Poesia Completa e Prosa
"" Você é mais rico do que pensa
tem família e um trabalho
tem saúde e paz
você tem muito mais
tem esperanças
sonhos
projetos
você tem um tesouro imensurável
tem uma vida para viver e apreciar a beleza de tudo
tem alguém especial te esperando
você tem muito
então por que ainda quer mais??
SENHORA DAS RIMAS
Senhora poesias das quatro estimas...
Me anima em suas rimas
Alinha-me nas estrofes de baixo
assim como, as estrofes de cima...
Que essa parteira, cuida da parida
e embale em seus braços,
as filhas saídas das rimas.
Que reacenda as estrofes...
Que enfoque os fonemas,
cite coisas do sul...
Assim como as coisas do norte,
não cite a mim! Pois sempre fraco...
Passeei e passei, por longe de ser forte.
Senhora parteira das rimas...
Me ensina a parir poesia
... Me delas como crias da mina cria,
assim quem sabe... Perante as fantasia
... Minha vida um dia, existiria.
Antonio Montes
DESEMPREGO
Desempregos, desempregos,
Expandiu... Expandiu,
pelos quatro cantos do mundo!
Homens ou as maquinas? Maquinas!
As maquinas apropriaram dos trabalhos
dos seus espaços, dos seus sonhos
agora tornaram dona do seu sono
e dos seus passos...
Sem maquinas... Sem café, sem pão
sem roupas, e até, sem compaixão.
Desempregos, desempregos,
sob as margens da vida...
Brota como se fosse,
erva daninhas, paridas, ou bombas...
A matar de fome que toma a felicidade
que tromba com a esperança
que explode e arromba...
A vergonha de quem se toma.
Antonio Montes
DESEMPREGADOS
Meu pai, esta desempregado
minha mãe, esta desempregada
meu irmão, mais velho...
Esta desempregado.
Desempregados também estão...
Meu tio e minha tia,
o meu padrinho, esta desempregado
e o meu vizinho, todo dia sai sedo,
para caçar o tal emprego.
Minha prima formou-se na universidade
e agora descobriu que formou-se também
no rol dos desempregados...
Todos os dias, ela distribui um monte de
currículo, pela cidade, e nada de ser chamada.
O povo todo agora estão se transformando
em nômades dos contratados de trabalho...
Ficam para lá e pra cá, na busca do tal
emprego, se querem emprego, terão que
abandonar a família e ir em busca de
contratos em outro lugar de origem.
Eu! Emprego... Quem dera, mas, tenho
menos de dezoito anos e por lei...
Não posso me empregar!
Alem do mais, falta-me experiência
e para se empregar, tem que ter experiência
... Como terei experiência se não tenho
a chance de se empregar para trabalhar?
Antonio Montes
EXISTE VIDA APÓS VOCÊ
Foi depois de você que fiz novos amigos
Foi depois de você que aprendi a viver
Foi depois de você que entendi o caminho
Foi depois de você que entendi que era comigo
Foi depois de você que me interessei
Pela vida, pela música, pela poesia
Foi depois de você que descobri
Que existia vida após você!
AGORA EU QUERO IR (soneto)
A minha saudade tem saudade de crê
Me planejei, me desmoronei no sedento
Nas verdades não fui inteiro a contento
E no querer o todo, metade teve porquê
Experimentei descanso e, labuta à mercê
Confiei no silêncio, me encaixei no lamento
Precipitei no ir e na volta, foi ensinamento
Me desmanchei nos sorrisos em comitê
E na busca de me reconhecer, descanso
Afinal, as trilhas não são de vento manso
Porém, ao me refazer despertei com a dor
Se agitado ou imoto me equilibrei no balanço
Da quimera, pois sempre nos resta tal ranço
De jugo. Agora quero ir e, apreender o amor.
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, 26 de março
Cerrado goiano
PEDAL DO TEMPO
Lá vai ele...
Pela noite afora
não sabe a hora
não pensa o agora
... Descida abaixo,
não se aquieta
nem quieta!
Chulep, chulep...
Com a bicicleta
vento na venta,
frio na testa.
Passa estrelas...
Passa lua
passa calçadas
da velha rua...
Passa praça
sono e guarda
passa com asas
passa em casa...
Passa medo
das sombra sua
e os segredos
da falcatrua...
Passa vida...
Pelas carreiras
água fervendo
tampa e chaleira,
lá vai ele
com suas asneiras
passando o tempo
passa de balde
em sonho não sabe
que tudo e besteira.
Chulep, chulep...
descida abaixo
pedala, pedala
sempre por baixo
descendo avenida
as placas dos planos...
elas falam e não fala,
nem se da conta
que com sonhos vai
estão te levando...
Como nossos pais
... Seus anos e rugas
chegando, chegando
costas de tartarugas...
Lutando, lutando.
Antonio Montes
Música...
(Nilo Ribeiro)
Música que conta história,
música orquestrada,
elas não me saem da memória,
todas lembram minha amada
"Céu de Santo Amaro",
canto gregoriano,
de você me separo,
mas ainda te amo
abraçados na cama,
a mente divagando,
para mim virou um "Drama",
pois ainda te amo
como posso esquecer
a conversa sussurrada,
me dava muito prazer
te chamar de amada
poesia sobre música,
não consegui compor,
pois você foi a única
a quem dei amor
a música traz saudade,
minha alma silencia,
ainda tenho vontade
de te fazer poesia
ouvir "aquela" canção,
curtir a melodia,
isto faz meu coração
te amar a cada dia...
Carta ao destino
- Venho através desta, solicitar ao destino total liberdade de mandar a merda, qualquer um que se atreva a tentar inundar meu mundo de infelicidade, não obstante também, quero parabenizá-lo pela vontade de me colocar num caminho legal, longe das tristezas e mazelas da vida. Assim quando alguém disser que foi obra do destino, direi também que foi um pouco de sorte...
Para finalizar deixo-lhe um forte abraço, lembrando que onde me levar, serei sempre pleno e grato.
.
Re-metente (remetente é boa, temos que praticar sempre)
Nunca pensei que um sorriso e um olhar pudessem mudar tanta coisa...
Foi há tanto tempo, um sorriso e meu coração se encheu de alegria, de emoção.
Um olhar e nossas mãos estrearam uma caminhada produtiva e feliz.
Houveram tempos difíceis, em que você simplesmente me amparava, me olhava, dando a certeza que aqui era o meu lugar...
Certa vez te deixei e parti, mas meu coração dizia a todo instante, volta, volta...
E quando finalmente resolvi voltar, você estava linda e perfumada a minha espera.
Não sei se te mereço, pois às vezes sou falho contigo. Ainda bem que o seu amor é incondicional, generoso, fiel.
Lembro-me que quando a conheci, você era diferente, mas não menos bela. O tempo passou e continua exuberante, amando como sempre amou. Confesso que nesse tempo que estamos juntos, fiquei muito preocupado com o assedio que vi você sofrer, afinal sua beleza alardeava mundo afora. Mas o que é a beleza senão a leveza e o brilho do olhar.
E assim estamos, eu aceitando dividi-la e vc me apaixonando cada vez mais ...
Feliz aniversário
Feliz cidade
Curitiba.
Um poema por dia
uma história desmedida
para contar sobre o que sinto em minha vida.
Um poema por dia
assim minha alma aflita
explica cada sentimento desse coração que palpita.
Um poema por dia
nessa mente que a alma entende
inspiração existente,
a imaginação sempre cria
sobre essa vida que surpreende, poesia.
PEDAÇOS (soneto)
Em ti, ó saudade, acho parte de mim
São fragmentos craquelado e partido
Do meu eu que tenho então em ti sido
Eternizado numa dor que vive sem fim
O senso que faz em ti alarido saído
Em mim é silêncio, é solidão, enfim,
Vive da ilusão de lembranças carmim
Do comover sovado e não esquecido
Agora, o que faço para ouvir o clarim
Dos sons da quimera no porvir contido
Dando-me sonhos afora deste folhetim
Serei pouco, nada, de desejo desprovido
Se insistires em ficar tão presente assim
Aí, de pedaços o meu poetar será revestido
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, março, 05'55"
Cerrado goiano
O ESPANTO
Com as passadas pisadas na palha
o encanto desencantou,
e a rola, voou...
Voou com as asas
voou com as penas
voou com os ventos
voou de casa
voou serena.
A rola fogo - pagou
... Mas não apagou!
E não pagou...
O milho que encheu o tempo
o tempo que encheu o papo
encheu por ali os sentimentos
que o vento atirou no espaço...
Com o pisar dos passos,
a palha chiou...
a fogo - pagou, voou...
O guiso chocalhou
o cascavel de sua ródia,
processou...
Em processo deu bote
sem saber nadar
navegou no ar,
sem amor, e sem cor,
mas a morte não alcançou.
Antonio Montes
SEM VOCÊ SEM BRIM
Eu não sabia, que era em abril
que a pauta se abria...
Temporada de brim
goles toscos, de gim,
eu abri... Mas agora,
que você foi embora...
Eu fiquei aqui,
como camaleão
a se camuflar nas horas.
Sem partir,
sem sorrir...
Estou assim, sem mim,
me sentindo ruim...
Todo broco, todo moco
estou de fato, sem tato
embrulhado em saco
Ficando oco.
Confesso a ti...
Que assim, sem brim
e sem esse gole de gim...
Não estou feliz, e sim!
Cada vez mais micuim.
Antonio Montes
PRATOS FUNDOS
Meus pratos fundos!
Estão lá em casa...
No fundo da minha prateleira rasa,
aonde sem asas...
Arrasta quando puxada,
para outro canto da casa.
Uma casa serena,
sem diademas...
Não tem métodos nem tema
desprovida de dilemas
e de vidas tristes perenas
de uma casa pequena.
Meus pratos fundos
estão fundos
no fundo do mundo.
Antonio Montes
SEDE
Tenho sede de viver
Quero o afeto beber
Saciar a infiel odisseia
Da ganância da fé ateia
Terçando o ressecado saber
Clamo o doce prazer
Olhar que nos fala
Sem o desprezo que cala
Que rasga e maltrata
Quero gratidão sem ser ingrata
Sensação, quero amor
Paixão com valor
Dignidade sem preconceito
Irmandade com preceito
Abraço com empenho
Palavras com avenho
Respeito semelhante
E a retidão de ir avante...
Luciano spagnol
Poeta do cerrado
Cerrado goiano
CONCRETO NAS NUVENS
Eu tenha um sonho
por dentro... Lá dentro
Como se fosse pó de cimento.
Que como pó voava...
Voava como se tivesse penas
Voava, como se batesse asas.
Mas o sonho de cimento
com o orvalho, virou grude
e veio as lagrimas d'água...
Fazendo concreto nas nuvens.
Antonio Montes
VÍRGULAS
Entre um livro e outro
um recíproco silêncio,
entre um gole e outro
uma pausa de recesso,
entre um verbo e outro
apenas a palavra certa,
entre um beijo e outro
os lábios são saciados,
entre nós e os outros
a virgula é a diferença,
entre todas as histórias
não temos ponto final,
FALA DA FALA
Com essa fala, falada
que as vezes fala calada...
Todas as falas, vem com falas
vem de tudo, vem do nada
e falam de todos os castelos
e de todos contos de fadas.
Essas falas, falam com olhar
e falam também com mímica,
com gestos, com restos, sei lá
essas falas, falam de tudo
que o mundo, pode falar.
E as falas, que o silencio fala...
caladas, não falam nada!
Mas essa fala que fala, calada
... Embala o jardim da vida
expressando a fala da fala.
E fala, que antes de falar cala
que mesmo calada, fala
é mesmo a fala da fala
que todos por ai fala?
Antonio Montes
NOSSO DNA
Faço planos da sua vinda
e pela janela da vida
eu vejo você adentrar, querubim.
Pela porta do meu tempo...
Eu fico besta, fico tenso
com essa possibilidade do lar.
E nesse meu rudi sentimento,
construiremos, viver único...
Uma polifonia em jardim.
Abriremos rastos sob universo
e expandiremos o mesmo...
O nosso! DNA por ai.
Antonio Montes