Poesia Completa e Prosa

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TRILHOS DA SOLIDÃO

Como, colecionador de solidão
eu colecionei... A minha solidão
sozinho!

Sem canto de passarinho
sem chuvas pra se molhar
sem vento de redemoinho
sem musica ecoando no ar.

A minha solidão...
É um bonde encarrilhado, no meu trilho
Sem apito, sem grito, cheia de duvidas
... Toda sonsa, cheia de grilos.

Ela, dotada de silencio...
Apagou meu riso, meu astral,
agora trilha em clima propenso...
me deixando tenso,
... Me deixando mal.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

O DITO

Eu disse ontem...
Mas hoje eu penso, o dito do passado
até fico suspenso nos passos
que o dito editou errado.

Eu penso...
No grito assombrado, e tenso,
que hoje, direi a você,
para que no amanhã, logo de manhã
esse grito não me assombre...
E eu não venha me arrepender.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

SONETO IMAGINÁRIO

Imagino um soneto do imaginário
Que escorra da doce imaginação
Com o seu ilusório jamais solitário
E cheios de quimeras e de emoção

Que tenha na sua existência itinerário
Não só formas, nem aparência, ação
Onde os sonhos são seu mobiliário
Aduzidos dos cômodos do coração

Quero com que seja o meu amuleto
Guardado no peito tal qual a oração
Em mantra, não como simples objeto

E se, assim, brotar do tal poço secreto
Dos poetas, que venha com inspiração
Imaginando satisfação por completo

Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Março de 2017
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

ASSIM, O CERRADO

O cerrado, quando empoera
Ressequido o vento no ar
Chora seco folhas desespera
No azul do céu a bailar

O horizonte se põe a embaçar
Na miragem da atmosfera
Embaralhando o olhar
Na imensidão em quimera

Ah! Se o frescor assim espera
O tempo de chuva, pra se revelar
Retorcidos galhos esclera
Num cinza a cromatizar

Assim, o cerrado, se gera
Vida diversa, lato lugar
De exótica primavera
Quem te conhece, só amar...

Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Março de 2017
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

MOCIDADE JAZ (soneto)

Mocidade em mim, em simpatia
A sua lembrança já é sem graça
Na arena, silêncio, pouca galeria
E já tão distante, saudade, lassa

Nesta morrinha, de lado a ideologia
Pois, acima ou abaixo, tudo passa
Apressadamente, serventia é ironia
Velhice, prudente palavra: desgraça

Nos licores de prazer, só mitologia
As perdas já fazem parte da vidraça
Do fado, e o entusiasmo na periferia

Porém, nem tudo é ledice sombria
Curtir a paisagem e brindar a taça
Do viver, dizer não, fazem a alegria

Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Março de 2017
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

COM UM OLHAR

Um olhar... Um olhar!
Quando pequeno, bastava
um olhar!
Um olhar, para me represar.

Aquele olhar...
Direto como flecha no alvo
Direcionado por aquele arco
de carvalho calvo...
Aquele olhar único verdadeiro!
Era claro, suficiente para,
desvencilhar, os meus encravos.

Hoje, tudo acabou!
... Não vai...
_Eu vou...
Quem é o senhor
para me dizer...
Que eu, não vou!

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

LAGRIMA NA CALÇADA

Aquela lagrima...
Aquela lagrima cansada,
em toda tarde caída...
Despencava da sua janela
sobre a calçada sem vida.

Aquela lagrima
Ah! Aquela... Lagrima...
Aquela lagrima perdida
sob os ventos da saudade
caiu no tempo esquecida
pala paixão da vaidade.

Aquela lagrima furou pedras,
do paralelepípedos do amor
ao ficar sem sua entrega...
A minha alma, chorou!

Aquelas lagrima chorada
caída nos jardins tristonhos...
Regrou as flores da vida
quando a haste era um sonho.

Aquela lagrima molha a alma
orvalhando os sentimentos
nas água d'aquela lagrima
eu naveguei com meu intento.

Antonio montes

Inserida por Amontesfnunes

LAGRIMAS NA ESTAÇÃO

N'aquela estação, eu chorei...
Chorei, não pude conter aquela...
Lagrima, expelida pela sua partida.

Então, veio a saudade extravasando
e eu atirei, meus choros de sentimentos
sob os ventos da despedida.

N'aquela estação, eu chorei...
Chorei o amanhã da minha vida
nos braços da minha dor desvalida.

Chorei igual condenado ao tempo
sob o escuro da solidão concebida
chorei sobre as águas das lagrimas, caídas

N'aquela estação, eu chorei
chorei pela partida d'aquela vida.
abandonando a minha vida sentida.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

SONETO DO AMOR AFETO

O afeto amor, nos faz revestido
Da jura mais atraente do fervor
Enche os dias de colorida cor
E o coração de olhar conhecido

Se dele se é um querer fingido
Aos seus apelos nenhum dispor
Culposos encantos no propor
E dor nos sonhos então parido

Pra não ter ilusão e ter sabor
Tenha poesia no doce sentido
E nas mãos uma ofertada flor

Mas, se não quiser ser querido
Jamais será dele um coautor
E de ti então, o amor, terá partido

Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, março
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

CHORO SÓ

Pai, sabe aquela menina que, todo dia,
passa em frente, a nossa casa chorando?!
_ Sim filho...
Aquela menina pequena, serena
em sua sensatez...
_ Isso pai, essa mesma!
Hoje, ela passou chorando, outra vez!
_ Filho... O choro é d'ela, deixa-a chorar.
_ Mas pai...
Do que adianta ela chorar, ninguém ouve...
Se ouve, não quer escutar,
alem do mais, choro, aos outros,
só serve para incomodar.
_ Deixe a menina chorar filho
só ela sabe a dor que sente
e porque chora, alem do mais,
o choro é a marca da desunião
... Mas, lava a alma, regra o ser...
Eleva o ego e faz o amor renascer.
_ Então ta pai, eu vou ajudar, ela chorar
_ Filho, filho...
Chorar sem precisão, não é compaixão.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

GALHO TORTO

Insaciável ganância,
empoleirada no galho...
_ Um pássaro... _ Não!
Um fardo sem fundo o prazer...

Político dotado de infunda,
coerência e toda sede de
afluxo do mundo.

Esse poder aquisitivo,
que nunca para de crescer...
Essa fome de causar fome
sempre apta, a ver perecer.

Se ele se salva... Ok, ok
eu você, tu e todos...
Podem morrer.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

DIGA QUE ME AMA

Meu amor...
Mesmo que seja mentira
ou.. Sei lá, desvio, curto pavio,
quem sabe, ato mesquinho...
Diga que me ama...
A razão... A razão não importa!
Seja para varrer, abaixo do tapete
ou para se esconder atrás da porta
mesmo que não seja de você essa trama
... Se você não se importa em dizer,
então diga... Diga que me ama.

Primeiro de abril, ou não...
Eu não me importo a razão
essa frase... Eu te amo
invoca-me, me toca como cartas de tarô
e eu fico assim... Como cores de primavera
feliz, como despertar de um pesadelo,
desabrochar de uma flor,
ou, sonhar com o mundo inteiro,
diga que me ama
... Esse dizer de amor...
É bacana, e espairece a minha dor.

Antonio montes

Inserida por Amontesfnunes

"" Quando eu estiver embriagado
me leve a sério
mas não queira razões para as quais não tenho serenidade
quando me encontrar só, me abrace tão forte que eu possa encontrar em teu abraço a paz que tanto preciso
quando você souber do meu sonho, entre e faça parte dele
sonhe comigo até amanhã de manhã...

Inserida por OscarKlemz

SAUDADES SECAS (soneto)

Saudades secas, no cerrado, banham
De lágrimas as lembranças já findas
E assim choram, tristonhas, e choram
Enxugando o soluço em sujas nerindas

Quando entardece as noites revindas
É hora de preces que os céus imploram
Oram de mãos postas, e ali tão pindas
Que tristuras secas, molhadas choram

Ao juntar estas secas dores na oração
Em vão as rezas murcham na emoção
E as saudades bebem fel na cacimba

São nostalgias que vivem de ilusão
Choram, oram, imploram recordação
Se quando no peito esquecer catimba

Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Março de 2017
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

SEU SUMIÇO

Eu estava inteiro
quando você partiu...

Me partiu a sua ausência!
separando-me ao meio
me dividiu em pedaços
e acabou com meu inteiro.

Hoje...
Eu tento ajuntar meus cacos
Mas depois que você sumiu...
eu me caço, mas não me acho.

As vezes, te encontro no sonho
e n'aquele sonho de encanto
cai as lagrimas do meu pranto
só porque... Te amo tanto.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

CALAR DE AMOR

Beija-me, como beija um beija-flor...
Esse néctar, esse aroma florido
esse doce, do doce amor.

E como uma flor de rosa
abrocharei, a prosa da alegria
nesse momento de esplendor.

E no aroma desse dia
flutuarei com meu sentimentos
sobre o céu da nostalgia.

Beija-me como beija um beija-flor
no calor desses lábios fartos
que por ti, cala de amor.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

O ÁLBUM

No álbum da minha saudade
você estava lá...
Toda linda em sua foto
troce-me lembranças d'aquele amar.

Do tempo que registrou-se
... Fiel no meu coração
do sorriso que apagou-se
no dia que me disse, não.

Hoje, o álbum me leva
nas recordações do passado
flechando-me como se fosse fera
no amor inconformado.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

BI-TREM DE POEMAS

Quantos poetas...
Quantos poemas?!
Poetas lendo poetas
poemas que ninguém vê
poesias estão sem tema
hoje, ninguém mais que ler.

E o peso de uma pena!
Ai, que pena, ai... Que pena...
Poema agora sem treinar
navega por alem mar
entre hiatos e novena.

O arco-íres, agora sem cor
o céu esta sem diadema
estrofes estão incolor
nesse bi-trem de poemas.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

MENINO MENINO

O menino com fadiga
na hora tardia
foi a cacimba
passos cansado
momentos amarrados
quebrou a moringa.

Cacos despencou
água se foi
o pote secou
não tem mugunzá
tapioca xerem
batata pra assar
não tem, não tem.

A chaleira de ferro
no fogo vermelhou
galho da laranjeira
a fogo - pagou.

Menino, amarelinho
batendo peteca
pula corda cedinho
com pano boneca.

É arvore sem água
é nuvem de sombra
é conto de fada
na festa de arromba.

Cadê o menino
sem tino, sem pino
não busca mas água
mas colhe desatino.

Tem lei que proteja
p'ra não trabalhar
mas o crime anseia
sem lei pra acabar.

E os olhos inocente
te vê na TV
menino pequeno
sabe mais que você.

A TV te mostrou
tudo que há
a escola te ensina
o tal B-A-BA.

É a pata que nada
o coelho da páscoa
a magia da fada
ABC que lasca.

Professor, professor
olhe, preste atenção
não vê que o menino
tem televisão.

Big brother, novela
tudo ensina amar
o dinheiro comanda
o mundo de cá.

Professor, professor
tome tento no ar
cuidado o menino
ele vai te ensinar.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

O VENDE VENDE

Não cansas-te de fazer divisões no mundo,
dividindo-o em, cercas, muros e muralhas
Quantas vezes com suas desculpas
dividisse o amor...
Quantas vezes, usando o nome do amor, fizeste guerras para galgar a paz...
Até, tentou dividir o redentor....

Agora, depois de tanto... Tanto tempo!
Dividiu o espaços no ar, em linhas e coordenadas
mapearam tudo, só para poder, melhor guerrear.

Já mapeou as estrelas, e também as águas dos
oceanos... Já vendeu torrão no céu, vendeu,
cadeira ao lado de Deus...
Já jogou veneno no mundo
só para aniquilar os irmãos seus.

Atualmente, estão tentando mapear
as terra do paraíso, ate andaram vendendo
pedaços lá do alto!
Não, não... Não encha o céu de divisa,
não coloque muros nas alturas, pois ainda
não fizeram moedas que lá possa comprar.

Eu sei, eu sei... Existe gambelação, e vendem por
ai, entradas na céu, mas isso não passa de:
cega ganância e exploração.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes