Poesia Completa e Prosa

Cerca de 16812 poesia Completa e Prosa

SEU FILME

Olhos, olha... Olhem?!
Vocês estão sendo filmado...
De cima,
de baixo
do alto
do lado...

Para cima concreto
para baixo asfalto
paredes... Muros em sua volta
quanto tato se perdeu...
Observem, o que não é janela
é porta.

Mundo gago
mundo sarro
mundo te engole...
Não faça corpo mole,
não tente seu escapole
se escorregar, não corre
se cair, morre.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

O POETINHA E A RÉGUA

O poetinha acordou
Tomado de inspiração
Quis abrir o coração
A tudo o que lhe acontecia
Quis dizer do sentimento
Da dor daquele momento
E tudo o mais que sofria

Pegou a régua o poetinha
E passou a medir os versos
Passou a contar as rimas
Que corriam no papel
E quanto mais ele contava
E quanto mais ele media
Bem mais a rima escorria
Em inspirado cordel

Mas o poetinha, coitado
Desejava ser letrado
Sonhava em ser publicado
No mais famoso jornal
E até quem sabe um dia
Entrar para a academia
E ter da sua poesia
O aplauso universal

Metrificou cada verso
Enquadrou a redondilha
Enfiou uma sextilha
Escreveu um alexandrino
E pra mostrar que era bom
Esquadrinhou cada som
Findou com um tom sobre tom
O seu trabalho mais fino

Seu poema magistral
Logo saiu no jornal
Ficou famoso afinal
E convidado à academia
Envergou o seu fardão
Seguiu toda a convenção
Mas no fundo do coração
A sua alma sofria

Era a poesia que gritava
Chorando por liberdade
Pois o poeta covarde
A mantinha acorrentada
Presa em vil estrutura
A sua essência mais pura
Perdia toda a formosura
Estava metrificada

Então o poetinha entendeu
Que o verso não era seu
E aquilo que escreveu
Não era da sua lavra
Ou era, mas não dizia
De verdade o que sentia
E que a verdadeira poesia
Não mede suas palavras

E ele jogou fora a régua
Quebrou a calculadora
E a poesia avassaladora
Lhe chegou em inspiração
Passou a noite escrevendo
E com o dia amanhecendo
O poeta foi reaprendendo
A escrever com o coração.

(Joseli Dias)

Inserida por joselidias

SE ACABOU

Ele foi de tal enfarte
ou na parada cerebral...
AVC levou a marte
em nave estomacal.

Dor no peito, de jeito
circulação toda tona
pressão e seus trejeito
futuro que te arromba.

A noite te foi insônia
manipulada cafeína
fantasmas e suas sombras
ao amanhã desanima.

E esse colesterol...
com a banha que arranha
saúde em bi menor
o coveiro faz barganha.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

DISFARÇADO

Minhas pernas tremulas,
na taberna, beira
Inverna, anima
poemas e rimas
assina, assassina mina...
Na sina que ensina.

Sina que condena
milhares, centenas
com sua antena encima
sem pena sem medida
pela vida, plena mídia
treina, trena na despedia.

Treina, penas para cima
renas para baixo
Uma novena em março
uma trova em cacho
na arena, remo rema...
Canoa, resma remado
reinado todo cansado.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

DISFARÇADO

Minhas pernas tremulas,
na taberna, beira
Inverna, anima
poemas e rimas
assina, assassina mina...
Na sina que ensina.

Sina que condena
milhares, centenas
com sua antena encima
sem pena sem medida
pela vida, plena mídia
treina, trena na despedia.

Treina, penas para cima
renas para baixo
Uma novena em março
uma trova em cacho
na arena, remo rema...
Canoa, resma remado
reinado todo cansado.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

TABAQUE DA SAUDADE

O tempo sob meus dias
esvazia a revelia
bom dia... Boa tarde!
Meu amor, quanta saudade!
Me invade, quando de balde
Frenesia, frenesia... Quem diria!
que um dia, de saudade
... Eu morreria

O tempo sob meus dias
as lembranças são escape
e no tabaque da verdade
coração pulsa aos baque.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

SOBRE MESA

Sobre mesa,
sobre a mesa...
Jogo sobre toalha,
palha, pala empala,
que me valha a peleja
com framboesa...
E com frutos grená de cereja.

Sobre a mesa...
Essa prosa,
que me empolga,
empalha e me embala
talha-me, e coalha a cara...
Nessa minha vida de farra.

Sobra a mesa...
Minha galha,
escangalha a minha falha
a vida então me baila
e sentimentos me ampara.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

P'RA QUE

Chorar p'ra morrer...
Morrer p'ra que?!
P'ra que chorar, p'ra que morrer...
Se morrendo, vou para um céu
que mesmo chorando aos tendeu
vivos não poderão ver.

... Nesse mundo o invisível
olhos nenhum, nunca viu!
Promessas eterna incrível
discursos, realidade imbatíveis
aquele que se vai... Sumiu.

Morrer p'ra que...
Se a vida, esta tão boa,
renascerei em outra pessoa?
Se me vou, como serei,
como irei, como sou...
quem virá me avisar
que dia, que hora vou?

Eu quero ficar aqui
todo pulo, todo fôlego,
nesse mundo de nós todos
não quero ir para uma vida...
Que para sempre serei bobo.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

QUANDO EM QUANDO

Quando ando,
vez em quando... Canso
nesse fago,
que me afago... Manso.

No meu tranco,
levo um branco...
E respiro tonto, tanto!

Que quando em quando...
em meu encanto
eu desando... Pranto.

Perdido no canto do meu silencio
eu desencanto...
Em sentimentos prontos.

Eu desato aquele clima
d'aquele ponto propenso
e aos mandos do meu casulo tenso,
Eu abro, assas coando...
Os tímpanos do meu comando.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

As manhãs tem esse "quê" de melancolia
Talvez por na maioria das vezes chegarmos até elas cansados demais, descansados demais,
atônitos demais, pensativos demais,
felizes demais ou tristes demais .
A verdade é que as manhãs nunca são serenas, só elas nos sopram nossas próprias verdades.

Inserida por AmirAbuid

FLECHA DA VIDA

A noite invoca...
Chave na porta,
escancaro do medo
... A porta entorta,
coragem importa.

Aonde esta a solidão?
se não aqui!
Ela me deu a mão
impulsionou o meu silencio
desencantou meus sentimentos...
intensos
tensos
propensos...

Quebrei, voltei
chorei na volta
quem se importa!
Se importa um coração
que aporta solidão...

Vejo o meu sonho...
Ritmos toca-me uma canção
acordado...
Sentimentos desentortam
e passos irão a oca.

Mas se toca a sua joça
a sua joça toca...
ainda que possa,
poça.

Livro fechado
cadeado, poca
flecha da vida
... Fossa.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

A ORAÇÃO

A reza virou roque...
Folks, trote...
Baião lambada e xaxado
não se espante...
A oração virou funk.

Hoje a reza ora por ai...
Como hally
com bleik, hip hop e happy
Como, blues em azul
expandindo mimica,
fazendo reality show...

Com soul de norte a sul
para baixo e para cima
bateria e violão,
guitarras tina, suas rimas...
A reza, é show
para todos os lados...
Show que não pertence
a reles coitados.

A reza esta por ai...
Aos saltos, pelos palcos
pelas mãos e requebrados,
a reza hoje te quebra...
Com dizimo p'ra todo lado.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

O que eu mais queria,
Era a felicidade de acordar todo dia.
Sentido a graça, a alegria
Alguém pra ser musa da minha poesia.
Sentir o toque, o cheiro, o calor
Alguém simplesmente pra chamar de amor.
Dividir e conquistar,
Tudo o que a vida vier a nos dar.
Com alegria, juntos enfrentar a tristeza,
Nadando, brigando contra a correnteza.
Unidos, sempre unidos, amor incomum
Desafiando tudo e todos, um por um.
Gigantes são os desafios desse amor,
Muitas incertezas irão nos impor.
Sempre vão querer idealidades,
Regras, para vivermos à felicidade.
Jamais, nos sujeitaríamos certo ou errado,
Para vivermos com amor, lado a lado.
Se quiser que tudo isso seja Teu.
Caminhe comigo e entregue na mãos de Deus.
LMMarochi 26/05/17

Inserida por LindomarMarochi

"" Quem acredita na revolução pela voz
na ordem do dia que ecoa nas praças e calçadas
guerra silenciosa sem poder
das bandeiras que pouco avançam
elas compram o pão da liberdade
e entoam canções de paz
mas há mistérios que nunca serão revelados
nas vozes dos que não se calaram
Geraldos, Vinicius, pelas ruas marcharam
e sucumbiram ao caráter predador do anti
nada mais justo que uma pátria amada
idolatrada, sem ladrões servis
assim os meus e os teus filhos herdarão
a cultura que fizemos acontecer
num grito de amor
que haverá de se ouvir para sempre
liberdade, ordem e progresso ...""

Inserida por OscarKlemz

TUDO É FOI (soneto)

Num piscar de olhos, tudo é foi
Outros aléns são rapidamente
O tempo feroz é que nos corrói
E gera o amanhecer diferente

Então que o erro nos perdoe
Que a sorte seja contundente
Os olhares, olhares nos doe
Momento, muitos e ardente

Presenças, maior que a falta
Onde amor seja lhana pauta
E nos incendei da tal paixão

Nada nem sempre é à ribalta
Apressado por nós sem falta
A vida, em sua combustão...

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, 27 de maio
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

ACORDES ALADOS

As sombras se despediu, amanhece dia
... Agora a lua, jaz... Se escondeu,
deixando a noite e as lembranças
do seu prateado e de nossos afagos.

Nesse ínterim...
Os compositores alados
treinam os primeiros acordes
da sua união, e do seu fado,
e com isso... Saem chilreando
pelas folhas do seu salão.

O sol reaparece...
E aquece com sua prece,
iluminando o amanhecer do seu reinado
... Perdurando a sua esperança pelo dia
para logo, cair colorindo em seu crepúsculo
... E outra vez, fixar a saudade
da nossa frenesia.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

E prosseguia o rapaz dizendo que à amava
Como se não ouvesse outra palavra
A moça orgulhosa já não acreditava Talvez queresse dele uma serenata
O rapaz continuava
E a moça ainda o rejeitava
Até que o rapaz já não aguentava
Ali perdeu sua amada
E nele ela jogou uma praga
O mesmo nunca mais sentirá nada
A não ser por ela, pobre autoritária

Inserida por EstevaoSoledade

TRAMBIQUE

Nessa rede eu me enredo
... Em madorna sobre o ar...
Em sono com minha parede
para assim melhor sonhar.

Durmo... E em sono me pego
sonhando com seu amar
e no tráfico desse meu ego
sou impedido de te amar.

Nessa rede eu balanço
para não vê o mundo rodar
em meu balançar, avanço
nem vejo o tempo passar.

Nessa rede eu me lanço
como peixe em desespero
avanço de molho e gancho...
Nas malhas dos trambiqueiros.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

OUTRAS TERRAS

Era água, e eu...
Naveguei sobre ela
cheguei em outras águas,
águas de outras terras
outros seios...
Outras línguas
outras pernas.

Gente de sentimentos serpentes
... Não sorria,
nem mostrava os dentes.

Era terra de outras terras
onde o verde emperra...
Sedento por sede
e por águas de outras heras.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

DOIS MENINOS

Dois meninos...
Um soltava pipas
o outro pulava cordas.

A linha da pipa arrebentou
O menino...
Amarrou a pipa com a corda...
Acorda, para ver a corda amarrada.

A corda que uns dos meninos pulava
no alto do céu pulsava
com a pipa que puxava

Sob aurora agora
a corda navegava com o vento,
e voava, abaixo das nuvens, voava...
Fazendo sorrir os sentimentos.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes