino
A procura do paladar
Da palavra
Do cheiro da marisia
Descobri que o sabor
É o fruto da vida
Continua
Um fruto soculento
Doce
Na verdade sopra o vento
Que me alimenta a alma
Dá ânimo ao espírito
Sigo Jesus Cristo
Meu amigo
Rendentor meu porto de abrigo
que suaviza meu fardo e me consola no gemido
Cada instante é um passo
Para o desafio
De entrar no eixo
Não me perder
Ter foco
Seguir em frente
Dizer que
Também sou gente
Caminho em direção
A exaltação
Coligação de todos em um
Pela dádiva de Deus
Sobre músicas e poesias...
Sapiência aflorada;
Já ouvi MPB, rock, reggae;
Samba e sertanejo raiz;
Poesia declarada;
Tudo que a “letra” diz;
Já curti o movimento Punk;
Ouvi Rap, Racionais;
Letras “pesadas” mente aberta,
Tudo mais pra pensar,
Agora ouço o tal do “funk”,
Tenho vontade de "chorar",
Música LGBT;
Num breve passado também ouvi;
Renato Russo (Legião);
Cazuza e Cassia Eller;
Letras pra raciocinar;
Pirar o "cabeção"...
Atualmente só o que temos;
Sem preconceito ou discriminação;
Longe de mim tal alegação;
Dizem que serve pra “dançar”;
Um tal de Pablo Vittar;
"Chorei"...
Meu eu criança
Ao Longo da vida adulta busco esperança
Em meio a nostalgia retomo meu eu criança
Volto a fazer tudo de forma inconsciente
encher meus responsáveis de perguntas inocentes
Ao vê-los se reunir me saio e logo vou
Com eles não converso pois adulto ainda não sou
Mãe! Por que a lua se chama lua?
Sem obter resposta pego a bola e volto a brincar na rua.
O cheiro
Um abraço se vai
O cheiro fica por um tempo
Deixa sua marca e logo sai
fica na história o momento
O vento leva o cheiro
Perfume então se espalha
Completa o que está cheio
Mas ainda tem uma falha
Cheiro é suave como papel
E leve como um algodão
Que parece nuvens do céu
É assim forte como trovão
Por ele todos são encantados
Do cheiro ninguém é imune
Mas nem todos estão preparados
Para lhe dar o seu perfume.
"" Perder inclui aceite
o mundo não naufraga em seus mares
mas chora para manter-se vivo
corre feito rio
pelas madrugadas
cantando veias recheadas de lágrimas
ao mar
nada se perde por acaso
todas as embalagens de refrigerantes deveriam ser recicladas
pois bem
podemos nos rebelar
nada de aceite
perder não pode fazer parte do nosso vocabulário
UM DIA, MARIA
Vai Maria com sua graça
descendo o morro em alegria
vai levando a sua lata
na direção da cascata
ainda é dia, vai Maria!
Lá vai Maria p'ra a cacimba
buscar com pote sua água
Maria leve a moringa
não se esqueça da ródia
e os ventos da sua casa.
Maria sabe tecer...
Tece campos e mato verde
a carreira no pilão...
Tece o vento na peneira,
e a fuera do coração.
Maria cadê a menina
que um dia pulou corda
agora enfrenta a sina
Não tem corda na desdobra
nem acerta a sua rima.
Antonio montes
VELEJAR
Caravelas sob relento
vão velejando sobre as águas
... Em seus ventos...
Calmos tensos...
Roupas sobre o varal.
Ao tempo, nada!
Aos olhos firmamento...
Espaço baixo, espaço alto,
relevo em velejo no mar...
Marujo sujo, aurora cedo,
segredo...
Canta galo o velejar.
Antonio Montes
VIDA EM PLANO
Vida em proa, coisa boa
com a canoa ancorada
ruas cheias gente à-toa
assim como a passarada.
Marinheiro, cadê a venta?
que não venta mais na vela?
cuidado com a água benta
p'ra não descer sua goela.
Olhe as cartas o carteado
para não furar seu bolso
veja a cara do delegado
não lhe cause alvoroço.
Acorde, vamos navegar
de manhã ao rasgar do dia
o peixe bom esta no mar
e o riso lindo é da Maria.
Antonio montes
Uma parte de mim
joga-se pra você
sem medo do amanhã
sem medo do desconhecido
sem medo do escuro
que a noite trás contigo.
Uma parte de mim
vive alucinações
de amores inesquecíveis
nutre-se
das suas palavras
devorando suas caricias
e alimentando-se de sua alma.
Uma parte de mim,
renega-se a ver, ouvir ou pensar
que existe uma outra parte
que acredita em qualquer possibilidade
de novamente ter você.
Uma parte de mim,
luta para envolvê-lo
em meus próprios sentimentos
sem temer, que por ventura,
nunca irei te ter.
Uma parte de mim,
abnega-se de receios
que, possivelmente,
terei que ouvir
os meus próprios lamentos.
Uma parte de mim,
alarida pra outra parte
não muito distante
de coração exposto
e bem à vontade
que, mais vale ter sonhado
este sonho
do que ter vivido somente a metade.
Teve dias e noites
que eu parei para pensar
quando a porta se fechou
e a luz se apagou
não foi fácil suportar.
Teve dias e noites
que eu não quis refletir
pois quando fechava os olhos
lembrava-me sempre de ti.
Naquela noite uma voz me chamou
sair em busca, tentando encontrar
mas logo triste fiquei
pois não pude te achar.
Teve dias e noites
que em lágrimas cai
pois queria abraçar algo
e adivinha?
Você não estava ali.
Teve dias e noites
que sentia seus braços me confortar
ouvia alguém sussurrar
que essa história iria logo terminar
então como um anjo a se transformar,
você surgiu
entrou sorrindo na minha vida
e foi logo me consolar.
Depois desse dia
logo amigo se tornou
e assim sempre iremos ficar
pois se depender de você
jamais poderei te amar.