Poesia Completa e Prosa

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SÚPLICA

Se tudo acaba e tudo passa
A dor chegada tem a partida
A vida sua vitalidade vencida
Se tudo ao vento é fumaça

Se a firmeza tem sua recaída
O fado dia de caçador e caça
Fato alegre, outro sem graça
Se há subida, também descida

Se a alma não leva a carcaça
E a bondade nos é prometida
Na lei de Deus, sem ameaça

Se nem tudo é dor desmedida
Se tudo cai, Senhor, que negaça
Está má sorte na realidade parida?

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, junho
Cerrado goiano
Paráfrase Auta de Souza

Inserida por LucianoSpagnol

COBRANÇA

Eu passo...
Por esse pasto vasto do mundo
vejo o estreito e efeitos profundos
provocados pelos feitos imundos...
Penhasco em pedaços
desmoronamentos de cachos,
unhadas em sufoco, por poucos,
cordas nos pescoços.
Sentimentos estão se tornando
cacos, pouco a pouco...
O mundo cobra o troco.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

SONETO ALEGRO

Amanheci com um pensamento
Pensando nesta vida consoante
Consoante, porque é tão vibrante
Vibrando por cada um momento

Se dela sou mero participante
Participo com afável contento
Contente e não só de lamento
Lamentando se é descontente

Então me vou firme e sedento
Sedento de vida inteiramente
Inteiramente e com sentimento

Sentimento este dependente
Dependente do amor, alento
Alento a alma, ao fado, tente!

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, junho
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

No atual estágio, todo mundo é suspeito. Até eu, em substrato, desconfio de mim.
Nada contra quem conta. Mas a rota é sempre a mesma. Seguir na direção contrária ou bater de frente com o absurdo.
Eu decidi pular antes que a corda aperte o meu pescoço.
Acorda!
As pontas se encontram e se desfazem em nós... talvez ainda dê para escapar antes que o circo se feche!

Inserida por leandroflores

OURO É TOLO

O ouro, já não reluz...
Como reluzia ah tempos atrás.
Nesses dias de hoje...
Até a luz, vai reluzir, e se desfaz.
Aquela alegria que escancarava
com a verdade de um sorriso
também, já não existe mais.

Tudo que era para ser preciso,
tornou-se indeciso, até para o céu,
para o infinito juízo, e planos,
a certeza da fé...
É uma flecha vagando ao tendeu.

Ouve um tempo...
Em que existia ouro
e o mal agouro, era de tolo
Hoje, todos os tolos, são bobos
e o ouro, é estouro de tolo.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

ABELHAS

Abelhas e suas aldeias
zoam pernas de centopéia
centenas de milhares cheias
abelhas novas, abelhas velhas.

Lá no sopé do morro
pelo campos e pirilampos
voam, abóiam em estouros
ferroada em couro, retrancos.

Abelha, colméia e mel...
Tanto encanto com flores!
Polens na áurea do anel
juntando assim, os amores.

Quanto cuidado ao quartel!
Sua rainha... Um magistral,
procria no dia de aranzel
ainda faz, geléia real.

Abelhas, canto e encanto
relíquia, milagre e segredo...
Guardados a quatro cantos
um manto vivendo, o sedo.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

BICICLETA

Qualquer hora d'essas...
Vou concertar, a minha bicicleta!
e sair por ai...
Pela descida, subida e divertir
E vou sonhar pela noite
e sorrir de alegria...
vou colocar em açoite
todos marasmos dos meus dia.

Com vento no rosto...
Descerei o mês de gosto
com gosto, bem disposto.

Farei ciúmes ao boto
peixe rosa... Que mal gosto!
uma cor no lado oposto.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

ATLETA

Não sou atleta, nem jogo bola!
Mas sou bom de bicicleta...
Com duas rodas;
atiro ao tempo, meu desalento
e vou me lendo, muito atento.

Rodar me roda e me incomoda!
Na descida todo dia
rodas, rola e enrola horas...
Protegendo, minha alegria.

Há quem diga, que fadiga!
Na subida, quem me diga...
Galgando metro em desalentos
sua corrente, é meu tento
e com esses... Ranger de dentes
Vou pelo meio, desse meu tempo.

Voou com asas, dos sentimentos
lá para cima, que nem peteca
pelas correntes, desses meus ventos
se perco o breque, ela não breca.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

Confessei…
(Nilo Ribeiro)

A noite demorou a passar,
foi de puro sofrimento,
mas logo ao sol raiar
pude falar do meu sentimento

- Bom dia…!!!
foi minha primeira fala,
soou como poesia,
pois era para minha amada

uma conversa sincera,
mas que nada trouxe,
parecia uma quimera,
falou-se até de golfe

conduzi divinamente,
pois tinha uma intenção,
fervilhava em minha mente,
poder te falar da minha paixão

você me evitava,
não dava oportunidade,
uma hora já se passava,
mas para quem ama nada é tarde

assim ao me despedir,
o teu nome eu chamo,
e sem deixá-la reagir,
disse que te amo…




não sei o que aconteceu,
se o céu, ou o inferno,
ela nada respondeu,
mas meu amor continua eterno…

Inserida por NILOCRIBEIRO

MEUS VERSOS (soneto)

Meus versos, o vento no cerrado ganindo
A angústia da alma vozeando melancolia
O silêncio fraguando rimas na monotonia
Duma solidão, da saudade indo e vindo

São a trilha do fado escrevendo romaria
Desatinadas, o meu próprio eu saindo
Das palavras de ansiedade, intervindo
Com minha voz sufocada, do dia a dia

Meus versos são a migalha cá luzindo
Na sequidão do vazio que me angustia
Que há entre a quimera e o real infindo

Meus versos são colisão com a ironia
Do choro e da alegria no peito latindo
Meus versos, minha voz, minha valia

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, junho
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

Permita-me...

Alçar voo e pousar em teu olhar
Afagar tua nuca e cabelos sedosos
Sorver de tua boca e me embriagar
Envolver-me em teus braços calorosos

Permita-me...

Te tocar, te sentir, te beijar
Num jogo de carícias e sedução
Em devaneios teus desejos extasiar
Num avivamento nítido de paixão

Permita-me...

Admirar tua nudez envolvente
Acender as labaredas do prazer
Suor deslizando na pele quente
Deleitar teu corpo e te satisfazer

Permita-me...

Simplesmente... te amar...

Inserida por reginatrofino

ITINERÁRIO

Ainda deslizam fantasias pelos
meus cansados, tristes dedos,
na saudade vã do passado,
em copioso senso alienado.

Todos os dias ainda presente
no pensamento descontente,
a insistente dor na inspiração,
ó doidivanas e dura sensação.

Não sou mais do que um peregrino
viajante solitário no meu destino,
que a sorte me guia de mão dada,
pelos devaneios da vida, mais nada...

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, junho
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

*ROMÂNTICOS APAIXONADOS

Flores, bombons, taças de vinho
Meu corpo responde ao teu clamor
Colocando meu ser em desatino
Com poemas, poesias, versos de amor

Na vitrola uma música envolvente
Dançamos ao som de um bolero
Rodopiando em compasso fremente
Em seus braços é tudo que mais quero

Na regência de nossas carícias
Segredos e vaidades a desvendar
Balbuciando palavras com malícias
Partilhando o desejo no olhar

Harmonizando as notas da canção
Nossos beijos e abraços apertados
Num ritmo doce e quente de sedução
Somos eternos românticos apaixonados

Inserida por reginatrofino

*Olhar Carmim...

Brilho no olhar marrom carmim
Minhas mãos afagadas em teu cabelo prata
Teu corpo exalando calor junto a mim
Pernas enroscadas de maneira sensata

O pulsar descompassado no peito
Batimentos arrítmicos acelerados
Doces palavras, atitudes sem jeito
Somos dois corações enamorados

Focando um futuro em plena harmonia
Deixando para trás quaisquer dissabores
Almas entrelaçadas tão qual poesia
Vidas, em novas nuances de cores...

Inserida por reginatrofino

*TRISTEZA MÓRBIDA

Atrás da cortina da noite, observo...
- está chovendo!
Chuva de lágrimas cristalizadas pela tristeza
Pingos grossos de sangue no peito
Cultuando a solidão incrustada n’alma
Levando os prazeres ao obsoleto

Dias tingidos de cinza, tétricos
Alma vagando no vazio
Calafrios que percorrem as vértebras
Persistindo ainda nesse mundo de mortais
Em dias e noites de agruras
Nessa dolorosa existência do ser
Lutando comigo mesma para sobreviver

Volto meu olhar opaco na chuva da noite...
-sorrio!
Sorriso sem vida, acuado, desgastado
Sorrio diante do infortúnio que me abraça
Palidez na face, tez fragilizada, envelhecida
Esperanças sinistras que beiram o abismo
Onde vai se perpetuando a tristeza mórbida

Inserida por reginatrofino

<< CATARSE >>

Campo aberto, minado
Olhar absorto, guerra n’alma
Agrura inóspita
Pacto mudo com a vida
Exigindo um exílio de si

Em confidências com o silêncio
Sem encontrar solução
Sequer resolver a questão
Na marcação de passos
Centrando na rebelião interior

Duelo corpo a corpo
Catarse sangrenta
Sombras que vagam
Batalha de morte
Com o fim...enfim

Inserida por reginatrofino

O MARTÍRIO

Sou...
o complexo de teu reflexo
o medo de tua confiança
a carência de tua ausência
a ousadia que você não ousa
o fracasso de tua esperança

Sou...
o desencanto de teus encantos
a tortura que te sufoca
a incerteza de tua certeza
as pedras de teu caminho
as lágrimas de tua tristeza

Sou...
a loucura de tua loucura
o arrependimento de teus atos
o sofrimento de tua dor
o amargor de tua boca
as trevas de tua luz

Sou o tudo e não sou nada...


"Embora meu coração esteja se partindo,
minha maquiagem derretendo...
Meu sorriso continua, pois,
o show tem que continuar!"

Freddie Mercury

Inserida por reginatrofino

*SOU SUA REFÉM...

Em sonhos mesclados de tinta
Joga-me na cama, deixa-me louca
Nas nuances do amor tatuado
Sinto teu gosto em minha boca

Eloquente mensagem do beijo
Põem coração e pele aquecer
Toque-me e seduza-me
Exalando a essência do ser

Juntos percorremos caminhos
Focando na mesma direção
Simetria de movimentos
Vidas em plena mutação

Enrosco de pernas e braços
Sem saber ao certo quem é quem
Num corpo a corpo alucinado
Desnuda-me, sou sua refém...

Inserida por reginatrofino

MONÓLOGO

Para onde vão os meus lamentos
se já não mais me escutam?
Que terra vã e sem sentimentos
de ilusão. Pra onde iriam?

Aí, tudo está tão cego, esquecido!
Me perdi nas teias do mundo
quando no mundo tentei o infinito
e o infinito era só um segundo...

Para onde vão as minhas palavras
se versadas pra vida e não pra morte.
Quem ou alguém me escutavas?
Acho que nada, nem a sorte!

Então, o que pode, quem me acode?
Se nem de porre há resposta
ou tão pouco o fado é custode...
Pois, a alma na dor está exposta!

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, junho
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

FEITO INSATISFEITO

A ocultação da sua presencia
sobre a ires dos meus refletores...
É o manto, da minha solidão
... Que cobriu alegria do meu ser
e desde então...
Os sentimentos de amores...
Vaga pela arritmia do meu peito
aonde, esse meu triste coração...
bate forte insatisfeito
pelo feitos de você.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes