Poesia Completa e Prosa

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ELIDIR

Eliminamos... Eu sei,
o quanto tempo eliminamos
o barulho da goteira
o velho canto do galo
o sino d'aquela torre
o reio e seus estalos.

Eliminamos, sim...
O ranger da velha porteira
o trupe d'aquela boiada
o pingar d'água na goteira
a paixão apaixonada
a farofa na algibeira.

Eliminamos, eliminamos...
Flores nas margens da estradas
vidas que cruzam caminhos
saudades do primeiro olhar
o chilrear das passaradas
enigma dos pergaminhos.

Eliminamos, sim, sim!
Os dízimos dados aos gostos
os gostos do mês de agosto
o tutano do velho osso
o endosso do insosso.

Eliminamos os risos...
os dois mais dois igual cinco
... Espalhados pelas ruas
a lua de tudo aquilo
que não precisa da lua

Eliminamos todos os erros...
O bater de assa e voar,
do que sinto ou não sinto
o desvio de entidade
a ganância de tudo isso...
P'ra não desviar aquilo.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

Saudações mundo
As vozes das árvores ecoam roucamente em meus ouvidos
E ao acaso a noite me conquista
E meus olhos negros cegam com tanta nitidez

Viver com histeria não é mais tão frugal
Um nom de plume em nome de cada história
Para que não se percam em um tempo qualquer
Medieval é o amor, e o tempo se desfaz com ele

Benquisto era o romantismo
Hoje é apenas abominação dos bruxos
Saudades do azul da manhã
Lembranças de um viver qualquer

Saudações mundo
Como se faz hoje em guerra
Antes se fazia em paz
E pela mitologia de atena
Vibra ainda a voz rouca das árvores

Como uma singela canção
Que vibra no firmamento do segundo céu
Era tudo extremamente rudimentar
Hoje as árvores falham a voz
Pois não tem mais o que cantarolar

Vozes cintilam na beira da estrada
E eu corro vigorosamente em busca do amanhã
E o amanhã nos meus sonhos é sempre e será eternamente
Como nos dias passados

Como o rei é coroado
Eu coroo a noite como rainha do amor
Entre plebeus e marajás há tanta infinidade
pouco se sabe quando não há o que saber
toda sabedoria é plena quando há pelo que plenar

Planeje o futuro para não prender-se ao passado
Escolha entre ambos para não pender-se em um penhasco
Suba de galho em galho e alcançará o fim e um belo horizonte
Dono de mistérios e mistérios, teu e todo o império

Era assim os dias de antes e será assim os de amanhã
Hoje o mundo se perde
e vaga pobre num vazio infinito.

Inserida por davi_de_jesus

Busquemos a luz
O inconformismo ante nossa humanidade
tão decadente.
Sejamos mais altruístas,
menos " eus"
mais " nós"...
Assim,
escapando à escuridão
da nossa finitude,
transladamos o ser.
De mortais que nascemos
nos tornamos anjos
a revoar pelos céus
do outro.
Evolução.

Inserida por elisasallesflor

Menina do campo

Menina do campo...
Brinca alegre no seu jardim
Corre descalsa, colhendo
azaleias, rosas e jasmins...
Sonhos, afins!

Menina do campo
com seu vestidinho rosa
corre solta pela vida
cantando cantigas, versos e prosas.

Menina do campo
Nascida para o amor e as flores
No céu um querubim grita seu nome
...Ternura, gentileza.Louvores!
Amém!

Menina do campo
Nada sabe das dores. Ainda.
...Deixe-a!_ Inocente, alheia,
de todos os horrores!

E quando a noite chegar
que a encontre com seu cestinho
repleto de margaridas e panapanás.
... De todo o resto. Ainda são restos
de um futuro incerto.

Inserida por elisasallesflor

PORÃO DE NAVIO

No porão d'aquele navio..
Quantas lembranças de dor!
Choros contidos a noite...
Saudades, distante do amor
e as, esperanças em açoite.

Pesadelos das chibatadas
marcas pressão e correntes
a fome ali, quieta é mata
as abrangentes cascatas
das incoerências, aos inocentes.

No porão d'aquele navio...
Quantas lagrimas derramadas!
amor ali, tornou-se pavio
com a ganância desenfreada.

Até o mar rangeu de dor
em meio a lamuria das águas
nem os sonhos confortou
a dor infindas das lagrimas.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

ALPENDRE

Do alpendre...
Uma lua, uma rua
a brisa da noite se estende
... E as recordações se entendem
com todas saudades sua.

A quanto tempo ficou!
A corda que voce pulava...
Os sorrisos e o anel da noite
que pelas mãos, inocentes passava...

Aquele primeiro beijo...
Dado com tanto tremor!
Depois do temporal da chuva
o arco-íres e suas cores
em meio a ciranda da roda...
Trazia, jardins e amores.

O sonhar com tanto amar
propagava-se cantando versos
o tempo era de cirandá
os versos, eram de confesso.

Hoje, d'aquele alpendre
a lua te faz recordar
d'aquela infância encantada
que encantou-se no tempo
levando-te, sem avisar.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

DECRETO

Se decreto decretasse, a mim...
Para decreto fazer, eu decretaria
e um decreto, eu, iria fazer...
Decreto para servir a todos
a mim, a ti, e a você.

Um decreto de liberdade
que causasse euforia
decreto, que podes-se, ir e vim
servindo João, José e Maria

Eu decretava que desvio
não seria permitido
exceto, desvio de estrada
ou de rios poluídos...
Estrada para passadas
e rios, para sorriso.

Decretava que os desvios
feitos por mãos de bandidos
recebessem, os castigos das leis
e nunca mais fossem envolvidos.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

FARRAPO DE AMOR

Não me disse adeus, e se foi...
E eu, afogado pelas lagrimas da despedida
não esbocei, uma só palavra!
Parei no tempo...
Viajei sentido em sentimentos
te encontrei em meus sonhos, ali! bem ali
... Nos meus despedaçados momentos.

Todavia, você colocava-se calada
enquanto abanava a mão por aquela estrada
... Eu naveguei em minha loucura,
perdi o sono, em desatino...
Fiquei a noite inteira acordado!
Buscava-te a todo canto do meu ser
e só a sua presença,
encontrava-se do meu lado.

Quanto desespero...
Quanto mais o tempo passava!
Mais e mais! Despencava-me lagrimas...
E essas, turvaram meus olhos chorosos!
Enquanto a sua presencia se fazia ausente...
a minha visão intensa, pressentia você.

Você estava li, você se fazia presente,
como encanto, no canto do meu coração...
você me sorria, você adentrava na minha dor
se propagando por todo meu consciente...
Estou aqui, farrapo humano...
Escravo desse imenso amor.

Antonio Monte

Inserida por Amontesfnunes

Foi a vez da doméstica se formalizar e pagar imposto para o governo e a sua refeição para o patrão ou levar a comida de casa, agora é a vez do caseiro pagar aluguel da casa que mora para o patrão ou seja, ele recebe para cuidar das coisas do patrão e paga para morar na casa que fica para cuidar das coisas do patrão; a comida já é por sua conta. E, ainda, tem quem diz que leis são para beneficiar o empregado. Assim como as mulheres estão perdendo suas ajudantes, os homens perderão seus ajudantes.
Consta numa obra psicografada sobre a vida de Getúlio Vargas que a única coisa que contou pontos na sua avaliação superior sobre suas ações de governo foi a criação da CLT.

Inserida por lunadiprimo

"Não se enobreça tanto assim, o amor que sente não provêm de mim.
Ele nasce em seu próprio ser, junto com sua própria história.
Ele é tão antigo quanto sua própria vida.
O teu amor vem de uma fonte a qual eu como máquina funcional tive acesso.
O teu amor é mais antigo do que o próprio universo que te cerca, ele é a vida não vista.
Apenas sentida.
E contemplada por mim.
O teu amor é Deus disfarçado em uma palavra de quatro letras.
AMOR"

Inserida por Belcrei

MAR BRAVIO

O mar bravio estendeu,
o mar bravio estendeu...
Nas águas das esperanças
no amor de você e eu...

Eu joguei minha tarrafa
na saudade que passava
achei as malhas das lagrimas
e a esperanças, em fornalha.

Queimei de amor a distancia
... Que de ti me separava
me perdi, na vil lembrança
do abraço que nos faltava.

A mar bravio estendeu,
o mar bravio estendeu...
nas águas das esperanças
no amor de você e eu.

Sem você eu perco sono
e me afundo no pesadelo
sou ancora em abandono
pedra no desfiladeiro.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

PAREDE VERDE

Parede verde...
Não tem folhas
não tem sede...

Parede verde,
é uma rede...
Para os olhos secos de cor
e sentimentos molhado de amor.

Eu vi a parede verde...
Sem ventos,
sem chuvas, sem rios
sem mares, marés...
Aroma de flores navios
sem amores...
Sem passarinhos e sem ninhos.

Parede verde, eu vejo...
Sem musicas de realejo
sem gosto e sem desejos,
tristeza que enseja...
aos olhos do sertanejo.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

APENAS POETA

O silêncio cai solitário neste coração amante
São ruídos que aram a alma profundamente
Dos sonhos que terminaram secretamente
Derrubando castelos e até mesmo o instante

Não há remissão e tão pouco dor clemente
Somente o vazio em um rodopiar constante
Soluçaste por estar tão só, e tão arrogante
Sentado à beira do caminho, ali pendente

As quimeras terminaram, não mais sonante
Não há sentinelas, nem armas, só vertente
Da realidade eu não soube ser um vigilante

A sensibilidade alanceou, agora no poente
Sou apenas poeta, na poesia um imigrante
Já amor! Ah, este, meu eterno confidente!

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, maio
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

Contrariedades

Eu hoje estou cruel, frenético, exigente;
Nem posso tolerar os livros mais bizarros.
Incrível! Já fumei três maços de cigarros
Consecutivamente.

Dói-me a cabeça. Abafo uns desesperos mudos:
Tanta depravação nos usos, nos costumes!
Amo, insensatamente, os ácidos, os gumes
E os ângulos agudos.

Sentei-me à secretária. Ali defronte mora
Uma infeliz, sem peito, os dois pulmões doentes;
Sofre de faltas de ar, morreram-lhe os parentes
E engoma para fora.

Pobre esqueleto branco entre as nevadas roupas!
Tão lívida! O doutor deixou-a. Mortifica.
Lidando sempre! E deve conta à botica!
Mal ganha para sopas...

O obstáculo estimula, torna-nos perversos;
Agora sinto-me eu cheio de raivas frias,
Por causa dum jornal me rejeitar, há dias,
Um folhetim de versos.

Que mau humor! Rasguei uma epopeia morta
No fundo da gaveta. O que produz o estudo?
Mais uma redacção, das que elogiam tudo,
Me tem fechado a porta.

A crítica segundo o método de Taine
Ignoram-na. Juntei numa fogueira imensa
Muitíssimos papéis inéditos. A Imprensa
Vale um desdém solene.

Com raras excepções, merece-me o epigrama.
Deu meia-noite; e a paz pela calçada abaixo,
Um sol-e-dó. Chovisca. O populacho
Diverte-se na lama.

Eu nunca dediquei poemas às fortunas,
Mas sim, por deferência, a amigos ou a artistas.
Independente! Só por isso os jornalistas
Me negam as colunas.

Receiam que o assinante ingénuo os abandone,
Se forem publicar tais coisas, tais autores.
Arte? Não lhes convém, visto que os seus leitores
Deliram por Zaccone.

Um prosador qualquer desfruta fama honrosa,
Obtém dinheiro, arranja a sua "coterie";
Ea mim, não há questão que mais me contrarie
Do que escrever em prosa.

A adulaçãao repugna aos sentimento finos;
Eu raramente falo aos nossos literatos,
E apuro-me em lançar originais e exactos,
Os meus alexandrinos...

E a tísica? Fechada, e com o ferro aceso!
Ignora que a asfixia a combustão das brasas,
Não foge do estendal que lhe humedece as casas,
E fina-se ao desprezo!

Mantém-se a chá e pão! Antes entrar na cova.
Esvai-se; e todavia, à tarde, fracamente,
Oiço-a cantarolar uma canção plangente
Duma opereta nova!

Perfeitamente. Vou findar sem azedume.
Quem sabe se depois, eu rico e noutros climas,
Conseguirei reler essas antigas rimas,
Impressas em volume?

Nas letras eu conheço um campo de manobras;
Emprega-se a "réclame", a intriga, o anúncio, a "blague",
E esta poesia pede um editor que pague
Todas as minhas obras...

E estou melhor; passou-me a cólera. E a vizinha?
A pobre engomadeira ir-se-á deitar sem ceia?
Vejo-lhe a luz no quarto. Inda trabalha. É feia...
Que mundo! Coitadinha!

Inserida por pensador

HOMENAGEM À MINHA MÃE

60 anos já se passaram
Desde que uma noticia foi dada
Era o nascimento de uma criança
Uma menina abençoada

Deram-lhe o nome de Ana
Que significa "Graciosa"
Desde já ficou marcado
Na vida seria Vitoriosa

Frequentou pouco a escola
Pois precisava trabalhar
Mas nem por isso a sabedoria
Deixou de lhe acompanhar

Ajudava sempre os pais
E o esposo no que podia
Mesmo em tempos difíceis
Ao seu lado estaria

Nos filhos nem se fala
Em esperteza tinham "bacharelu"
Mas ela sempre os ensinava
Com palavras e com "chinelu"

Aos parentes,amigos e netos
Sempre estende sua mão
Com toda a inteligência
Refletida em gestos e ação

"A fé sem obras é morta
É morta a obra sem fé"
Verdadeiramente esse é o exemplo
Exemplo de Grande Mulher.

Inserida por eusouassim

DIA DE CASAMENTO(PARTE I)

Grandes não só na altura
mas também em pensamentos
Unidos por um objetivo
Hoje é dia de casamento

Olhares se cruzaram
Sentimentos também
Sentimentos quando em comum
Sempre se dão bem

O Amor que já não é contido
Precisa ser compartilhado
E diante de um Altar
Deve ser ofertado.

Inserida por eusouassim

TRISTEZA

As vezes ela chega e nem avisa
Quando percebemos já estamos a sentir
Ninguém sabe descrevê-la direito
Ninguém sabe seu modo de agir

Sua causa tem vários motivos
Alguns a sentem com facilidade
Um exemplo é se na vida
Surgir uma pequena dificuldade

Pessoas a sentem de modo diferente
Também depende da situação
Basta algo sair do ritmo
Que ela entra em ação

A tristeza é como doença
Pode deixar alguns de cama
Estes muitas vezes
Alguma lágrima derrama

Outros são mais reservados
Escondendo-a ficam a tentar
Mas não enganam os amigos
Que são hábeis em observar

A tristeza é delicada
Não devemos menosprezar
Devemos dá atenção
E seu motivo encontrar

Se prolongada demais
Pode trazer alguns problemas
Tanto físico como mental
Pois prende como algema

Mas de qualquer forma
Procure se vigiar
Pra quando ela surgir
Você corretamente a tratar.

Inserida por eusouassim

INTERROGAÇÃO (soneto)

Indago se a loucura é traça
Aqui pergunto sem saber
Se sou são ou uma farsa
Quem pode me responder?

Que tenho alguma graça
Lá isto é do meu querer
Finjo fingindo chalaça
No fingimento sem ter

Aqui pergunto aos senhores
Quais são os tais louvores
Do poeta mineiro do cerrado?

Sou Luciano Spagnol, alguém
Trago no olhar: - paz e bem...
Porém, quer só ser amado!

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, maio
Cerrado goiano
Parodiando Ana Cristina Cesar

Inserida por LucianoSpagnol

"" Não convêm abraçar o tempo, apertado demais
a estrada da vida segue o ritmo das estrelas
viver é desejo da alma
e a saudade ninguém explica
noites são desertos sonhadores
amores, formas de vidas que resistem
águas de março
nada têm a ver com o verão
hoje faz frio
quem sabe haja um bom lugar
para lermos aquele nosso livro...

Inserida por OscarKlemz

A CHAMA MAIS BELA DO AMOR
Profª Lourdes Duarte

De repente num momento fugaz,
Os olhos se cruzam, as mãos se entrelaçam
Luzes interior, resplandecem nos olhares
Dando afago para o amor que adormecia.

Como num sono encantado a fada desperta
Um amor que os corações não sentiam
Olhando o céu estrelado, a nevar
Braços enroscados se acariciam.

Frases lindas trazidas pela voz do amor
Sussurram aos ouvidos, casal enamorado
A luz interior resplandece como uma chama
A chama ardente, a chama do amor.

Rasgam-se as nuvens no céu estrelado,
Invade o peito, a vontade de gritar,
O amor nasceu forte e devassador,
Ardente, a chama mais bela do amor!

Inserida por lourdesduarte