Poesia Completa e Prosa

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A vida sozinha não tem sentido,
mas quando você encontra alguém
que te completa é como o por do sol
no mar, um espetáculo para ser admirado
e que se renova sempre, mesmo com o vento
ou os dias nublados

E se na vida você e meu sol
eu sou o oceano que te encontra no final do dia
em um beijo quente e vermelho

Inserida por eduardoraonne

Amor de papel

O amor não é apenas a palavra
que define um sentimento:
é uma linguagem completa
que se traduz por atitudes,
e para existir não precisa ser
descrito por qualquer meio ou forma.

O amor verdadeiro não é utópico ou romântico,
não é atração, desejo ou paixão,
nem sensação que cega ou oprime.
O amor autêntico pode não ser eterno,
mas certamente não é fugaz, efêmero ou passageiro.
É apenas intenso para se vivido por inteiro.

O amor não se prova ou se cobra com o ciúme,
não é dominação nem desconfiança,
não é sentimento levado ao extremo,
mas é uma pura expressão de afeto
que pode oscilar de intensidade,
mas se sustenta com cumplicidade.

O amor não é mágico, químico ou astrológico,
tampouco une apenas seres predestinados.
É a edificação mais autêntica da relação,
que se descobre verdadeiro com interação,
diálogo sincero, apoio e reconhecimento,
sem desprezo, ironia ou humilhações.

Amor é cumplicidade e afeto sincero,
que não se desfaz quando a paixão acaba,
que não se extingue na dificuldade,
nem envelhece ao longo do tempo,
é a expressão do olhar e do sorriso
de quem tem um sonho comum.

O amor substantivo abstrato
não tem existência própria,
sem a conjugação do verbo amar,
porque exige ação e movimento,
mais ampla que o ‘eu tem amo’,
mais além do que o ‘eu também’.

O amor se constrói diariamente,
se nutre ao longo do tempo,
se expande com a intimidade,
e se mantém com o respeito,
o carinho e a dignidade.

Inserida por luizguglielmetti

⁠Mente livre, ventre livre

Não era liberdade completa, é certo
a lei mantém a condição de objeto.
A liberdade não veio das mãos de quem
escravizou. Nem escravo, nem livre foi
o que o negro se tornou. Mas a liberdade
caçou seu jeito de acontecer. Quando o
ingênuo viu que a verdadeira alforriaera oacesso ao saber.

Inserida por Epifaniasurbanas

⁠QUANDO NADA ME COMPLETA

Demétrio Sena - Magé

A minh'alma está pronta pra voar;
sem apego ao meu corpo já cansado;
há no ar mais encantos do que aqui,
para quem já cumpriu o seu possível...
Não conheço destinos, endereços,
mas também não os tive nesta vida;
sei vagar, ter apreços emergentes
e partir quando nada me completa...
Só preciso chegar a outro plano;
qualquer plano, sem muitas exigências;
ser humano não foi o meu melhor...
Sem bagagens e trapos cumpro fila,
sou argila que logo vai ruir,
pra minh'alma escapar e se perder...
... ... ...

Respeite autorias. É lei

Inserida por demetriosena

⁠Reconhecer minha beleza tem sido algo instável.
Não física, mas a completa do eu.
O que é bonito de verdade? É difícil responder, as vezes isso é um laço.
Me canso as vezes de ficar pensando nisso.
Desgasta porque se aprofundar nisso, pode nos levar a pensar em coisas superficiais e nos torna parciais.
O de ser “bonito”, não seria o melhor elogio que eu quisesse receber.

Inserida por arthururso

Não Quero Apontadores
O apontador de lápis é a prova viva que nem sempre a evolução quer dizer melhora, ela quer dizer mudança. Quando apontamos um lápis com apontador, ou ele não aponta por completo ou a ponta se quebra. Com um estilete é diferente, esteticamente não pode ser melhor, mas com certeza é mais prático e eficaz, os cortes feitos, além de prazerosos para quem os fazem, moldam o lápis ao seu bel prazer, na hora de afinar a ponta, o pozinho deixado pela raspagem do grafite será soprado, inexplicavelmente uma sensação de dever cumprido brotará dentro de nós, suavemente a ponta será testada nos dedos (os mais corajosos o fazem nas bochechas) e o lápis pode enfim continuar os seus afazeres.

Ouço o tilintar se aproximando,
sinto a ausência de umidade em meus lábios,
certo silêncio é rompido ao som do preenchimento do vazio,
contemplo o movimento fluído em um bailar peculiar,
percebo a formação de seus tons,
inspiro seus aromas ...
sinto-me salivar e ao lapso de um olhar sincero,
beijo a boca do cálice que me alimenta a alma ao toque de um anjo,
percebo seu corpo entre meus dentes,
roço minha língua,
degusto seu fruto levando-a ao céu,
na pausa de um sussurro sinto seu calor fugaz.
Ao meu redor sorrisos, amigos e prosa.
Um brinde aos amantes do vinho!

NÃO SOU POETA

Quem me dera se eu fosse poeta
E dos amores saber contar
Falaria dum amor verdadeiro
Porque da verdade o amor não sabe calar.

Quem me dera prosar em versos
Os sentidos de um coração
Falaria que não há mentiras
Quando se vive uma grande paixão.

Ah, quem me dera recitar poemas
Nos traços desse teu olhar
Pô-lo-ia em declame teu sorriso
E tuas formas de me encantar.

Mas infelizmente não sou poeta
E do amor não sei falar
Se soubesse viveria em teus dias
E nunca mais sairia de lá.

CIRCUNSPEÇÃO

Cuidado com a tua gola!
Que, em uma hora d'essas,
n'essas festas com arestas
nesse aperto, feito sem jeito
se fosse em mim,
apertado assim...
Ai de mim, ai de mim!

Essa sua gola...
Que, parece mais com angola
cheia de pinta, tanta tinta!
Ai de ti, ai de ti!
Já pensou... Se essa sua gola,
toda feita com amor
te degola?

Antonio Montes

Se acontecesse
com os guerreiros
Da minha Pátria,
A poética
que habita em mim
Também estaria
de prontidão,
Porque aonde
se falta liberdade,
A minha poesia
vira missão,
Vestir ou ter vestido
farda nunca
mediu nada,
E jamais servirá
De régua
para medir
a democracia
Que mora no coração,
O quê se mede somente
é o amor que se tem
Por toda a gente
da terra em questão
Assim canto pela libertação.

Ninguém mais sabe como
E para onde foi Lorent Saleh,
Ninguém mais ouviu sequer
Falar em devido processo legal,
Ninguém mais sabe de nada
E nem dos direitos do General.

Ninguém sequer mais sonha,
Ninguém sequer está dormindo,
Ninguém sequer mais se fala,
Ninguém está sequer cantando,
Ninguém está se alimentando,
Ninguém está mais sorrindo.

Ninguém sabe que a vergonha
Tem mais de um endereço certo,
E que vai além do Helicóide;
Envio esse poema como o céu
Envia para a Terra um OVNI
Para quem os maltrata à toa.

Ninguém resolve mais nada,
Ninguém mais sabe da tropa,
Ninguém possui mais fé,
Ninguém procura mais a saída,
Ninguém está contente com tudo,
Ninguém imagina uma alternativa.

De ninguém para ninguém
É assim que também me sinto,
Porque ninguém está me ouvindo;
Que ninguém se sinta ofendido,
Pois é assim que um povo se sente
Quando não tem mais governo,
E nenhum apoio: NINGUÉM.

Não ouvi o discurso
do orador em comemoração
a Batalha de Boyacá,
Mas o quê li a respeito
feriu-me gravemente como
punhal o meu coração,
E quero crer que seja
um equívoco ou se trate
mesmo de uma mentira.

Pois quem se encontra
preso por discordar
do poder vigente
mesmo em tempos
de paz e não desertou:

Jamais pode ser chamado
de traidor e dele
não pode ser tirada a vida.

Não se impõe disciplina
sacrificando ou incutindo
medo na tropa,
Um agir desta forma
é o pleno abandono
da herança mirandina.

Disciplina se impõe com amor,
constância e culto a valentia,...

Porque do meu breviário
sempre sairá
poesia insistente
que abra a sua mente,
ilumine os seus olhos
e restaure o seu coração
em nome dos mais
altos valores de Bolívar:

Pela liberdade da tropa
e do General não
vou parar nenhum
segundo de clamar.

O código da vida é bem
Claro toda a vez que
Ele fala comigo:
"- Ao vencedor
se deve a glória,
e ao vencido a honra."

E por isso persisto,
Que não se deve
Chamar de justiça
Aquilo que mantém
Preso quem sempre
Trabalhou pela paz,
E nunca foi inimigo.

A fé indestrutível
De quem é de paz
Faz história,
E mesmo que neguem
O quê lhe é devido,
O destino não abandonará
Aquele que é amigo.

Estava durante
entre os passos
da consagração
dos advogados
ali em Mérida,
Tu não me viste
Porque eu
era a oração.

Não sei se ela
quis ir por
vontade própria,
Se está presa,
sequestrada
ou se
a levaram
sugestionada,... Não me importa
o motivo:
me tragam
a Anabel
de volta até
se ela se
trata de mais
uma mentirosa;
Mas me tragam
essa moça
sã e salva,
Porque a Mãe
está sentindo
muita falta.

Te peço uma
Missa e um Culto
aos militares e civis
uma vez semana
até o final da pena,
a sua compreensão
e a sua paciência
para que se varra
toda a truculência.

Tudo faz lembrar
do General preso
injustamente,

Mesmo aquilo
que não tem
a ver com ele
ou que não faz
nenhum sentido:
Ele que não tem
acesso a Bíblia,
Não pode ler
nenhum livro
E foi posto na
redoma
de vidro,...
Sinto
tanto
o tempo todo,
que isso tudo
até parece que
aconteceu comigo.

⁠DECLARAÇÃO DE AMOR... PRÓPRIO

Eu, por este simples instrumento poético, declaro, para todos os fins e direitos, me amar e respeitar todos os dias que ainda me restam nessa vida. Declaro, ainda, que ressignifcarei as experiências não tão positivas as quais passei, fazendo com que minha vida ganhe um novo sentido.

Declaro que minha atenção será constante, no sentido de construir boas relações e priorizar minha construção de dentro para fora.

Declaro que estou ciente de que nem todos os dias serão simples e fáceis, mas que lutarei bravamente para que os dias difíceis ganhem um significado de aprendizado e crescimento.

Declaro, também, que minhas conquistas serão alcançadas e que saberei valorizar cada vitória, desde as mais simples.

Afirmo publicamente que estou em pleno gozo de minhas faculdades físicas, mentais e sentimentais, dando-me aptidão a exercer o amor próprio.

Este instrumento poético de declaração de amor, passa a ter validade a partir de agora. Não de amanhã ou depois. Agora. Já.

E assim, ciente de que exercerei o declarado para fazer o meu mundo melhor, assino e dou fé.

Agora diga o seu nome em voz alta e vamos à luta!

⁠CONTO DA CARROCINHA DE SÃO PEDRO

Conforme uma obscura lenda das bruxas evangélicas do estado da Bahia, quando São Pedro andava pelo mundo puxando sua carrocinha... Não estranhe quem me lê o fato de bruxas evangélicas acreditarem em santo, é que na Bahia muita coisa pode, inclusive protestante oriundo do candomblé crendo em santo, pai-de-santo, e até um pouquinho no orixá de estimação. Bem, quando Pedro Apóstolo andava puxando sua carrocinha mundo afora, passou por um trecho de lama, e a carrocinha atolou.
O santo era forte, mas, não conseguindo desatolar a carrocinha sozinho, foi buscar ajuda.
Encontrou um grupo de lavadeiras à beira de um córrego, e disse:
— Ô, muiezada! Cêis me ajuda desatolá minha carrocinha?
As mulheres responderam desanimadas:
— Nóis tamos trabaiando, hômi, não tá vendo não?! Vaza daqui!
São Pedro anotou o ocorrido na sua cadernetinha, e seguiu adiante. Passando por uma venda na beira da estrada, viu um bando de homens à toa bebendo cachaça, cuspindo e coçando o saco. Disse-lhes o santo:
— Ô, pingaiada! Cêis me ajuda a desatolá minha carrocinha?
E os homens todos foram se prontificando:
— É pra já, meu rei! Vamo nessa! Só se for agora!
Os pinguços chegaram no local do atoleiro, fizeram força com gosto puxando daqui e dali, lambrecaram-se todos de lama, e só se deram por satisfeitos quando conseguiram desatolar a carrocinha.
São Pedro, agradeceu, tomou uma cachacinha com eles, e seguiu viagem. Porém, parou um pouco adiante na estrada, e anotou também na sua cadernetinha: “Que a partir de hoje nunca falte cachaça pros hômi e trabaio pras muié!”.

(do imaginário popular)

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⁠Ele é poema e eu sou a canção.
Ele é amor e eu sou o esplendor.
Ele é mar e eu sou o luar.
Ele é sol e eu sou o verão.
Ele é oceano e eu sou Caetano.
Ele é o enredo e eu sou medo.
Ele é verso e eu sou antiverso.
Ele é a rima e eu sou a prosa.
Ele é divino e eu sou a comédia.
Ele é a paz escondida e eu sou a paixão jamais esquecida.
Ele é luz e eu sou o brilho.
Ele é tudo e eu sou o nada.
Ele é arte e eu sou a obra de arte.
Ele é a coisa mais favorita desse mundo e eu sou mais ele do que eu.
Nós éramos estranhos na noite até o momento em que dissemos nosso primeiro "oi".
Amantes à primeira vista.
Olhos convidativos, sorriso emocionante e coração valente, verdadeiro e sincero
Ele sempre será pra te dizer, por toda a minha vida.
Afinal de contas, mal sabíamos que o amor estava apenas a um olhar de distância, ao meu (nosso) lado, digo frente a frente.

Arco-Iris

-Arco-Iris não quero teu pote de ouro, de dinheiro não preciso, não quero tua beleza, ela já não me encanta, não quero tuas cores, las já esculpem a maioria dos lugares.
- O que queres de mim ousado humano?
-Que responda onde está aquilo que desejo?
- Ora, sou um arco-iris, apenas venho depois da chuva, não sei responder tais perguntas, o que pensas conseguir comigo?
- Não sei, talvez ela esteja olhando para ti e se fazendo a mesma pergunta...
- E eu jamais te responderia, esse é o teu pote de ouro que tens que buscar.
- És sábio como sempre arco iris, ao final, todos temos nosso pote de ouro, é disso que trata tua lenda.
- O que esperas para ir buscar o teu?
- O mundo parece mais fácil ai de cima arco-iris, os humanos não seguem as leis da natureza, são senhores do seu próprio destino!
- Quousque Tandem?

Inserida por lucasfelipe

Outros mundos dentro de nós – ? Sim. As coisas que há fora de nós possuem um paralelo nas coisas que há dentro de nós – como nós também somos mundos e coisas...

Somos música – ou, de certa forma, os pais da música
que toca e amamos, que toca nossos corações e alma. Ela
– essa música – começa em nós, sim.

Somos geografia de nós mesmos – sim. Podeis apostar, Senhores. Podeis apostar e vereis o quanto há de verdadeiro nisso, Senhores. Apostai e constatai. Sim. [...]

Inserida por profwvmetal

Esvai-se o tempo paralelo aos precipícios
seus passos ressoam pelas paredes e correm para longe
ouve-se nada

De olhos escancarados e pernas bambas
cai
fita o esvoaçar das areias no céu crepusculoso
esfria

A noite vem chegando aos poucos
sua anunciação provoca espanto
medo

A possibilidade cada vez mais real daquela garganta vir a tornar-se
a sua tumba
seu eterno descanso
repouso
sem lamúria
de um cadáver que aos poucos derrete
calmamente
sendo apreciado com elegância pelos vermes
de outrora
e sempre

A noite
sem os ventos
traz o ensurdecedor silêncio
que até conforta
O céu
super estrelado
surge na fenda
que se estende por cima dos olhos

Como se estivesse frente a frente com um rasgo na imensidão única do espaço, numa brecha para as estrelas, distantes luzes a vagarem violentamente pelo negro esplendor entre as galáxias emaranhadas nas teias do cosmo. Leve, separa-o do chão flutuando hipnotizado pelo infinito espaço celeste conduzindo seu espírito elevado para além do cânion , para além do vale, percebe-se afastando de si seu mundo deixado para traz, pronto para abandoná-lo à própria condenação. Vai para o eterno abismo escuro onde o mundo ainda está a cair, cercado por distantes pontos de luz flutuando no vazio.
Torna-se ausência...
some
Enquanto seu corpo o perde de vista mergulhando entre os astros, deixa de sentir, morre o tato, olfato e paladar. Como uma pedra qualquer, ignora sua dureza e passa a afundar na areia levando consigo a insensibilidade fria para o passeio petrificado de quem nunca sai do lugar. A partir de agora é vaga lembrança de si, aos muitos esquecida e mil vezes fragmentada em poeira de olvidamento.

Inserida por crislambrecht