Poesia Completa e Prosa

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SAUDADE (soneto)

Um segundo, não mais que um segundo
o andamento já vivido, num tal lampejo
derretido na lembrança, passado mundo
do tempo no tempo num sucinto cortejo

E neste breve segundo, e tão profundo
o antigo tornou-se não mais que desejo
duma tal recordação, em que me inundo
numa saudade que fala e na alma arpejo

Neste minuto conciso o suspiro oriundo
traz agridoce eternidade... num ensejo
pra amenizar o ser em ser moribundo

E ao final, nesta saudade em manejo
o que teve de valor foi o amor fecundo
que no sentimento... - palpito e adejo!

Luciano Spagnol
Outubro, 2016
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

INTEIREZA

Tudo que tenho é por inteiro,
é intenso, completo, certeiro,
nada me preenche na metade,
nem mesmo, medo e saudade,

sou a parte completo do todo,
o visco inteiro e verde do lodo,
peça que fecha quebra cabeça,
o final onde tudo mais começa.

O amor está em mim até o fim,
plantado bem cravado no peito,
arraigado na raiz de meu verso,

se enterra e espalha feito capim
e me serve de estrada e de leito,
é completo, pois é meu universo.

Inserida por PersioMendonca

ATREVIDO

Quanto mais escrevo,
mais me atrevo,
por natureza já sou atrevido,
me jogo nos versos,
e perco todos sentidos,
mas encontro cada sentimento,
nem que seja por um instante,
nem que dure um momento,
me atrevo por qualquer motivo,
não me contenho,
a poesia é que me contém,
mas por favor,
não contem a ninguém.

.

Inserida por PersioMendonca

SONETO MELANCÓLICO

Chove, embrusca o céu do cerrado
o horizonte ribomba em trovoada
nuvens prenhas, parindo gota d'agua
"cachoeirando" o telhado poeirado

Tomba galhos, ventos na esplanada
um cárcere sombrio, espírito calado
a alma com os seus ais embrulhado
contempla os sonhos em disparada

E o tempo a ver, o chão ensopado
escorrendo devaneios pela fachada
dos sonhos, em rodopios atordoado

Salpica na janela, medos em pancada
melancolia, num espanto não desejado
dos meu olhos em pranto, numa cilada...

Luciano Spagnol
Novembro, 2016
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

REMINISCÊNCIA

Pagina branca sobre a mesa
... Uma carta ao tempo
uma nuvem ao vento
rascunho dos sentimentos
... Alveja a saudade tesa.

Uma sombra ao chão
Olhos tristes, atentos
feitio de um pensamento
trilhos de contentamento
... Coração moda paixão.


Feito da imaginação
pautas cheias, poemas belo
esquecimento amarelo
passos treloso no castelo
... Mãos sofreguidão.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

"" Não deixes que o medo te impeça de viver o amor
há um mundo bonito, dentro do teu coração
e esta beleza é tua, somente tua
não deixes que a solidão seja a eterna companheira
os dias sem cores, devem ser deixados para trás
e os de amores, vividos plenamente
não deixes de buscar o que é teu
mesmo que o teu maior tesouro, seja eu...

Inserida por OscarKlemz

E lá estava eu
Na chuva novamente
No silencio de cada gota
Triste e solitário, como sempre

Apenas ouvindo a chuva e a solidão
Cada gota tocando meu rosto
Enquanto lembrava de seu sorriso
Um sorriso tão lindo
Mas que nunca será para mim

Eu te amava de todo o coração...
Cada segundo, cada momento...

Lá estava eu, te olhando
Com ele...

Você nunca se importou comigo
É difícil acreditar que nossa amizade simplesmente acabou de um dia ao outro
Mas não irei desistir de minha vida assim
Irei apenas lhe guardar no coração
E tentar te esquecer
Fugirei por toda eternidade
De tudo que lembre a ti
Adeus...

Inserida por Victorfrei

"" Forjar-se nas feridas cicatrizadas
nutrir-se na fé dos vencedores
circunstâncias desfavoráveis surgirão
nunca regressar
abrir fronteiras, fincar bandeiras em solos possuídos pela ganância e poder
onde reis, deixaram suas rainhas
para na guerra, perderem seus tronos
para valentes que apenas derrotaram a ambição
sejamos...

Inserida por OscarKlemz

NADA SERÁ...

Se a vida for um vazio,
um vazio de vida será...
Se o gesto for sem brio,
hostil o gesto será...
Se o ter lhe for tardio,
o possível não lhe será...
Se o existir não for sadio,
a existência nada será!
Pois, ser é tornar o amor luzidio,
aí a vida proverá..

Luciano Spagnol
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

IDADE SEM VAIDADE

Aquela casa lá embaixo,
com a árvore na frente,
é a minha casa,
a arvore é da minha infância,
veja as flores violáceas,
estão em botão
e logo florescerão,
e o muro amarelecido
este envelheceu comigo,
é meu amigo tenho histórias,
algumas velhas, outras novas,
feito o sabiá que ali está,
ambos adejamos,
cada qual a sua maneira,
ele alado
eu sem penas
a não ser as da poesia.

Naquele gramado tão verde
era eu a criança que ria
e aquela balança
foi a justiça da minha infância,
feliz infância, muito feliz infância,
hoje estou velho,
demoro mais no meu passeio,
porém ganhei em contemplação
aquela casa lá embaixo
com a árvore na frente,
me ensinou que a vida
é muito mais que uma simples ilusão

Inserida por PersioMendonca

ALMA (soneto)

Tenho idade de um tempo qualquer
Vivo menino, jovem ou sou senhor
Neste olhar, tenho o olhar do amor
Embalado, às vezes, no o que vier

Se não vem, tudo bem, sou o que for
Adiante, radiante, serei o que quiser
Depende de mim e de onde estiver
Então, posso ser razão ou sonhador

A idade em mim nunca será mister
É estado de sentimento, um exterior
Garoto ou velho, vai do que dispuser

Às vezes amador, noutras um jogador
Porém, o corpo, não é o que eu disser
Já a alma, estará ao meu total dispor...

Luciano Spagnol
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

É SIMPLES!

Anda!
Vem calar a saudade,
vem encurtar o tempo que foge.

Corre!
Contra os contratempos,
contra o sentido da rosa dos ventos.

Foge!
Deixa o lugar habitual,
deixa pra trás a vida sem sal.

Embarque!
Nas nuvens de minha estação,
nas quimeras dormentes da ilusão.

Anda!
Contra os contratempos,
contra o sentido da rosa dos ventos.

Corre!
Deixa o lugar habitual,
deixa pra trás a vida sem sal.

Foge!
Nas nuvens de minha estação,
nas quimeras dormentes da ilusão.

Embarque!
Vem calar a saudade,
vem encurtar o tempo que foge.

Anda!
Deixa o lugar habitual,
deixa pra trás a vida sem sal.

Corre!
Nas nuvens de minha estação,
nas quimeras dormentes da ilusão.

Foge!
Contra os contratempos,
contra o sentido da rosa dos ventos.

Embarque!
Deixa o lugar habitual,
deixa pra trás a vida sem sal.

Anda!
Nas nuvens de minha estação,
nas quimeras dormentes da ilusão.

Corre!
Contra os contratempos,
contra o sentido da rosa dos ventos.

Foge!
Deixa o lugar habitual,
deixa pra trás a vida sem sal.

Embarque!
Vem calar a saudade,
vem encurtar o tempo que foge.

Inserida por PersioMendonca

Inocência perdida

"Na varanda onde me encontro, me vejo enfastiado e risonho
Olhando para o chão onde as crianças brincam e se sujam
Na ladeira a beira da rua movimentada pelo caos
De ladrões, facções, revoltas, lâminas e oitões

Cena nada bonita para uma criança e nem mesmo para um adulto
O mais incrível disso tudo é que todas as crianças enxergam as flores
As aves e o seu próprio reflexo no esgoto
Ou na poça de sangue

Quebram janelas com suas faltas batidas no futebol
Perdem-se em meios os becos no esconde-esconde
E o sentimento nostálgico faz-me contestar
Onde esta toda a minha inocência de antes?

Se foi quando?
Quando estava dormindo e tento mais um pesadelo?
Quando estava alisando o travesseiro e imaginando seu cabelo?
Quando estava mordendo a toalha e imaginando o pescoço de alguém

Quando?
Será que se foi quando eu traguei você
e a matei dentro de meus pulmões para que eu possa
Respirar o seu ar, e inalar o seu doce veneno?

Pode ser que ela tenha saído
Na noite em que me disse não
e virei um caminhão de uma bebida
Inflamável

Bem, não sei quando foi
Sei que como você
eu a quero de volta
De volta
Volta?

Volta, porque não aguento mais a desesperança
Da dor da lembrança, da inocência e manhas
Que tinha quando era criança
Quero voltar a ser como antes e ver meu reflexo na poça de sangue! "

Inserida por TiiagoDaniell

COM A LUA

Com a lua
outra noite eu fiz com giz
o nome d’ela nas estrelas
E só para vela e ser feliz
bordei uma serenata pra ela.

Ela da janela
Eu, na calçada de uma noite crua
ao lado, todo ouriçado de um,
poste com arandela, portando...
Uma meiga luz amarela.

O vento...
despejava brisa, atiçava vontade.

Ofertei um ramalhete de flor
e paixão, era aquela...
Toda carregada de amor!

Era assim, tanto amor!
tanto amar!
Que o tempo nos deixou
mas o meu amor...
nunca há de se acabar!

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

COMO SORRIR

Farras da vida
tempo que finda
terras aos ventos...
Para cobrir a sua tenda.

Olhos com vendas
não mais contendas...
Seu blue,
seu verde
que falta lhes fará água
se não és mais o dono da sede?

Farol sem luz
torre sem vale
de que vale o universo
se seu corpo debruçou!

Se o mundo aos seus pés
não existe...
Como sorri
como sorrir...
depois que o amor mingou?
Sorria para o hoje
que o ontem se foi
momentos passados... Acabou.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

CONTRA GOSTO

Era tarde de agosto
tive gosto na farinha
mas veio o vento e me levou.

E com cara de desamor
na brisa d’aquela tardinha
meu olhar triste chorou.

Eu? Eu fiquei de contra gosto
com aquela migalha de troco
entre sopapo e assopro.

Barriga, seca em alvoroço
pequeno tempo tão pouco!
E a marmita seca no toco.

E a fome? No contra vapor
tremia a carne e as vistas
criava-se assim aquela dor.

O vento? A esse treiteiro
rodopiou pelo terreiro
e flertou ao mundo inteiro.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

Doce Roma, infinita
Vê o inimigo triunfar
Gloriosa Sé Petrina
Voltará a se ocupar.

A impiedade de teus filhos
É o meu descontentamento
Eles ousam profanar
Tão Sublime Sacramento.

Doce Roma, infinita
Contra ti alguém pecou,
O certo aboliu,
E o errado adotou.

Estarão no passado
Tuas lutas e vitórias,
E todas as histórias
Que me deixam impressionado.

Inserida por danielribeirog

LINHA DA VIDA (soneto)

A linha da vida, na vida é sinuosa
Da partida a emaranhada chegada
Quimera criada e felicidade caçada
Já a morte... Ah! A morte é teimosa

E nesta estrada, a sorte misturada
Certeza e surpresa bem manhosa
Mas tudo com uma pitada furiosa
De cor e sabor, se bem aproveitada

Tal qual uma poesia em sua tosa
Irresoluta é a linha a ser traçada
Porém, é elaborada na sua prosa

E no tem tudo e no não tem nada
Há saída, entrada, espinho e rosa
Como corredeiras (vida) não fica parada...

Luciano Spagnol
Novembro, 2016
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

SONETO NUTRITIVO

Se liberte por demais da vã filosofia
No fado não se tem um alvo certeiro
Tenha a harmonia, seja companheiro
Avigore o tudo e o nada sem utopia

Tudo passa, se transforma por inteiro
E nesta corredeira leve-te sem agonia
O bom da esperança é sair da galeria
Sonhar o possível, lutar como guerreiro

Vencer é armar-se de amor, ter cortesia
O generoso partilha glórias de cavaleiro
Achar-se na sombra é meta de covardia

Não te percas no efêmero, só nevoeiro
Ter, não pertence a ninguém, é fantasia
A alma se nutre do bem, do verdadeiro

Luciano Spagnol
Novembro, 2016
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

EXPLICAÇÃO DA PARADA

A vida é uma incerteza de confundidade
um horizonte cego...
Um barco, sobre o oceano de indagação
sentimentos, sensações...
Esperanças em meio as, atrocidades.
Nascer sob o tempo... Suspiro!
Tic-tac movido por um pedaço de carne.

E a alma? Que alma, que nada!
Vem a vida, estou vivo, vivo!
A parada explica o ser,
eu você... Nós todos vivemos aqui!
E a morte esta, vivendo por ai,
para com seu desencanto...
Explicar o inicio, a tecelagem,
e a malha furada do fim.
Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes